Discurso durante a 135ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Insatisfação com o desempenho do atual Governo Federal no combate aos incêndios que assolam o país. Elogios às práticas de gestão adotadas pelas instituições de ensino do Sistema S e pela rede de hospitais Sarah Kubitschek.

Autor
Flavio Azevedo (PL - Partido Liberal/RN)
Nome completo: Flávio José Cavalcanti de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Administração Pública, Governo Federal, Meio Ambiente:
  • Insatisfação com o desempenho do atual Governo Federal no combate aos incêndios que assolam o país. Elogios às práticas de gestão adotadas pelas instituições de ensino do Sistema S e pela rede de hospitais Sarah Kubitschek.
Publicação
Publicação no DSF de 18/09/2024 - Página 23
Assuntos
Administração Pública
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Meio Ambiente
Indexação
  • CRITICA, OMISSÃO, DEMORA, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, COMBATE, FOGO, INCENDIO, QUEIMADA.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, GESTÃO, ENSINO, QUALIDADE, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO, PROFESSOR, SISTEMA S, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR.

    O SR. FLAVIO AZEVEDO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RN. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu ouvi atentamente aqui o discurso da Senadora Rosana Martinelli e o do Senador Izalci Lucas. Abordaram dois assuntos, Presidente, que eu acho absolutamente fundamentais, principalmente nas atuais circunstâncias da nossa República.

    A Senadora Rosana Martinelli disse uma frase... A senhora disse uma frase aqui, Senadora, que, depois de dita, eu preciso dizer muito pouca coisa em defesa das acusações que muitas vezes as classes produtoras têm recebido por conta dos atuais incêndios. Nós produtores rurais, aqui e acolá, somos acusados – indiretamente, é verdade – de sermos responsáveis por parte desses incêndios.

    E aqui a senhora disse uma coisa importantíssima: quem é o louco que vai incendiar aquilo que ele come ou aquilo que ele vende? Qual é o louco que vai destruir aquilo que ele construiu?

    Então, essas hipóteses muitas vezes levantadas são hipóteses que me levam a lembrar um antigo comediante. Eu tenho 78 anos; talvez os senhores não se lembrem dele, mas ele chamava-se José Vasconcellos – era um grande comediante. Ele era um showman – tipo o Chico Anysio –, fazia shows – os talks, como o americano diz. E ele contava uma historinha fantástica: diz-se que um ladrão ia passando em frente a uma fazenda que criava porcos e viu lá uns porquinhos e tal; pegou um deles, pôs no ombro e continuou caminhando. O dono viu e mandou uma pessoa ir atrás dele. Aí ela disse: "O senhor, por favor, devolva o porco". Ele disse: "Porco?"; aí olhou assim e disse: "Tire este porco do meu ombro!". Então, ele fez de conta que não tinha o porco, que não tinha roubado o porco, não é?

    E é mais ou menos isso que está acontecendo agora, quando o Governo anterior, que foi tão acusado como responsável pelos incêndios da Amazônia, pelos incêndios do Pantanal... Eles agora estão querendo tirar o porco do ombro – estão querendo tirar o porco do ombro. O que ele deveria fazer, conforme a Senadora aqui disse, era estar mais bem-preparado para enfrentar o que já estava previsto.

    Desse modo, eu faço coro às suas ponderações, Senadora, e chamo a atenção para ver se essas coisas não acontecem no próximo ano. Porque, realmente, para recuperar 1ha de terra perdida, são quatro anos perdidos. Eu sou do ramo e eu sei disso.

    Por outro lado, o Senador Izalci Lucas discursou aqui sobre educação. Eu fui do Sistema S durante 12 anos, Senador. Eu fui Presidente da Federação das Indústrias do meu estado, fui um dos três Vice-Presidentes da Confederação Nacional da Indústria, e sei, porque trabalhei, intensamente, no Sistema S, no Sesi e no Senai. Nós sabemos, todos nós sabemos, que o melhor sistema de ensino do Brasil, hoje, é aquele fornecido pelo Sistema S, tanto da indústria quanto do comércio e da agricultura. Nós temos escolas exemplares formando não apenas técnicos – que é o que o Senai faz –, mas, no caso da indústria, nós também fornecemos a formação básica, através do Sesi, que é o Serviço Social da Indústria, educando aqueles jovens que fazem não a formação técnica, mas fazem o ensino básico da escola, o ensino fundamental e o ensino médio. E qual é o segredo disso?

    Gestão, Senador, gestão para formar pessoas, entendendo, principalmente, que o professor não precisa só ter uma boa formação, ele também precisa saber transmitir conhecimentos. O sistema se foca muito nisso, treinando o nosso professor. Então, o Sistema S tem uma boa gestão e sabe como utilizar aqueles recursos que recebe, não só na formação do aluno, mas, sobretudo, na formação do professor, daquele que vai transmitir o conhecimento.

    Por falar em gestão, eu iniciei, hoje pela manhã, uma fisioterapia que eu já estava fazendo no Rio Grande do Norte, no meu estado, porque eu tenho problemas de coluna. Eu não conhecia – a não ser de nome, de fama, como se diz lá no Nordeste –, eu não conhecia o hospital Sarah Kubitschek. Fui, pela primeira vez lá, dar continuidade a um exame que eu vinha fazendo lá no meu estado. Eu fiquei absolutamente perplexo.

    A senhora conhece, Senadora? (Pausa.)

    Eu fiquei perplexo... Mais perplexo ainda eu fiquei quando eu tomei conhecimento de que aquilo é SUS, que o Sarah Kubitschek faz parte do Ministério da Saúde. Não pode sequer receber doações, porque faz parte do sistema público de saúde. Aquilo ali é um exemplo claro e inequívoco de que o que acontece com a saúde no Brasil, com todos clamando por dinheiro – "precisamos de dinheiro, o problema da saúde é que nós não temos recursos" –, o Sarah Kubitschek demonstra que o problema não é esse, que o problema é gestão.

    Ele trabalha com um orçamento, Presidente, e aquele orçamento é respeitado. Mais do que respeitado, ele valoriza os seus profissionais, porque todos têm orgulho de vestir uma jaqueta com o nome Sarah, Sarah com "h".

    O recurso, se for bem aplicado, com certeza, traz resultados. Está aí o Sistema S para provar isso. Está aí o Sarah Kubitschek para provar isso. Gestão, seriedade na aplicação, ausência de corrupção, dedicação do funcionário, que, no Sarah Kubitschek, tem... Eu não sei exatamente o termo, mas ele não pode ter outros empregos, só pode ser funcionário do...

    O SR. PRESIDENTE (Rogério Carvalho. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Fora do microfone.) – Dedicação exclusiva.

    O SR. FLAVIO AZEVEDO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RN) – Dedicação exclusiva.

    Obrigado, Presidente.

    Ou seja, o funcionário que está ali não está olhando para o relógio para dizer "eu tenho que sair, porque eu tenho que ir para o meu consultório", para atender seus clientes particulares. Ele está ali com dedicação exclusiva e com amor ao cargo. E quem controla todo esse sistema de nove hospitais Sarah espalhados pelo Brasil...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLAVIO AZEVEDO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RN) – ... a senhora sabe quem é, Senadora? É uma mulher. Ela gere as finanças de nove hospitais Sarah Kubitschek no Brasil inteiro. Uma senhora competentíssima, a Dra. Célia. Eu estou esquecido do sobrenome dela. Ela gere isso com mão de ferro e, ao mesmo tempo, com amor e transmite esta noção para os seus funcionários, que também trabalham por amor e com seriedade. E o resultado é uma instituição exemplar reconhecida no mundo inteiro.

    Obrigado, Presidente.


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