Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à indicação do Sr. Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central, breve histórico de seu currículo e comentários sobre a sua arguição pública realizada pela CAE.

Voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador Roberto Saturnino Braga.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Cargos e Funções Públicos, Sistema Financeiro Nacional:
  • Apoio à indicação do Sr. Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central, breve histórico de seu currículo e comentários sobre a sua arguição pública realizada pela CAE.
Homenagem:
  • Voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador Roberto Saturnino Braga.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2024 - Página 15
Assuntos
Administração Pública > Organização Administrativa > Cargos e Funções Públicos
Economia e Desenvolvimento > Sistema Financeiro Nacional
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • APOIO, INDICAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, Gabriel Galípolo, SUBSTITUIÇÃO, ROBERTO CAMPOS NETO.
  • VOTO DE PESAR, MORTE, ROBERTO SATURNINO BRAGA, EX-SENADOR, EX-PREFEITO, RIO DE JANEIRO (RJ), EX-DEPUTADO, EX-VEREADOR.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senador Chico Rodrigues, estivemos juntos hoje, pela manhã, no debate com o querido Gabriel Galípolo, que será votado hoje na Comissão – está terminando agora – e depois aqui no Plenário.

    Mas, de pronto, eu agradeço ao Senador Girão por ter aceitado a permuta que eu tinha feito com o Kajuru e registro a presença em Plenário dos Senadores Sergio Moro, Girão, Plínio Valério e Kajuru e, é claro, presidido pelo nosso querido amigo Chico Rodrigues, que foi muito bem no debate hoje pela manhã também. Tem meus cumprimentos.

    E é sobre esse tema que eu vou falar.

    Na Comissão, são 27 Senadores. O Presidente não vota. Eu saí de lá nesse momento e 26 tinham votado. Praticamente, então, 100% de quórum, 100% de quórum. E hoje à tarde o Senado vai votar aqui a indicação de Gabriel Galípolo para a Presidência do Banco Central. Se aprovado – temos que respeitar, o voto é secreto e, é claro que todos sabem que eu vou torcer muito para que ele seja bem votado –, se aprovado, Galípolo assumirá o comando da instituição a partir de janeiro de 2025, assim substituindo o atual Presidente Roberto Campos Neto. Ele terá o mandato, como teve Roberto Campos Neto, de quatro anos.

    Ele foi o nome escolhido pelo Presidente Lula para a Presidência do Banco Central, é claro, submetendo a decisão final ao Senado da República.

    Eu tive a oportunidade de conversar com Gabriel Galípolo e na conversa com ele ficou muito claro que ele é um economista preparado, homem do diálogo e da conciliação. É pragmático. Ele vai dialogar, tenho certeza, tanto com o Executivo como também com o Congresso Nacional, com o Legislativo.

    Galípolo tem profundo conhecimento da relação entre o mercado, o Governo e o Congresso, uma visão clara sobre o funcionamento do sistema financeiro e do mercado em geral. Percebo eu, por tudo que eu ouvi nesses dias, Presidente Chico Rodrigues, que o próprio mercado vê com bons olhos o equilíbrio do nosso sabatinado hoje pela manhã e que vai ser votado agora à tarde, o Gabriel Galípolo.

    O seu maior desafio será conduzir essa relação que aqui eu citei com o Governo Federal e o Congresso e com o próprio mercado, de maneira independente, mas também de forma conectada com as políticas públicas que melhorem a qualidade de vida do nosso povo e da nossa gente.

    É fundamental que o Banco Central e esta Casa, os Poderes constitucionais caminhem juntos para promover o crescimento e o desenvolvimento do nosso querido Brasil, criando mais oportunidades para o setor produtivo e melhorando a vida da população.

    Há uma série de desafios pela frente: taxa básica de juros, crédito, endividamento da população e a situação fiscal, entre outros.

    Felizmente, os indicadores de crescimento são bons: o desemprego está caindo; o PIB está crescendo; novas oportunidades de negócios estão surgindo; e programas sociais estão sendo implementados. Por óbvio, há muito ainda a ser feito. Eu sempre uso uma frase: podemos dizer que fizemos muito, mas temos muito ainda por fazer. O nosso povo sempre merece mais.

    Essa jornada não pode ser encarada como uma disputa entre situação e oposição; pelo contrário, estamos todos no mesmo barco, navegando no mesmo oceano, buscando um porto cada vez mais seguro para todo o povo brasileiro. O que precisamos é unir forças. O mais importante é a sintonia fina entre o Banco Central, o Governo Federal e o próprio Congresso, como também a sociedade no seu todo.

    Para isso, ele demonstrou lá que tem coragem de enfrentar os desafios, mas é um homem de diálogo. Respondeu no mais alto nível a todas as perguntas que lhe foram feitas, recebendo ali naquele Plenário – é claro que o voto é secreto – o carinho, eu diria, de praticamente todos os Senadores que estavam lá.

    Precisamos avançar com harmonia, com responsabilidade e com eficiência.

    Senhoras e senhores, Gabriel Galípolo foi Presidente do Banco Fator, de 2017 a 2021; é o atual Diretor de Política Monetária do Banco Central – já conhece bem a casa –; foi Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad; possui graduação e mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC); foi professor universitário, de 2006 a 2012. Iniciou sua carreira pública em 2007, chefiando a Assessoria Econômica da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo e atuando como Diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento.

    Especialistas o avaliam como um profissional ponderado, equilibrado, mediador entre as políticas fiscal e monetária e defensor do desenvolvimentismo com apoio estatal na industrialização, incluindo o financiamento da infraestrutura, saneamento, tecnologia de ponta, entre outros.

    Na fala que ele fez hoje pela manhã, tudo foi perguntado – e é o papel nosso de Senadores –, inclusive a questão da crise do meio ambiente: as chuvas no Sul, a seca no Norte e os chamados incêndios, ou fogos, que estão tomando conta de parte do país, inclusive Brasília. Ele falou, Senadores, com muita tranquilidade, respondendo com equilíbrio, naturalmente, sem fazer nenhum ataque a ninguém, que ele está à disposição de cada vez mais fazer o melhor para o povo brasileiro. Naturalmente, o voto é secreto. E claro que eu aqui estou pedindo o voto de todos, como fiz agora pela manhã. O Senador Chico Rodrigues foi na mesma linha.

    Senador Chico Rodrigues, eu vou terminar, mas eu queria, por uma questão de responsabilidade, eu diria, política, social e também de respeito àqueles que eu conheci durante esses meus 40 anos aqui no Senado.

    Faleceu um grande amigo de todos nós. Então, eu queria encaminhar à Mesa o seguinte voto de pesar.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Requeiro, nos termos do art. 218, II, 219, 221, I, do Regimento Interno do Senado Federal, inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador – meu amigo, meu amigo – Roberto Saturnino Braga, do Rio de Janeiro, acompanhado pelas seguintes homenagens – se V. Exa. entender possível, eu gostaria muito –: um minuto de silêncio e, naturalmente, a apresentação das condolências à família.

    Roberto Saturnino Braga faleceu no Rio de Janeiro, no dia 3 de outubro de 2024, aos 93 anos. Carioca e torcedor apaixonado do Botafogo, formou-se engenheiro civil pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, em 1954.

    Ao longo de sua trajetória política, exerceu os cargos de Vereador, Deputado Federal, Senador por oito anos, e Prefeito da Cidade Maravilhosa.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Além da sua atuação pública, também se destacou como escritor, com 23 livros publicados, entre contos, memórias e obras sobre história política.

    Saturnino Braga acreditava profundamente no valor da política, afirmando: "A política é a mais nobre das ocupações do ser humano, porque cuida dos destinos de toda a coletividade. Então, a meu juízo, é a ocupação [segundo ele, naturalmente] mais nobre. É claro que, muitas vezes acaba se transformando em algo muito [...] [duro, muito forte], mas a atividade em si, a política, é extremamente nobre. Nunca abriria mão dela depois que eu entrei".

    Aqui eu resumi, Sr. Presidente. Eu poderia me estender um pouquinho a mais até, falando dele. Ele era filho do ex-Deputado Federal Francisco Saturnino Braga...

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... e neto de Ramiro Saturnino Braga, também ex-Deputado Federal.

    Em reconhecimento à sua contribuição para a política e a sociedade, Saturnino Braga foi agraciada, em 1987, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Infante D. Henrique, de Portugal.

    Já em 2004, durante seu mandato como Senador, foi admitido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no grau de Grande-Oficial Especial da Ordem do Mérito Militar.

    Eu termino aqui, Presidente, porque o currículo dele é muito bonito e é longo.

    Se V. Exa. concordar com esse minuto, eu agradeço a tolerância do Senador Girão, que também está com compromisso e me cedeu este espaço. Se V. Exa. concordar com esse minuto, eu me sentiria gratificado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2024 - Página 15