Discurso durante a 142ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato das intervenções médicas a que S. Exa. foi submetido para tratamento de seu joelho.

Ponderação sobre os resultados obtidos pelo PL no primeiro turno das eleições municipais de 2024, no âmbito do Estado do Espírito Santo.

Censura contra Ministros do STF devido à sua atuação supostamente abusiva e cobrança ao Presidente do Senado Federal de uma resposta institucional.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política:
  • Relato das intervenções médicas a que S. Exa. foi submetido para tratamento de seu joelho.
Eleições e Partidos Políticos:
  • Ponderação sobre os resultados obtidos pelo PL no primeiro turno das eleições municipais de 2024, no âmbito do Estado do Espírito Santo.
Atuação do Judiciário:
  • Censura contra Ministros do STF devido à sua atuação supostamente abusiva e cobrança ao Presidente do Senado Federal de uma resposta institucional.
Publicação
Publicação no DSF de 15/10/2024 - Página 15
Assuntos
Outros > Atividade Política
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Indexação
  • COMENTARIO, CIRURGIA, CANCER, TRATAMENTO DE SAUDE, ORTOPEDIA, FISIOTERAPIA, RECUPERAÇÃO, CAPACIDADE, LOCOMOÇÃO, SIMULTANEIDADE, PARTICIPAÇÃO, CAMPANHA ELEITORAL.
  • ANALISE, ELEIÇÕES, ELEIÇÃO MUNICIPAL, PARTIDO POLITICO, CANDIDATO, PARTIDO LIBERAL (PL), CARGO ELETIVO, PREFEITO, VICE-PREFEITO, VEREADOR, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, AUTORIA, LUIS ROBERTO BARROSO, DIAS TOFFOLI, MINISTRO, IMPROPRIEDADE, QUALIFICAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), AUTO SUFICIENCIA, REPRESENTAÇÃO POLITICA, DEMOCRACIA.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente Confúcio, Senador Mecias, que acabou de se pronunciar, eu estou muito feliz, agradecendo a Deus, ao meu Deus, por adversidades vencidas na minha vida.

    O Brasil inteiro sabe que eu sou lesionado de medula. V. Exa. é médico. E, 23 anos atrás, eu sofri uma cirurgia para tirar um tumor dentro da medula. E assistido por um ortopedista, uma cirurgia longa, em que a minha família, esposa, filhos estavam dentro do centro cirúrgico, porque os médicos temiam pela minha paralisia e queriam que a minha família visse e autorizasse. Não foi simplesmente, "olha, tem um problema, se vocês autorizarem", não.

    Não sei, acho que V. Exa. era Governador na época da CPI do Narcotráfico, quando eu fui Presidente daquela Comissão. E ao final daquela Comissão é que eu senti que eu estava perdendo a sensibilidade dos pés, sentindo muitas dores nos joelhos, e eu fui ao médico, um ortopedista.

    Naquela época, a Câmara – não sei se V. Exa. foi Deputado Federal – tinha um serviço médico de verdade, como o Senado também tinha. Inexplicavelmente, essas coisas foram acabando, com projetos de reformulação, de não sei o quê e de não sei o quê, que ninguém nunca viu – eu nunca vi. Houve aqui – o meu lance é que, quando eu tenho conhecimento das coisas, eu dou nome, mas eu não vou dar nome, não – uma reformulação. O serviço médico era tão importante, o que tinha aqui no Senado, que não tinha nem necessidade de se ter plano de saúde, de tão eficiente que era, como na Câmara, naquela ocasião.

    Eu fui lá, Senador Confúcio, e ele realmente falou: "Vamos ver seu joelho, vamos ver tudo onde você está sentindo dor". E eu... Ele me mandou, e eu fui, aqui em Brasília, a uma clínica de radiologia. Passei o dia inteiro fazendo exames nos joelhos e depois fizeram um contraste. A médica me comunicou que tinha que fazer um contraste – ia ligar para meu médico. Ligou para ele, ele autorizou, ela fez, e, no final, ela falou: "Quem vai dar o resultado para o senhor é o seu médico. Eu não posso falar nada". Mas eu também não tinha perguntado nada. Ela disse: "Eu só estou falando isso, porque eu admiro muito o senhor, vejo o senhor na televisão, e a minha mãe reza muito pelo senhor." – porque era a CPI do narcotráfico, perigosa. Eu agradeci aquilo tudo e fui tranquilo.

    Cheguei ao médico, e o médico disse: "Eu não quero nem olhar as imagens do seu joelho: pela primeira que eu abri aqui, você está com um tumor na medula. Então, esquece que tem joelho, nós vamos atrás disso agora." E eu fui operado, "cirurgiado" pela equipe do Dr. Paulo Saide. Aliás, eu só estou contando essa história – nem vim para falar disso –, porque eu subi a escada. Tem muito tempo que eu estou andando de carrinho e andando de muleta, por conta da cirurgia, e eu passei muito tempo para ficar em pé. Saí de lá paralítico, passei mais ou menos um ano de fisioterapia intensa, sem andar. Meu fisioterapeuta foi o Dr. Márcio aqui... Foi o Filé, conhecido no mundo inteiro, que colocou o Ronaldo em pé para jogar a Copa, e o Bruno, que era assessor do Filé, eu acho que agora ele está no PSV da Holanda, como fisioterapeuta. Esses brasileiros me ajudaram a ficar em pé. Foi muito intenso, eram muitas horas por dia, e meus joelhos, que já eram ruins...

    Faz 23 anos e chegou a um ponto em que eu estava em Fortaleza, há seis para sete meses, com o Presidente Jair Bolsonaro, num estádio, no lançamento do André Fernandes – que, aliás, está no segundo turno lá em Fortaleza; eu quero cumprimentá-lo e devo estar lá com ele também.

    Eu estava com uma dor assim extrema – extrema, extrema, extrema –, porque o meu joelho tinha acabado de arrebentar e estava dando osso com osso, osso com osso. E eu já tinha uma dor, Senador – que é médico –, que era um espasmo neurológico que ficou, da minha medula, em cima, exatamente, do joelho. Então, é uma dor que me acompanha 24 horas por dia há vinte e tantos anos. Eu sublimei a dor pelo direito de andar. Eu sublimei porque Deus me colocou de pé. E eu fui para as artes marciais, fui para o boxe, para fortalecer a minha lombar, sentado, sem ter condição. Até acabei de ter um telefonema agora com o Popó, porque a academia da minha instituição de drogados quem montou foi o Popó, quem fez foi o Popó. E ele começou a me ajudar, na época. Eu sentado, fazendo manopla sentado e tal. Depois, eu fiquei de pé. Eu falei, depois que fiquei de pé: "Tem três dias que estou sem muleta". Ele: "Está sem muleta?". Eu: "Estou sem muleta e estou querendo fazer uma manopla. Eu quero fazer minha primeira manopla, no ringue, contigo", com o Popó, que tem uma história comigo, não é? Eu falei: "Agora eu tenho um joelho de Wolverine, eu tenho um joelho de titânio".

    E ali, naquela madrugada, eu, com tanta dor no hotel, tanta dor, tanta dor, tanta dor... Assim, todo mundo sabe que onde o Presidente Bolsonaro está é muita multidão. Mas estava o Presidente Bolsonaro, estava o Nikolas, estava o André, estava Marcos Rogério e estava eu, mas eu não estava aguentando de dor. Só que eles saíram tão rápido – e eu com dificuldade de andar – que eu acabei ficando sozinho, apertado no meio da multidão, sem saber para onde ir. Acabou que um cidadão lá me deu uma carona, acabou me levando, ficou comigo. E eu sentia tanta dor, Senador, que não era dor para Tandrilax resolver – porque o Tandrilax sempre andou no meu bolso e eu nunca parei de treinar e tal. Depois daquilo tudo, eu fiquei em pé. Eu sabia que gostava, mas não sabia que tinha talento para o boxe e tal. Fui para o jiu-jítsu, fui para uma série de coisas com esse meu passivo do lado direito. V. Exa. percebe – e todo mundo que me conhece – que, quando eu ando, eu jogo o lado direito, porque é com o quadril, andando com o quadril, não com a articulação. E fiquei sem movimento no pé direito.

    Pois bem, agora eu não tinha mais jeito. E veio à minha cabeça Ronaldo Caiado, que é médico ortopedista, amigo nosso. De madrugada não tinha chance também, e 1h30 da manhã eu liguei. Estou comendo o meu tempo contando uma história que eu não me preparei para vir contar. Eu fiquei tão feliz porque eu subi a escada aqui. Já há algum tempo estou ali no carrinho, fico ali sentado no carrinho. E fiquei tão feliz que acabei contando a história... E o Ronaldo Caiado falou assim, ele atendeu: "Alô". Eu: "Ô Ronaldo, sou eu". Ele: "Fala, bicho". Falei: "Cara, eu estou morrendo de dor, aconteceu isso com o meu joelho". Ele: "Não saia da cama aí, vou mandar a receita; tome Tylex, mas não saia da cama". E eu: "Beleza, mas como é que eu vou comprar o remédio agora?" – já estava dando 2h30 da manhã.

    Liguei para o André Fernandes. Como é que eu vou acordar um cara cansado do lançamento de uma campanha, esgotado já? – apesar de ser um menino novo, mas esgotado. Aí liguei, e, graças a Deus, na segunda tocada ele atendeu. Falei: "Olha, vou mandar uma receita aí, dá um jeito, saia e compre Tylex para mim. Aconteceu isso e isso comigo". E eu vim. O Ronaldo falou: "Amanhã você vai para São Paulo. Já liguei para São Paulo, está tudo certo, você vai ser operado". Mas, na terça, era aquela votação das drogas, contra a legalização das drogas aqui. Eu falei: "Mas não posso, eu tenho que estar, essa é uma luta de vida minha". E fiquei, com o Tylex. Sentei-me no carrinho ali e tal. E teve dois turnos, votamos o primeiro e tinha o segundo, não é? Eu, precisando ir embora, fiz o apelo ao Presidente. Nós atropelamos o interstício. Aí o Plenário aprovou. Votamos o segundo turno, Tiago, senhoras e senhores que estão aqui – sejam bem-vindos! –, e nós votamos o segundo turno, e eu fui ser operado.

    E aí a cirurgia foi outro parto, porque, para o cara que tem uma lesão de medula, é preciso saber se ele pode tomar anestesia geral ou não, aquela coisa toda. E eu não podia. Então, eu fui sedado para tirar o meu joelho ruim, que foi serrado, para colocar outro no lugar. Só que eu senti muita dor e tomei muita morfina, morfina, morfina. O que evitaram de fazer na anestesia se reverteu dentro do meu organismo, e eu fiquei na UTI 16 dias ou 18 dias. E, depois, mais, no quarto, no quarto, no quarto... Enfim, o quadro ficou muito pesado. Eu fiquei em pé 24 horas depois, e aquilo depois inchou muito, tal, tal.

    Eu sei que venho fazendo muita fisioterapia para fortalecer a massa muscular das pernas e tal, para segurar a prótese. E não é uma prótese que é colocada ali: realmente é um joelho de titânio que está aqui dentro, no outro que já se foi, e estou bem, graças a Deus! Tem três dias que deixei a muleta e pude hoje não mais discursar sentado ali, mas subir à tribuna, com um médico sentado aí, e contar essa história para o Brasil. Até porque as pessoas não entendem, ou entendem e sabem do meu problema.

    Eu me lembro de que na CPMI, agora, do dia 8, os petistas, e eram eles mesmos, assim, de mau caráter... Porque há pessoas de bom caráter, não importa o partido em que elas estejam. Caráter é uma coisa que não tem nada a ver com assinar uma ficha, não é? Eles postavam coisas lá, dizendo que eu estava bêbado – bêbado –, pelo meu jeito de andar. Mas o meu Deus me colocou em pé.

    Eu sei que, no processo eleitoral, tive que estar com quem sempre esteve comigo, mesmo "cirurgiado", em cima de uma caminhonete, botavam uma cadeira. Eu me sentava ou ficava em pé quando tinha que falar, andando debaixo do sol. Mas eu fui. Sabe por que eu fui, Senador Confúcio? Porque a Bíblia diz que nós não devemos desprezar os dias dos pequenos começos. Se eu estou aqui é por conta dos primeiros começos, daquelas pessoas que nunca deixaram de acreditar em mim, e, na hora de mais necessidade delas, em que elas se expuseram, também a convite meu, mesmo sentindo dor, o desejo de servir era muito maior do que a minha dor. E hoje eu estou de pé aqui. E, se você me perguntar: "Está com dor?". Tenho dor, sim, é claro que eu tenho, mas estou de pé – dou graças a Deus – aqui na tribuna do Senado.

    Gostaria de apresentar o Tiago, que é Prefeito em São Gabriel da Palha, jovem, foi reeleito lá no meu estado. Lá eu tracei um plano para o Espírito Santo. Todo mundo pode ter suas estratégias e muitas vezes as pessoas querem a estratégia delas para você e querem que você faça uma adesão à estratégia delas. Não têm disposição para aderirem à sua estratégia, mas não admitem que alguém possa ter estratégia. Todos podemos ter estratégia; e a vida é estratégia. Você tem que ter estratégia na vida. E a estratégia pressupõe verdade, pressupõe princípios, pressupõe posição.

    E, lá no meu estado, eu tomei uma posição no meu partido. Quando eles disseram: "Nosso partido não vai coligar com ninguém da esquerda", eu... A minha posição, o meu entendimento no meu estado, foi que o meu partido ia disputar eleição sem coligar com ninguém; o meu entendimento. Foi difícil para as pessoas entenderem, até para quem estava no nosso partido, no PL: "Nossa, como é que não vai coligar? Não tem a menor condição e tal".

    O meu projeto, o meu entendimento, é fazer uma plantação. Eu estou querendo arar uma terra, eu quero colocar semente, e a árvore não nasce da noite para o dia. Eu não quero tirar uma árvore velha de um lugar e tentar colocar essa árvore velha num outro lugar, porque as raízes não vão firmar. Eu quero fazer uma plantação, eu quero levantar uma geração.

    Parece que a palavra doutrinação ficou, assim, meio criminalizada; fica parecendo que doutrinação é coisa da esquerda. Não, não, não... Na escola bíblica dominical – eu sou evangélico –, o que é que nós fazemos, a não ser doutrinar a Bíblia? Catequese é doutrinação na Igreja Católica. Aí, ficou parecendo que doutrinação é só coisa ideológica. Não, não... Eu quero formar uma geração dentro dessa crença, daquilo que eu acredito.

    E nós elegemos cinco Prefeitos. Um deles é o Tiago, que aí está, que foi para a reeleição. Um jovem de um grande futuro, Prefeito de uma cidade onde tem o café mais importante do Brasil, que é o conilon; tem a grande cooperativa chamada Cooabriel, conhecida no Brasil inteiro, com um povo amável. Elegemos o Edu do Restaurante, em Domingos Martins; o Dr. Pancoti, em Ibatiba; o Ronan Fisioterapeuta, em Santa Maria; e o Camarão, em Muqui. Não tínhamos nenhum Prefeito; não tínhamos nenhum. E a velha mídia correu para escrever, para dizer que o grande perdedor das eleições foi o PL. Mas o PT não fez uma prefeitura, e o grande perdedor foi o PL?

    Elegemos os Vice-Prefeitos, é claro, e elegemos 57 Vereadores com esse entendimento, com essa visão. E a esses Vereadores, a esses Prefeitos, Vice-Prefeitos, eu quero cumprimentar por terem acreditado. Alguns também nem acreditavam, foram mais ou menos porque estavam filiados ali e tinham liderança. Mas as pessoas que creem no que cremos, que pregam o que nós pregamos... O que nós não podemos é ser contraditórios dentro de um processo político. E eu não vou ser contraditório naquilo que preguei, naquilo que prego, naquilo que acredito.

    E, quando a gente faz isso, a gente acredita que, mesmo estando só, nós estamos cercados. Porque podíamos ter tudo ao nosso lado e não ter nada, que a pior sensação de quem acha que ganhou é não levar. Quando alguém junta 15 partidos e ganha uma eleição de Prefeito, e não sabe que daqui a seis meses... Ore muito, viu, Tiago, porque, daqui a seis meses, o cara que se elege Prefeito se arrepende de ter nascido, porque ele entra achando que o buraco é muito grande, mas é muito pior do que ele imaginava.

    E aquele que perde, quando é odioso, deixa um monte de armadilha, não é, meu Presidente? Deixa um monte de armadilha ali, não é? Faz um monte de nomeação para depois dizer ao povo que você tirou o emprego das pessoas, onde a folha não comporta.

    Bom, assim, eu já estou acabando com o meu tempo, falando o que eu não me preparei para falar, porque hoje eu vim aqui para ficar estarrecido com duas coisas.

    Primeiro, a declaração do Ministro Barroso. Barroso fez uma declaração dizendo que, em time que ganha, não se mexe – se referindo ao Supremo.

    Eles se acham, eles são suficientes, eles têm a autossuficiência, não têm necessidade de Senado, não têm necessidade de Câmara de Deputados. Isto aqui tem valor zero para o Ministro...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Já que eu não me preparei para falar tanto como eu falei... Posso? (Pausa.)

    Eles se bastam, eles são os deuses do Olimpo.

    Sr. Barroso, estou me dirigindo ao senhor, Presidente do Supremo Tribunal Federal: esqueça essa história de se sentir semideus, que você não é. Sr. Barroso, o senhor foi sabatinado nesta Casa aqui, e sabatinado por quem veio pelos braços do povo, porque ninguém vira Senador, porque alguém o nomeou; ou porque o mandato é um CC5, que alguém dá para alguém que ele gosta, e vira Senador. Já teve Senador biônico, hoje não tem mais.

    Um dia desses, o Toffoli fez uma declaração dizendo que eles tiveram mais de 100 milhões de votos, por isso eles podem tudo – 100 milhões de votos de um povo que elegeu Câmara, elegeu Senado. E eles, por indicação de um Presidente que se elegeu pelo voto, é como se trouxessem os votos.

    Eu estou aqui por causa desses votos. Nunca foram seus, e, em alguns casos, é coisa de arrumação.

    Olhe a indicação dele: indicado pelo Lula, não teve nenhum problema, porque isso é discricionário do Presidente da República, está na Constituição, ele indica quem ele quiser, ponto. Assessor de Zé Dirceu, o homem da CGU...

    Agora, essa CGU também, vou te falar, viu? Mas produz ministro do Supremo demais, não é? Já tem uns quatro ou três que vieram de lá, estão preparando outro. Estão preparando outro...

    E aí, o Toffoli... Os bandidos da Lava Jato, que foram pegos, fizeram acordo de leniência, falaram dos milhões roubados. Assessor da Petrobras devolvendo R$300 milhões, o cara de terceiro escalão, vem roubando desde quando? Todos estão perdoados, ninguém cometeu o crime... E agora o Toffoli perdoa a OAS, a OAS, a OAS...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – V. Exa. me perdoe, e me dê mais um tiquinho aí.

    A OAS o Toffoli perdoou, o acordo de leniência... O dono da OAS, aquele que deu o tríplex para o Lula... Porque, na delação dele, ele toca no nome do Toffoli. E, agora, o mais impressionante é que a banca de advogados que advogou para a OAS – e o Toffoli anulou os crimes – é a banca da esposa dele. Mamãe, me acode!

    Eles tomaram a decisão de que eles não precisam se julgar impedidos, quando vier um processo que seja de alguém consanguíneo. Que mundo é esse?

    Como eu vou me defender, meu Presidente? Você vai se defender como? Nós temos que contratar uma banca dessas, se precisar, porque de outro jeito não tem jeito. Não há ordenamento jurídico; o ordenamento jurídico foi para a cucuia! Não há Constituição, e nós somos chamados de antidemocráticos.

    E agora a Câmara, semana passada, votou e tomou a decisão, na CCJ, de aprovar o que nós aprovamos aqui, de acabar com a decisão monocrática de ministros; colocou em pauta a anistia dos presos do dia 8 e colocou também a redução da interferência do Supremo Tribunal nestas duas Casas, e eles já reagiram. Por isso, o discurso de Barroso: "Nós nos bastamos; em time que está ganhando não se mexe". Eles estão ganhando.

    Digam-me: para que esse elefantão aqui? Nós ganhamos mais de 30 contos por mês, um salário altíssimo, fora tudo, sustentar isso aqui, manter isso aqui, aquela Casa, porque não vale nada.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – O Supremo faz tudo! Eles podem tudo! Eu sou antidemocrático; Barroso é democrático. "Perdeu, mané". Eu sou antidemocrático. "Ah, sem o Supremo não teria Lula". Eu sou antidemocrático; Gilmar é democrático.

    O Presidente do Supremo hoje é o antigo advogado de Cesare Battisti, um terrorista; e hoje ele chama as pessoas do dia 8 de terroristas? Que entendimento é esse? O todo-poderoso Alexandre de Moraes.

    Essa semana teve um vídeo rolando de uma menina – e eu comentei. Ela chorando e dizendo: "Alexandre, solte meu papai; solte meu vovô, Alexandre, assim Deus vai gostar de você". Minha filha, esquece. Isso é um desalmado. Essa desgraça não tem alma. Aquilo ali é só uma carcaça, Senador Confúcio; dentro deve ter um demônio de alta patente; não tem alma, não tem sentimento...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... não há choro, não há sofrimento que os movam (Fora do microfone.) porque eles se bastam – eles se bastam. Em time que está ganhando não se mexe; realmente, se a perspectiva desse time era fazer o mal, dizendo ser democrático, era prender pessoas, dizendo que elas são terroristas, e era inocentar terrorista, inocentar ladrão de dinheiro público, que roubou dinheiro público, que foi arrolado com nome e apelido na lista da Odebrecht...

    Ora, o povo do Espírito Santo, que me elegeu, não elegeu um covarde; eu nasci desmamado. Alexandre de Moraes, tirano, tirano sanguinário. "Ah, a Marielle ainda está viva; Clezão vive". Morreram nas vísceras do Estado.

    O que esta Casa fará, Sr. Presidente? Eu quero repetir este discurso amanhã, perguntando ao Presidente Pacheco, não a V. Exa. V. Exa. está sentado aí, é Senador. Não tem Senadores, aqui, da Mesa, V. Exa. assume. Assume um para o povo entender como isso funciona.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Eu quero amanhã me dirigir ao Presidente Pacheco! Porque eu não vou conversar em gabinete, vou conversar nada, não adianta, porque o Presidente desta Casa tem medo do Supremo! Ou tem medo do Supremo ou faz parte dessa cooperativa! Eu quero olhar para ele amanhã e dizer que há uma declaração dele nos jornais de que não dará prosseguimento ao que foi votado na Câmara, fazendo contenção às decisões do Supremo contra essas duas Casas, que ele não vai dar prosseguimento...

    Vem cá, você não vai dar, por quê?! Isso aí eu quero saber! Pelo menos, tem 15 aqui de oposição... Eu não sei se tem 15, não... Isso também o sujeito tem que falar, eu também nem sei.

    Ou o senhor já se reuniu com aqueles que o apoiam, que acreditam que também têm um verdadeiro amor pelo Supremo, que amam o Supremo, tomam uísque juntos, não é?

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Fora do microfone.) – Fazem festa juntos... O senhor conversou com eles? O senhor conversou com eles?

    Dois minutos e eu vou encerrar, Presidente...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – O senhor conversou com eles?!

    Mas, se o senhor estiver gostando do meu discurso, me dê mais cinco que eu vou... (Risos.)

    O SR. PRESIDENTE (Confúcio Moura. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – Mais dois minutinhos, está bom? Já foram sete ou oito. (Risos.)

    Está bem. Fique à vontade.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Confúcio Moura. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – Pode tocar.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Tomou uísque com eles?!

    Não sei nem se V. Exa. bebe. Se bebe, pare, porque não pode beber.

    Mas V. Exa. diz: "Não darei prosseguimento..." Pacheco! Você não falou nada comigo. Você não telefonou para mim. Pacheco! Eu sou alguma coisa nesta Casa. Eu fui eleito pelo povo do Espírito Santo. São 81. Eu sou um dos 80.

    Ele perguntou para V. Exa.? (Pausa.)

    Não perguntou para V. Exa.!

    Já perguntei para outros. Não combinou comigo! A declaração não do homem aqui. Em nome de quem? Ele também se basta? Ele se basta, é?! Ele combinou isso com o Supremo: "Eu não darei prosseguimento"?! Não é assim não, doutor! Não é assim, não! Não está tratando com moleque! Não está tratando com gente desavisada! São Senadores da República!

    Agora, o povo do dia 8... São terroristas... 17 anos, 15 anos, 14 anos... Não importa. Não importa. Gente, o mal nunca venceu o bem. Tem hora que, assim, não quer falar em limite? Que limite? Não existe limite. Mas uma hora isso precisa acabar.

    Em parte do discurso de V. Exa. que eu ouvi aqui, V. Exa. falava: "Olha, tem coisa que não dá, que não dá para engolir, que não dá para engolir..." V. Exa. disse que V. Exa. é de centro. Parabéns! V. Exa. tem posição. V. Exa. tem posição, e eu também tenho. Agora, pelas minhas posições, eu sou chamado, por Alexandre de Moraes, de extrema esquerda.

    Ele é o maior conservador, ele é o homem que conserva, ele é o homem que guarda a Constituição. Ele é o maior democrata do Brasil – Alexandre de Moraes –, ele é o homem mais sensível...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Fora do microfone.) – Se não fosse ele, o Brasil já tinha acabado... Se não fosse Alexandre de Moraes, o Brasil já tinha acabado...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Já encerro, Presidente.

    Se não fosse ele, o Brasil já tinha acabado...

    Aí, Gilmar diz: "Alguns agentes políticos que estão por aí não estariam sem o Supremo". Caramba, isso é assinar recibo, não é? Sem o Supremo, não teria Lula! O recibo.

    Eu acho que é por isso que aonde Lula vai não dá ninguém. Ninguém aparece. Eu acho que é por isso.

    Mas eu acho que, se as urnas tivessem pernas para andar, lotavam qualquer lugar, lotavam qualquer lugar. Ah, mas cometeu um crime!

    "Olha, Magno Malta, ontem, na segunda-feira, falou mal das urnas..." Vou falar direto! Se vocês inventarem forca, se vocês inventarem pena de morte, eu vou enfrentar vocês até o final. O Brasil não pode perecer na mão de um tirano feito o Alexandre de Moraes e com a conivência dos seus pares – não é ele sozinho.

(Interrupção do som.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/10/2024 - Página 15