Discurso durante a 141ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a relação entre os indicadores econômicos e sociais de Santa Catarina e a hegemonia política no Estado de partidos de direita e centro-direita.

Críticas à política externa do Governo Lula.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento, Eleições e Partidos Políticos, Partidos Políticos:
  • Considerações sobre a relação entre os indicadores econômicos e sociais de Santa Catarina e a hegemonia política no Estado de partidos de direita e centro-direita.
Governo Federal, Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública:
  • Críticas à política externa do Governo Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2024 - Página 30
Assuntos
Economia e Desenvolvimento
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Jurídico > Direito Eleitoral > Partidos Políticos
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, INDICE, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, ECONOMIA, REFERENCIA, HEGEMONIA, PARTIDO POLITICO, FRENTE LIBERAL, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
  • PREOCUPAÇÃO, POLITICA EXTERNA, REPUBLICA FEDERATIVA, BRASIL, GOVERNO FEDERAL, DIPLOMACIA, SERVIÇO DIPLOMATICO, ITAMARATI (MRE), APROXIMAÇÃO, GOVERNO, DITADURA, AUTORITARISMO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, IRÃ, CUBA, NICARAGUA, ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR, HAMAS.

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente Chico Rodrigues, Senador Plínio Valério, Senadora Zenaide, Marcos Rogério, Sras. e Srs. Senadores, primeiramente eu quero parabenizar os pronunciamentos aqui do Senador Girão sobre as bets. Inclusive, hoje eu ia falar um pouco sobre isso, mas me sinto totalmente contemplado. Também quero parabenizar o Senador Plínio e o Senador Lucas Barreto pelas graves denúncias que estão ocorrendo no nosso país sobre este Governo de ecologia hipócrita, que não pensa nas pessoas, não pensa no Estado brasileiro e privilegia Estados estrangeiros para condenar o Brasil à estagnação, condenar o Brasil a não utilizar as suas potencialidades naturais, o que Papai do Céu nos deu aqui na nossa costa, nos deu nas nossas terras, nos deu de minério. Que piada de mau gosto! Importamos fertilizantes do Canadá, e tem tudo dentro da Amazônia Legal para alimentar o agro, que é o maior orgulho da nossa economia.

    Sr. Presidente, eu vim aqui falar hoje de dois temas. Primeiro, eu ouvi aqui alguns Senadores falando das eleições em seus estados, e, antes de falar das eleições no Estado de Santa Catarina, eu queria trazer alguns números para o Brasil, brasileiros e brasileiras que nos acompanham pelos canais oficiais do Senado Federal.

    O Estado de Santa Catarina é o líder de exportação em proteína animal.

    O Estado de Santa Catarina é o melhor estado para fazer turismo – são dados oficiais, tá?

    É o estado mais seguro do Brasil. O Brasil inteiro sofre hoje com insegurança, com marginalidade. Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil.

    É a melhor taxa de escolarização de crianças e adolescentes do Brasil – dados oficiais também.

    A maior expectativa de vida do brasileiro é a do catarinense, está no top 3 de Índice de Desenvolvimento Humano.

    Está com a maior taxa de empregos formais proporcional à sua população.

    E vou parar por aqui para não me estender, para não achar que eu sou exibido: o menor número de bolsas família no Brasil é no Estado de Santa Catarina.

    Sabe por que isso, Plínio Valério? Sabe por que isso, Chico Rodrigues? Porque o meu Estado de Santa Catarina, senhoras e senhores brasileiros, nunca foi administrado pela esquerda. Nunca! No máximo centro ou centro-direita. Por isso, Santa Catarina hoje exibe números maravilhosos, validando essa posição de um estado conservador de direita, um estado consciente em quem vota para seus representantes.

    Os partidos de esquerda, especialmente o Partido dos Trabalhadores, pularam de 11 prefeituras... Nós temos 295 municípios, pessoal, 295. Dos 295, em 2020, Senador Chico Rodrigues, eles ganharam 11 prefeituras.

    Caíram agora 40% e estão com apenas sete. E o partido do Presidente Bolsonaro, partido de direita, de Deus, Pátria, Família e Liberdade, pulou de 28 prefeituras para 90, sem contar as coligações e as chapas em que nós concorremos a Vice.

    Parabéns, Santa Catarina! É por isso que nós somos grandes, porque nós não votamos no PT, nós não votamos na esquerda, nós não votamos errado.

    Parabéns, Santa Catarina!

    Vou falar agora também, Sr. Presidente e Senador Plínio Valério, que hoje eu quero aproveitar esta tribuna para expressar minha profunda preocupação com os rumos da política externa do Brasil no atual desgoverno.

    Nos últimos meses, assistimos ao Brasil, Senador Plínio Valério, se aproximar de regimes autoritários como Irã, Venezuela, Cuba, Nicarágua, enquanto hesitamos em condenar atrocidades e ações antidemocráticas ao redor do mundo.

    A ausência de uma posição clara frente aos ataques terroristas do Hamas, que agora no dia 7 fez um ano, contra Israel, é um exemplo gritante dessa postura lamentável da nossa chancelaria. É uma vergonha de chancelaria, deixo registrado.

    A dubiedade com a qual nossa diplomacia se comporta, no caso, frequentemente resulta em uma posição prática de que Israel não possui o direito de se defender. Se o Hamas abandonasse as armas, haveria paz do Oriente Médio, e se Israel abandonasse as armas, hoje Israel não existiria, já teria sumido do mapa.

    Se quisesse, Israel poderia destruir Gaza e toda a Palestina em poucas horas, com seu poderio bélico. Se pudessem, o Hamas, o Hezbollah, os Houthis e o Irã já teriam matado 10 milhões de israelenses em segundos. Aliás, só não o fizeram porque enviam milhares de foguetes anualmente, mas Israel gasta grande parte do seu orçamento do Estado com equipamentos de defesa, não é de ataque, como os escudos antimísseis.

    Como é possível, pergunto às senhoras e aos senhores, que o Brasil, um país que sempre defendeu valores democráticos e direitos humanos, hesite em condenar um ato de terror dessa magnitude? Nossa tradição de diálogo, de pacificadores e de mediação internacional está sendo manchada pela omissão em um alinhamento perigoso com grupos que abertamente desrespeitam as liberdades fundamentais.

    Membros do Irã, Senador Flávio Azevedo, são recebidos com honras no Brasil. O Vice-Presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, estava participando de um evento cheio de terroristas, um do lado do outro, cumprimentando, abraçando... Inclusive, um dos terroristas morreu dias depois. Terroristas, considerados terroristas por várias nações do mundo. E o nosso Vice-Presidente lá, batendo palma para essa cambada de criminoso e juntos... Olha a sinalização de onde o Brasil está se situando, de quem o Brasil é amigo e aliado.

    E a aproximação com a Venezuela é outro ponto de extrema preocupação. Vimos o Governo brasileiro, Senador Plínio, e seu partido parabenizarem uma eleição marcada por violência e fraude, enquanto a oposição, Sr. Presidente, foi brutalmente reprimida e excluída do processo eleitoral. É o reconhecimento de um regime ditatorial que causa sofrimento ao seu povo!

    É inadmissível para o Brasil seguir esse caminho! Lula cala-se sobre o resultado do pleito, diferentemente das maiores democracias do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e o próprio Israel, que não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro, esse ditador sanguinário e assassino.

    Não podemos nos esquecer da Rússia, pessoal. Desde 2022, mantém uma guerra devastadora ao invadir o território soberano da Ucrânia, e o Brasil tem adotado, mais uma vez, uma péssima postura, sem criticar a violação da soberania e a destruição causada por essa grave agressão.

    Essa aproximação com regimes autoritários vai na contramão da nossa tradição de defesa, paz e direitos humanos.

    Ontem, assistimos estarrecidos ao discurso do Sr. Ministro da Defesa falando abertamente que posições ideológicas do Governo de ocasião estão impactando as defesas do Brasil. Não conseguimos comprar blindados de Israel nem vender munições para a Alemanha, duas nações ocidentais com as quais o Brasil possui relação de amizade e comunhão cultural, espiritual e de sangue há décadas!

    Antes de 2022, o Brasil estava firmemente ao lado das grandes democracias, como Estados Unidos e Israel, e na luta pela liberdade, pelo Estado de direito, pelo respeito à autodeterminação dos povos.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – No entanto, hoje, o que vemos, Sr. Presidente, é um país que fecha os olhos para o abuso, celebra eleições fraudulentas e se recusa a criticar com clareza os regimes que cometem graves violações de direitos.

    Há anos, o Brasil é signatário de várias convenções internacionais contra o terrorismo, mas infelizmente o Governo de plantão apoia ditadores e terroristas à luz do dia. Faço um alerta: o Brasil está do lado errado da história sob o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva! Estamos nos distanciando das grandes democracias mundiais e nos aliando a regimes que não respeitam liberdades que tanto prezamos. O Ministério das Relações Exteriores, que outrora foi um símbolo da nossa diplomacia, hoje se transformou em um ministério ideológico que se omite e se posiciona de forma ambígua diante de questões globalmente fundamentais.

    Finalizando, Sr. Presidente...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Nós, que acreditamos na liberdade, na democracia, no combate ao terrorismo e no respeito aos direitos humanos não podemos nos calar, precisamos exigir do atual Governo, especialmente do Ministério de Relações Exteriores, uma política externa que esteja à altura dos valores que o Brasil sempre defendeu no cenário internacional: democracia e liberdade.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2024 - Página 30