Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração dos 40 anos dos Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Fundação Certi), organização sem fins lucrativos, que promove pesquisa e desenvolvimento no Estado de Santa Catarina.

Críticas à suposta omissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na proteção ao Palácio do Planalto, durante os atos de 8 de janeiro de 2023, segundo matéria do Correio Braziliense.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Ciência, Tecnologia e Informática, Homenagem:
  • Celebração dos 40 anos dos Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Fundação Certi), organização sem fins lucrativos, que promove pesquisa e desenvolvimento no Estado de Santa Catarina.
Administração Pública Direta, Atuação do Judiciário, Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, Direitos e Garantias:
  • Críticas à suposta omissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na proteção ao Palácio do Planalto, durante os atos de 8 de janeiro de 2023, segundo matéria do Correio Braziliense.
Publicação
Publicação no DSF de 31/10/2024 - Página 41
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Ciência, Tecnologia e Informática
Honorífico > Homenagem
Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Direta
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Jurídico > Direitos e Garantias
Indexação
  • CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, FLORIANOPOLIS (SC).
  • CRITICA, OMISSÃO, AUTORIDADE PUBLICA, DEPREDAÇÃO, PATRIMONIO PUBLICO, SEDE, LEGISLATIVO, EXECUTIVO, JUDICIARIO, JANEIRO, COMENTARIO, CONHECIMENTO, GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), SOLICITAÇÃO, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ALEXANDRE DE MORAES, PRESIDENTE, INQUERITO JUDICIAL, APURAÇÃO, CONDUTA.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu venho à tribuna para, em primeiro lugar, celebrar por antecipação os 40 anos da Fundação Certi, um centro de pesquisa e desenvolvimento privado em cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina.

    Eu tive o privilégio, Deus me deu esse privilégio, há 40 anos, no dia 31 de outubro de 1984, de participar de uma reunião em que o menos visionário era eu, mas certamente tive a graça de participar de uma reunião visionária. Tratava-se de um conceito institucional pioneiro que estava em discussão, de cooperação público-privada, tendo como propósito primeiro apoiar empresas no desenvolvimento de novos produtos e processos, com uso de tecnologias avançadas, em particular as de informática, tecnologia da informação e comunicação, missão essa hoje designada como sendo a estratégica palavra inovação.

    Eu gostaria, Presidente, de solicitar à taquigrafia que reproduzisse no meu pronunciamento o inteiro teor, que eu vou disponibilizar aos nossos serviços taquigráficos, para que fique presente essa trajetória, que amanhã completará 40 anos, também a participação da Fundação Certi em projetos de interesse nacional, como, por exemplo, o programa da qualidade e produtividade, plano nacional de metrologia, escola de novos empreendedores, centro tecnológico do polo industrial de Manaus, Laboratório-Fábrica LabElectron, cooperação Brasil-Alemanha para cooperação em inovação, elementos de terras-raras, InovAtiva, Programa Centelha, Jornada Amazônica e tantos outros.

    Quero, resumindo o pronunciamento, que eu peço que faça parte no seu inteiro teor, deste momento, quero dizer que a Fundação Certi hoje conjuga dez centros de referência em tecnologia inovadora, sendo duas fora de Florianópolis. E não é apenas uma entidade de apoio ao setor empresarial, mas, sim, uma organização capaz de assumir desafios nacionais para implementar e conduzir projetos nacionais de desenvolvimento tecnológico e inovadores.

    Tive ainda a graça de, na virada do século, novamente como Governador e tendo como Prefeita de Florianópolis Ângela Amin, dar a destinação mais nobre possível à área do que hoje é o Sapiens Parque.

    E, para celebrar este momento, eu faço este registro homenageando a todos aqueles visionários na pessoa do Prof. Carlos Schneider, que ainda hoje é a alma da Fundação Certi, de Santa Catarina.

    Feito este registro, eu gostaria ainda de aproveitar esta oportunidade, Presidente, para fazer alguns comentários sobre uma notícia que deve estar causando dúvidas a muitos de nós. Socorro-me aqui de matéria do Correio Braziliense de hoje que diz o seguinte: "[...] [Polícia Federal] aponta 'graves omissões' do GSI na proteção do Planalto no [...] [dia 8 de janeiro do ano passado]". E quero resumir aqui uma advertência, inclusive a quem preside este inquérito, que no caso é o Ministro Alexandre de Moraes. Ouso dizer aqui: não se deixe enganar!

    Eu tive a ventura de ser o primeiro cidadão investido de alguma autoridade que, no dia seguinte ao dia 8 de janeiro, no dia 9 de janeiro, então ocupando o cargo de Presidente da CCAI, enderecei um ofício ao GSI solicitando a cópia de todas as mensagens que tinham ocorrido no Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) a propósito do vandalismo do dia 8 de janeiro. No dia 20 de janeiro, eu recebi a resposta. Em resumo, no dia 6 de janeiro – 6 de janeiro –, às 19h40, todas as 48 agências do Exército, até o Senado Federal, até o Supremo Tribunal Federal e o TSE – 48 agências –, receberam a seguinte informação: há grande risco de invasão dos prédios do Congresso Nacional e outros prédios na Esplanada dos Ministérios – dia 6 de janeiro.

    No dia 7 de janeiro, às 19h11, o Ministro da Justiça, hoje Ministro do Supremo, Flávio Dino, assinou a Portaria nº 272 – às 19h11 do dia 7 –, autorizando a Força Nacional a "auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situados em Brasília, em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 8 e 9 de janeiro".

    Por que ele assinou essa portaria? Porque ele sabia. Ele sabia que ia acontecer o vandalismo do dia 8 de janeiro – uma portaria.

    O mesmo Ministério da Justiça perdeu as imagens – esta foi a resposta à CPMI –, e os 300 homens da Força Nacional sumiram do pátio do Ministério da Justiça e não foram empregados para defender as instituições brasileiras.

    Então, agora, quando se começa a debater a omissão que eu denunciei em janeiro do ano passado, eu quero alertar o Ministro Alexandre de Moraes para que ele não seja enganado e não permita que usem a sua caneta para acobertar a omissão gravosa, porque não é possível que isso seja apenas culposo. Isso é doloso porque, sabendo o que ia acontecer, não ter – e uso uma frase do próprio Ministro Alexandre de Moraes – chamado cem policiais do Bope para impedir aquele vandalismo, é uma gravíssima omissão, tão grave quanto foram graves os atos de vandalismo que foram perpetrados.

    A omissão – eu aprendi na faculdade de Direito, me formei há 50 anos – é tão grave quanto a ação quando dolosa e criminosa.

    E, para encurtar, eu quero repetir uma frase proferida pelo então Ministro do GSI, Gonçalves Dias, num diálogo com o então Diretor-Geral da Abin, às 8h56 da manhã de domingo.

(Soa a campainha.)

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – Ele dizia: "Vamos ter problemas". Ou seja, nada disso é inventado, isso é documentado, e eu creio que todos nós temos o dever e o direito de esperar que este inquérito seja concluído sem medo de conhecer a verdade.

    Muito obrigado, Presidente.

    Até porque a verdade, como reza a Bíblia, nos libertará.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/10/2024 - Página 41