Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios à Justiça Eleitoral pela condução das eleições municipais no segundo turno, ocorridas no último domingo, 27/10/2024, ressaltando a segurança das urnas eletrônicas. Destaque para o desempenho do PSD e do MDB e para uma suposta tendência da sociedade brasileira em se posicionar no centro do espectro político.

Autor
Marcelo Castro (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Marcelo Costa e Castro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Eleições e Partidos Políticos:
  • Elogios à Justiça Eleitoral pela condução das eleições municipais no segundo turno, ocorridas no último domingo, 27/10/2024, ressaltando a segurança das urnas eletrônicas. Destaque para o desempenho do PSD e do MDB e para uma suposta tendência da sociedade brasileira em se posicionar no centro do espectro político.
Publicação
Publicação no DSF de 31/10/2024 - Página 72
Assunto
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Indexação
  • ELOGIO, JUSTIÇA ELEITORAL, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, CONFIANÇA, URNA ELETRONICA, ANALISE, ELEIÇÕES, IDEOLOGIA, NATUREZA POLITICA, COMENTARIO, RESULTADO, MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (MDB), PARTIDO SOCIAL DEMOCRATICO (PSD).

    O SR. MARCELO CASTRO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu venho falar hoje, aqui desta tribuna, sobre as eleições que findaram agora, eleições municipais que, agora, no último domingo, nós concluímos com o segundo turno. E quero aproveitar aqui para parabenizar todo o sistema de Justiça Eleitoral que nós temos no Brasil, que funcionou de maneira muito correta nos 5.570 municípios brasileiros e nas nossas 27 capitais. Então, de parabéns aqui, mais uma vez, a Justiça Eleitoral do Brasil, que presidiu este pleito com muita isenção, com muita competência, e isso faz parte do processo democrático brasileiro, que nós devemos preservar e elogiar.

    Tivemos, neste pleito, Sr. Presidente, 463 mil candidatos. Não é pouca coisa! São muitos candidatos a prefeito, a vereador e a vice-prefeito. Destes, 374 mil, obviamente, foram derrotados – a grande maioria. E das nossas urnas eletrônicas, que estão há tanto tempo no Brasil, até hoje não se conseguiu comprovar nenhuma violação, nenhuma fraude.

    Que eu saiba, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, não tem nenhum dos 374 mil derrotados dizendo, ou entrando na justiça alegando que perdeu a eleição por causa de fraude nas urnas eletrônicas. Então, pela enésima vez, pela enésima eleição, as urnas eletrônicas no Brasil demonstram que são seguras e que são confiáveis.

    Vários partidos políticos participaram da eleição, e nós tivemos, Sr. Presidente, uma boa novidade, que foi o crescimento dos grandes partidos. Quando nós fizemos a reforma eleitoral, em 2017, quando proibimos as coligações proporcionais e instituímos a cláusula de desempenho, nós tínhamos exatamente a visão de que aconteceria o que aconteceu nesta eleição.

    Se nós pegarmos os cinco partidos mais votados do Brasil, veremos que eles vinham caindo em número de prefeitos desde o início da década até agora. Esta eleição foi a primeira em que houve uma reversão, em que esses partidos passaram a ter, no número de prefeitos n ma proporção muito maior do que a que tinham antes. Nós aumentamos de 57% para 65%, e isso mostra uma inflexão de um sistema em que vinha caindo a participação dos grandes partidos.

    Então, isso mostra que a reforma eleitoral que nós fizemos está surtindo efeito. Os pequenos partidos estão cada vez mais diminuindo a sua participação nas eleições e os grandes partidos estão aumentando a sua participação.

    Quais foram os partidos que se saíram melhor nessa eleição? Estou aqui exatamente para isso, para exaltar o meu partido, o MDB, como o grande vitorioso nessa eleição, juntamente com o PSD, que fez um pouco mais de votos de Prefeitos do que o MDB, 27 a mais, mas o MDB fez o maior número de Vice-Prefeitos e fez o maior número de Vereadores.

    Então, o nosso título de maior partido municipalista do Brasil nós não perdemos nesta eleição, mas eu considero que os dois grandes partidos vitoriosos nessa eleição foram o MDB e o PSD, partidos de centro, e isso traz uma lição. Que lição é essa? É a de que a sociedade brasileira é de centro, é do equilíbrio. Ela não gosta de extremos, de extravagâncias, de sectarismo, de posições de intolerância. Então, esse é o grande recado.

    Qual é a outra lição que nós tomamos neste pleito? É a de que se nós pegarmos os partidos de centro, de centro-direita e de direita, nós vamos ter um total de aproximadamente 73 milhões de votos.

    Se pegarmos os partidos de esquerda, vamos ter um total de aproximadamente 23 milhões de votos. Isso demonstra o quê? Que a sociedade brasileira é de centro, é uma sociedade conservadora e isso ficou claro nas urnas.

    Agora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, há alguns mais apressados que dizem: "Isso vai influenciar na eleição de Presidente". Isso é muito dissociado da realidade. Se as eleições municipais tivessem tanta participação nas eleições presidenciais, o Presidente Collor não teria sido eleito, o Bolsonaro não teria sido eleito e o Lula agora também não teria sido eleito.

    O que nós podemos dizer com segurança é que esse número de Vereadores e de Prefeitos eleitos nesse campo político da direita, de centro-direita e do centro, isso vai implicar num Congresso Nacional futuramente também de centro, de centro-direita e de direita. Já no caso majoritário para a Presidência da República, a influência ou não existe ou é mínima a influência que existe.

    Outro fator é que... Outra lição que nós podemos tirar dessas eleições por tudo que nós vimos: personalidades políticas importantes do país que foram gravar a favor de determinados candidatos não tiveram êxito. Isso nós já sabíamos: as eleições municipais são definidas muito mais por problemas locais, por soluções locais, por forças políticas locais do que por interferências externas.

    Então, o eleitor sabe perfeitamente, Sr. Presidente, separar o que é a questão municipal do que é a questão estadual e do que é a questão nacional.

    Nós temos um exemplo muito eloquente, no Estado do Piauí, que é a cidade de Parnaíba, a segunda cidade mais populosa do estado. Lá tem um grande líder que é Prefeito, o Mão Santa, que foi Senador da República e esteve aqui durante oito anos. Ele tem mais de 70% de aprovação no município. O Governador Rafael Fonteles, que é do PT – são de campos políticos opostos –, tem também mais de 70% de aprovação. O Presidente Lula também, que é de campo político oposto a ele, tem mais de 70% de aprovação. O Rafael Fonteles, que é o atual Governador do estado, na eleição passada, ganhou a eleição em Parnaíba por mais de 6 mil votos.

    Então, o eleitor separa, de maneira muito nítida, o que é a questão municipal, do que é a questão estadual, do que é a questão nacional. Senador Jaime, isso ficou muito eloquente lá no Piauí porque, quando é para votar no estado, o eleitor, lá em Parnaíba, vota no PT. Quando é para votar na Presidência da República, o eleitor lá vota no PT. Quando é para decidir o destino da municipalidade, ele vota no Progressistas, que é um partido da direita e é comandado pelo Mão Santa lá no Município de Parnaíba.

    Então, estou dando um exemplo aqui, mas você pode lançar isso por todo o Brasil, porque a questão municipal é, em grande medida, dissociada da questão estadual e, em especial, da questão nacional.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, era esse o relato que eu queria fazer hoje, nesta tarde aqui, enaltecendo a democracia, que saiu fortalecida. Saíram fortalecidos dessa eleição a moderação, o equilíbrio e o centro. De certa forma, houve um repúdio aos extremos...

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CASTRO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI) – ... tanto de um lado quanto do outro.

    Muito obrigado a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/10/2024 - Página 72