Pronunciamento de Jorge Kajuru em 18/11/2024
Fala da Presidência durante a 158ª Sessão Especial, no Senado Federal
- Autor
- Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Matérias referenciadas
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Fala da Presidência.) – Em Brasília, 10h04 da manhã desta segunda-feira, 18 de novembro de 2024.
Brasileiras e brasileiros, minhas únicas vossas excelências, Deus e saúde, alegrias e vitórias em suas vidas e de seus familiares e amigos neste 2024.
Hoje é uma sessão especial, mais do que especial, do Senado Federal, destinada a celebrar o Dia Mundial do Diabetes, que aconteceu na última quinta-feira, 14 de novembro. Em função do feriado, eu e o Presidente do Congresso Nacional, meu amigo pessoal Rodrigo Pacheco, decidimos que hoje, segunda-feira, seria, então, a melhor data para os convidados especiais.
A partir de agora, já agradeço ao tripé de comunicação TV Senado, Rádio Senado e Agência Senado, nas transmissões via YouTube, em todas as minhas redes sociais, para mais de 6 milhões de seguidores, ao vivo. Também agradecemos a colaboração de veículos de comunicação: a TV Meio, que vai transmitir na íntegra; a Rede Novabrasil FM, que vai transmitir os melhores momentos e as falas, principalmente; e a BandNews FM 90.7.
Eu declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 677, de 2024, de autoria desta Presidência – aliás, pelo meu sexto ano seguido de mandato, faço rigorosamente todos os anos esta sessão e agradeço a colaboração, por unanimidade de Senadoras e Senadores, na aprovação pelo Plenário do Senado Federal. A sessão é destinada a celebrar o Dia Mundial do Diabetes.
Fico feliz de ver aqui no Plenário o domínio da presença feminina. E aí permitam-me uma frase que eu adoro: Os homens são importantes, mas as mulheres são essenciais, em qualquer causa (Palmas.) ainda mais nesta causa diabetes, não é? Eu perdi mamãe aos 61 anos de idade, exatamente em função do diabetes; vovó também era; eu também sou. Agora, acabei de conversar com um amigo-irmão de 50 anos, o José Luiz Datena, que disse que está com 530 de glicemia.
E, para quem não sabe, no Brasil existe uma cirurgia chamada metabólica, que une o íleo ao duodeno, e a insulina passa pelo pâncreas. Um goiano ficou 25 anos nos Estados Unidos para criar essa cirurgia, a qual sofreu todo tipo de ataque no começo, inclusive do Conselho Federal de Medicina, e hoje, felizmente, tem a aprovação e é feita no mundo inteiro pelo meu amigo pessoal há 25 anos, Aureo Ludovico.
Portanto, você que tem o diabetes tipo 2, pense nessa cirurgia, porque eu confesso – e eu paguei, não foi de graça, não –: ela salvou a minha vida. Ela deu a mim uma outra vida.
Eu quero convidar para compor a mesa desta sessão especial os seguintes convidados: a Sra. Jaqueline Correia, fundadora e Presidente do Instituto Diabetes Brasil (IDB).
Por fineza, muito obrigado pela sua presença, seja bem-vinda. (Palmas.)
Desde já faço o convite e agradeço pelo presente que nunca mais sairá de meu paletó e, quando deixar esta Casa, de minha roupa, que é o bóton do diabetes. Presente da Sra. Hermelinda Pedrosa, Vice-Presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
Por fineza, seja bem-vinda à nossa mesa. (Palmas.)
O Sr. Ruy Lyra da Silva Filho, que é o Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Tem até um vídeo especial.
Por fineza, à mesa, muitíssimo obrigado pela sua presença. (Palmas.)
O Sr. Fadlo Fraige Filho, Presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad).
Por fineza, muito obrigado pela presença, seja bem-vindo, fique à vontade. (Palmas.)
A minha amiga goiana – não sei se já chegou –, a Deputada Federal Flávia Morais, que é a minha parceira, mas, assim que chegar, gostaria que ela também ficasse à mesa, porque eu não trabalho no singular, trabalho no plural.
Apenas fico triste, senhoras e senhores presentes e brasileiros e brasileiras, meus únicos patrões, fico até aturdido por ser um Parlamentar, desde Vereador... Eu estou na vida pública há oito anos. E, como Vereador, eu criei o primeiro centro de diabético do Brasil. E até hoje, por isso que eu fico estarrecido, São Paulo não tem.
Um Senador de São Paulo foi a Goiânia conhecer o meu, e disse: "Kajuru, o seu parece um hospital privado". Vocês vão ver aqui em vídeo, inclusive, e, quando forem a Goiânia, podem visitá-lo. Foi o Senador Astronauta Marcos Pontes, que deseja fazer um semelhante em São Paulo. Até então São Paulo não tinha, gente! Rio de Janeiro, Belo Horizonte. O Presidente Rodrigo Pacheco prometeu que também vai fazer em Belo Horizonte. E eu não conseguia entender como que um Parlamentar não pensava em uma causa como a do diabetes, que é a terceira que mais mata no mundo, mas na verdade ela acaba sendo a primeira, porque as duas anteriores são procedentes dela. Vocês, que conhecem mais do que eu e que estão aqui por essa razão... Então, os governantes deveriam ter essa preocupação.
Eu, desde já, quero comunicar ao meu amigo desde 1989, Luiz Inácio Lula da Silva, o Presidente da República, que perderei a minha amizade com o senhor se o senhor não confirmar o que a Ministra Nísia Trindade deseja, o que também o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, deseja. E sei que o senhor não vai falhar, Presidente. O senhor prometeu, e uma coisa que o senhor tem é palavra.
É um projeto meu que foi sancionado com três meses de mandato, em 2019, pelo Vice-Presidente da República, General Hamilton Mourão, apaixonado pela causa do diabetes, ele e a sua esposa, a Paula. Estranhamente, o Presidente Bolsonaro, que era favorável, ao voltar da viagem, até hoje não regulamentou um simples projeto criado por mim, aprovado por unanimidade aqui e na Câmara, que é o quê? O SUS oferecer os primeiros socorros aos diabéticos e fornecer aquilo de que nós sabemos da dificuldade que tem os brasileiros e as brasileiras, os mais carentes, que é a insulina.
Em Goiânia eu consegui, inclusive, e espero conseguir também no Brasil, pelo SUS, a bombinha de insulina, que tantas crianças precisam e que muita gente, inclusive aqui no Senado Federal, por ignorância, embora a ignorância seja a maior multinacional do mundo para mim... Aqui tem Parlamentar que nem entende o que significa o diabetes e não sabe que essa bombinha leva uma criança à morte na ausência dela. Perfeito? Então, eu tenho certeza de que o SUS vai iniciar o mais rápido possível, até porque, Presidente Lula, o senhor sabe que não é bom ser inimigo do Kajuru, não é?
A Presidência informa que esta sessão terá também a participação dos seguintes convidados, de forma remota – e agradecemos, da mesma maneira, a atenção de cada um:
O Sr. Gilberto Casanova, que é Presidente da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ). Também, aplausos, por fineza. (Palmas.)
Muito obrigado.
A Sra. Marília Sobral Albiero, Coordenadora do Projeto de Alimentação Saudável da ACT Promoção da Saúde. (Palmas.)
Neste momento, convido a todos e todas para que, em posição de respeito, acompanhemos o nosso amado Hino Nacional brasileiro.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar - Presidente.) – Com muita alegria, registro a presença no Plenário da Sra. Anna Patrícia Silva, advogada e ativista – muito obrigado pela presença, seja bem-vinda; e da Sra. Karla Melo, que é médica endocrinologista da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Objetivamente, senhoras e senhores, amigos Parlamentares, representantes da sociedade civil e todos os presentes, é com profunda emoção e responsabilidade que presido esta sessão especial do Senado Federal destinada a celebrar o Dia Mundial do Diabetes, convocada em atenção ao Requerimento nº 677, de 2024, de minha autoria e iniciativa.
A data comemorativa do último dia 14 de novembro, estabelecida em 1991, pela Federação Internacional de Diabetes em parceria com a Organização Mundial da Saúde, e oficializada, pela Organização das Nações Unidas, em 2007, é um convite à reflexão, meus amigos, minha gente, e, acima de tudo, à ação.
Hoje, nos reunimos para chamar a atenção para uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que exige de nós, legisladores, um compromisso renovado com a saúde pública e com políticas eficazes de prevenção e tratamento.
A referida data não foi escolhida de forma aleatória. Ela, sim, homenageia o aniversário de Frederick Banting, que, ao lado de Charles Best, descobriu a insulina em 1921, revolucionando o tratamento do diabetes. No entanto, mais de um século, pátria amada, após essa conquista científica, ainda enfrentamos o desafio de controlar uma epidemia silenciosa, que eu chamo de praga silenciosa, que atinge números alarmantes.
Segundo a renomada revista científica The Lancet, a prevalência global de diabetes dobrou entre 1990 e 2022, passando de 7% para 15% da população mundial. Isso significa que hoje temos 828 milhões de adultos vivendo com diabetes, dos quais mais da metade, cerca de 445 milhões, não recebeu qualquer tipo de tratamento no último ano. No Brasil, somos o sexto país com o maior número de diabéticos no mundo – o sexto –, com cerca de 22 milhões a 30 milhões de pessoas convivendo com essa doença, sendo que uma em cada três desconhece o próprio diagnóstico.
E aqui, de improviso, rápida história para vocês terem noção de como é aquele que diz "Kajuru, eu sou pré-diabético". Eu cheguei a este Senado Federal – e a Mesa Diretora se lembra aqui, todos aqui que são meus amigos e todas... Um Senador extraordinário, para mim uma referência política, gaúcho, Senador Paulo Paim estava lá naquela primeira cadeira onde ele fica, me chamou para me cumprimentar por esse meu primeiro projeto, que foi a criação de centros diabéticos no estado que represento, de Goiás. E ele falou assim: "Kajuru, eu sou pré-diabético". Eu falei: "Não é, Paim. Não existe pré-diabético". Brincando com ele, falei: "Como ligeiramente grávida". Aí ele riu. Falei: "Vá a um médico amanhã". Ele foi. Voltou à tarde ao Plenário: "Kajuru, você tinha razão. Eu realmente sou diabético".
Então, quantos que nós temos iguais ao Senador Paulo Paim, que hoje, graças a Deus, faz o tratamento, inclusive com esse médico, meu amigo goiano? Esse cenário, gente, alarmante é agravado por fatores de risco bem conhecidos, como a má alimentação e o sedentarismo, que estão diretamente relacionados ao aumento de casos do diabetes tipo 2, meu caso.
Estudos científicos mostram que o consumo excessivo de bebidas e alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras saturadas está relacionado a mais de 1,3 milhão de novos casos de diabetes por ano. Nesse contexto, a atual discussão da reforma tributária aqui no Congresso Nacional nos oferece uma oportunidade histórica, Parlamentares, de implementar o Imposto Seletivo sobre alimentos e bebidas ultraprocessados. Já fiz esse pedido pessoalmente ao Relator da reforma tributária, também meu amigo pessoal, amazonense, Senador Eduardo Braga, que concordou imediatamente. É com preocupação, entretanto, que acompanho a possibilidade de os refrigerantes açucarados serem retirados da lista de produtos sujeitos a essa tributação. Mamãe morreu por causa de um litro de Coca-Cola de manhã, à tarde e à noite e manjar, que substituía o arroz e o feijão dela. Isso, gente, representaria um grave retrocesso na luta contra doenças crônicas, como diabetes.
Eu não posso negar que sou orgulhoso de dizer que, ao longo de todo o meu mandato, tenho buscado atuar de forma efetiva na defesa da saúde pública e especialmente na causa do diabetes. Sou o único Parlamentar que de 100% de minhas emendas dedico à saúde 70%, sabendo eu que a educação é prioridade também. No Senado, apresentei 18 projetos de lei voltados ao diabetes, destacando-se o Projeto de Lei nº 520, de 2021, de minha autoria e aprovado por unanimidade por esta Casa, que garante prioridade de atendimento para diabéticos na realização de exames essenciais. Também destaco a Lei nº 13.895, de 2019, que já referi aqui, que institui a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de Assistência Integral à Pessoa Diabética, cuja sanção é fruto de minha intensa articulação e da sensibilidade do Presidente, porque assim o chamo, General Hamilton Mourão, neste Parlamento.
Em Goiânia, começou o primeiro centro diabético do Brasil há seis anos. O estado hoje já possui seis centros diabéticos completos, com direito a cirurgias bariátricas e metabólicas, com 12 responsáveis: quatro podólogos e oito médicos de todas as especialidades. Convidaria quem pudesse pessoalmente conhecer e gostaria de recomendar aos Parlamentares de seus estados, porque tudo que é bem copiado tem que ser aplaudido.
A construção desse centro de diabetes, que eu considero o maior do Brasil... porém para um homem público também apaixonado pela causa, o Governador do meu estado amado de Goiás, Ronaldo Caiado, é o melhor centro diabético da América Latina. Vocês vão ver as imagens.
Quem lá vai, Senadores e Senadoras, e quer fazer o mesmo em seus estados, chama-o de hospital privado, devido à estrutura, um centro completo, que atende mais de mil diabéticos por dia só em Goiânia. Ainda temos, no interior, centros já abertos e, até o final do mandato, nós teremos 12 centros diabéticos em todo o Estado de Goiás para atender a todos, assim como fiz com o autismo.
Também tenho o orgulho de ser o único Parlamentar do Brasil a criar um instituto completo do autismo, que, infelizmente, para alguns políticos, é uma doença. Autismo não é doença. O autismo, bem tratado... Você sabe o que significa uma criança autista, a inteligência dela. Até, um dia, brinquei com um político aqui, que falou: "Kajuru, para que projeto de autismo? Não dá voto". É revoltante ouvir isso, não é? Eu falei: "Olha, se você pensa assim, é porque você não tem muita inteligência". Estavam seis Senadores ao meu redor: "Calma, Kajuru!". Falei: "Não, eu perdi a paciência". E falei: "Até porque inteligência é algo que você não tem. Você pensa menos do que essa mesa, e eu quero pedir desculpas à mesa porque estou ofendendo a mesa". Não pode um Parlamentar não saber o que significa o autismo, meu Deus do céu!
Eu vou aos meus institutos de autismo em Goiânia e, quando chego, as crianças estão com trompete, com guitarra, com teclado, com saxofone, com flauta. Quando eu chego – elas sabem, não sei quem que as informou –, elas começam... Elas falam em inglês e cantam só músicas em inglês – vejam a inteligência de autistas e diabéticos! Aí cantam a música que tanto amei, do maior ídolo mundial que eu tenho – e tive a honra de conhecê-lo pessoalmente e dar um beijo no seu rosto –, Stevie Wonder, aquela música: I Just Called to Say I Love You, Eu Só Telefonei para Dizer que Te Amo.
Então, no interior, nós chegamos a mais de 10 mil diabéticos, em Goiás, atendidos diariamente.
Agradeço ao Governador Ronaldo Caiado, que colocou o nome de minha mãe, D. Zezé Kajuru, em todos os centros diabéticos.
Também fui o Parlamentar que mais destinou emendas orçamentárias para fortalecer o sistema do diabetes em Goiás. Até agora, em seis anos de mandato, foram 48,6 milhões só para o diabetes e, até agora, para o autismo, 23 milhões.
Enquanto eu estiver aqui, essa causa continuará sendo uma prioridade. O diabetes não pode ser uma sentença de sofrimento e limitações. Nosso papel, enquanto representantes do povo, é agir com coragem e determinação para assegurar que nenhum brasileiro seja negligenciado em suas necessidades de saúde não pelos números, mas pelas vidas que dependem de nós. E aí lembro o meu amigo, irmão, músico brasileiro mais respeitado no mundo e meu padrinho de casamento, Ivan Lins: Depende de Nós.
Agradecidíssimo. (Palmas.)
Muito obrigado.
Nós temos dois vídeos para iniciarmos aqui, com o maior prazer, a fala na tribuna dos oradores inscritos.
Eu vou começar por este vídeo, bem objetivo, porque, senão, muitos de vocês vão dizer: "O Kajuru é apenas mais um político como outro. Fez um discurso, fez uma propaganda, que é isso, que é isso? Será que é verdade mesmo que isso acontece lá em Goiás?". Tirem suas dúvidas, mandem por lá.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Bem, apenas... (Palmas.)
Muito obrigado.
Apenas para registrar – vocês observaram –, o Prefeito de Rio Verde, que é a terceira cidade do Estado de Goiás e a segunda economicamente falando, falou do custeio. Quando eu entrei aqui no Senado, entre as coisas que eu mais abominei foi saber que um político enviava uma emenda para comprar equipamentos para inaugurar, reformar ou ampliar um hospital, mas depois ele não mandava mais nada. Aí eu falei: "Gente, o mais importante é o custeio! Porque daqui a seis meses a gente vai ver que esse hospital vai fechar". Então, por isso é que chega a este valor citado nesse vídeo, de R$100 milhões, porque também são de minhas emendas, mensalmente, o custeio de cada centro diabético. Porque é o que é mais importante e o que as prefeituras e até às vezes o próprio Governador não têm condição de custear; e acho que é uma obrigação nossa, parlamentar, em função do que recebemos anualmente, exclusivamente para as nossas populações.
Duas presenças internacionais aqui nos dão satisfação e honra: a Sra. Ministra-Conselheira da Embaixada do Zimbábue Rutendo Sagwete e o Sr. Ministro-Conselheiro da Embaixada do Zimbábue Abisha Botsa. Na verdade é "botza" a pronúncia, não é? Muito obrigado pela presença de vocês.
E dando sequência ao último vídeo para iniciarmos a fala na tribuna dos oradores, eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de mais um vídeo, que é da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Manda para o ar.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Parabéns! Esse vídeo ficou melhor do que o meu, inclusive. (Risos.)
Principalmente por falar muito sobre o diabetes tipo 1, não é? Sobre essa questão da insulina.
Eu queria abraçar aqui, na Galeria do Senado Federal, a presença dos alunos do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Ceilândia Norte, da nossa Brasília, Distrito Federal. Muito obrigado, Deus e saúde pela presença de vocês. (Palmas.)
Só rapidinho, alguns segundos. Eu não posso me esquecer de falar sobre isto: a questão da visão.
Todos vocês, todos sabem do descolamento da retina, o que ela provoca, a cegueira. Eu só tenho 3% de visão e não me queixo, até porque, com a minha visão, eu não consigo enxergar de longe, e não quero ver ninguém de longe mesmo, eu quero ver as pessoas de perto. Graças a Deus, as pessoas chegam e se aproximam, porque a maioria sabe desse meu problema visual.
E, rapidamente: como foi? – porque muita gente não sabe no Brasil. Eu estava com a Adriane Galisteu, que era minha companheira de apresentação no SBT do programa Fora do Ar – juntamente com a nossa madrinha Hebe Camargo –, em um spa em Itatiba, São Paulo; ela e a mãe dela, D. Emma. E eu comecei a ter uma sensação de moscas volantes, e veja como é ter conhecimento. Tanto a Adriane, como a mãe dela e como a D. Myrian, a proprietária do Spa Sete Voltas – não é uma propaganda, falo apenas porque ela foi muito gentil comigo –, falavam: "Não, Kajuru, calma, não tem nada disso, fica tranquilo, vamos descansar". Passa o primeiro dia; o segundo dia vem e aumenta a sensação de moscas volantes; terceiro dia; quando chega no quarto dia, aí a D. Myrian fala: "Kajuru, agora chega, eu estou preocupada. Não vamos para São Paulo, vamos mais próximo aqui de Itatiba, em Jundiaí, e eu vou te levar no oftalmo". Cheguei, Dr. Bertoni, que me atendeu: "Kajuru, você tem que fazer cirurgia agora, neste momento. Vamos embora!". Fomos para o Hospital Santa Cruz. Perdi 100% desse olho por causa do descolamento da retina e porque ninguém ali entendia que, com a sensação de moscas volantes, tem que ser levado urgentemente à cirurgia. Se você esperar, como eu esperei três dias, no quarto perde a visão.
Com muito prazer, vamos começar a parte mais importante desta sessão histórica do Senado Federal em homenagem ao Dia Mundial dos Diabéticos, do Diabetes.
Eu concedo a palavra à Sra. Jaqueline Correia, que é fundadora e Presidente do Instituto Diabetes Brasil (IDB).
Como eu sou conhecido aqui – "Kajuru é o quebrador de protocolos" –, vou quebrar mais um aqui.
Eles escreveram aqui "por cinco minutos". Cinco minutos não, a pessoa fala o tempo que ela achar necessário, se ela quiser passar de cinco, falar cinco, seis, sete, oito, dez. Isso é um absurdo! Cinco minutos, o que é isso? Se eu estou falando aqui um tempão, porque eu sou obrigado... Então, mais um protocolo quebrado prazerosamente.
Sra. Jaqueline Correia, por gentileza, a tribuna é sua.
Muito obrigado.