Pela ordem durante a 167ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas às declarações do CEO do Carrefour e da Ministra da Agricultura da França, por questionarem a qualidade da carne brasileira.

Autor
Tereza Cristina (PP - Progressistas/MS)
Nome completo: Tereza Cristina Correa da Costa Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Assuntos Internacionais:
  • Críticas às declarações do CEO do Carrefour e da Ministra da Agricultura da França, por questionarem a qualidade da carne brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 27/11/2024 - Página 80
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Outros > Assuntos Internacionais
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, REPRESENTANTE, SUPERMERCADO, PAIS ESTRANGEIRO, MINISTRO, AGRICULTURA, FRANÇA, QUALIDADE, CARNE BOVINA, PRODUÇÃO, AGRONEGOCIO, BRASIL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMERCIALIZAÇÃO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).

    A SRA. TEREZA CRISTINA (Bloco Parlamentar Aliança/PP - MS. Pela ordem.) – Muito obrigada, Presidente.

    É realmente um incidente – vamos assim dizer – infeliz, desse CEO do Carrefour, mas que traz graves danos à imagem dos produtos brasileiros.

    A França importa uma quantidade ínfima de carne brasileira, menos de 0,047%, se não me engano. Então, ela compra carne, realmente, da França, da Irlanda, enfim, do mercado europeu. Agora, os produtores franceses, que recebem altos subsídios e têm uma agricultura que não é tão eficiente quanto a nossa, têm todo o direito de reclamar, de não querer que se compre carne, e a França tem todo o direito de votar contra o acordo comercial bilateral entre o Mercosul e a União Europeia.

    Mas a gente sabe que isso é para atingir diretamente o Brasil quando o CEO do Carrefour francês fala que os nossos produtos estão fora dos padrões de sanidade, enfim, de qualidade que a França exige; isso não é verdade. Isso é uma desinformação para o consumidor europeu, e que pode levar danos à imagem do Brasil para outros países da Europa e do mundo.

    Mas eu acho que aqui, realmente, nós tivemos um apoio de toda a cadeia produtiva. Mas, como disse o Senador Nelsinho, são insuficientes as desculpas dadas pelo CEO do Carrefour. Primeiro, porque ele não se desculpou; ele disse que foi uma comunicação truncada, mal-entendida, enfim, da sua fala. E depois, ele disse que o Carrefour francês vai continuar comprando carne dos franceses, e o Carrefour brasileiro que compre carne dos brasileiros, dos produtores brasileiros, porque até a nossa carne aqui é saborosa, a carne dos brasileiros.

    Eu acho até que é um certo sarcasmo contra os produtos brasileiros; eu acho que não foi suficiente essa desculpa. Depois, além disso, a Ministra da Agricultura francesa faz, também, uma declaração duríssima e inverídica, colocando coisas que não são verdadeiras sobre os produtos brasileiros. Então, eu acho que o Governo deve reagir.

    O Ministro Fávaro reagiu, num primeiro momento, de maneira firme; o Governo reagiu, mas eu acho que aceitamos essas desculpas muito rapidamente. Isso não vai ficar assim; eu acho que o Brasil precisa ser colocado no lugar que ele sempre trabalhou para alcançar. Nós exportamos carne para a União Europeia e para a França há mais de 40 anos e nunca tivemos um problema; então, por que agora? Esse acordo deve ser assinado e deve passar, porque outros países da União Europeia assim o desejam. Eles não precisam tripudiar e fazer essa crise de imagem com os produtos brasileiros.

    Era esse o meu posicionamento. Os produtores brasileiros têm muito de que se orgulhar: nós avançamos muito, e a gente recebe, mundo afora, por onde vai, o reconhecimento da qualidade e da produção, do sistema de produção que só o Brasil tem, feito em cima duma agricultura tropical, com ciência, com inovação e com tecnologia.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/11/2024 - Página 80