Pronunciamento de Humberto Costa em 18/12/2024
Discurso durante a 186ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre um suposto ataque especulativo promovido pelo mercado financeiro contra o Governo Lula diante de um cenário que, segundo S. Exa., caracteriza-se por um crescimento econômico sustentável e inclusivo, aliado às regras de responsabilidade fiscal.
- Autor
- Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
- Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Assistência Social,
Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Economia e Desenvolvimento,
Governo Federal,
Trabalho e Emprego:
- Considerações sobre um suposto ataque especulativo promovido pelo mercado financeiro contra o Governo Lula diante de um cenário que, segundo S. Exa., caracteriza-se por um crescimento econômico sustentável e inclusivo, aliado às regras de responsabilidade fiscal.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/12/2024 - Página 29
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Assistência Social
- Política Social > Proteção Social > Desenvolvimento Social e Combate à Fome
- Economia e Desenvolvimento
- Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
- Política Social > Trabalho e Emprego
- Indexação
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- CRITICA, ATAQUE, MERCADO FINANCEIRO, ECONOMIA, BRASIL, GOVERNO FEDERAL, CORTE, GASTOS PUBLICOS, ASSISTENCIA SOCIAL, COMENTARIO, CONTROLE, INFLAÇÃO, REDUÇÃO, DESEMPREGO, RETIRADA, PESSOAS, EXTREMA POBREZA, CAPTAÇÃO, INVESTIMENTO, CAPITAL ESTRANGEIRO, DEFESA, REVISÃO, BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC).
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, público que nos acompanha pelos serviços de comunicação do Senado e que nos segue pelas redes sociais, o Brasil está vivendo, neste fim de ano, um dos maiores ataques especulativos dos últimos tempos, uma espécie de terrorismo de mercado que mostra a perversidade do capital vagante, que nada produz e só cresce por meio da disseminação de crises de confiança lançadas sobre economias nacionais.
Desde o início do seu mandato, o Presidente Lula mostrou o inarredável compromisso do seu Governo com o desenvolvimento sustentado e inclusivo, pautado sobre o respeito às regras fiscais. Aprovamos um arcabouço de medidas sólidas, com as quais nos aliançamos, e temos feito todos os esforços necessários ao cumprimento das metas previstas. Equacionamos despesas, racionalizamos investimentos, ao passo em que avançamos no combate a mazelas sociais históricas.
A inflação está sob controle e ficará dentro da meta estipulada para este ano. Nossas reservas internacionais superaram US$362 bilhões. O PIB está em crescimento constante e surpreendente, devendo superar os 3,5% em 2024. A queda do desemprego está batendo recordes históricos, assim como os níveis de ocupação formal e de abertura de empresas. Cerca de 13 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza e da extrema pobreza somente em 2023, também a maior marca da história. Já recebemos mais de US$45 bilhões em investimentos estrangeiros diretos nos sete primeiros meses de 2024, 20% a mais do que no ano passado, quando fomos o terceiro país do G20 como destino desses investimentos, ao tempo em que temos um déficit nominal absolutamente sob controle. Enfim, são incontáveis os indicadores positivos do país que mostram a solidez da nossa economia e provam que todo este cenário de alta de dólar, com a subida da taxa de juros pelo Banco Central, termina por fazer um ataque coordenado para encher os bolsos dos especuladores e fazer a festa dos rentistas.
Há uma completa sanha dessa elite espoliadora para que o Governo corte programas e políticas públicas e suprima garantias e benefícios sociais com a finalidade de fazer caixa para que os ricos possam ganhar mais sobre as costas dos mais pobres. Isso está fora de cogitação.
Recentemente, o Governo mandou um conjunto de medidas sérias a este Congresso Nacional que freia o crescimento de gastos e promove uma ampla reforma da renda. Estamos nos propondo a revisar e estabelecer regras mais claras para a concessão e a manutenção de alguns instrumentos como o benefício de prestação continuada, não para acabá-lo ou retirá-lo de quem precisa, mas para eliminar irregularidades e impedir que haja abusos no seu recebimento. É um desejo de todo e qualquer brasileiro ver que os recursos públicos sejam bem empregados, sem perdularismo, com rigor, em favor daqueles que efetivamente têm direito a eles. Ninguém pode concordar com casos como o de gente que, com recursos suficientes para viver, recorra ao pagamento do BPC para aumentar os próprios rendimentos. Isso não é moral, isso não é justo. Como não é moral e justo também que aposentados com rendimentos superiores a R$50 mil, em perfeito estado de saúde, simplesmente porque submetidos a tratamentos simples, aleguem moléstia grave para serem isentos do pagamento do Imposto de Renda. São distorções que precisam acabar. São burlas que dragam o dinheiro público e precisam ser severamente combatidas.
Estamos dispostos a travar esse debate e votar essas matérias para melhorar o ambiente econômico e o ambiente fiscal.
E é preciso que o Congresso Nacional também cumpra o papel de dar a sua contribuição, cortando o vultoso orçamento de emendas parlamentares de que dispõe, muitas vezes escamoteadas por expedientes que não deixam rastros de titularidade e de destino, em afronta a todos os princípios que regem a administração pública e ao que foi acordado com o Supremo Tribunal Federal.
Temos, enfim, indicadores sólidos apresentados, temos reiterados compromissos com as regras fiscais, temos solidez nas contas públicas e avanços sociais, temos propostas robustas para ajustes fiscais, temos todas as condições dadas para um crescimento absolutamente tranquilo. O que não temos é responsabilidade desse mercado tacanho, que não sossega enquanto não vê uma nação se vergar ao seu apetite dilapidador, e a isso não cederemos! Oxalá essa próxima direção do Banco Central seja firme diante dessas ações especulativas e evite fazer o jogo desses que praticam crime de lesa-pátria contra o Brasil.
Todos temos profunda e inesgotável concordância, confiança no Ministro Fernando Haddad, que tem, até o presente momento, dado uma demonstração não só da sua competência na gestão da política econômica, mas do seu inarredável compromisso com o controle das contas públicas e com o ajuste fiscal.
Já os ataques desses disseminadores do caos não são novos. Já lidamos com eles algumas vezes e já vencemos. E venceremos outra vez, porque o nosso programa foi vitorioso nas urnas, e, em respeito à soberana vontade do povo, jamais cederemos à chantagem desses segmentos ou de quem quer que seja.
Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Sras. Senadoras e Srs. Senadores.