Pronunciamento de Izalci Lucas em 18/12/2024
Discussão durante a 186ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Discussão sobre o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) n° 361, de 2024, que "Aprova o texto do Protocolo Complementar sobre o Desenvolvimento Conjunto do CBERS-6 entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China ao “Acordo-Quadro sobre Cooperação em Aplicações Pacíficas de Ciência e Tecnologia do Espaço Exterior entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China”, assinado em Pequim, em 14 de abril de 2023".
- Autor
- Izalci Lucas (PL - Partido Liberal/DF)
- Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
-
Ciência, Tecnologia e Informática,
Relações Internacionais:
- Discussão sobre o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) n° 361, de 2024, que "Aprova o texto do Protocolo Complementar sobre o Desenvolvimento Conjunto do CBERS-6 entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China ao “Acordo-Quadro sobre Cooperação em Aplicações Pacíficas de Ciência e Tecnologia do Espaço Exterior entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China”, assinado em Pequim, em 14 de abril de 2023".
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/12/2024 - Página 114
- Assuntos
- Economia e Desenvolvimento > Ciência, Tecnologia e Informática
- Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- DISCUSSÃO, PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO, APROVAÇÃO, TEXTO, ACORDO INTERNACIONAL, PROTOCOLO, COMPLEMENTAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, COOPERAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA, ESPAÇO COSMICO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discutir.) – Presidente, quero só tirar algumas dúvidas com o meu querido Senador Astronauta, que conhece a fundo esse processo.
Nessa parceria com a China, o Brasil vai desembolsar US$51 milhões, agora – dá R$360 milhões por aí?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Como Relator.) – Sim.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – É para, em conjunto, analisar a questão, aqui do Brasil, ambiental?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Isso aí já tem sido feito desde 1988.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Sim, mas nós já temos isso, ou não?
Qual é a inovação? Por que com a China?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – A inovação é a seguinte. Nos projetos anteriores, os seis satélites anteriores faziam a varredura – eles são operados em conjunto, Brasil/China, construção em conjunto –, eles faziam a varredura no espectro visual, no espectro de luz visual, como se estivesse olhando lá com uma câmera ou com os olhos, o que, obviamente, permite o monitoramento das florestas, mas você só consegue detectar o desmatamento depois que ele aconteceu, obviamente. Além disso, você tem a cobertura de nuvens, você tem fumaça, e etc., que pode prejudicar isso, e acontece em grande parte do ano.
Agora, o radar de abertura sintética, que vai compor esse satélite, o Cbers-6, possui um outro tipo de tecnologia, ele trabalha em outro espectro de frequência, logicamente, e consegue penetrar não só as nuvens, mas também, com o ajuste, ele consegue penetrar os canopies das árvores.
Então, antes do corte de uma árvore grande daquelas lá, obviamente tem que entrar com maquinário, tem que tirar o mato baixo, vamos chamar assim, os canopies mais baixos. E isso aí já é detectado pelo satélite. Portanto, a gente vai conseguir detectar um possível desmatamento antes que ele aconteça e aí a gente vai estar à frente do problema.
Essa é uma grande vantagem disso.
Além disso, ele serve também – imagina uma barragem... Se essa barragem tiver qualquer tipo de movimentação, por menor que seja, antes, as medidas de passagens desse satélite de radar de abertura sintética conseguem detectar. Então, você pode detectar, antes que aconteça um acidente com o rompimento de uma barragem, que algum problema está acontecendo naquela barragem.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Mas, nesse interesse da China... Isso será, também, utilizado na China ou só aqui no Brasil?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Na verdade, sendo um satélite, ele faz a varredura de todo o planeta...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Pois é, mas, dentro do convênio, é para observar aqui no Brasil só ou também...?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Não... Ele observa...
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Qual é o interesse da China nisso?
O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – O interesse é uma parceria muito antiga que nós já temos com a China, de 1988. Eles têm, logicamente, interesse em monitorar outras partes, lembrando que isso não é para uso militar, é para uso civil, ajuda não só o Brasil, pode ajudar muitos outros países. Ele é controlado parte aqui, no Brasil, pelo nosso centro de controle de satélites da Força Aérea.