Discurso durante a 178ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear os Atletas Olímpicos que representaram o Brasil na Olimpíada de Paris 2024 na pessoa dos medalhistas Olímpicos e do Comitê Olímpico Brasileiro.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desporto e Lazer, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a homenagear os Atletas Olímpicos que representaram o Brasil na Olimpíada de Paris 2024 na pessoa dos medalhistas Olímpicos e do Comitê Olímpico Brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2024 - Página 28
Assuntos
Política Social > Desporto e Lazer
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, COMITE OLIMPICO BRASILEIRO (COB), COMITE PARALIMPICO, ATLETAS, REPRESENTANTE, BRASIL, DELEGAÇÃO BRASILEIRA, OLIMPIADAS, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, PARAOLIMPIADA, JOGOS PARALIMPICOS, PARIS, MEDALHA, ESPORTE, ESPORTE PROFISSIONAL, MINISTERIO DO ESPORTE, BOLSA ATLETA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Antes de mais nada, quero dizer para vocês que o apelido da Senadora Damares é Damares Bolt, porque ela consegue estar em todas ao mesmo tempo.

    Bem, ele deveria estar aqui, mas, como ele não está, eu queria pedir um aplauso a ele, primeiro por ser um super-recordista mundial e um brasileiro absolutamente diferenciado do esporte e, além disso, ele tem uma outra medalha que ele conquistou: a Leila do Vôlei. Eu me refiro ao nosso novo Diretor do COB, o Comitê Olímpico brasileiro, Emanuel Rego, por gentileza. (Palmas.)

    Amiga irmã de 30 anos, Leila do Vôlei, muitíssimo obrigado por esse convite, que me deixa muito honrado, pois estou completando 50 anos de carreira nacional na televisão brasileira e transmiti seis Olimpíadas e nove Copas do Mundo ao vivo.

    Antes de mais nada, brasileiras geniais e brasileiros geniais, minhas únicas vossas excelências, o desejo sincero de Deus e saúde em suas vidas, nas de seus familiares e amigos, e de um Natal mais justo, mais amoroso. Que Deus lhes guie para um próspero ano novo com felicidade, porque é o que merecem todos que estão neste Plenário!

    Acima, na galeria, o meu abraço especial ao Clube do Choro. Quando eu cheguei aqui, eu segurei para não chorar, porque, exatamente no momento em que eu me sentei, Leila, a Laura começou a tocar uma música do meu padrinho de casamento que é lindíssima e que se chama Madalena, de Ivan Lins, o músico brasileiro mais tocado no mundo. E tem um pedaço dela que fala do que nós sentimos por vocês, que diz o seguinte: que do nosso amor ninguém duvide, porque o nosso amor existe. E esse é o nosso amor por vocês, que realmente existe e realmente é verdadeiro.

    Eu vou quebrar o protocolo, como sempre. Isso que a Damares falou, que tem outros Senadores em outras Comissões, é verdade, ela não mentiu de forma alguma. O que acontece aqui, gente, no Senado e lá no outro lado, lá naquela rodoviária chamada Câmara, é o seguinte: é que tem muita gente preguiçosa que não trabalha na segunda e não trabalha na sexta. Aqui tem um apelido que eu criei, que antes era TQQ, terça, quarta e quinta; agora é TQ, terça e quarta; na quinta, todo mundo viaja. Aí acontece o quê? Acumula tudo. Então a gente não tem como estar, ao mesmo tempo, em todas as Comissões. O que a Leila sofre, sendo Presidente e membro titular, como eu, é impressionante.

    Aí hoje eu estava aqui esperando começar a sessão, veio a minha assessora: "Começou a votação de autoridades". Eu falei: "Dane-se, eu não vou sair daqui. Aqui é mais importante para mim". Aqui estão as minhas principais autoridades, as outras que cada um vá lá, vote e faça o seu papel. E pronto e acabou.

    Isso realmente me irrita, porque a Leila e eu trabalhamos todo dia. Ela mora aqui, eu moro em Goiânia, mas é todo dia mesmo. Ela mais do que eu ainda, porque ela é no sábado e no domingo. Eu, sábado; no domingo, não; no domingo, eu desligo o telefone para ninguém encher minha paciência. Ela deixa o dela ligado.

    Olhem, tem algo que rapidamente eu preciso dividir com vocês. A minha Rádio K do Brasil, que foi considerada a melhor do país, em 1998, na Copa da França, e que tinha como sócio meu amigo e irmão Galvão Bueno, passou a transmitir Olimpíadas e, nas últimas quatro Olimpíadas que ela transmitiu, eu determinei que ela continuasse depois das Olimpíadas. Por quê? É normal que toda rádio que transmite a Copa do Mundo, quando termina a Copa, venha embora. E aí passa a, daqui do Brasil, dar informações sobre as vitórias de vocês. Eu resolvi, então, manter parte da equipe e transmitir até o final os Olímpicos e os Paralímpicos.

    Vocês, com uma digníssima e admirável palavra chamada superação... Porque, a cada quatro anos, vocês se superam cada vez mais, os resultados são melhores. A gente vê isso acontecer a cada quatro anos, o que a gente não vê no futebol, principalmente agora, que eu não tenho nem vontade de ver a seleção brasileira jogar. Eu prefiro ver até o Ratinho. Vejam o desespero que estou.

    Essa superação de vocês me faz trazer um comentário, Leila, que eu ainda não fiz contigo, que é o futebol. Eu sou do mundo do futebol – mais, não é? –, convivi com Sócrates, com Zico, com Falcão, eu sou dessa época, mas também com Pelé, com Rivellino, com Gérson. No futebol, o segundo colocado é derrotado; o terceiro colocado, coitado, está morto, é esquecido, é às vezes xingado e não é nem perdoado; o quarto colocado, nem se fala. Não, quanto aos olímpicos e paraolímpicos, o segundo lugar é merecedor de aplauso, de reconhecimento pela sociedade esportiva brasileira; e também, por essa mesma população brasileira, o terceiro colocado, o quarto colocado. Às vezes uma medalha de bronze mexe mais até do que uma medalha de ouro.

    Eu vi a entrevista da Leila do Vôlei no programa nosso, que agora está para o mundo inteiro na Rede TV!, com o Caio, e eu vi, quando ela pegou na medalha, a sensação que a gente tem. Depois eu vi o tanto de medalha que tem – de que eu nem me lembro mais quantas – o Emanuel, e o peso da medalha. Eu sou do tempo em que a medalha não pesava, não é? E hoje realmente ela pesa.

    Então, vocês são absolutamente merecedores desta homenagem do Senado Federal. Peço desculpas a vocês, porque todos os Senadores e Senadoras deveriam estar aqui, mas têm os seus compromissos. Eu entendo, mas, como eu sou desobediente, eu prazerosamente estou aqui, e pronto e acabou. E, se levar multa, vou fazer o quê? Se levar uma falta, eu vou fazer o quê? Mas estou aqui porque quero.

    E termino com um dos poemas de que eu mais gosto na vida, porque sou frasista, sou apaixonado com poema e com poesia, li mais do que eu vivi. E vocês merecem um, por tudo que vocês fazem por este país e com todas as dificuldades que vocês têm. Ele é rápido.

Se teu sonho for maior que ti

Alonga tuas asas

Esgarça os teus medos

Amplia o teu mundo

Dimensiona o infinito

E parte em busca da estrela...

[...] [Voem] alto!

[...] [Voem] longe!

[...] [Voem] livre!

[...]

    Voem olímpicos e paraolímpicos!

    Agradecidíssimo. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2024 - Página 28