Pela ordem durante a 187ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Elogio à atuação do ex-Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.

Autor
Tereza Cristina (PP - Progressistas/MS)
Nome completo: Tereza Cristina Correa da Costa Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Elogio à atuação do ex-Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2024 - Página 14
Assunto
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, ROBERTO CAMPOS NETO, PRESIDENCIA, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN).

    A SRA. TEREZA CRISTINA (Bloco Parlamentar Aliança/PP - MS. Pela ordem.) – Bom dia, Presidente. Bom dia, caros colegas Senadoras, Senadores.

    Eu quero aproveitar este momento, quando encerramos o ano legislativo, para prestar uma breve homenagem e fazer justiça a um grande brasileiro: Roberto Campos Neto, meu amigo e ex-colega de Esplanada, que atuou com autonomia, responsabilidade e espírito público no comando do Banco Central do Brasil.

    Ontem nós tivemos a oportunidade de ver esse espírito público do Roberto Campos Neto, quando ele, junto com o novo Presidente do Banco Central, dá uma entrevista coletiva para acalmar o mercado, colocando os fundamentos, quando ele podia ter largado mão – "não, deixa a coisa ficar ruim". O Presidente do Banco Central que eu conheço, com o qual eu convivi, em nada se parece com a imagem criada pelo PT para tentar demonizá-lo. A partir de 1º de janeiro de 2025, daqui a poucos dias, o Governo terá de buscar uma outra pessoa para colocar toda a culpa sobre os descaminhos fiscais que nós estamos vivendo na economia brasileira, pois Campos Neto, que esteve à frente do Banco Central nos últimos cinco anos e dez meses, deixará o cargo.

    É lamentável que, por cegueira ideológica e conivência política, se chegue ao ponto de tentar destruir reputações. Nestes tempos em que domina a desinformação, devemos, Sr. Presidente, recompor a verdade. Roberto Campos Neto é um economista competente, altamente qualificado, de conduta ilibada e visão de futuro. É claro que ninguém gosta de juros altos, mas foi toda a Diretoria do Banco Central, e não apenas o seu Presidente, quem decidiu recorrer ao remédio amargo de elevar as taxas de juros para tentar manter sob controle a inflação e os fundamentos da economia brasileira.

    Não sou eu quem digo: feito inédito, ele foi eleito três vezes consecutivas o melhor dirigente de Banco Central da América Latina e Caribe pela revista norte-americana LatinFinance. Foi na sua gestão também que o sistema financeiro se modernizou, levando ainda mais longe a digitalização, com sucesso total na implantação do Pix, que tanto ajudou a todos os brasileiros.

    Lembro-me quando, no Ministério da Agricultura, fizemos uma videoconferência, em plena pandemia, para tratar dos títulos verdes do agronegócio, e ele, que poderia enviar um subordinado, prontamente se dispôs a participar, abrilhantando, com sua experiência, nosso debate. O Presidente do Banco Central é, além de tudo que já mencionei, um gestor cortês, com notável espírito de equipe. O que nós podemos dizer, meus colegas Senadores, é que Roberto Campos Neto, conferiu, nestes anos todos, credibilidade à política monetária, perseguindo a meta de inflação – um verdadeiro imposto que penaliza as famílias de menor renda, destruindo seu poder de compra. Por ironia, no momento em deixa o cargo, o dólar não desce das alturas e os analistas dizem que estamos às portas da "dominância fiscal" – quando a política monetária perde eficácia diante do descontrole das contas públicas. Será esse o cenário que aguarda o novo Presidente do Banco Central? Esperamos sinceramente que não.

    Desejo, além de sorte a Gabriel Galípolo, que ele possa manter e zelar pela autonomia concedida por esta Casa ao Banco Central, essencial nestes momentos de crise. Que ele tenha consciência de que seu cargo serve ao país, não a governos.

(Soa a campainha.)

    A SRA. TEREZA CRISTINA (Bloco Parlamentar Aliança/PP - MS) – Meus amigos, 2024 está sendo, até o final, um ano desafiador, não só na economia, mas não podemos perder as esperanças. Que 2025 possa ser, apesar dos pesares, um bom ano para todos os brasileiros.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2024 - Página 14