Pronunciamento de Jorge Kajuru em 25/03/2025
Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Observações a respeito da viagem do Presidente Lula ao Japão, destacando a importância simbólica do evento, que celebra os 130 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Críticas ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua política isolacionista.
- Autor
- Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Relações Internacionais:
- Observações a respeito da viagem do Presidente Lula ao Japão, destacando a importância simbólica do evento, que celebra os 130 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Críticas ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua política isolacionista.
- Publicação
- Publicação no DSF de 26/03/2025 - Página 19
- Assunto
- Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
- Indexação
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- COMENTARIO, VIAGEM, EXTERIOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, JAPÃO, COMEMORAÇÃO, RELAÇÕES DIPLOMATICAS.
- CRITICA, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), DONALD TRUMP, PROTECIONISMO, TARIFAS, GUERRA COMERCIAL.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Abraço, amigo querido, orgulho pernambucano, Senador Humberto Costa, na Presidência, sempre atuante, desta sessão.
Eu vou diretamente ao assunto porque eu odeio usar a tribuna e ouvir a sua campainha. Graças a Deus, o senhor nunca teve a chance de usá-la contra mim.
Entendeu, orgulho cearense, Senadora Augusta?
Você também, de vez em quando, passa do seu tempo. Passa um pouquinho, não um poucão igual o Girão, não, né? (Risos.)
Bem, brasileiras e brasileiros, minhas únicas vossas excelências, o assunto desta terça-feira, 25 de março de 2025, é a visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, iniciada ontem, quando ele foi recebido pelo Imperador Naruhito.
Trata-se do cumprimento de uma agenda de alto caráter simbólico. Afinal, o Japão recebe somente um líder de Estado por ano – um por ano! E, em 2025, este líder é, para o orgulho dos brasileiros, ele, Lula.
É um contato diplomático ainda mais relevante por se tratar, por causa da pandemia do novo coronavírus, da primeira visita de um chefe de Estado ao Japão desde 2019, quando aqui assumi meu mandato e quando lá esteve o Presidente dos Estados Unidos.
A diferença é significativa também porque, em 2025, são comemorados os 130 anos da relação diplomática entre os dois países. E é essencial destacar que o Brasil tem a maior população nipônica fora do Japão, que abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior.
A relação se destaca também no campo econômico. O Japão é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil na Ásia, depois da China e da Índia. E ocupa o 11º lugar entre os países que mais compram produtos do Brasil e a décima posição entre os que mais vendem para nós.
Daí a importância da viagem do Presidente Lula, em comitiva com 11 ministros, grandes empresários e líderes políticos, como os atuais e os ex-Presidentes da Câmara e do Senado.
Além de tentar abrir mercados específicos, como o de carnes, a missão é avançar na negociação de um possível acordo do Japão com o Mercosul, um objetivo que se estende ao Vietnã, outro país que será visitado neste périplo pela Ásia.
Ampliar a relação com aquele continente é uma tarefa que se impõe no momento em que o cenário geopolítico se torna cada vez mais nebuloso por causa da política isolacionista assumida pelo Presidente da maior potência mundial, os Estados Unidos, figura de que eu me recuso a falar o nome e que eu me recuso até a ver na televisão – quando ele aparece, parece-me um fantasma, e eu vou dormir. Na mesma linha, não se pode ignorar que as sobretaxas tarifárias escancaram a possibilidade de uma guerra comercial de proporções nunca vistas antes.
Neste contexto, para o Brasil é essencial ampliar mercados tradicionais e ainda buscar parceiros alternativos. O êxito nesse sentido é possível porque, depois de uma administração sem representatividade externa – pelo contrário –, o Governo Lula 3 reinseriu o Brasil no mundo e resgatou o protagonismo. Graças às viagens de Luiz Inácio Lula da Silva, criticadas por aqueles que desconhecem a importância da diplomacia presidencial, o Brasil voltou a ganhar visibilidade, traduzida em mais investimentos e novas oportunidades comerciais. Só ignorante não reconhece – e, é claro, a ignorância é a maior multinacional do mundo, ainda mais neste país.
Cabe assinalar que, no ano passado, foram abertos no exterior mais de 120 mercados para produtos brasileiros, fato que comprova a nossa competitividade no plano internacional, e isso, senhoras e senhores, meus únicos patrões, representa mais exportações, melhora da balança comercial e geração de divisas, além de emprego e renda.
É preciso ressaltar ainda a importância das articulações políticas decorrentes do interesse de inúmeros países da comunidade internacional em se reaproximar do Brasil, procura absolutamente natural que aconteça.
Concluo que, por sua importância nas áreas de energia, segurança alimentar e clima, o nosso país pode desempenhar papel decisivo na luta pelo restabelecimento do comércio multilateral, uma agenda civilizatória. Creio que o mundo não pode economizar esforços na batalha pela retomada da convivência entre nações, baseada no respeito a regras comuns, em busca de paz, segurança, redução das desigualdades e capacidade para enfrentar conjuntamente os inevitáveis desafios climáticos.
Ainda teria tempo para falar, se eu quisesse, não é, Presidente? Não tenho?
A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE. Fora do microfone.) – Três minutos...
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Três minutos ainda.
Hoje eu bati o recorde, Girão: sete minutos, mas eu quero chegar a cinco minutos.
Deus e saúde a todos e todas, nesta semana abençoada e iluminada, aos amigos e amigas que eu tenho neste Senado, prazerosamente – dos 81, eu tenho 80. Só tem um que eu não suporto nem ver, a que eu não suporto muito menos dar a mão – quero distância oceânica dele – e que é do meu Estado de Goiás. E deixo claro que não é o Vanderlan, o.k.? Então, aqui, eu tenho uma maioria absoluta de amigos, especialmente entre os funcionários e funcionárias desta Casa, maior patrimônio do nosso Senado Federal. O meu desejo é de alegrias e vitórias em suas vidas e na de seus familiares.
Agradecidíssimo, Presidente, amigo e exemplo, Humberto Costa.