Discurso durante a 24ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apresentação de dados da Fundação Getúlio Vargas que indicam a redução da desigualdade social no Brasil em 2024, com o crescimento da renda da população de menor poder aquisitivo.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Economia e Desenvolvimento:
  • Apresentação de dados da Fundação Getúlio Vargas que indicam a redução da desigualdade social no Brasil em 2024, com o crescimento da renda da população de menor poder aquisitivo.
Publicação
Publicação no DSF de 24/04/2025 - Página 13
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Economia e Desenvolvimento
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, ANO CIVIL, CRESCIMENTO ECONOMICO, RENDA, POPULAÇÃO CARENTE.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, público que nos acompanha pelos serviços de comunicação do Senado e que nos segue pelas redes sociais, eu quero trazer aqui, nesta tarde, o meu entusiasmo por podermos apresentar dados que comprovam que o Brasil está, sim, trilhando um caminho de reconstrução, de inclusão e de justiça social.

    São avanços que não surgiram por acaso. Eles são frutos de políticas públicas bem pensadas e bem executadas pelo nosso Governo, que renovam a esperança de que, com trabalho sério e compromisso com o povo, é possível, sim, transformar a realidade.

    O ano de 2024 ficará marcado na história como o ano em que o Brasil registrou a maior redução de desigualdade social nos últimos anos. Isto mesmo: a maior dos últimos tempos, que se traduz, na prática, na melhoria de vida da população e em um período de vivas oportunidades e de muita prosperidade.

    Dados da Fundação Getulio Vargas Social, com base na Pnad Contínua, apontam que a renda do trabalho dos mais pobres cresceu 10,7% no último ano, um ritmo 50% superior ao crescimento entre os 10% mais ricos. A média nacional de crescimento foi de 7,1%. Isso significa que o andar de baixo subiu mais rápido do que o de cima, invertendo a lógica perversa que imperou por muitos anos. E mais: os maiores ganhos ocorreram justamente entre os grupos historicamente marginalizados – pessoas com baixa escolaridade, mulheres, negros, nordestinos –, grupos que até pouco tempo viviam à margem do mercado formal de trabalho e da dignidade social.

    E o que impulsionou esse avanço? Não foi uma medida isolada, mas, sim, a combinação poderosa entre crescimento do emprego formal, qualificação profissional e uma política social inteligente e sensível: a regra de proteção do Bolsa Família, que foi desenhada e aplicada pelo nosso Governo. É um dispositivo sumamente importante que permite que beneficiários continuem recebendo parte do auxílio mesmo depois de conseguir um emprego com carteira assinada. Isso é política pública com alma; é dar segurança para quem precisa escolher entre aceitar um trabalho ou manter o sustento da família; é criar um colchão de proteção social, como bem definiu o pesquisador Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas.

    E os resultados falam por si: 75,5% das vagas criadas no mercado formal foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, e impressionantes 98,8% das vagas foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único. Isso é inclusão real, é cidadania!

    Quero destacar outro dado que enche o nosso coração de esperança: o Nordeste liderou o crescimento da renda do trabalho com um salto de 13% – quase o dobro da média nacional. Sergipe, Pernambuco, Bahia e Paraíba ocupam os quatro primeiros lugares entre os estados com maior avanço. Isso significa que estamos quebrando ciclos históricos de exclusão regional, devolvendo oportunidades a uma população que sempre teve talento e força de trabalho, mas à qual faltavam apoio e política pública eficaz.

    O estudo também mostra que o aumento da escolaridade foi mais forte entre os mais pobres. Isso representa não apenas uma vitória no presente, mas um investimento estratégico no futuro. A inclusão social de hoje é a base de uma economia mais produtiva, de uma sociedade mais coesa, de um país mais justo. Quando qualificamos e incluímos pessoas, não estamos somente tirando-as da pobreza. Estamos devolvendo a elas sonhos, dignidade e o direito de escrever o seu próprio destino e o seu próprio futuro.

    Esse resultado não é mérito do acaso nem de decisões de mercado; é fruto de um Governo que não tem medo de governar para os que mais precisam, um Governo que acredita na força do Estado como instrumento de construção de justiça social, um Governo que não terceiriza suas responsabilidades, mas que age com coragem, com técnica e com empatia.

    E isso nos leva a uma constatação importante: a retomada do Bolsa Família com o novo desenho, novos critérios e maior valor médio foi um acerto histórico, um programa que estimula o trabalho, protege na transição e reconhece, na realidade das famílias, as crianças, as gestantes e os lactantes.

    Segundo a FGV, a combinação entre aumento da renda e queda na desigualdade gerou um crescimento de 10,2% no bem-estar da população brasileira – repito, 10,2%. Isso é mais do que um número, isso é comida no prato, é luz paga, é filho na escola, é vida com dignidade.

    Não há dúvida também de que todo esse extraordinário avanço terá um positivo e sensível impacto na nossa economia. Já está mais do que provado que cada real investido no combate à pobreza e à extrema pobreza reverte-se, em proporção ainda maior, em favor do crescimento do Produto Interno Bruto.

    Como diz todos os dias o Presidente Lula, incluir o pobre no Orçamento não é problema, é solução.

    Este não é um discurso de propaganda; é um tributo à verdade dos fatos, é um chamado para que reconheçamos que políticas públicas bem desenhadas, com foco na inclusão e na dignidade humana, funcionam perfeitamente.

    Ainda há muito por fazer, ainda enfrentamos desigualdades, exclusões e injustiças, mas 2024 nos mostra que é possível mudar o rumo. É possível crescer distribuindo. É possível incluir com responsabilidade fiscal. É possível combater a pobreza com respeito e inteligência. É possível – e é preciso – crescer com a inclusão dos mais pobres.

    Este é o Brasil que estamos construindo, um Brasil de pé que olha nos olhos do seu povo e diz: "Você não está só. O...

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE) – ... seu esforço será reconhecido. A sua dignidade será protegida".

    É isso que estamos fazendo e provando, com dados objetivos, que o Brasil cresce com o seu povo, gerando oportunidades e um tempo de prosperidade para todos.

    Muito obrigado a todos e a todas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/04/2025 - Página 13