Pronunciamento de Izalci Lucas em 28/04/2025
Fala da Presidência durante a 26ª Sessão Especial, no Senado Federal
Abertura de Sessão Especial destinada a celebrar o 65o. aniversário de Brasília.
- Autor
- Izalci Lucas (PL - Partido Liberal/DF)
- Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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Data Comemorativa,
Homenagem:
- Abertura de Sessão Especial destinada a celebrar o 65o. aniversário de Brasília.
- Publicação
- Publicação no DSF de 29/04/2025 - Página 8
- Assuntos
- Honorífico > Data Comemorativa
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF).
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento aos Requerimentos 989 e 1.010, de 2024, de autoria dos Senadores Izalci Lucas e Leila Barros, aprovados pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a celebrar os 65 anos de Brasília.
Convido para compor a mesa desta sessão especial o seguinte convidado: Sr. Desembargador Roberval Casemiro Belinati, 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios. Por favor. (Palmas.)
Convido também o Sr. Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, que é o nosso Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Palmas.)
Convido também o Sr. André Kubitschek, neto do Presidente Juscelino Kubitschek e Vice-Presidente do Memorial JK. (Palmas.)
Convido também a Sra. Cosete Ramos, Presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília, grande pioneira e educadora. (Palmas.)
Convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional e, na sequência, o Hino de Brasília, que serão interpretados pelo Coral do Senado Federal.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
(Procede-se à execução do Hino de Brasília.)
Quero cumprimentar aqui a minha amiga e grande Senadora Leila Barros, também autora do requerimento desta sessão.
Cumprimento aqui o nosso querido Desembargador Roberval Casemiro Belinati, nosso querido Georges Carlos Fredderico, do Ministério Público; a minha amiga educadora Cosete Ramos; o nosso querido André Kubitschek, neto da nossa referência, que foi Juscelino Kubitschek.
Cumprimento aqui nosso querido Senador Paulo Octávio.
Cumprimento aqui todos os convidados e, de uma forma especial, os nossos alunos daqui, da Vila Planalto, a nossa Diretora Nilce e todos os professores. (Palmas.)
E também aqui os alunos do Instituto Federal de Brasília, lá de Planaltina.
Tive o privilégio de ajudar a construir essa escola da Vila Planalto. A Nilse ficava aqui, no meu gabinete, todos os dias, mas conseguimos realizar esse sonho.
Cumprimento também as Sras. e os Srs. Embaixadores, os Encarregados de Negócios e os representantes diplomáticos dos seguintes países que estão aqui: Coreia, Finlândia, Haiti, Líbano, Macedônia do Norte, Malta, Países Baixos, Palestina, República Dominicana, Rússia, Singapura, Trindade e Tobago.
Sra. Presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagem, Ana Carolina Medeiros; Presidente da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal, Adriano Marrocos; Sr. Presidente do Instituto Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer; Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Reis Meira; Presidente da Comissão Nacional da Associação Brasileira de Advogados, Rubens Gallerani; Sr. Vice-Governador do Distrito Federal no período de 2007 a 2010 e também Deputado Federal, Senador Paulo Octavio; quero cumprimentar aqui todos os demais convidados, professores.
Estamos hoje aqui para celebrar a nossa capital. São 65 anos de Brasília, mas são exatamente 65 anos daqueles que acreditaram, daqueles que vieram para cá.
Brasília não é apenas uma cidade, é um espaço de convivência generoso e democrático. Com suas asas abertas sobre o Planalto Central, é o centro político e administrativo do país, onde pulsa o coração das decisões nacionais. Aqui convergem os rumos da República, aqui o Brasil se pensa, se debate, se constrói. Brasília é o símbolo da nossa unidade nacional.
Senhoras e senhores, ao longo da minha trajetória como Parlamentar, eu tive o privilégio de testemunhar de perto a evolução dessa cidade única. Brasília sempre me inspirou por sua modernidade, sua arquitetura futurista, pela coragem herdada de seus idealizadores e, sobretudo, por sua extraordinária diversidade cultural.
Brasília é uma cidade que acolhe. Gente de todos os cantos do país encontrou aqui não apenas uma nova morada, mas a chance de construir uma vida melhor, contribuindo com seus saberes, com as suas tradições, com as suas histórias, para formar o rico mosaico que nos define.
Composta por 35 regiões administrativas, Brasília é um retrato da pluralidade brasileira. Cada região traz consigo os seus próprios desafios, mas também as suas potencialidades – espelho das origens, culturas e experiência de seu povo.
Atualmente, somos mais de 3 milhões de habitantes vivendo, produzindo e sonhando juntos, mas não podemos esquecer que Brasília nasceu do trabalho, foram mãos calejadas, corações esperançosos e rostos cobertos de poeira que ergueram seus alicerces. Os candangos, vindos das mais variadas partes do país, enfrentaram o Cerrado bruto, o clima seco e as distâncias de suas terras natais e famílias, com a firme convicção de que aqui floresceria um novo Brasil.
O trabalho continua sendo o motor da nossa sociedade. É por meio dele que transformamos realidades, garantimos dignidade e promovemos a justiça social.
A minha história tem a ver com essa cidade. Minha história tem a ver com o Distrito Federal. Quando cheguei aqui, não me assustei com o barro vermelho, me encantei pela amplidão. Era grande e tinha muito a fazer. Pelas cartas do meu pai, imaginava o tamanho de nossa capital. Pelas cartas de meu pai, imaginava o sacrifício, mas, pelas cartas de meu pai, imaginava também o tamanho desse projeto que traria a capital da praia para o interior. Respondia às suas cartas toda semana. Eram cartas de um menino, mas hoje vejo que eram premonitórias e o ajudaram a ficar de pé. As cartas dele me entusiasmavam, mesmo sabendo dos aperreios. Meu pai falava das dificuldades e da luta. Eu respondia – cartas de menino – lhe dando apoio e força para continuar, e ele continuou.
Meu pai veio antes; nós ficamos esperando alguns anos pelo dia de chegar aqui à capital. Foram quase dois dias de viagem na carroceria de um caminhão. Éramos minha mãe, sete filhos, comida, camas e colchões. Lembro que era difícil dormir, mas era grande a aventura. A gente não sabia da luta e das batalhas que estavam por vir. Com 13 anos, cheguei aqui. Era uma aventura, e a cidade tinha pouco mais de dez anos de existência. Era linda, mas ainda tinha barro vermelho e muito a ser construído. Era nossa cidade para correr, e a gente corria. Não havia medo, havia esperança: esperança de fazer a revolução, o progresso e o caminho para o interior do Brasil. Foi assim que descobrimos esse novo Brasil rico e pujante. O Brasil do interior, com gente que iria ter, de fato, papel preponderante na evolução e na potência de um país que viria a ser considerado o celeiro do mundo; que nos daria a responsabilidade de ser um dos principais responsáveis pela alimentação do mundo.
Meus amigos e minhas amigas, eu, menino acostumado às roças, ao tempo de chuva e seca, já sabia como plantar e como colher, mas isso naquele Brasil não era suficiente para garantir o futuro das próximas gerações. Eu, menino do interior, me achei na capital do Brasil. Eu, menino do interior, consegui estudar e me formar graças a uma educação de qualidade em escola pública de excelência e bolsa de estudo para completar minha formação. Eu, menino Izalci, pude pensar em algo para os outros meninos e meninas que não tinham como custear a sua educação. Pensei no menino Izalci, naquilo que me ajudou: a educação.
Fui atrás, lutei e ainda hoje luto por isso, porque sei que só cheguei aonde cheguei pela educação. É por causa dela que estou aqui neste Plenário do Senado Federal. Foi unicamente pela educação que pude evoluir. Mas continuo aquele menino que acorda todos os dias com vontade de fazer mais. Não vou parar nunca. Aquele menino de Araújos, de Minas Gerais, cheio de sonhos, que chegou aqui na carroceria de um caminhão é o mesmo lutador que chegou a Brasília e se encantou pela imensidão do Planalto Central, sua beleza e com o futuro da nova capital.
Meus amigos e minhas amigas, hoje, no aniversário de 65 anos da nossa capital, reafirmemos o nosso compromisso com ela e com sua gente e celebremos não apenas o passado glorioso, mas principalmente tudo ainda o que podemos construir juntos. Que sigamos com determinação, ousadia e amor por esta cidade, que é de todos nós. Sigamos, sobretudo, com o dever de enfrentar com coragem os desafios contemporâneos. E a nossa Brasília tem estes desafios: falo de mobilidade urbana, acesso à moradia, à saúde, à educação, entre outros. Por isso, é nosso papel ter responsabilidade e visão de futuro, com respeito e oportunidades iguais para todos.
Finalizo esse meu pronunciamento com as palavras escritas no brasão do Distrito Federal, que dão o sentido à nossa confiança no futuro: venturis ventis, aos ventos que virão, que esses ventos nos levem ainda mais longe, unidos no propósito de fazer de Brasília uma cidade cada vez mais humana, mais igual e inspiradora.
Parabéns, Brasília, pelos seus 65 anos!
Obrigado. (Palmas.)
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fora do microfone.) – Bravo, Izalci! Bravo!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Obrigado, Cosete! Aprendi com você.
Passa agora a palavra para a nossa querida Senadora Leila Barros.