Discurso proferido da Presidência durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a homenagear os 150 anos do jornal “O Estado de São Paulo” - Estadão, nos termos do Requerimento n° 1/2025-Mesa, da Senadora Mara Gabrilli e do Deputado Baleia Rossi.

Autor
Mara Gabrilli (PSD - Partido Social Democrático/SP)
Nome completo: Mara Cristina Gabrilli
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Sessão Solene destinada a homenagear os 150 anos do jornal “O Estado de São Paulo” - Estadão, nos termos do Requerimento n° 1/2025-Mesa, da Senadora Mara Gabrilli e do Deputado Baleia Rossi.
Publicação
Publicação no DCN de 01/05/2025 - Página 7
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, OBJETIVO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, JORNAL, O ESTADO DE S. PAULO, IMPRENSA.

    A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco/PSD - SP. Para discursar - Presidente.) – Bom, eu queria cumprimentar Denis Bezerra, representando o Governador do Estado do Ceará, Assessor Especial de Assuntos Federativos do Estado do Ceará; e, representando também o Ministério Público Federal, o Procurador Regional da República e ex-Secretário de Relações Institucionais, Sr. Silvio Roberto de Oliveira Amorim Júnior.

    Quero cumprimentar as senhoras e os senhores representantes diplomáticos dos seguintes países: Angola, Cuba, Palestina e República Dominicana; e as senhoras e os senhores diretores executivos e colaboradores da sociedade anônima O Estado de S. Paulo.

    Sras. Senadoras, Srs. Senadores, autoridades aqui presentes, queridos jornalistas do Estadão, aos quais eu quero saudar na pessoa do Sr. Francisco Mesquita, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Estado, esse veículo forte e centenário.

    Hoje, neste Congresso, que é a casa de todos os brasileiros, homenageamos não apenas um jornal; homenageamos um pilar da democracia brasileira. Celebramos 150 anos de resistência, de coragem, de profissionalismo, de compromisso inegociável com a verdade.

    O Estadão não é apenas uma testemunha dos grandes momentos do nosso país; é protagonista. Esteve presente na luta pela abolição da escravidão, na defesa intransigente da República, na resistência corajosa diante da censura da ditadura militar. Em cada fase da nossa história, lá estava o Estadão, firme, íntegro, ousado.

    Falar do Estadão é falar de liberdade, é lembrar que cada manchete, cada editorial, cada denúncia custa suor, coragem e, muitas vezes, risco pessoal.

    O Estadão nunca se curvou, nem quando isso parecia mais fácil, nem quando isso parecia mais seguro.

    Eu, como cidadã e como Senadora pelo Estado de São Paulo, me sinto profundamente honrada em ser a proponente desta homenagem, ao lado do Deputado Baleia Rossi, aqui representado pelo Deputado Hildo, porque defender a liberdade de imprensa é defender o próprio direito de existir como uma democracia plena.

    O Estadão sempre foi um farol em tempos de trevas, e, hoje, enquanto a desinformação se alastra como uma epidemia silenciosa, o jornalismo sério, ético e independente é o que nos ancora na realidade e no bom senso.

    Eu não falo apenas como uma admiradora, mas eu trago aqui também a minha história pessoal com esse grupo extraordinário.

    Durante cinco anos, entre 2007 e 2012, eu tive a honra de apresentar o Derrubando Barreiras: Acesso para Todos, na Rádio Eldorado, braço do grupo Estadão, e o programa tratou de temas como inclusão, acessibilidade, saúde mental, preconceito, cidadania, em uma época em que pouco se falava de tudo isso.

    Abrimos portais invisíveis e ouvimos vozes antes esquecidas.

    Foi ali, no microfone da Rádio Eldorado, que eu compreendi, na prática, que a comunicação transforma realidades, transforma vidas, olhares, mentalidades, ela quebra paradigmas.

    Eu me lembro com muito carinho da nossa primeira entrevista com o saudoso Dudu Braga, que nos mostrou, entre gargalhadas e reflexões profundas, que a deficiência não define a potência de uma vida plena e produtiva.

    A visão do Estadão, ao abrir esse espaço, revela muito sobre a alma desse grupo. Coragem para inovar, sensibilidade para dar voz a quem muitas vezes é silenciado e, acima de tudo, compromisso com a construção de um Brasil mais justo e mais inclusivo.

    Naquele pequeno estúdio, derrubamos muros muito maiores que as barreiras arquitetônicas: derrubamos preconceitos. E o Estadão foi pioneiro, foi generoso. Eu sou muito, muito grata a isso.

    Hoje olhamos para o futuro e vemos desafios imensos, de toda ordem – políticos, econômicos, religiosos, sociais, ideológicos, climáticos e tantos outros –, mas também temos a esperança de que veículos como o Estadão continuarão sendo guardiões da nossa democracia, continuarão nos ensinando ao ouvir o contraditório, a buscar a verdade e respeitar a diversidade de ideias.

    Em tempos de bolhas digitais, de ataques à imprensa, de guerras contra a verdade, de disseminação de fake news, tememos pelo que ainda está por vir.

    Estamos vivendo uma era em que tudo é imediato, onde a informação circula de uma forma muito veloz. E, por tudo isso, a profundidade, a análise cuidadosa e o pensamento crítico são mais necessários do que nunca, e é exatamente aí que o Estadão se diferencia.

    Por isso que homenagens como esta são tão necessárias, porque não existe democracia sem jornalismo livre e não existe país justo sem imprensa vigilante.

    Ao Estadão eu quero deixar o meu mais profundo respeito, bem como ao seu passado glorioso, ao seu presente desafiador e, principalmente, ao futuro, que nos inspira a construir de mais inclusão, mais respeito e democracia fortalecida.

    Que o legado dos que vieram antes siga vivo nas novas gerações de jornalistas e que o jornalismo do Estadão nunca perca a coragem de fazer as perguntas mais difíceis; e que a liberdade nunca seja vista como garantida, e, sim, como uma conquista diária.

    Antes de encerrar, eu quero deixar registrada a minha gratidão a todos que constroem o Estadão dia após dia: jornalistas, redatores, editores, revisores, fotojornalistas, colunistas, locutores, diagramadores, ilustradores, gráficos, motoristas, técnicos, enfim, a todos os profissionais que fazem desse jornal um gigante da história brasileira.

    Parabéns pelos 150 anos de coragem, ética e inspiração, e que os próximos 150 sejam ainda mais audaciosos, mais transformadores e mais luminosos!

    Viva o Estadão, viva a liberdade e viva a nossa democracia! (Palmas.)

    Bom, eu quero conceder a palavra aqui, por cinco minutos, ao Sr. Deputado Federal Hildo Rocha.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 01/05/2025 - Página 7