Pronunciamento de Rogério Carvalho em 30/04/2025
Discurso durante a 29ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de debates temáticos destinada a discutir o surgimento e o avanço das pesquisas relacionadas à vacina contra o câncer.
Defesa da vacinação como política essencial de saúde pública e crítica ao negacionismo, destacando a importância das vacinas e terapias como os anticorpos monoclonais no enfrentamento do câncer e na ampliação da qualidade de vida.
- Autor
- Rogério Carvalho (PT - Partido dos Trabalhadores/SE)
- Nome completo: Rogério Carvalho Santos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Pesquisa Científica,
Saúde:
- Sessão de debates temáticos destinada a discutir o surgimento e o avanço das pesquisas relacionadas à vacina contra o câncer.
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Crianças e Adolescentes,
Saúde Pública:
- Defesa da vacinação como política essencial de saúde pública e crítica ao negacionismo, destacando a importância das vacinas e terapias como os anticorpos monoclonais no enfrentamento do câncer e na ampliação da qualidade de vida.
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/05/2025 - Página 17
- Assuntos
- Economia e Desenvolvimento > Ciência, Tecnologia e Informática > Pesquisa Científica
- Política Social > Saúde
- Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
- Política Social > Saúde > Saúde Pública
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, PESQUISA, VACINA, COMBATE, CANCER.
- COMENTARIO, SAUDE PUBLICA, IMPORTANCIA, VACINA, PREVENÇÃO, AUMENTO, QUALIDADE DE VIDA, REGISTRO, DISCUSSÃO, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS (CDH), SUGESTÃO, CANCELAMENTO, EXIGENCIA, APRESENTAÇÃO, COMPROVANTE, VACINAÇÃO, FAMILIA, ESCOLA, CRIANÇA, ADOLESCENTE.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - SE. Para discursar.) – Eu queria, inicialmente, cumprimentar todos e cumprimentar a Senadora Eudócia pela iniciativa desta sessão temática de debates.
O tema interessa toda a sociedade brasileira, é universal, que é como lidar com as doenças do envelhecimento, com o câncer. É uma doença que ocorre ou que tem uma frequência maior em pessoas mais velhas, é uma doença degenerativa, mas estamos falando aqui da forma mais eficaz de prevenção, que é a vacina.
Infelizmente, o desserviço que a humanidade está sofrendo com algumas pessoas, algumas personalidades, alguns políticos, inclusive, tentando deslegitimar a vacina, que secularmente é tida e reconhecida como a forma mais eficaz de prevenção. Imaginem, se não fosse a vacina... A minha geração foi a primeira que se vacinou contra a poliomielite e, da minha geração para cá, nós não temos deficientes físicos por conta da poliomielite. Antes da minha geração, dois anos antes, tem centenas, milhares de brasileiros e brasileiras vítimas dessa doença, que com apenas duas gotinhas a gente evitou que essas pessoas e que uma geração inteira contraísse essa doença e, se em contato com o vírus, estava imunizado, portanto tinha uma forma eficaz de prevenção.
Nós sabemos também que esse caminhar do desenvolvimento das terapias biológicas é um caminhar sem volta, fundamental. Temos que equacionar como vamos lidar com o custo disso. Quando se trata de vacina, a gente está lidando com um instrumento, com uma tecnologia que alivia com o tempo o custo, ou seja, determinados custos previstos, quando considerada toda a sociedade, a gente vai retirar do sistema, porque essas doenças terão uma prevenção ou uma redução muito grande ou uma redução significativa, próxima de 3%, 4% do remanescente; mesmo para quem contrair a doença, ela virá numa forma mais controlável ou menos agressiva.
Então, todos os esforços que puderem ser feitos de cooperação, de debate, de debate e cooperação, de aquisição, transferência de tecnologia ou incorporação de tecnologia, transferência de fora para cá e desenvolver em conjunto, são fundamentais para que a gente possa ter autonomia numa área que vai ser muito estratégica para o futuro de toda a humanidade e para qualquer nação. Esse é um tema extremamente relevante e estratégico, porque nós estamos falando de como garantir que as pessoas tenham mais qualidade de vida e mais tempo de vida. Quando a gente fala em prevenção, as pessoas pensam que, ao prevenir, não vai ter doença. Não. Quando a gente previne, a gente está aumentando o tempo de vida das pessoas e aumentando a qualidade de vida das pessoas. Isto é o que, afinal de contas, importa: mais vida com mais qualidade de vida.
Então, esse é um desafio que está dado para todos nós. E daqui a pouquinho eu vou pedir licença a vocês, porque eu tenho uma reunião na Comissão de Direitos Humanos. A Comissão que vai tratar, inclusive, de uma proposta de retirar a obrigatoriedade de as famílias apresentarem a carteira de vacinação. Isso é um absurdo, porque é uma forma de controlar e de garantir que as crianças vão estar se prevenindo de contrair, de ter determinadas doenças, de terem sequelas por essas doenças quando não forem vitimadas, quando não morrerem por conta dessas iniciativas que eu digo negacionistas – eu não gosto nem desse termo porque eu acho que é pouco –, obscurantistas. É uma legião de obscurantistas que se coloca no meio da sociedade com um discurso pouco contributivo para que a gente possa ampliar o tempo de vida com qualidade de vida.
Então, eu queria cumprimentar mais uma vez, Senadora, e dizer que é muito oportuno esse tipo de debate, e a gente precisa fazer cada vez mais, porque esse é um tema que vai tomar conta... Veja, as pessoas vão saber dessas tecnologias, as pessoas vão tensionar através do sistema de Justiça para terem acesso a essas tecnologias. Então, a gente precisa começar a debater e pensar de que maneira tecnologias como essas, tanto tecnologias de prevenção, como vacinas, no conceito clássico de vacina, como anticorpos monoclonais, que hoje já estão sendo bastante usados, bastante difundidos e que controlam doenças, transformam o câncer em uma doença crônica – quando não consegue curar, controla como uma doença crônica e dá uma sobrevida e uma qualidade de vida muito maior aos pacientes que são diagnosticados com determinados tipos de câncer, para os quais já existem terapias a partir de anticorpos monoclonais.
Então, meus parabéns! E conte com a gente aqui neste debate.
Muito obrigado.