Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com a entrega de intimação judicial ao ex-Presidente Jair Bolsonaro, durante internação em UTI, em suposta violação das normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).Elogios ao Ministro do STF Luiz Fux por sua atuação no julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Sugestão de criação de CPI para apurar a concessão de asilo à ex-Primeira-Dama do Peru, Nadine Heredia.

Convocação de manifestação popular para o dia 7 de maio de 2025.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Judiciário:
  • Indignação com a entrega de intimação judicial ao ex-Presidente Jair Bolsonaro, durante internação em UTI, em suposta violação das normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).Elogios ao Ministro do STF Luiz Fux por sua atuação no julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Relações Internacionais:
  • Sugestão de criação de CPI para apurar a concessão de asilo à ex-Primeira-Dama do Peru, Nadine Heredia.
Atividade Política:
  • Convocação de manifestação popular para o dia 7 de maio de 2025.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2025 - Página 64
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Outros > Atividade Política
Indexação
  • CRITICA, JUDICIARIO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ENTREGA, INTIMAÇÃO, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, HOSPITAL, VIOLAÇÃO, NORMAS, CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM), ELOGIO, MINISTRO, LUIZ FUX, JULGAMENTO, ACUSADO, DEPREDAÇÃO, EDIFICIO SEDE, PODERES CONSTITUCIONAIS, TENTATIVA, GOLPE DE ESTADO.
  • APOIO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, CONCESSÃO, ASILO POLITICO, EX-PRIMEIRA-DAMA, PAIS ESTRANGEIRO, PERU.
  • CRITICA, UTILIZAÇÃO, AERONAVE, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ALEXANDRE DE MORAES, CONVOCAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, IMPEACHMENT.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senador Jaime Bagattoli, lá da nossa querida Rondônia, Senador Izalci, eu não gosto muito de papel na tribuna, mas são tantos os assuntos – de cinco e cinco minutos tem um escândalo, uma barbaridade, um acinte, uma afronta.

    Eu queria falar da afronta ocorrida com o ex-Presidente – e, segundo um jornalista da Globo, Jair Bolsonaro é o ex-Presidente em atividade no Brasil, porque o Presidente do Brasil é um encastelado que não junta ninguém, é um viajante contumaz, é um "Lula tour", "Janja tour", com uma comitiva enorme. Eles até foram lá agora no enterro do Papa e teve até nomes que embarcaram na comitiva e isso foi abafado e escondido, para não aparecer na comitiva – mas dessas questões que envolvem ministro do Supremo eu vou falar outro dia.

    Eu, quando soube, Sr. Presidente, que Jair Bolsonaro, isolado numa UTI, Senador Girão, por conta de uma infecção e uma cirurgia invasiva – a mais invasiva de todas, depois de seis cirurgias a partir de Juiz de Fora... Jair Bolsonaro, na UTI, é intimado, recebe um oficial de Justiça mandado pelo inoxidável, pelo maioral, pelo dono do Brasil, o Sr. Alexandre de Moraes. Perverso, perverso, mau, desalmado, sem sentimento!

    Eu já tive diversas internações, Senador Jaime Bagattoli. Eu sou lesionado de medula e passei muito tempo internado e paralítico. Sou lesionado, minha coluna é um enxerto. O ano passado quase todo eu passei em função de mais outra prótese no joelho, passei tempos na UTI isolado.

    De repente, eu vejo uma imagem. Enquanto o Brasil ora pelo Jair Bolsonaro, pela saúde dele... E pela saúde de qualquer um nós temos que orar: quando Lula teve o câncer dele, o Brasil todo orou por ele; quando Dilma teve o câncer dela também; José Alencar também. Nós não desejamos nada de mau para ninguém.

    O Jair Bolsonaro recebe um oficial de Justiça. E aí me intriga muito – e cabe uma investigação –; eu oficiei, então, a comissão federal, o Presidente do CFM do Brasil, para que se pronunciasse sobre essa entrada da oficial de Justiça na UTI.

    Bem, eu faço todos os considerandos aqui, contando essa história que o Brasil viu, porque ela está gravada e eternamente ficará, e tem uma resposta técnica, Senador Izalci, ao meu ofício, do CRM.

    Eles dizem o seguinte – deixe-me ler aqui o final:

Estas regras garantem a estabilidade clínica e a segurança física e emocional dos pacientes em condição crítica, sem condição de alta, devendo ser seguidas em todos os estabelecimentos de assistência médica do país, aplicadas indistintamente a quaisquer pessoas sob qualquer pretexto, inclusive equipes de jornalismo e agentes públicos [vou dizer de novo: agentes públicos] em cumprimento de determinação judicial.

    Quem cometeu o crime, Senador Cleitinho?

    E ainda tem gente que não fala aqui na tribuna, mas fala nos seus estados que tem três ou quatro Senadores que falam mal da Casa. Não é falar mal da Casa, falam porque acreditam, do que veem, destemidamente. "Ah, é porque cria problemas com o Supremo." Não, esse Supremo Tribunal Federal que aí está não representa nenhum Poder, são apenas indivíduos vaidosos, cheios de maldades, e nós entendemos que a questão alexandrina desse imperador contra Jair Bolsonaro é algo altamente pessoal. Esse cara tem fetiche por Jair Bolsonaro. E Jair Bolsonaro tem uma denúncia recebida por eles, por uma turma, não pelo plenário como um todo.

    E quero aqui aproveitar para parabenizar o Fux pela tomada de posição, pelo voto que deu e pela aula que deu. Quando alguém é indicado aqui, o Presidente precisa indicar alguém que tenha o quê? Saber jurídico, vida e moral com passado ilibado. Esses ditadores do Supremo que estão aí agora vivem, Senador Cleitinho, como se eles tivessem nascido hoje: nenhum deles tem passado. Alguns têm currículo, outros têm folha corrida. Todo mundo tem telhado de vidro, menos eles. São limpíssimos, limpíssimos. Mas o Fux deu uma aula de saber jurídico. Eu quero parabenizar o Fux e quero parabenizar também o André.

    Estou falando aqui da questão de Jair Bolsonaro, mas é tanto assunto... Eu já ia quase entrando aqui no assunto do Collor. Eles pediram a prisão do cara por causa da investigação da Lava Jato. Mas como assim, se eles disseram que a Lava Jato não presta, acabaram com a Lava Jato? Como é que eles estão prendendo gente na investigação daquilo que eles disseram que não presta? Mas isso é outro assunto. Eu não vou confundir os assuntos aqui. Vou continuar aqui.

    Agora, Senador Irajá, jovem Senador, imagine V. Exa. estar internado – e que Deus o livre de qualquer internação, por qualquer cirurgia invasiva, e a todos nós –, e V. Exa. recebe um oficial de Justiça que abre a porta e entra, sem luva – presta atenção, Cleitinho! –, sem luva, dentro da UTI, com a roupa que veio da rua, sem uma touca, sem um aparato, como fazem os enfermeiros e os médicos, para entrarem na UTI? A mulher entrou do jeito que veio da rua!

    Agora, vem uma outra pergunta, Senador Bagattoli: quem permitiu a entrada dela? O senhor já foi visitar alguém no hospital, e eu também, Senador Irajá, e, para você chegar à UTI, tem algumas barreiras. O médico diz: "Olha, por tanto tempo e tal, fiquem um pouco longe, ponham a máscara, ponham essa luva...". Mesmo que seja sua mãe, sua avó, seja quem for, entrar na UTI, onde alguém está exatamente para não pegar infecção...

    Eu quero saber desse hospital quem permitiu a entrada? Porque tem muitos bloqueios. Ao ver a imagem, quando a porta abre, é alguém que entrou...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... de forma livre, ali dentro, e violando a lei, violando o Código Civil, ratificado pelo Conselho de Medicina.

    Eles não querem prender Jair Bolsonaro. Eles não querem prendê-lo. Eles querem matar Jair Bolsonaro.

    Agora, eu aviso: Jair Bolsonaro não é mais um CPF, para os senhores, ele não é um CPF, e ele é muito mais do que uma ideia: ele é a própria proposição do conservadorismo de um país majoritariamente cristão, país de católicos, de evangélicos, de espíritas, de pessoas que amam a Deus, de monoteístas, que creem num outro Cristo, mas creem em Deus como monoteístas... Jair Bolsonaro não é um CPF, ele é a própria personificação de tudo isso que acabei de falar.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ao CRM, eu agradeço por ter me respondido, rapidamente, sobre a colocação que eu fiz.

    E encerro, Sr. Presidente, dizendo que propus uma CPI para investigarmos – também a investigação da Lava Jato – a Primeira-Dama do Peru. E ouvi também um jornalista da Globo, da GloboNews, que disse: "O azar de Fernando Collor é ele não ter sido a Primeira-Dama do Peru". Esse foi o azar dele, porque ele não teria sido preso.

    Agora, por que o avião da FAB foi buscá-la? A CPI é para explicar isso. Que ela seja corrupta, tudo bem. A corrupção da Odebrecht. O Marcelo Odebrecht falou, o pai falou, eles confessaram... Um Presidente está condenado, o marido dessa, um outro se suicidou – lembram-se disso?

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – E ela, ao saber da condenação, correu para a Embaixada do Brasil e o avião da FAB foi buscar.

    Agora a pergunta, que nós temos que ver nessa CPI: quem estava na tripulação? Quem deu a ordem? E eu temo pela vida dessa mulher, porque essa mulher, a FAB não iria buscá-la, rapidamente, se ela não fosse um arquivo vivo. Ela foi buscada rapidamente porque ela é um arquivo vivo.

    E nós sabemos do que essa gente é capaz. Eu não vou falar de Celso Daniel aqui, nem de Toninho do PT, não vou falar nada. Mas só vou dizer que ela é um arquivo vivo e há que se temer pela integridade física dessa mulher.

    Eu estou colhendo as assinaturas – já estava muito próximo – e espero que a gente já as tenha para que a gente possa fazer essa investigação.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – E tenho aqui um requerimento, repudiando o fato de Lula ter autorizado a FAB... Aliás, a FAB virou uma farra. Não posso falar nem em casa de mãe joana, porque eu tinha uma tia-avó que se chamava Joana. Eu não sei o que virou, virou a zorra total, porque Alexandre de Moraes pega o avião da FAB – é zorra! – e vai assistir ao jogo do Corinthians. E vai algum Senador fazer um voto de repúdio aqui, que certamente vai ser repudiado. Ninguém pode repreender essa figura, esse ditador nocivo ao Brasil, mandante mor. Na verdade, ele só é CEO de um consórcio, de uma cooperativa que comanda este país hoje, que envolve os Presidentes das duas Casas, que envolve o Supremo.

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Magno Malta, para concluir, porque tem alguns inscritos.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Já deram cinco minutos?

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Já deram cinco minutos e depois de acréscimo.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ah, foi?! Já estou encerrando, então.

    É um consórcio que envolve o Executivo, que é uma rainha da Inglaterra, não manda porcaria nenhuma. Eles estão pintando e bordando.

    O senhor viu a entrevista do Lupi, como ele assume? Viu que vantagem levou o Frei Chico, irmão do Lula, na investigação do INSS? Nós temos que ter essa CPI, Senador Cleitinho; esse é um assunto de V. Exa. Nós não podemos ficar parados olhando o Brasil ser dilacerado, jogado na vala, enquanto o Supremo manda aqui. Ora, anistia é coisa do Parlamento! Anistia não tem que ter combinação com o Supremo! Por que tem que combinar com o Supremo? Esta Casa tem que ter coragem de sabatiná-los, e o fez.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Graças a Deus, não votei em nenhum deles, mas nós precisamos impitimar Alexandre de Moraes. Ou a gente impitima Alexandre de Moraes, ou a gente impitima Barroso, ou a gente impitima Lula, ou o Brasil vai acabar.

    Enquanto voz eu tiver, ninguém vai me calar.

    Sem medo, dia 7, nós sairemos ali da Torre, onde será a nossa concentração, às 16h, e vamos andar ordeiramente em direção ao Congresso Nacional; todos nós com os celulares ligados, já que eles desligaram as câmeras do Ministério da Justiça – não é, Dino? –, desligaram tudo. Nós vamos filmar tudo para não ter infiltrado, não contarem narrativa nem mentira.

    Agora, eu vou dizer uma coisa a vocês: medo eu conheço de ouvir falar, nunca fui apresentado.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2025 - Página 64