Pela Liderança durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação a favor da constituição de CPMI para investigar as denúncias de fraudes contra os beneficiários do INSS e censura ao Governo Federal pela sua atuação nesse tema.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
Governo Federal, Previdência Social:
  • Manifestação a favor da constituição de CPMI para investigar as denúncias de fraudes contra os beneficiários do INSS e censura ao Governo Federal pela sua atuação nesse tema.
Aparteantes
Plínio Valério.
Publicação
Publicação no DSF de 14/05/2025 - Página 58
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Política Social > Previdência Social
Indexação
  • DEFESA, ABERTURA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), FRAUDE, DESCONTO NA FONTE, FOLHA DE PAGAMENTO, APOSENTADORIA, PENSÃO, APOSENTADO, PENSIONISTA, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), CRITICA, GOVERNO FEDERAL, INERCIA, DEMORA, DEMISSÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA E ASSISTENCIA SOCIAL (MPAS), CARLOS LUPI.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Pela Liderança.) – Senador Chico Rodrigues, que preside esta sessão neste momento... Quero aqui cumprimentar também o Senador Plínio Valério, companheiro do Amazonas. Nós do Mato Grosso também temos ali a região da Amazônia, portanto vivemos e convivemos com situações e muitas soluções, mas também, infelizmente, muitos problemas.

    Quero cumprimentar aqui o Senador Cleitinho, de Minas Gerais, o Senador Moro e o Senador Girão. E aí, Senador Girão?

    Acho que vou começar aqui realmente... Vamos falar o que interessa neste momento, o que interessa ao brasileiro que está lá na ponta, àqueles que contribuíram por 20, 30 anos, pagando todo mês, tirando do seu salário e sonhando com a aposentadoria. Muitos chegaram à aposentadoria, mas de repente, principalmente quem ganha de um a cinco salários mínimos, viram lá sem saber o que estava acontecendo, porque a maioria dessas pessoas que ganham até cinco salários mínimos, às vezes, não tem um esclarecimento. E muitas são pessoas idosas, que não sabem se está sendo descontado, como é que é aquela situação ali.

    Por isso, eu quero dizer que, infelizmente, agora há pouco, estávamos ali, na CPI da... Estava ali uma blogueira, todo mundo, a mídia toda ali de frente, dando valor àquilo. Claro que tudo é importante de ser fiscalizado, mas neste caso aqui o que nós estamos discutindo, acima de tudo, é o roubo escandaloso que atingiu todos esses aposentados. E aí, Senador Girão, não são só os aposentados, são pessoas que vão se aposentar ainda, que estão contribuindo ainda, na expectativa de poder ter o seu direito. Seu direito, né? Bem lembrado, como V. Exa. disse.

    Portanto, hoje, mais uma vez, milhões de velhinhos acordaram aflitos, com o celular na mão, esperando uma mensagem do INSS. E o que é que eles queriam saber? Se o benefício deles ia cair inteiro, sem desconto, sem falcatrua, ou se foram, mais uma vez, vítimas de golpe – e de golpe covarde, como a gente sempre diz. Sim, senhoras e senhores, estão roubando os nossos aposentados.

    E como o Ministro disse, Senador Girão, ele reconheceu, o Ministro Lupi reconheceu que houve safadeza. E, ainda, o Governo demorou, claudicou para fazer a demissão do Ministro. Se ele mesmo tinha demitido... E, olha, pior: colocar um substituto que também tinha assinado com ele a mesma documentação.

    Portanto, o Governo não só está hesitando em tomar as decisões... "Porque é um companheiro de campanha, que esteve presente na campanha, temos que proteger." Olha só, a base aliada não quis assinar a CPMI. E aí eu quero, mais uma vez, parabenizar, Senador Girão, V. Exa., a Senadora Damares, a Deputada Coronel Fernanda, que está lá no interior de Mato Grosso neste momento, fazendo um trabalho exatamente para mostrar o que é que nós estamos fazendo aqui. Porque a partir de ontem, em que foi instalada, o que é que nós precisamos fazer? Um movimento para que outros Parlamentares que assinaram não retirem a assinatura.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Porque a pressão do Governo está sendo muito grande.

    Esta semana, nós estamos aqui praticamente com o Congresso esvaziado, exatamente para não chamar a atenção da população brasileira. Aí já estão inventando viagens – o Presidente da Câmara não está no Brasil, o Presidente do Congresso não está no Brasil. Aliás, o nosso trabalho...

    E a você, brasileiro, que está nos ouvindo e nos assistindo neste momento, através da Rádio Senado, TV Senado e outros meios: você tem que fazer um trabalho também, para nos ajudar a pressionar para que ninguém retire a assinatura. Esse é o papel de cada cidadão. Se uma blogueira estava agora há pouco ali na CPMI... não, na CPI das Bets, isso é importante, mas não pode esse assunto ser mais relevante...

(Interrupção do som.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Fora do microfone.) – ... do que cuidar da nossa previdência.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – E, quando nós estamos falando aqui, não é só do roubo que aconteceu. Aliás, o Governo também queria que a própria previdência devolvesse o dinheiro que foi desviado. E aí, Senador Plínio, isso representa o quê? Mais possibilidade de a nossa previdência quebrar.

    Então, na nossa CPMI aqui, nós vamos a fundo, todos nós, porque não vamos poder aceitar mais que isso aconteça neste país, inclusive sindicatos com autorização para fazer desconto. O Senador Cleitinho – agora há pouco me falaram – está fazendo um projeto para proibir isso também.

    Sobre o consignado, isso é algo a que eu sempre falei que era contrário, porque o consignado também, para os aposentados, leva muita gente a suicídio, a desequilíbrio. Então, também essa questão...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – ... do consignado para os aposentados tem que ser revista.

    Portanto, Sr. Presidente, a campainha toca, eu sei que cada um aqui tem o seu prazo, o seu tempo de fala. Eu quero dar como lido o meu pronunciamento e quero concluir aqui que nós não estamos falando só de fraude, estamos falando também de um crime contra quem mais precisa de respeito e proteção neste país. Quem paga por isso é o povo, que construiu o Brasil com suor e trabalho. São pessoas que contribuíram a vida inteira e agora, na velhice, estão sendo enganadas dentro de um sistema que deveria cuidar delas.

    O golpe no INSS é a cara da covardia; é tirar de quem não tem para levar para sabidos que, às vezes, até têm muito; é trair quem confiou no Estado.

    Portanto, deixo aqui um apelo.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Vamos parar de desviar o foco! Esse assunto é urgente. Não podemos fechar os olhos enquanto os nossos idosos continuam sendo saqueados – e sacaneados também.

    Senador Plínio Valério.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - AM. Para apartear.) – Senador, antes de encerrar...

    Um minutinho só, Presidente Chico Rodrigues.

    O seu pronunciamento é nosso – é o nosso. O senhor falou pela grande maioria aqui; por mim, com certeza, quando o senhor fala que há essa cortina de fumaça para distrair. Nós aqui não vamos nos dar o direito e o pecado de ficar distraídos. Esse negócio de retirar a assinatura, isso não vai dar certo.

    E o senhor tem razão: é hora de a gente chamar isso e resolver.

    Quando o Governo fala que quer que devolvam o dinheiro, que o Governo vai devolver... O Governo não tem dinheiro, Senador Wellington, quem tem dinheiro é o povo. É o próprio povo que vai pagar esse pato – não viu a pena do pato, mas vai pagar o pato inteiro, porque o dinheiro que o Governo diz ter, que acha que é do Governo, o dinheiro que...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - AM. Fora do microfone.) – ... o Senado tem das emendas, pensando bem, na realidade...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - AM) – Ninguém tem dinheiro nenhum, a não ser o povo, com tributos e com taxas.

    O seu pronunciamento é brilhante porque nos chama à baila: não vai deixar nunca que a gente se esqueça, um só minuto, dessa farsa, dessa cortina de fumaça que quer apagar esse pecado. Esse pecado nós não vamos cometer.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Senador Plínio, eu só quero fazer aqui também, para todos os que estão nos assistindo, uma diferença: se for pago pelo caixa do governo, o governo depois vai ter dificuldade em cumprir as suas metas, principalmente metas de campanha; agora, se for pago com o dinheiro da previdência, o risco é muito maior. Porque o dinheiro da previdência é um dinheiro para e de quem? Daqueles que pagaram. Tem que estar lá reservado, não pode ser utilizado da forma que o governo queira.

    E, aliás, que governo? O governo de plantão.

(Interrupção do som.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Fora do microfone.) – O INSS tem que ser uma política de Estado.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – O INSS, a previdência são políticas de Estado. Não pode o governo de plantão querer fazer do jeito que pensa.

    Por isso, Senador Girão, numa situação dessas nós vamos ter que apreciar, aqui no Senado, como será a intenção dessa devolução. Nós queremos que comecem a devolver amanhã, que o Governo pare com a gastança, que diminua essa máquina. V. Exa. se lembra: no Presidente Bolsonaro... E agora, quantos ministros nós temos? Quase o dobro de ministros. Isso representa gastança do Governo. Parem com a gastança, vamos pagar os nossos velhinhos e vamos trazer equilíbrio e esperança para este país.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/05/2025 - Página 58