Pronunciamento de Hamilton Mourão em 23/05/2025
Discurso durante a 49ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Críticas à atuação do Presidente Lula na condução do Governo Federal, apontando ineficiência na comunicação, na gestão econômica, ambiental e nas relações internacionais, destacando supostos casos de corrupção e impunidade.
- Autor
- Hamilton Mourão (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RS)
- Nome completo: Antonio Hamilton Martins Mourão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade,
Economia e Desenvolvimento,
Eleições e Partidos Políticos,
Meio Ambiente,
Relações Internacionais:
- Críticas à atuação do Presidente Lula na condução do Governo Federal, apontando ineficiência na comunicação, na gestão econômica, ambiental e nas relações internacionais, destacando supostos casos de corrupção e impunidade.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/05/2025 - Página 9
- Assuntos
- Outros > Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade
- Economia e Desenvolvimento
- Outros > Eleições e Partidos Políticos
- Meio Ambiente
- Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
- Indexação
-
- CRITICA, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, GASTOS PUBLICOS, EXCESSO, RECEPÇÃO, NICOLAS MADURO, OPOSIÇÃO, UCRANIA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), CONCESSÃO, ASILO POLITICO, AUTOR, CORRUPÇÃO, COMPROMETIMENTO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, BRASIL, FRAUDE, ROUBO, APOSENTADO, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), MIDIA SOCIAL, PRETENSÃO, REGULAÇÃO, PROMOÇÃO, CENSURA, QUEIMADA, DESMATAMENTO, INCOMPETENCIA, GESTÃO, ECONOMIA, DEFICIT, CONSEQUENCIA, AUMENTO, IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CREDITO CAMBIO SEGURO E SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A TITULOS E VALORES MOBILIARIOS (IOF).
O SR. HAMILTON MOURÃO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RS. Para discursar.) – Srs. Senadores, o nosso bom-dia a todas as senhoras e os senhores que nos acompanham pelas mídias, em especial o povo do meu Estado do Rio Grande do Sul.
Subo a esta tribuna hoje, Presidente, para alertar sobre a difícil situação que o nosso país está enfrentando.
O Governo Lula 3 não acabou, mas, de fato, deixou de existir. Quem ainda se lembra dos Governos Lula 1 e 2 hoje não mais reconhece o atual mandatário do país. O que atualmente se vê é um Presidente da República quase figurativo, vivendo muito mais da fama e do conceito conquistados no passado, à frente de um Governo que ainda não acabou no tempo, mas que há tempos abdicou completamente de atuar no complexo conjunto de responsabilidades e funções que vão desde a implementação de políticas públicas, passando pela gestão dos recursos e culminando com a representação do Brasil no cenário internacional. O Governo do Partido dos Trabalhadores está tão perdido e descoordenado que não enxerga uma luz no fim do túnel, seguindo imobilizado em face dos graves desafios e problemas nacionais.
Na defesa e justificação do vazio de poder, falou-se muito que este Governo enfrenta problemas na comunicação. Acabaram trocando a cabeça da Secom, lá colocando um marqueteiro consagrado, mas talvez o principal desafio não esteja na forma de comunicar, mas se efetivamente existe alguma coisa a ser comunicada.
Lula sempre foi do povo, mas hoje sua voz não mais encontra esse povo. Suas declarações equivocadas e negativas viralizam nas redes sociais, criando um verdadeiro ranço na população em relação ao Governo. Lula e a maioria dos seus ministros protagonizam um verdadeiro circo de horrores, em que fica patente a incapacidade de liderar, orientar e controlar as atividades do país, que segue como um grande transatlântico à deriva.
Em verdade, a esquerda que hoje está encarregada da condução do país, ficou inebriada com as benesses do poder, constantemente viaja mundo afora e gasta de forma desmedida, esquecendo-se de trabalhar minimamente para promover o bem-estar social, o desenvolvimento econômico e a segurança nacional.
No campo ideológico, Lula e seu Governo abdicam de qualquer pragmatismo e racionalidade para formar fila e aplaudir as barbaridades de uma plêiade de ditadores mundiais, colocando o legado e a tradição do Itamaraty na lama. A recepção a Maduro no Brasil, os posicionamentos contra Israel, o antiamericanismo infantil, a concessão de asilo a corruptos, as críticas contra a Ucrânia e outras gafes moldam esse cenário lamentável.
No campo político, veem-se a fragilidade, a fraqueza e a falta de articulação do Governo em relação ao Poder Legislativo. Sem capacidade de interlocução efetiva no Senado e na Câmara, o Governo segue refém e imerso na lógica perversa do troca-troca de emendas por apoio político e, mesmo com isso, não consegue fazer avançar suas pautas.
A corrupção, verdadeira chaga que denota o subdesenvolvimento de uma nação, voltou a transitar livremente no Brasil. O roubo dos aposentados do INSS guarda nos valores da fraude somas astronômicas, mas, pasmem, o Ministro demorou a cair, e, em seu lugar, foi nomeada outra pessoa do mesmo ministério. Não há ninguém preso, há indícios de suborno, e o Governo não faz a mínima ideia de como vai pagar as pessoas lesadas. Por isso, não querem uma CPMI e, agora, se não conseguirem evitá-la, buscarão a todo custo obter o seu controle, pois sabem, Senador Girão, que 2026 é logo ali, e um erro nesse assunto pode ser fatal.
A pauta anticorrupção, verdadeira vitória nacional vivenciada neste século XXI, foi completamente abandonada, e a prova maior foi o verdadeiro enterro da Operação Lava Jato, certamente, o maior case anticorrupção dos últimos cem anos no Brasil. Para tristeza e indignação da população de bem, vemos criminosos condenados com vasto corpo probatório serem literalmente lavados de seus crimes e, pior, voltarem à cena do crime.
O Partido dos Trabalhadores, sabedor de sua queda de popularidade e elevadíssima rejeição no seio da população, busca fortalecer a narrativa da regulação das redes sociais muito mais com o objetivo real de censurar do que de, de fato, ajustar. A sanha é tão grande que fazem o Governo protagonizar verdadeiros fiascos internacionais. O recente escândalo da fala contra o TikTok e a favor da censura das plataformas digitais materializa a obsessão em reprimir e censurar. Mas o despautério não acaba aí. Temos ainda o lado tragicômico da disputa da autoria da gafe diplomática. Primeiro, era fala da Primeira-Dama e, depois, do Presidente; agora, a Primeira-Dama reafirma que foi ela; e, em recente reunião da Comissão de Relações Exteriores, o nosso Chanceler disse que nada disso aconteceu. Qual é a verdade nisso aí tudo?!
A gestão ambiental, que foi tão atacada no Governo do Presidente Bolsonaro, hoje prova que tudo pode piorar, e muito! Vemos as queimadas e o desmatamento avançarem a passos largos, atingindo índices históricos, e os gestores das instituições que tratam do assunto seguem tão mudos quanto seus antigos porta-vozes internacionais. Onde andam as gretas e os dicaprios da vida?
A má gestão e a absoluta inépcia para gerir a economia são outras marcas registradas do atual Governo.
Na área econômica, a arrogância e a resistência da equipe petista em ouvir especialistas e economistas que recomendam correções de rumos são uma constante. Cegos, seguem caminhando rumo ao precipício, misturando teimosia à velha crença fisiológica das esquerdas, que não admitem que seus caminhos possam estar equivocados, mesmo que todos os sinais indiquem o contrário. Ontem, na apresentação do primeiro relatório bimestral de receitas e despesa, vimos a tentativa de bloqueio e contingenciamento de R$31 bilhões, mas não para zerar, é de R$31 bilhões para ficar com R$31 bilhões negativos, ou seja, o déficit, hoje, está em R$62 bilhões, R$63 bilhões. E aí buscam um novo imposto: aumentaram o IOF. A reação noturna do mercado levou a que hoje, pela manhã, recuassem na proposta que havia sido apresentada. Isso mostra claramente que decisões são tomadas sem pesar os prós e os contras. É um processo decisório nunca visto na história do Brasil!
Como soldado, vejo que falta ao Governo do Partido dos Trabalhadores, dentro do Palácio do Planalto, aquilo que chamamos de um estado-maior, com um chefe e assessores capazes de aconselhar e até mesmo de se contrapor ao Presidente da República, quando necessário. A Casa Civil neste Governo ficou absolutamente travada, pois estava mais preocupada em blindar excessivamente o acesso ao Presidente do que fazer sua real missão.
Fruto do diagnóstico acima descrito, o Governo não tem apresentado novos projetos, novas marcas e entregas significativas que efetivamente impactem na vida da população de forma concreta. Pelo contrário, a percepção do povo é a de que o custo de vida aumentou, e o Governo não age para melhorar a situação. Como água que escorre de uma rachadura, esvai-se, pouco a pouco, o eleitorado que já acreditou no Partido dos Trabalhadores e em seu Presidente.
A narrativa do golpe impossível, criada com apoio explícito de uma parcela do Judiciário, que esqueceu que a balança é equilíbrio e não uma balança de açougueiro ladrão, que esqueceu que a espada é para dar força à decisão e não um chanfalho velho, serve para gerar a grande cortina de fumaça com que buscam esconder a incompetência governamental, mas lembremos: estamos falando da esquerda, que sempre admirou ditadores, vista agora a presença do nosso Presidente com a pletora dos ditadores mundiais na cerimônia dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, protagonizada pelo ditador Putin. Essa esquerda, que sempre admirou ditadores, agora busca retirar a direita do páreo da forma mais vil e rancorosa e não economizará munição para prender adversários, destruir reputações e criar medo em nosso campo político.
Por derradeiro, vemos que o Presidente Lula, aos poucos, chega ao ocaso de sua trajetória política e sabe disso, mas o seu séquito, que em verdade só tem apreço à democracia no discurso, sabe bem que as eleições de 2026 são o centro de gravidade de seu projeto político, que deve ser preservado a qualquer custo. A esquerda sente e sabe que vai perder. Fraca, com o Governo travado, sem rumo e sem projeto, debate-se desesperadamente, pois sabe que é quase impossível corrigir rumos e que, para isso prosperar, precisa de algo que não tem – humildade – e de um acesso à sociedade, que perdeu há algum tempo. E, com isso, preferem morrer abraçados em velhas e mofadas ideias.
Pobre Brasil! Temos, no próximo ano, a oportunidade de corrigir esse rumo e novamente colocar na Presidência da República alguém devidamente comprometido com o destino manifesto do nosso Brasil de ser a maior e mais forte democracia ao sul do Equador.
Obrigado, Presidente.