Pronunciamento de Izalci Lucas em 23/05/2025
Discurso durante a 50ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada a homenagear os 80 anos da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec). Destaque para atuação filantrópica destes estabelecimentos de ensino.
- Autor
- Izalci Lucas (PL - Partido Liberal/DF)
- Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Homenagem,
Religião:
- Sessão Especial destinada a homenagear os 80 anos da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec). Destaque para atuação filantrópica destes estabelecimentos de ensino.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/05/2025 - Página 26
- Assuntos
- Honorífico > Homenagem
- Outros > Religião
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, INSTITUIÇÃO RELIGIOSA, IGREJA CATOLICA, EDUCAÇÃO.
- DESTAQUE, ATUAÇÃO, FILANTROPIA, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, POPULAÇÃO CARENTE.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discursar.) – Boa tarde a todos e a todas.
Quero cumprimentar aqui a nossa Presidente desta sessão e, ao mesmo tempo, parabenizá-la por essa iniciativa, Senadora Teresa Leitão. Quero cumprimentar também o Presidente do Conselho Superior da Anec, Revmo. Padre Sérgio Eduardo Mariucci, e também o Sr. Presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, Revmo. Padre João Batista Gomes de Lima. Quero cumprimentar aqui todos os educadores, todos os convidados.
Bem, falar da Anec, para mim, é um motivo de muita alegria. Eu, que acompanhei durante muitos anos e acompanho ainda a situação da educação no Brasil, principalmente da educação privada, quero aqui dizer que a 80 anos não é qualquer instituição que sobrevive, mas a Anec, em especial as escolas católicas, passou por momentos difíceis no Brasil.
Eu me lembro aqui, Padre João Batista, do Adib Salomão, que era um advogado de São Paulo e que conhecia muito sobre filantropia, porque, no Brasil, as pessoas não sabem diferenciar o que é escola filantrópica, o que é escola sem fins lucrativos, o que é escola com fins lucrativos, qual é o papel dessas escolas para o para o país e para o cidadão. E a gente sempre teve muitas dificuldades, a todo momento os governos tentando tirar a filantropia. E olhe que, nas entidades filantrópicas, na sua grande maioria, as pessoas dão a vida toda, dedicam a vida toda para isso, muitas vezes, sem remuneração nenhuma, fazem com o coração tudo isso. Então, a gente deve muito às escolas católicas do país.
O Estado é laico, mas a população é cristã. E a gente precisa sempre ressaltar isso, não é? Nós passamos não só por essa questão de falta de entendimento, querendo se cassar a filantropia, como também, agora recentemente, a coisa continua ainda com essa discriminação. Tivemos dificuldades agora na reforma tributária para realmente resolver essa questão tributária.
Eu, coincidentemente, de 1994 até 1998, fui Presidente do sindicato das escolas particulares aqui do DF, o Sinepe, que, naquela época, congregava muitas – 60%, quase 70% das escolas eram escolas católicas, eram escolas cristãs. A gente vem perdendo isso, e o resultado está aí. Se você analisar hoje a educação brasileira e os jovens, a gente perdeu muito os valores, os princípios. As escolas não trabalham isso. Vocês é que fazem essa diferença. E a gente sabe as consequências disso. Hoje as pessoas não têm mais... Pessoas estão matando por causa de R$10, por causa de um celular, brigando com o professor, dando facada em professor dentro de sala de aula, abusando do professor. É triste ver uma situação como essa.
E eu me lembro, de 1994 a 1998, quando eu fui Presidente, de que muitos diretores de escola foram ameaçados de ser presos, alguns foram presos aqui em Brasília, inclusive, por questão de preço. Até aquela época, antes do Plano Real, quem definia a mensalidade e o aumento salarial era o Governo, a Sunab, depois Conselho de Educação, Ministério da Justiça, depois Ministério da Fazenda, momentos em que a gente não tinha liberdade sequer de desenvolver o trabalho nosso na época, não é? Depois veio o Plano Real, que deu a liberdade de definição de preço, mas sequer as escolas sabiam como calcular esse preço, esse custo. Eu andei neste Brasil todo fazendo palestra com a planilha que a gente fez para ensinar as escolas a fazerem a planilha de custo e de preço. E, por diversas vezes, depois ainda apareceram as negociações com os pais – isso foi um desastre. É óbvio que todo mundo quer o preço menor, mas as pessoas esquecem que, para você ter uma educação de qualidade, você tem que remunerar bem os professores, os profissionais da educação, você tem que ter realmente laboratório, investimento. E as pessoas acham que não. E aí o Governo coloca as escolas para negociar com o pai preço. Então, não é fácil.
Vocês realmente são heróis de terem conseguido chegar aos 80 anos aí. Lógico que a gente tem muito caminho ainda, muita estrada para a gente caminhar, muitos obstáculos, mas a gente deve muito a vocês. Realmente, o Brasil tem que agradecer muito, porque ai de nós sociedade se não fossem as escolas católicas, as escolas cristãs, o terceiro setor, inclusive na área social. As pessoas não sabem disso, que vocês prestam serviços relevantes às comunidades carentes, vulneráveis nesse Brasil todo. Quantos projetos... Muitas vezes, você tem uma escola aqui no DF, na capital da República, como os Maristas, por exemplo, mas as pessoas não sabem que lá na Amazônia, lá no Nordeste, eles prestam serviços gratuitos em contrapartida da filantropia. Então, as pessoas precisam entender um pouco mais isso.
Mas eu tenho falado disso, hoje mesmo, tive duas palestras em duas escolas de ensino fundamental, para o 9º ano. Eu digo: olha, quem não gosta de política vai ser governado por quem gosta. Não é a política partidária, mas é política, é participar. Voto não tem preço, tem consequência. Nós precisamos educar os nossos alunos e pais sobra a importância da participação.
Então eu quero aqui mais uma vez parabenizar e desejar vida longa para a Anec. A gente continua à disposição de vocês sempre. Um abraço. Obrigado. (Palmas.)