Pronunciamento de Chico Rodrigues em 26/05/2025
Discurso durante a 52ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Satisfação pela eleição do médico roraimense Samir Xaud para a Presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
- Autor
- Chico Rodrigues (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RR)
- Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Homenagem:
- Satisfação pela eleição do médico roraimense Samir Xaud para a Presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
- Aparteantes
- Eduardo Girão.
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/05/2025 - Página 36
- Assunto
- Honorífico > Homenagem
- Indexação
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- ELOGIO, ELEIÇÃO, MEDICO, ESTADO DE RORAIMA (RR), PRESIDENCIA, PRESIDENTE, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF).
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR. Para discursar.) – Caro Presidente Humberto Costa, hoje eu uso esta tribuna com grande orgulho para saudar um momento histórico para o futebol brasileiro e, por que não dizer, para todo o país. Refiro-me à eleição do médico roraimense Samir Xaud como o novo Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a nossa CBF.
Samir Xaud representa uma renovação não apenas de rosto, mas de ideias, de propósitos e de compromisso com um futebol mais justo, mais transparente e verdadeiramente nacional. Aos 41 anos, Samir não é apenas um homem jovem, é um homem preparado: médico com várias especializações, inclusive em Medicina do Esporte, ex-atleta profissional, gestor público e dirigente esportivo. Um cidadão que, com coragem e competência, deixou sua marca no futebol de Roraima, meu caro estado do Norte brasileiro, e agora tem a oportunidade de transformar a realidade do futebol em todo o território nacional.
Em Roraima, Samir atuou como gestor da Federação Roraimense de Futebol desde 2023. Nesse curto período, foi responsável pela organização da federação em Roraima, atraindo público e apoio para o futebol roraimense, promoveu a inclusão de uma mulher na Diretoria da Federação de Roraima e articulou a doação de terreno para a construção do Centro de Desenvolvimento do Futebol em Boa Vista.
Samir chegou a ser eleito Presidente da Federação Roraimense de Futebol para o período de 2027 a 2031, mas agora ele foi conduzido a um desafio ainda maior. Pela primeira vez na história, a CBF será presidida, de forma titular, por um representante da Região Norte, e isso é simbólico. Simbólico porque rompe com um ciclo de centralização e abre espaço para uma gestão mais inclusiva, mais democrática e mais próxima da realidade de todas as federações estaduais.
A eleição de Samir é uma vitória da diversidade regional; é o reconhecimento de que o talento e a competência não têm CEP, de que o Norte tem voz, tem vez e tem valores capazes de liderar instituições nacionais com integridade, mas, acima de tudo, com visão de futuro.
Quero aproveitar esta oportunidade para compartilhar com os Senadores e Senadoras e com todo o povo brasileiro, que nos assiste pelos canais de comunicação desta Casa, algumas palavras do novo Presidente da CBF, no seu discurso de posse. E aqui abro aspas:
[...] gostaria de lembrar a todos que o Norte do país existe, embora alguns resistam a aceitar. Assumo este mandato com a alma profundamente ligada às raízes do nosso povo nortista – um povo forte, resiliente e profundamente orgulhoso de sua história, de sua terra e da riqueza da sua cultura.
Essa nova CBF nasce com a alma do Norte – com os pés fincados na cultura macuxi, com o olhar voltado para o futuro e com o compromisso inegociável de honrar a identidade, os sonhos e o potencial imenso da nossa gente.
Que a força do povo do Norte esteja comigo [afirmava o Presidente eleito] ao longo dessa caminhada! E que nunca me falte a memória daqueles que me confiaram esta missão.
É tempo de transformação. É tempo de responsabilidade. É tempo de reconstruir a confiança. É tempo de uma nova CBF!
Afirmou o Presidente Samir Xaud, ontem, no seu discurso de posse.
Mais do que essas palavras, Sr. Presidente, o Presidente eleito da CBF tem demonstrado o compromisso com os princípios que, há muito, são exigidos por atletas, dirigentes, torcedores e pela sociedade brasileira: transparência, ética, valorização das bases e fortalecimento do futebol feminino. Sob a sua liderança, temos a esperança concreta de ver uma entidade mais transparente, mais próxima dos clubes e das federações e, sobretudo, mais conectada com o povo brasileiro.
O futebol é mais do que um esporte em nosso país; é identidade, é cultura, é paixão. E é por isso que a escolha de quem o lidera é tão relevante. Com Samir Xaud na Presidência da CBF, abre-se uma janela de esperança por uma nova era do futebol brasileiro, uma era de inclusão, de inovação, de transformação e de união em busca do tão sonhado hexacampeonato.
Que ele tenha sabedoria para conduzir esse gigantesco desafio e que nós, representantes do povo, sigamos atentos, vigilantes e, acima de tudo, colaborativos, para que o futebol brasileiro retome seu protagonismo dentro e fora do campo!
Parabéns ao Samir Xaud, e que sua história inspire jovens de todas as regiões a acreditarem que é possível sonhar grande e realizar.
Sr. Presidente, eu tive a oportunidade de ontem me dirigir ao Rio de Janeiro a convite do Presidente eleito Samir Xaud, um jovem, como já disse no meu pronunciamento, que, casualmente, quando fui Governador do estado, teve a oportunidade de ser Secretário de Saúde Adjunto do meu Governo e, depois, diretor do maior hospital do estado, o Hospital Geral de Roraima. E se ouve que o fez com absoluta competência, melhorando considerável e expressivamente os trabalhos oferecidos pelo Governo na área da saúde.
Além do mais... Na verdade, a gente percebe que é necessário que a população brasileira e a grande imprensa entendam que é necessário que haja unidade no essencial. Afinal de contas, são 27 federações, e 26 o apoiaram. Então, fica realmente aqui o questionamento.
Obviamente, entendemos da complexidade que é o futebol no Brasil, sabemos dos interesses dos bastidores, nos subterrâneos de vários estados onde sempre houve a manobra, a manipulação, os interesses, porque dá visibilidade. E, obviamente, quem não quer uma moça bonita? Todos querem. E, queira ou não, a CBF é esse grande cartão postal na comunidade internacional, até porque o número fala por si: cinco vezes campeão do mundo. O Brasil é pentacampeão do mundo.
E aí, Presidente, eu conversava com algumas pessoas lá e, coincidentemente, tive a oportunidade de encontrar com o Branco, que foi aquele canhão na Copa do Mundo, na última Copa em que fomos campeões do mundo. O jogador Branco, que foi do Grêmio...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) – Também, mas começou no Rio Grande do Sul. Ele é gaúcho, começou no Rio Grande do Sul.
A gente percebe exatamente que é um momento de sacudir o futebol brasileiro. Eu, por exemplo, dizia aqui na última sessão que, se tivesse direito de escolher e de indicar, o técnico da seleção brasileira seria o técnico do Flamengo, um jovem que saiu do campo há pouco tempo, que tem autoridade, os jogadores o veem como uma pessoa mais experiente, talhada para conduzir exatamente o melhor time do Brasil, que é o meu time, o Flamengo, obviamente. Seria o técnico da seleção brasileira.
Veja bem, se nós traçarmos aqui, fizermos uma análise e vermos a escolha que recaiu sobre o técnico do Barcelona – perdão, do Real Madrid –, nós vamos ver um negócio interessante: os técnicos do Brasil, os técnicos brasileiros são sempre submetidos a pressões de presidente da própria confederação, de cartolas que têm muito prestígio dentro do futebol, para trazerem os seus indicados, trazerem os jogadores que, na verdade... Eles fazem os seus acordos, eles os representam e, claro, o jogador que vier a servir a seleção brasileira, o seu passe vai, cada vez mais, se valorizando. Às vezes, ele não está preparado para estar naquele conjunto.
O atual técnico, que, daqui a poucos minutos, deverá, às 15h – pelo menos é o que a imprensa tem divulgado – divulgar a relação dos convocados, a primeira coisa que ele pediu no contrato foi para ter 100% de autonomia, 100% de autonomia como técnico da Seleção Brasileira; segundo, que a equipe técnica seja 100% indicada por ele, e, aí sim, ele tem um potencial enorme para fazer essa exigência
Eu vou passar a palavra ao nobre Senador que pede um aparte.
O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Muito obrigado, Senador Chico Rodrigues. Obrigado, Senador Humberto.
Nós somos desportistas, né? Nossos times não estão numa boa fase, mas eu e o Senador Humberto, e o senhor também, Senador Chico, nós apreciamos... Quem é que não gosta de futebol? Acho que é a alma do brasileiro, a paixão nacional.
Eu louvo a sua iniciativa, quero deixar claro...
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) – Muito obrigado.
O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... porque é uma pessoa que o senhor conhece, o novo Presidente da CBF é do seu estado. Então, nada mais legítimo do que o senhor saudar, ter essa esperança, mas eu lhe confesso... Eu sou uma pessoa otimista por natureza, mas a coisa que começa errado, eu não vejo como pode dar certo.
Então, eu me preocupo muito com o que aconteceu ontem na CBF. Você vê que teve uma série de clubes que, inclusive, boicotaram, né? Não foram lá votar, não compareceram.
Nada contra o Estado de Roraima, que merece todo o respeito, assim como Pernambuco e como o Ceará. Nada, zero de preconceito, pelo amor de Deus, até porque tem muito cearense lá em Roraima também, pernambucano, enfim, do Brasil inteiro; mas já estava lá o pai dele, passou 30, 40 anos na Federação Roraimense. Essa troca de seis por meia dúzia, com o que a própria imprensa diz, por várias fontes, que tem o dedo de ministro do STF, de novo, certo?
Nós entramos com o pedido da CPI da CBF aqui. Aliás, não entrei ainda, mas já recolhi o número necessário de assinaturas, que coloco à disposição dos colegas, para quem puder assinar mais, porque nós temos que fazer! Não é porque mudou que é uma nova CBF... Desculpe-me, Senador Chico Rodrigues, eu respeito o seu posicionamento, mas não concordo que é uma nova CBF quando se muda seis por meia dúzia. Inclusive o que estava lá abriu mão de entrar com o recurso, misteriosamente; então, a CBF precisa ser passada a limpo.
Essas federações que o senhor colocou, à unanimidade, que foram lá votar, é verdade, mas tem um detalhe, um detalhe importante: não se esqueça da denúncia de semanas atrás dizendo que o salário de presidentes de federações, o repasse era 50 e passou para duzentos e cacetada durante o período de eleição. Então, quer dizer, a gente fica com a pulga atrás da orelha. Eu, como amante do futebol, tenho o dever de convidar os meus colegas para a gente fazer essa CPI aqui, ver o que é que tem de tão grave que jornalista está sendo afastado quando critica Presidente de CBF. Seis jornalistas do ESPN serem afastados...
Então, nós vamos atrás de muita informação sobre isso, mas eu o congratulo pelo seu pronunciamento, é uma pessoa da sua terra, que tem uma proeminência nacional agora; mas nós não vamos desistir de ter uma CBF realmente que represente os valores e os princípios do brasileiro com total transparência.
Muito obrigado.
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) – Nobre Senador Eduardo Girão, agradeço V. Exa. pelo aparte, que serve inclusive para esclarecer. Lembro de um comentário da Presidenta do Palmeiras, a Leila, conhecidíssima no futebol hoje. Quando assumiu a Presidência do Palmeiras, a grande imprensa a atacava. Diziam que ela não sabia nem que a bola era redonda, não sabia nem o que era futebol. Ela era empresária, uma empresária ultra bem-sucedida no Estado de São Paulo, e ia assumir a direção de um dos melhores times do Brasil, só que esqueceram que o tempo do homem não é o tempo de Deus, e às vezes existe uma coisa que se chama surpreender. E ela, na verdade, surpreendeu, dando o maior número de campeonatos à Sociedade Esportiva Palmeiras, aliás, dando um show de bola em um monte de dirigentes aí que apontavam o dedo para ela, fazendo as maiores negociações do futebol brasileiro da História, a Presidenta Leila. Mesmo assim, as oposições a ela, de plantão, tiveram que baixar a cabeça e entender, na verdade, a primeira mulher a ocupar a direção de uma federação, a presidência de um clube grande na História do Brasil, e está aí o êxito.
Oxalá, nós torcemos, é claro que nós torcemos por esse jovem que acaba de assumir a Presidência da CBF, com o apoio de 95% das federações. Foi uma escolha. Ficou aberto o tempo de inscrição para os demais postulantes e não apareceu ninguém! Ora, se não apareceu ninguém, a vitória dele foi ampla, esmagadora e memorável.
Então, V. Exa., com muita propriedade, fala exatamente na abertura de CPI da CBF e tal. As razões são muito pessoais.
V. Exa. é do ramo, eu não sou do ramo do futebol, apenas um torcedor apaixonado, coincidentemente, de uma torcida que não tem muitos torcedores, que é o Flamengo, mas, eu diria que o Estado, o Congresso, esta Câmara Alta não pode mais se transformar num verdadeiro tribunal. Nós temos que cuidar agora, urgentemente, é da CPI do INSS. Esta é fundamental porque está acabando com a vida de milhares, milhões de brasileiros aposentados que, já no cair da tarde da sua existência, foram realmente roubados de uma forma extremamente condenável. V. Exa. é um dos grandes defensores, assim como eu, da instalação dessa CPI do INSS. A da CBF, sei lá, deixa rolar, vamos ver aí como é que vai se desenvolver, mas tenho absoluta certeza de que a esperança sacode, está, na verdade, irrigando as nossas veias, mas, acima de tudo, alimentando os nossos corações.
Que a CBF suba, acorde, que seja uma nova CBF que dê esperança à população brasileira, aos times que estão aí, às dezenas...
(Soa a campainha.)
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) – ... às centenas, por todo o país, não é? É a paixão nacional. Eu digo que o bico da chuteira está no coração de cada um dos brasileiros, principalmente quando se trata de Seleção Brasileira.
Oxalá Deus nos tenha reservado, com a chegada, hoje, do Carlo Ancelotti, um técnico vitorioso no futebol europeu e a expressão de um grande treinador no futebol mundial, que vem treinar a Seleção Brasileira, sob a Presidência do jovem Samir Xaud, que sejamos realmente levados ao hexacampeonato, o que daria uma alegria imensa, imensurável, à população brasileira!
Então, este é o nosso desejo, e tenho certeza de que o tempo do homem não é o tempo de Deus. Às vezes, os casos mais obscuros são o que dão a luz e surpreendem.
Este era o meu pronunciamento, Sr. Presidente.