Pronunciamento de Angelo Coronel em 29/05/2025
Discurso durante a 56ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal
Sessão de premiação e condecorações destinada à entrega do Prêmio Adoção Tardia - Gesto Redobrado de Cidadania.
- Autor
- Angelo Coronel (PSD - Partido Social Democrático/BA)
- Nome completo: Angelo Mario Coronel de Azevedo Martins
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Crianças e Adolescentes,
Homenagem:
- Sessão de premiação e condecorações destinada à entrega do Prêmio Adoção Tardia - Gesto Redobrado de Cidadania.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/05/2025 - Página 37
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
- Honorífico > Homenagem
- Indexação
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- SESSÃO DE PREMIAÇÕES E CONDECORAÇÕES, ENTREGA, PREMIO, ADOÇÃO TARDIA.
- REGISTRO, DESEQUILIBRIO, CANDIDATO, ADOÇÃO, NUMERO, CRIANÇA, DISPONIBILIDADE, CRITICA, DISCRIMINAÇÃO, COMENTARIO, ATUAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ).
O SR. ANGELO CORONEL (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - BA. Para discursar.) – Quero cumprimentar a mesa e o nosso Presidente desta sessão, Senador Contarato, do Espírito Santo, um exemplo de Parlamentar nesta Casa. São seis anos de convivência, estamos para fechar já o sétimo. Quiçá o nosso retorno seja concebido por Deus, pelo povo do Espírito Santo e pelo povo da Bahia, para continuarmos o nosso trabalho. Contarato, além de presidir esta sessão, senhores e senhoras, também é um exemplo, porque ele tem dois filhos adotivos com quem convive e já registrou como filhos oficiais. Então, neste momento, ao iniciar a minha fala, eu gostaria de uma salva de palmas para o Senador Contarato. (Palmas.)
Quero cumprimentar a Deputada Federal, minha amiga, Soraya Santos, essa simpatia que faz com que aquela Câmara Federal sorria mais todos os dias, lá do Estado do Rio de Janeiro.
Quero cumprimentar o meu amigo, um dos incentivadores, criador da infância e da juventude, quando eu era juiz de primeiro grau, e hoje no Tribunal de Justiça da Bahia ainda labuta nesta situação que é muito delicada, a questão da infância e da juventude. Parabéns, Desembargador Salomão Resedá, pela sua atuação em defesa dessa causa. Inclusive foi agraciado, no ano passado, aqui no Senado da República. Eu gostaria de uma salva de palmas para um exemplo de homem da Justiça baiana e brasileira. (Palmas.)
Quero cumprimentar a minha esposa, Eleusa Coronel, fundadora do Instituto Assembleia de Carinho, no Estado da Bahia, que desenvolveu, na sua época, um trabalho muito profícuo na questão de apoio a desabrigados, pessoas que passavam fome, campanhas de agasalho, campanhas de convênio com vários hospitais da Bahia, para atender sempre aqueles que mais precisam. Hoje, ao lado de sua nora, minha nora também, coincidentemente, Tanísia Cunha, que recentemente assumiu a Presidência do Instituto Assembleia de Carinho, no Estado da Bahia. (Palmas.)
Eu não pedi palmas porque seria ruim para eu pedir. Ainda bem que vocês bateram.
Eu quero cumprimentar também a comitiva da Bahia que está aqui hoje prestigiando esta sessão. Cumprimento a Marinalva ali presente; a Eliana; a Cláudia; a Edilene e a Emanuela, irmãs de Eleusa. Cumprimento a Dra. Lenise; a Neuza Santos; a Fabiana; a Adélia; a Nice; a Denise; a Mariana, outra nora, casada com o Deputado Federal Diego Coronel. Quero saudar também a Cristiane Almeida; a Thalita, moradora lá do Estado do Amazonas, que fez questão de vir para esta sessão; a Neuze; a Jô, Professora da escola da Petrobras na Bahia; a Jane; a advogada Dy; a Marcia; e a Dra. Adriana, juíza do Tribunal Regional do Trabalho na Bahia, que também vieram para abrilhantar esta sessão. Elas fazem parte de dois grupos na Bahia apelidados de Juntas e Misturadas e Amigas Retrô. Eu as acho muito jovens para serem chamadas de amigas retrô. (Palmas.)
Apesar de que, quando a gente chega à idade de calendário, o mais importante é a cabeça, o importante é o coração, e eu vejo essa comitiva da Bahia, parecendo que são adolescentes, aqui, hoje, fazendo parte desta sessão.
Eu quero também uma salva de palmas efusivas para Alexandre Caetano Rank, que é o pai adotivo de quatro crianças na Bahia. Ele é oriundo do Estado de São Paulo. (Palmas.)
Levante-se, Alexandre!
Está aqui um cabeleireiro oriundo de Campinas, no Estado de São Paulo, mas que se radicou na Bahia e, ao visitar uma criança num orfanato, resolveu adotar os quatro, que são irmãos. Então, realmente é um ato de amor muito grande e raro de se ver hoje no nosso Brasil.
Parabéns, Alexandre!
Quero cumprimentar também a Fundação Betel de Cruzeiro do Sul, uma das agraciadas nesta tarde; a Maria Bárbara Toledo Andrade e Silva; a Eliane Carlos de Oliveira; Aline; e o Senador Magno Malta, que também é um dos agraciados e que está a caminho, vindo do Espírito Santo, para chegar a tempo a esta sessão, mas parece que o avião atrasou, meu caro Senador Contarato.
Eu estava lendo ali e vou fazer um breve pronunciamento a respeito do que significa esse Prêmio Adoção Tardia 2025.
O Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania, instituído pelo Senado Federal em 2021, é uma iniciativa que reconhece o trabalho de pessoas e instituições que se destacam na promoção da adoção tardia, valorizando o gesto de acolher quem está fora do perfil mais procurado pela maioria das famílias substitutas.
Essa premiação é uma modesta contribuição no esforço coletivo para superar o preconceito, a intolerância e a desinformação que cercam a adoção de crianças maiores e adolescentes, incentivando a sociedade a olhar com mais sensibilidade e compromisso para essa causa.
Proporcionar a convivência familiar a crianças e adolescentes que passaram por abandono e institucionalização é oferecer-lhes a oportunidade de construir laços afetivos, identidade e pertencimento, elementos essenciais para seu desenvolvimento emocional e psicológico saudável. A institucionalização prolongada pode causar danos profundos, e a adoção tardia surge como um caminho para romper este ciclo de exclusão.
Segundo dados do painel de acompanhamento do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há, hoje, no Brasil, cerca de 5,2 mil crianças e adolescentes disponíveis para adoção. Na outra ponta, há mais de 30 mil pessoas inscritas nos programas de adoção à espera da oportunidade de encontrar um novo filho ou uma nova filha. Com tantas pessoas querendo adotar, por que o saldo de crianças disponíveis não é zero? Boa pergunta.
A resposta a essa questão é conhecida: a maioria dos pretendentes só aceita um perfil específico de criança, que seja branca, do gênero feminino e de até quatro anos de idade, sem irmãos, sem doenças crônicas e sem deficiência – só queriam adotar um. E o nosso Rank, paulista e baiano, fez o inverso: quando foi adotar uma, resolveu levar os três para casa. É o amor quadruplicado. Parabéns, Rank.
Diante desse quadro, cresce, ano após ano, a importância da adoção tardia como a nossa principal arma contra essa realidade. Crianças, com mais de três anos de idade, grupos de irmãos, crianças com deficiência, doenças crônicas ou necessidades específicas de saúde representam uma parcela significativa das crianças disponíveis para adoção no país, mas são as que menos atraem pretendentes. É um quadro alimentado pelo preconceito, pela intolerância e pela desinformação.
Nos últimos anos, Senador Contarato, felizmente, tem havido um movimento, Desembargador Resedá, crescente de conscientização e mobilização por parte do poder público, do Judiciário e de organizações da sociedade para mudar esta realidade. O CNJ, Eleusa, por exemplo, tem desenvolvido ferramentas como a busca ativa no SNA e campanhas de sensibilização como #AdotarÉAmor, que alcança, Tanísia, milhões de pessoas e ajuda a desmistificar a adoção tardia.
Os agraciados deste ano, como eu já citei, Alexandre Caetano Rank, Aline Sanchez Carlos, Eliane Carlos de Oliveira, Fundação Betel, de Cruzeiro do Sul, no Acre, Maria Bárbara Toledo Andrade e Silva e o Senador Magno Malta, unem-se a estes esforços e merecem nossos maiores efusivos parabéns por suas contribuições em prol da adoção tardia no Brasil.
Adotar tardiamente, meus caros senhores e senhoras, é um gesto redobrado de amor, é amor temperado com cidadania, justiça social e a defesa do direito mais fundamental de toda criança e todo adolescente: o direito de crescer em um ambiente familiar, acolhedor e amoroso.
Esta edição do Prêmio Adoção Tardia, Senador Presidente Contarato, inspira o Brasil a olhar para a adoção tardia com mais empatia, conhecimento e engajamento, reconhecendo nela, caro povo brasileiro, uma oportunidade transformadora de vida e um verdadeiro ato de cidadania.
Obrigado pela presença dos senhores e das senhoras. Parabéns aos agraciados na pessoa de Alexandre. E obrigado a esta Mesa Diretora, que veio realmente abrilhantar esta tarde, e ao nosso Senador, exemplo do Espírito Santo, Contarato, que preside tão bem esta sessão e é um exemplo de homem que adotou também crianças desamparadas.
Muito obrigado. (Palmas.)