Pela ordem durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao pronunciamento do Líder do Governo, Senador Jacques Wagner, e registro da importância do diálogo democrático com o Ministério do Meio Ambiente. Reconhecimento da legitimidade das demandas regionais, como a Margem Equatorial e a BR-319. Veemente repúdio às manifestações de cunho machista dirigidas à Ministra Marina Silva.

Autor
Randolfe Rodrigues (PT - Partido dos Trabalhadores/AP)
Nome completo: Randolph Frederich Rodrigues Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal, Desenvolvimento Sustentável, Imprensa, Mulheres:
  • Apoio ao pronunciamento do Líder do Governo, Senador Jacques Wagner, e registro da importância do diálogo democrático com o Ministério do Meio Ambiente. Reconhecimento da legitimidade das demandas regionais, como a Margem Equatorial e a BR-319. Veemente repúdio às manifestações de cunho machista dirigidas à Ministra Marina Silva.
Publicação
Publicação no DSF de 28/05/2025 - Página 67
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Meio Ambiente > Desenvolvimento Sustentável
Outros > Imprensa
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Indexação
  • APOIO, DISCURSO, SENADOR, JACQUES WAGNER, REFERENCIA, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), SENADO.
  • DEFESA, LEGITIMIDADE, REIVINDICAÇÃO, MARGEM EQUATORIAL, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), RESPEITO, LEGISLAÇÃO, MEIO AMBIENTE.
  • REPUDIO, MANIFESTAÇÃO, MACHISMO, AUDIENCIA PUBLICA, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), SENADO.

    O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - AP. Pela ordem.) – Presidente, é no mesmo sentido que foi colocado, ainda há pouco, pelo meu colega Líder do Governo, Senador Jaques Wagner.

    A primeira questão é relativa ao mérito do debate com a presença, no dia de hoje, da Ministra Marina Silva. Eu acho que nós temos que, no debate da legislação ambiental, passar do debate de "não pode fazer" para "como vai fazer". E, nesse sentido, a todas as reivindicações, seja a nossa, Presidente, da Margem Equatorial, que já está em curso no Amapá, de pesquisa e exploração de petróleo, para a qual já foi dado o primeiro passo pelo Ibama, seja a da BR-319, do Senador Omar e do Senador Eduardo Braga, assiste toda razão. Eu acho que o debate em relação a isso e o diálogo que tem que se ter democraticamente com o Ministério do Meio Ambiente são do "não pode fazer" ao "como vai ser feito", "como pode ser feito", respeitando a legislação ambiental e respeitando o pacto que foi construído na Constituição de 1988 em relação à preservação e à defesa do meio ambiente.

    Agora, um segundo aspecto, Presidente, que não pode ser tolerado por nós, por quem quer que seja, por este Parlamento é a insistência do machismo e o atravessar da linha tênue do debate político para a agressão. E isso me parece, Presidente, no meu sentir, o que ocorreu hoje. Nesse sentido, a Ministra Marina Silva, ressalvadas quaisquer divergências que se tenham contra ela – repito: ressalvadas quaisquer divergências que se tenham em relação à condução do Ministério do Meio Ambiente –, deve merecer de todos nós o total respeito. Não são aceitáveis reiterados traços de misoginia e de machismo aqui – sobretudo aqui no Parlamento–, não são aceitáveis na sociedade brasileira e não são aceitáveis e compreensíveis sobretudo aqui no Parlamento, sobretudo aqui no Senado da República, que tantos passos já deu no combate à misoginia, no combate ao machismo. Sobretudo nós homens devemos nos comportar... Diante desse machismo estrutural que está presente na sociedade brasileira e presente aqui no Senado, nós como Senadores da República deveríamos nos comportar para dar exemplo.

    Ressalvado o debate político, que tem que ocorrer com a firmeza necessária, sobre o passar do "não pode" para o "como pode", respeitada a legislação ambiental, ressalvado isso, preservado esse debate que se deve ter nesse nível, o que não é aceitável é qualquer tipo de agressão e de machismo. E é por isso que eu acho que todos aqueles que se comportaram passando do limite, dizendo termos como "ponha-se no seu lugar" – porque acredito que lugar de mulher é na vida pública, lugar de ministra é dirigindo ministérios como o Ministério do Meio Ambiente, lugar das mulheres é o lugar que elas devem ter reivindicado no seio da sociedade brasileira, por serem, inclusive, a maioria da sociedade brasileira – ou termos como "não respeito como mulher", devem ser da nossa parte totalmente condenados. Quando se passa para esse nível, qualquer razão que se tenha no debate político é perdida.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/05/2025 - Página 67