Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Lamento pelo surto de influenza no Brasil, associado à baixa cobertura vacinal, e alerta para os impactos do negacionismo científico, que supostamente enfraqueceu a cultura da vacinação no Brasil entre 2016 e 2022. Reconhecimento ao Ministro da Saúde, Sr. Alexandre Padilha, pelo esforço na reconstrução do sistema público de imunização e pelos avanços recentes que possibilitaram a recertificação do Brasil como País livre de sarampo.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Combate a Epidemias e Pandemias, Governo Federal, Imprensa, Saúde Pública:
  • Lamento pelo surto de influenza no Brasil, associado à baixa cobertura vacinal, e alerta para os impactos do negacionismo científico, que supostamente enfraqueceu a cultura da vacinação no Brasil entre 2016 e 2022. Reconhecimento ao Ministro da Saúde, Sr. Alexandre Padilha, pelo esforço na reconstrução do sistema público de imunização e pelos avanços recentes que possibilitaram a recertificação do Brasil como País livre de sarampo.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2025 - Página 24
Assuntos
Política Social > Saúde > Combate a Epidemias e Pandemias
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Outros > Imprensa
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Indexação
  • COMENTARIO, AUMENTO, DOENÇA PULMONAR, PESSOA IDOSA, CRIANÇA, CONSEQUENCIA, REDUÇÃO, IMUNIZAÇÃO, VACINAÇÃO.
  • DEFESA, COMBATE, NEGAÇÃO, VALIDADE, VACINA, EFICACIA, IMUNIZAÇÃO, DOENÇA TRANSMISSIVEL.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Querido amigo Senador Astronauta Marcos Pontes, voz consagrada do nosso amado Estado de São Paulo, onde evidentemente eu nasci; senhoras e senhores que estão no Plenário; representando a ala feminina do nosso Senado Federal, a mulher mais preparada e mais feliz do Ceará, que é a Senadora Jussara.

    Você nunca viu a Senadora Jussara... Eu nunca vi mal-humorada, sempre sorrindo, não é verdade? O Cid Gomes, de vez em quando, está mal-humorado. O Ministro Camilo Santana, de vez em quando, está mal-humorado.

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – A Augusta. Que isso... Eu falei Jussara?

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – O Girão quase sempre.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Ahn?

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – O Girão quase sempre.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – É verdade. O Girão está ensinando até o Amin a passar do tempo, Pontes, você viu? Eu vou procurar...

    Brasileiras e brasileiros, minhas únicas vossas excelências, eu sei que é um assunto também da Senadora Augusta, do Plínio, do Bittar, do Amin, do Pontes, enfim, do Brasil inteiro, prioritariamente, em relação aos assuntos da saúde.

    Eu subo à tribuna nesta terça-feira, 10 de junho de 2024, para lamentar que o Brasil sofra, neste momento, um surto de influenza, com a multiplicação dos casos de síndrome respiratória aguda.

    O último boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz, constata situação de alerta, risco ou alto risco, no Distrito Federal, aqui, e em 15 estados, incluindo o meu amado Goiás.

    Há de se lamentar, sobretudo, a baixa cobertura vacinal, em torno de 35%, repito, 35% – triste.

    Apesar da ação efetiva do Poder público, é justo lembrar que, por causa do aumento da circulação de vírus respiratórios no país, o Ministério da Saúde, este ano, antecipou, para o mês de março, o início da campanha de vacinação contra a gripe; contudo, a baixa adesão tem lotado unidades básicas em saúde e clínicas, em boa parte do país, em consequência do surto de gripe, especialmente da influenza tipo A.

    É lamentável ver pais com crianças no colo e idosos correndo às UBSs, sofrendo com gripe, quando poderiam ter comparecido antes, em busca da vacina que ameniza os efeitos da doença. Uma situação, para mim, senhoras e senhores, meus únicos patrões, surreal, retrato cruel do malefício causado ao Brasil pelo negacionismo disseminado entre 2016 e 2022 – e aqui não é nada pessoal, por favor, é apenas uma observação que faço como brasileiro.

    O que é o negacionismo? – ponto de interrogação. Vou usar a definição adotada pela Academia Brasileira de Letras, e aqui abro aspas: "Atitude tendenciosa que consiste na recusa a aceitar a existência, a validade ou a verdade de algo, como eventos históricos ou fatos científicos, apesar das evidências ou argumentos que o comprovam" – fecho aspas.

    Nega-se a crise climática provocada pelo aquecimento global, nega-se a forma esférica da Terra e nega-se a segurança e a eficácia das vacinas, uma conquista científica que vem do século XVIII, quando um médico inglês descobriu como prevenir a contaminação por varíola.

    O mais grave é o contágio do negacionismo por causa do surgimento de governos com políticas que atacam os pressupostos da ciência. Hoje, na linha de frente, em defesa dos valores civilizatórios, está o combate ao negacionismo com educação, comunicação e ações políticas corajosas, institucionais ou individuais.

    No caso do surto de gripe, a atitude que se impõe é buscar a imunização, até porque estamos a dez dias do inverno, estação em que as baixas temperaturas e o clima seco agravam problemas respiratórios.

    Vacinar é preciso; combater o negacionismo é necessário, para evitar que ele siga ceifando vidas num país em que vacinar desde cedo as crianças faz parte da cultura de seu povo, que alguns tentaram destroçar – em vão, felizmente.

    Recentemente, por causa do avanço vacinal em 2023 e 2024, o Brasil retomou a certificação internacional de país livre de sarampo, que ressurgiu em 2019, diante da queda da cobertura vacinal, incentivada pelo movimento negacionista. Agora, voltamos a ficar livres desta doença infecciosa, com alto grau de contágio, que vem apresentando surtos em países desenvolvidos como Canadá e Estados Unidos.

    É um sólido exemplo de que o Governo Lula 3 está reconstruindo o arcabouço da saúde pública no país. Por isso, faço questão de reproduzir a declaração que ouvi dias atrás do Ministro da Saúde em meu programa mundial de televisão com a Leila do Vôlei. O infectologista Alexandre Padilha disse: "O Brasil logo voltará a ter o maior e mais amplo programa de vacinação em sistema público do mundo".

    Eu, francamente, Presidente Astronauta, o senhor, que também é de São Paulo, acredito no homem público Alexandre Padilha, não porque ele é do Governo Lula, até porque no Governo Lula tem muita gente em quem eu não acredito e de quem eu tenho preferência de ficar distante oceanicamente, mas no Padilha eu creio.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2025 - Página 24