Pronunciamento de Marcio Bittar em 10/06/2025
Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Manifestação de apoio à permanência no cargo do Secretário de Educação do Estado do Acre, Sr. Aberson Carvalho, diante de decisão do Tribunal de Contas local que o afastou cautelarmente. Insatisfação com a política ambiental que, supostamente, limita a construção de infraestrutura necessária na região.
- Autor
- Marcio Bittar (UNIÃO - União Brasil/AC)
- Nome completo: Marcio Miguel Bittar
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Agentes Políticos,
Atuação do Ministério Público,
Atuação do Tribunal de Contas da União (TCU),
Ciência, Tecnologia e Informática,
Desenvolvimento Regional,
Educação Básica,
Educação Profissionalizante,
Eleições e Partidos Políticos,
Imprensa,
Meio Ambiente,
Poder Judiciário,
Servidores Públicos:
- Manifestação de apoio à permanência no cargo do Secretário de Educação do Estado do Acre, Sr. Aberson Carvalho, diante de decisão do Tribunal de Contas local que o afastou cautelarmente. Insatisfação com a política ambiental que, supostamente, limita a construção de infraestrutura necessária na região.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/06/2025 - Página 29
- Assuntos
- Administração Pública > Agentes Públicos > Agentes Políticos
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Ministério Público
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Tribunal de Contas da União (TCU)
- Economia e Desenvolvimento > Ciência, Tecnologia e Informática
- Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
- Política Social > Educação > Educação Básica
- Política Social > Educação > Educação Profissionalizante
- Outros > Eleições e Partidos Políticos
- Outros > Imprensa
- Meio Ambiente
- Organização do Estado > Poder Judiciário
- Administração Pública > Agentes Públicos > Servidores Públicos
- Indexação
-
- DECISÃO, APOIO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC), PERMANENCIA, CARGO PUBLICO, SECRETARIA, EDUCAÇÃO.
- CRITICA, INTERFERENCIA, TRIBUNAL DE CONTAS, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC).
- CRITICA, DETERMINAÇÃO, AFASTAMENTO, TRIBUNAL DE CONTAS, SECRETARIO DE ESTADO, ESTADO DO ACRE (AC), DIVULGAÇÃO, MOTIVO, INFORMAÇÃO, REDE GLOBO, IRREGULARIDADE, SISTEMA, ABASTECIMENTO DE AGUA, ESCOLA, ZONA RURAL, INTERIOR, AMAZONIA.
- CRITICA, POLITICA, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), PROIBIÇÃO, CONSTRUÇÃO, ESTRADA, RODOVIA, AMAZONIA, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC).
O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC. Para discursar.) – Sr. Presidente, querido Senador Marcos Astronauta, e colegas aqui no Plenário, eu estava ali ouvindo o meu querido, sempre muito gentil e muito educado, Kajuru, Senador Plínio Valério. E a turma começou a cunhar a expressão "negacionista" tentando ligar essa expressão à direita, quando, na verdade, quem nega a ciência de forma histórica é a esquerda.
E aqui eu vou ler o que Karl Marx, o pai da teoria comunista, escreveu. Marx argumentava que a introdução de máquinas no processo de produção, embora aumentasse a produtividade, não beneficiaria a classe trabalhadora – isso é o Marx –; ao contrário, mecanização permitiria que os capitalistas extraíssem mais lucro dos trabalhadores, diminuindo o tempo de trabalho necessário para a produção de um determinado valor e aumentando a quantidade de mais-valia. Isso era Marx. Então, isso aqui é negacionista. Ridículo, porque aconteceu o contrário.
Quem era contra o Uber? Lembram-se disso? A esquerda era contra o Uber. Quer dizer, um homem desenvolveu uma tecnologia tirando o Estado do meio, tirando regulamentação do meio, fazendo mais barato o transporte e diversificando-o, e a esquerda fazia piquete com os taxistas contra o Uber.
Eles eram contra a globalização. É, Presidente. Eles discutiam, no século passado, se era boa ou ruim a globalização, como se dependesse deles, como se dependesse de uma ideologia.
Portanto, quando se fala em negacionismo, uma olhada na história vai ver que aqueles que eram contra máquinas, contra invenção...
Eu lembro quando um Deputado Federal do PT ou do PCdoB, da esquerda, entrou com um projeto para proibir a mecanização das bombas de combustível nos postos, porque, segundo ele, aquilo ia acabar com postos de trabalho. Os postos de trabalho, com a invenção tecnológica, migram de um lugar para o outro. O que o país deve fazer é preparar, ajudar com técnica e com curso profissionalizante para absorver a mão de obra.
Portanto, se você for estudar um pouco a história, vai ver que negacionista mesmo é a turma que teima em adular Cuba, Venezuela, China e Rússia, né?
Sr. Presidente, o assunto é do Acre, mas é nacional. A partir de domingo, quando a Rede Globo de Televisão descobriu a dificuldade de levar saúde e educação para o interior da Amazônia, mostrando uma improvisação de uma sala de aula, em que as crianças e os pais preferiram aquele local, porque, dali, para ir para a escola, seriam mais 10km a pé... É bom lembrar que esse Ramal Limoeiro, dessa matéria, fica a 143km de Ramal e é intrafegável! Para o senhor ter uma ideia, sexta-feira, o Governo do estado mandou uma geladeira em um carro tracionado. Ele não conseguiu chegar, porque atolou no meio do caminho – não se sabe até agora se chegou. E aí o Ministério Público de Contas e o TCE do Acre dizem, em uma interferência indevida, em uma ameaça, que aquela escola improvisada não tem água encanada. Presidente, bem-vindo à Amazônia! Quem é que leva água encanada para os ribeirinhos da Amazônia? Tu achas que é de que jeito, rapaz?! São 143km de Ramal intrafegáveis. Um Toyota 4x4, para levar uma geladeira, atolou no caminho! Então, Rede Globo, bem-vinda à Amazônia! Quem não conhece a Amazônia real – eu sou homem do Norte, da Amazônia –, bem-vindo à realidade! E aí vem a estupidez – perdoem-me a franqueza, mas é estupidez. O Ministério Público, com todo o respeito, não foi eleito para governar o estado. O Tribunal de Contas do estado, com todo o respeito, não foi eleito para administrar o estado.
Eu estou aqui para apoiar a decisão do Governo do estado de não retirar o Secretário de Educação, porque, se for para tirar secretário de educação da Amazônia brasileira por as escolas da área rural não terem água encanada, quem sobra, Plínio?! Qual é o município, nos estados da Amazônia, em que as escolas da área rural funcionam num sonho que não existe?! A realidade do interior do Acre é a mesma do Amazonas; aliás, é até pior no Amazonas, porque as distâncias são mais monumentais ainda. No Estado do Amazonas, quem pode anda no avião bimotor por duas horas e não sai do estado – não é isso, Plínio? Portanto, é um absurdo!
E se fez escola quando o Ramagem foi indicado, pois a interferência do Supremo Tribunal Federal no Executivo nacional fez com que o Presidente Bolsonaro voltasse atrás naquela nomeação. Foi um erro, porque agora está aí. Imaginem se isso pega! Se isso aqui pega, o Prefeito eleito ou o Governador eleito, primeiro, tem que mandar a lista de quem ele quer, para montar uma equipe, para o tribunal de contas do estado, para o Ministério Público de Contas.
E é bom dizer, Sr. Presidente – eu já falei aqui uma vez e vou repetir –, que tribunal de contas é para fiscalizar as contas, mas todos nós sabemos que a maioria esmagadora dos conselheiros não vive com o seu salário! Eu já disse sobre a Justiça: quem constitui o poder para zelar a Constituição, para zelar as leis que o Congresso Nacional – e é a sua obrigação, é o seu direito –, as leis que nós fazemos, quando eles não respeitam o teto?! No Brasil, o teto virou piso. Então, eles não cuidam da conta deles, eles furam o teto quando era para zelarem pelo teto.
E, ainda por cima, querem governar o Acre?! Não, Sr. Presidente, isso está errado. Portanto, a minha solidariedade ao Secretário da Educação Aberson, que, por mim, é uma pessoa que deve ficar no cargo. Pode sair por outra razão, menos porque a Rede Globo descobriu uma realidade que existe. O único episódio positivo nisso é para o Brasil ou para uma parte do Brasil, Plínio, olhar mais uma vez para a Amazônia e ver que aquele romantismo de que as pessoas vivem no interior da Amazônia todo mundo bem é uma brincadeira de mau gosto! Portanto, eu repito, quando se descobre que tem uma escola na área rural da Amazônia e ribeirinho que não têm água encanada... Bem-vindo à Amazônia! Quantas vezes Aldo Rebelo disse isso? Quantas vezes eu vejo isso?
Fui agora ao Rio Jurupari, dois meses atrás. O Prefeito Railson, de Feijó, patrocinou a nossa ida – patrocinou do ponto de vista de que ele fez a caravana, o itinerante, e me convidou para ir ao Rio Jurupari. Vi escola com dez alunos. Como se faz escola para cada aluno? Tem aluno que mora a duas, três horas um do outro. Dá para fazer escola para cada um? Não.
(Soa a campainha.)
O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – Então, tem que se transportar. E como se transporta, se tem época em que o rio está seco? E não tem estrada, porque não se pode fazer, porque a Marina proíbe por causa das ONGs que a sustentam. Eu disse há pouco tempo: virou a maior lobista de ONG do mundo!
E aí o ex-Governador do Acre Binho Marques sai da sua gorda aposentadoria... Aliás, o PT do Acre era contra a aposentadoria de Governador. Quando o Jorge Viana ganha eleição... E quem acabou com a lei de aposentadoria de Governador fui eu: eu apresentei o projeto quando fui Deputado Estadual, que foi aprovado na Assembleia, e o ex-Governador Orleir sancionou, talvez até porque ele já fosse beneficiário, porque ele foi eleito com a lei. De qualquer forma, acabamos. Jorge Viana se elege a primeira vez, e o que ele faz? Manda para a Assembleia, combinado com Deputado Estadual, a volta da lei de ex-Governadores. É por isso que ele é aposentado precoce...
(Soa a campainha.)
O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - AC) – ... o irmão é aposentado precoce, e o Binho Marques é aposentado precocemente.
De todos eles que governaram o Acre ao longo de 20 anos, o único que ainda frequenta hoje o Acre é Jorge Viana, porque pretende ser candidato ao Senado no ano que vem. O resto mora tudo aqui ou no Nordeste.
E esse Binho Marques, que governou o estado, saiu da sua aposentadoria precoce para fazer uma crítica a uma realidade que ele sabe que já existia muito antes dele e que continuou existindo quando ele foi Governador.
Se continuar como a Marina quer, como o Lula quer, como eles fazem, isso vai continuar ad aeternum na Amazônia. Só não vai, porque, no ano que vem, meu querido Senador do querido Mato Grosso, nós vamos ganhar a eleição – ano que vem – e tirar essa turma que, de novo, voltou à cena do crime e está acabando com o país, financeira e moralmente.
Muito obrigado.