Discurso durante a 68ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato da participação de S. Exa. no Jubileu das Autoridades, no Vaticano, com destaque para a audiência com o Papa Leão XIV e sua mensagem de atenção às populações mais vulneráveis.

Reflexão sobre a alegada omissão do Governo Federal diante da pobreza, do desemprego e da dependência do Bolsa Família, com ênfase para críticas ao Programa Pé-de-Meia. Proposta de redirecionamento do Prouni e do Fies, programas que facilitam o acesso ao ensino superior, para áreas estratégicas como engenharia, medicina e pedagogia.

Autor
Izalci Lucas (PL - Partido Liberal/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política, Proteção Social:
  • Relato da participação de S. Exa. no Jubileu das Autoridades, no Vaticano, com destaque para a audiência com o Papa Leão XIV e sua mensagem de atenção às populações mais vulneráveis.
Educação, Governo Federal, Proteção Social:
  • Reflexão sobre a alegada omissão do Governo Federal diante da pobreza, do desemprego e da dependência do Bolsa Família, com ênfase para críticas ao Programa Pé-de-Meia. Proposta de redirecionamento do Prouni e do Fies, programas que facilitam o acesso ao ensino superior, para áreas estratégicas como engenharia, medicina e pedagogia.
Publicação
Publicação no DSF de 25/06/2025 - Página 43
Assuntos
Outros > Atividade Política
Política Social > Proteção Social
Política Social > Educação
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, EVENTO RELIGIOSO, PAIS ESTRANGEIRO, VATICANO, PAPA, IMPORTANCIA, POPULAÇÃO, VULNERABILIDADE.
  • CRITICA, NUMERO, DEPENDENTE, BOLSA FAMILIA, REPUDIO, Programa Pé de Meia, INCENTIVO, DEPENDENCIA, JOVEM, PREJUIZO, QUALIFICAÇÃO, DEFESA, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, COBRANÇA, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, SISTEMA ESCOLAR, VALORIZAÇÃO, PROFESSOR, IMPLEMENTAÇÃO, ENSINO MEDIO, ACESSO, UNIVERSIDADE, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, REJEIÇÃO, CONCESSÃO, BOLSA DE ESTUDO, PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI), FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE DE ENSINO SUPERIOR (FIES), CURSOS, AUSENCIA, DEMANDA, MERCADO DE TRABALHO, FAVORECIMENTO, MEDICINA, ENGENHARIA, PEDAGOGIA, FISICA.

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discursar.) – Presidente, serei muito breve, até porque eu já falei sobre o projeto do item 1.

    Primeiro, quero registrar, assim como o Senador Girão registrou, a nossa presença lá no Vaticano, em Roma. Fomos participar do Jubileu das autoridades, em que estavam presentes autoridades do mundo inteiro, Governadores, Senadores, Deputados. Tivemos também uma audiência privada com o Papa, que falou, realmente, de temas importantes para nós, como representantes da população, para que a gente possa olhar cada vez mais para as pessoas que mais precisam.

    É sempre bom a gente alertar para isso. Muitas vezes, a gente se esquece do mundo real, das dificuldades que existem das pessoas. Grande parte da população está passando dificuldades, devendo, com problemas mentais, dívidas. Temos pessoas passando fome num país como o nosso, que tem uma produção agrícola excepcional. A gente vê pessoas passando necessidades não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro. Então, a gente precisa, realmente, fazer uma reflexão.

    A gente não pode também apenas fazer o que estão fazendo: deixar essa população carente como massa de manobra. Nós precisamos, para dar dignidade, cidadania às pessoas, gerar empregos, as pessoas precisam trabalhar, ganhar seu próprio pão para o dia a dia. E o que o Governo precisa fazer é criar condições, viabilizar realmente para que as empresas possam gerar emprego, para que os empreendedores possam arriscar, investir no seu próprio negócio, gerando renda. É inadmissível, num país como o nosso, a gente ter mais de 50 milhões de dependentes do Bolsa Família, que não tem porta de saída. É lamentável que o Governo, mesmo sendo alertado por anos e anos, porque é o que a gente faz aqui – fala, faz discursos, faz indicações –, pareça que é surdo, cego e mudo.

    A gente precisa qualificar os nossos jovens. Uma coisa tão óbvia! Nós temos uma carência de mão de obra muito grande, muita gente desempregada e muita gente dependendo de Bolsa Família. O Governo lança o Pé-de-Meia como se fosse um programa maravilhoso de educação, mas ele realmente é mais uma forma de manter os nossos jovens nessa mesma filosofia de dependência do Governo, nessa massa de manobra, porque R$200 por mês não resolvem o problema de ninguém.

    Nós temos que investir, realmente, na infraestrutura das escolas, valorizar os profissionais da educação, porque, lamentavelmente, há anos, não os valorizam, pois têm um salário que talvez seja um dos piores salários, comparando com o das demais categorias. Então, é isso que se faz. Não é só discurso bonito.

    A gente precisa olhar para isso. A gente tem aí quase 80% dos nossos jovens fora das universidades, fora da educação profissional, e, por mais que a gente diga – há 20 anos que a gente vem falando isso –, o Governo não faz. "Ah, fizemos algumas escolas técnicas." Isso não resolve. O que tem que se implementar é o novo ensino médio, para que todos os jovens de todo o país possam ter a escolha de fazer uma universidade, uma faculdade ou uma educação profissional e ir para o mercado de trabalho. Isso é o óbvio, é uma coisa tão clara. E a gente não percebe ações nesse sentido.

    Nós temos programas aí... E eu já falei com 500 ministros sobre isto. Nós temos o programa aí do Prouni, que começou aqui em Brasília, com o Cheque Educação, em 1998 – o Prouni nasceu em 2004 –, que precisa ser orientado. Nós não podemos continuar dando bolsa de estudo para cursos que já não têm mais espaço no mercado de trabalho. Ora, se está faltando engenheiro, se está faltando professor, a gente precisa investir exatamente nesses cursos! Vamos qualificar os nossos profissionais da educação! Vamos valorizá-los! Vamos, realmente, melhorar os cursos, exigir uma mudança curricular, para que eles possam ter atrativos nessa profissão, ter um plano de carreira decente! É dessa forma como se faz. Nós temos aí o Fies, com o Governo ainda financiando curso de Administração, curso de Advocacia, e as pessoas fazem o curso e depois ficam desempregadas. Então – eu já sugeri aí 500 vezes –, a gente pode direcionar o Fies, direcionar o Prouni para a área de medicina, para a área de engenharia, para a área de física, para a área de pedagogia, para os cursos que realmente são fundamentais para o desenvolvimento do país.

    É óbvio que a gente precisa também investir na questão da moradia. Isso é questão de dignidade. As pessoas precisam morar em algum lugar. Será que as pessoas não entendem que todos precisam morar em algum lugar e que para isso precisam, realmente, ter casa? Tem que ter o oferecimento de um programa para que as pessoas possam ter acesso a uma moradia digna. A gente fica assistindo a isto: investindo recurso em áreas que não têm nada a ver, que não são prioridade, e a gente vê aí as pessoas passando dificuldade.

    O Papa fez um belo discurso sobre isso, para que a gente possa, como Parlamentar... E a gente foi eleito para isto: para atender principalmente aqueles que mais precisam. Fizemos quatro dias de bastante trabalho, de peregrinação, realmente, com uma população maravilhosa participando, milhares de pessoas. Essa é uma reflexão que foi feita.

    Estivemos também na Embaixada do Vaticano. E aí merece um registro aqui, Senador Girão, a nossa visita à Embaixada do Vaticano, onde vi, de certa forma, um desprezo pelos Parlamentares. Lamentavelmente, o Ministro não nos atendeu como acho que deveria. Ele fez uma reunião de uma hora e nem sequer tomou as providências ou esteve conosco nesses encontros, em que era fundamental a presença do Embaixador. Fomos também ao Embaixador da Itália, fizemos uma visita, conversamos, mas, de fato, no Vaticano, eu senti que o Embaixador deveria ter dado uma atenção maior, tendo em vista que vários Senadores e Deputados estavam participando também de um encontro de Parlamentares em Roma. Então, acho que deixou a desejar esse encontro nosso na embaixada.

    No resto, foi bastante produtivo. Acho que a gente renovou muito, Girão, pelo menos a parte espiritual; pelo menos, foi um momento importante. O Papa transmite uma segurança, uma espiritualidade muito grande. Então, acho que valeu muito a pena, e a gente foi, de certa forma, representando o Senado.

    Vários Deputados também estiveram presentes, o pessoal da Câmara, pela Frente Parlamentar Católica, sob a Presidência do nosso querido Deputado Gastão.

    Tivemos o acompanhamento também de alguns padres daqui. O Padre Wagner, que é o Presidente da Canção Nova, deu uma assistência muito grande. Então, eu quero, aqui, publicamente, agradecer ao Padre Wagner e também ao Padre Rafael, aqui de Brasília, aqui da paróquia Nossa Senhora da Saúde, que realmente dá assistência espiritual aqui à frente parlamentar. Quero agradecê-los pelo trabalho que foi feito, pela companhia e pela relação que foi construída com os Deputados, com os Senadores e também com a comunidade que nos acompanhou.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/06/2025 - Página 43