Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para as iniciativas empreendidas por S. Exa. com vistas à melhoria da qualidade de vida da população paraense, como os projetos Qualifica Mais Mulher, Mulheres que Transformam, Empreendedor Digital, Formando Campeões e Pará Saúde Visual, voltados para a qualificação profissional de mulheres e jovens, o esporte para as crianças e a saúde visual para quem precisa.

Autor
Zequinha Marinho (PODEMOS - Podemos/PA)
Nome completo: José da Cruz Marinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Crianças e Adolescentes, Desenvolvimento Regional, Mulheres, Saúde:
  • Destaque para as iniciativas empreendidas por S. Exa. com vistas à melhoria da qualidade de vida da população paraense, como os projetos Qualifica Mais Mulher, Mulheres que Transformam, Empreendedor Digital, Formando Campeões e Pará Saúde Visual, voltados para a qualificação profissional de mulheres e jovens, o esporte para as crianças e a saúde visual para quem precisa.
Publicação
Publicação no DSF de 02/07/2025 - Página 64
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Política Social > Saúde
Indexação
  • REGISTRO, PROGRAMA, QUALIFICAÇÃO, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, MULHER, ESTADO DO PARA (PA), REDUÇÃO, ECONOMIA INFORMAL, DEPENDENCIA, BOLSA FAMILIA, EMPREENDEDORISMO, CRIANÇA, ADOLESCENTE, SAUDE, OFTALMOLOGIA.

    O SR. ZEQUINHA MARINHO (Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - PA. Para discursar.) – Muito obrigado, Presidente.

    Lembrando que na Bíblia Sagrada existe 653 vezes a expressão "amin". Aprendi isso com V. Exa. É uma honra poder usar a tribuna sob a sua presidência.

    Ontem foi um dia bastante significativo na vida de 400 mulheres na Região Metropolitana de Belém, lá no meu Estado do Pará. Falo sobre a formatura de 200 mulheres no Município de Ananindeua, nos cursos de capacitação profissional do projeto Qualifica Mais Mulher. Além dessas 200, outras 200, no Distrito de Icoaraci, em Belém, participaram da aula inaugural do projeto. Elas farão o mesmo caminho que as alunas de Ananindeua fizeram.

    É muito valoroso, muito significativo e gratificante poder investir nesse projeto, que tem verdadeiramente transformado a vida de muitas mulheres do nosso estado, principalmente aquelas pobres, carentes, mães solo, que lutam para dar comida aos filhos e manter o mínimo de dignidade.

    O meu estado vive um dos seus momentos mais trágicos em relação ao social. O Pará é o estado com a maior taxa de informalidade do Brasil. Enquanto a média nacional é de 39%, conforme apuração do IBGE, essa taxa, lá no Pará, chega a 58,1%. Nem mesmo a COP e os tais bilhões que dizem estar sendo investidos na capital paraense foram suficientes para mudar a situação de empregabilidade lá no meu estado. Pelo ranking de competitividade dos estados, o Pará ocupa a 25ª posição quando se olha para a qualificação dos trabalhadores desta forma: está à frente apenas dos Estados de Pernambuco e da Bahia – Pernambuco em 26º lugar e a Bahia em 27º lugar –, com relação à população economicamente ativa com ensino superior.

    Outra realidade bastante preocupante, Presidente, é sobre o número de famílias dependentes dos auxílios pagos pelo Governo Federal. No Pará, cerca de 1,3 milhão de famílias recebem o Bolsa Família. Belém é a cidade com o maior número de dependentes do programa. Estou falando aqui de 167.441 famílias vivendo à custa do Bolsa Família – isso é um negócio um tanto desastroso do ponto de vista econômico –; na sequência, vêm os Municípios de Ananindeua, com 52.108; Santarém, com 49.042 famílias; Abaetetuba, com 39.975; e Cametá com 33.154 famílias. Todos os 144 municípios têm famílias inscritas no Bolsa Família. Citei apenas aqueles com o maior número de dependentes. Enquanto 1,3 milhão de famílias se mantêm dependentes do valor médio de R$694,21 pago pelo programa, apenas 996.815 pessoas possuem carteira de trabalho assinada lá no estado, conforme dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). É informação oficial.

    Entendo a importância do Bolsa Família. A questão aqui é que estamos falando de pessoas e de famílias que vivem com o mínimo – com o mínimo. A média, como eu já disse, é de R$694. Não é isso que nós queremos para o nosso estado. Quero uma população preparada, qualificada e pronta para disputar bons empregos no mercado de trabalho. Quero carteira de trabalho assinada e bons salários para o nosso trabalhador paraense.

    É por isso que, já há algum tempo, decidi direcionar parte das minhas emendas para ações sociais com potencial transformador na vida das famílias do Pará. Por meio do Qualifica Mais Mulher, vamos formar mais de 2 mil mulheres nos cursos de estética corporal, estética facial, cabeleireiro, barbeiro, beleza empreendedora, pedicure e manicure, e assim vai. Até o momento, já foram atendidas mulheres das cidades de Cametá, Abaetetuba, Tailândia, Igarapé-Miri, Moju, Acará e Ananindeua.

    Ontem, como já disse, iniciamos no distrito de Icoaraci, lá na capital. De lá, a unidade móvel do nosso projeto seguirá para a cidade, também da região metropolitana, de Marituba e, depois, vai até o nordeste do Pará, para a cidade de Bragança, fechando a meta das 2 mil mulheres qualificadas na área da beleza.

    Hoje, nós já temos 1,4 mil mulheres e, por onde nós estamos acompanhando, por todas as cidades que já passamos, está todo mundo trabalhando, todo mundo usando daquilo que aprendeu, para ganhar um pouco mais de recursos para manter melhor a sua casa.

    A população do meu estado é muito carente de iniciativas como essa. Quem dera que os demais Parlamentares lá do estado, o Governo do estado, as Prefeituras, pudessem atuar com esse mesmo objetivo: dar uma vida melhor para as famílias do Pará.

    Do lado de cá, posso dizer que venho trabalhando muito para fazer a minha parte e garantir mais qualificação, mais empregos, salários melhores e uma qualidade de vida melhor para a família paraense, para o nosso povo, povo que nos colocou aqui neste Parlamento para representá-lo. Não irei abandoná-lo, e continuarei firme nesse compromisso com o povo do meu estado.

    Quero dizer que logo depois do Qualifica Mais Mulher, nós vamos começar um outro grande projeto e vamos alcançar mais de 15 mil jovens no Estado do Pará. Vamos distribuir, em mais de 50 cidades, em mais de 50 localidades, o Empreendedor Digital, para jovens de 16 a 29 anos.

    Também estaremos implementando, simultaneamente, um outro projeto parecido com o Qualifica, que é Mulheres que Transformam.

    O Mulheres que Transformam vai atingir um grande número de mulheres, preparando mão de obra não só na área da beleza, mas também na área da gastronomia, da comida de rua.

    O que é que se come na rua? Lá no Pará a gente toma café com tapioquinha; lá no Pará se consome muito folhado, consome-se muito também pastel, e por aí vai, coxinha de frango, de caranguejo, e assim por diante. É uma variedade de comidas que se compram na rua, nas pequenas lanchonetes, nos pontos, nos vendedores ambulantes, e a gente quer fazer com que quem fabrica isso tenha qualidade. Digo melhor: tenha qualificação, para fazer um produto com mais qualidade.

    Além disso, vamos iniciar o projeto Formando Campeões, parecido muito com o projeto que já encerramos, com o qual alcançamos 7,9 mil jovens, que era o Passaporte para a Vitória.

    Vamos alcançar agora 14 municípios com o Formando Campeões. Serão crianças de 6 a 17 anos. Estaremos alcançando com cidadania, com esporte, porque o esporte é a isca para atrair essa criança para um trabalho, digamos assim, de cidadania, de compreensão do temor de Deus, de fortalecimento de vínculos familiares e assim por diante. É muito importante e é muito bom.

    Também no segundo semestre queremos colocar o maior projeto de saúde visual, que é o Pará Saúde Visual, para alcançar o máximo, porque uma das coisas que detectamos no nosso estado – e não é de hoje – é a carência de saúde visual para as pessoas.

    Há pessoas ficando cegas, Senadora, por falta de uma cirurgia que poderia remover a catarata, o pterígio e outras doenças que atrapalham a visão.

    São pobres, a consulta é cara, e essa política é feita por voluntários como eu e outros que atuam nesse setor, e a gente quer ampliar, para implementar os exames, as consultas e as cirurgias, para ver se a gente melhora a vida daquela população tão sofrida do interior da Amazônia.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/07/2025 - Página 64