Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o volume de gastos com "bets" pela população brasileira.

Aplausos ao Presidente da CRE, Senador Nelsinho Trad, pela realização de reunião com representantes do Governo e das forças empreendedoras nacionais para tratar das relações comerciais entre Brasil e EUA, com destaque ao histórico da relação comercial, e para a manutenção da cordialidade entre os dois países.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Proteção Social:
  • Preocupação com o volume de gastos com "bets" pela população brasileira.
Relações Internacionais:
  • Aplausos ao Presidente da CRE, Senador Nelsinho Trad, pela realização de reunião com representantes do Governo e das forças empreendedoras nacionais para tratar das relações comerciais entre Brasil e EUA, com destaque ao histórico da relação comercial, e para a manutenção da cordialidade entre os dois países.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2025 - Página 16
Assuntos
Política Social > Proteção Social
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, VOLUME, MOVIMENTAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, CASA DE APOSTA ESPORTIVA.
  • CUMPRIMENTO, SENADOR, NELSINHO TRAD, REUNIÃO, GOVERNO FEDERAL, ITAMARATI (MRE), CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), EMPRESARIO, COMERCIO EXTERIOR, BRASIL, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), IMPOSIÇÃO, TARIFA ADUANEIRA, ELOGIO, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, GERALDO ALCKMIM.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC. Para discursar. Por videoconferência.) – Boa tarde, não sei se estou sendo ouvido... (Pausa.)

    Hein, Presidente? Estou sendo ouvido?

    O SR. PRESIDENTE (Humberto Costa. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE) – Sim, está sendo ouvido.

    Pode falar.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC. Por videoconferência.) – Muito obrigado, Presidente.

    Presidente, eu não posso deixar de fazer um comentário sobre o seu aparte à fala do Senador Eduardo Girão. Não é em tom de piada, mas é em tom de ironia: R$22 bilhões no mês – V. Exa. fez a conta – dá R$264 bilhões no ano. Isso leva toda a picanha e mais alguma coisa de carne desviada para o vício, para um vício, infelizmente, induzido pela lei ou pela não lei, infelizmente. Não posso deixar de fazer esse comentário, lamentando, inclusive, a participação do Congresso, por ação ou omissão, nessa questão.

    Eu gostaria de fazer aqui um registro, e esse foi de ação, ou seja, de não omissão. Não posso deixar de cumprimentar o Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nosso Senador Nelsinho Trad, pela reunião que liderou hoje pela manhã, contando com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores, da CNI, da CNA, ou seja, das forças empreendedoras, exportadoras e importadoras, e de representantes do Governo. Sei que, hoje pela manhã também, o Vice-Presidente da República e Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, liderou uma reunião com um grupo de empresários, inclusive de Santa Catarina.

    Faço o balanço para dizer, primeiro: a iniciativa do Senador Nelsinho Trad é uma iniciativa que vem ao encontro do interesse do Brasil, que precisa e deve, com paciência, com persistência, com determinação, iluminar esta questão das relações comerciais Brasil-Estados Unidos, fruto de uma amizade de 200 anos. Estamos entrando no ano 201 de relação cordial com os Estados Unidos da América. Portanto, quanto mais nós iluminarmos os números, a composição da pauta de exportação de ambos os países e, consequentemente, a de importação, iluminarmos os números oficiais, insofismáveis, que mostram o superávit que beneficia os Estados Unidos, quanto mais iluminarmos isto, mais a razão fortalecerá a posição do Brasil, independentemente de governo. Em 200 anos, tivemos vários regimes, vários sistemas de governo e várias vontades predominantes.

    O fato concreto é que esse tarifaço é um equívoco econômico. Eu nem vou falar do aspecto político, porque isso é subjetivo: temos lados, eu tenho um lado, V. Exa., Presidente da sessão, tem outro, em termos de política; mas o Brasil tem o seu lado, e o nosso lado mostra que nós temos razão. Particularmente, no meu caso, Santa Catarina tem muita razão.

    Quando se analisa quais os setores e empresas afetadas... Cito a Fundição Tupy. O próprio representante da CNI hoje tratou do caso da Fundição Tupy, player número um do mundo em matéria de fabricação de motores, no caso, motores a combustão – player número um. Blocos de motores da Fundição Tupy têm origem e planta principal em Joinville, Santa Catarina, com 12 mil empregados em Joinville – nunca menos de 10 mil –, e com amplas pesquisas a respeito de pegada do carbono em caso de uso de motores a combustão. Esta grande empresa, que nos orgulha a nós catarinenses e aos brasileiros, tem duas plantas industriais no México. Com pesquisas, ela desenvolveu o metal por fundição vermicular, que consegue otimizar peso sem prejuízo da qualidade e da consistência do bloco do motor. Esses 50% vão tirá-la do mercado americano, mas isso não vai ser bom para o mercado americano, vai ser muito ruim também, porque, numa disputa de bloco do motor, a porcentagem de lucro e de diferença de preço é coisa de vírgula, não é nem de um inteiro, um porcentual inteiro. Então, os 50% de tarifaço vai ser ruim para nós e vai ser muito ruim para os Estados Unidos.

    Da mesma sorte, há a WEG, uma empresa com sede em Jaraguá do Sul, com dezenas de países parceiros, a primeira empresa brasileira que se instalou no Cazaquistão; uma empresa de inovação, não só de motores elétricos, e que tem ampla participação no mercado americano. Nós queremos manter esse mercado. Merecemos mantê-lo pela qualidade alcançada pela WEG, porque será uma injustiça com os importadores americanos e com os usuários desse produto ou dos vários produtos da linha de produção da WEG se esse tarifaço for implantado, se as nossas negociações não forem bem-sucedidas.

    O mesmo vale para a madeira, o mesmo vale para a carne. A carne brasileira – catarinense também – tem um papel fundamental para o gosto do americano. É do dianteiro do boi, do gado, que se valem vários fabricantes americanos para produzir os hambúrgueres. O hambúrguer é um prato básico nos Estados Unidos, e o sabor dele é determinado por essa composição em que o dianteiro, menos empregado no mercado nacional brasileiro, é parte fundamental do sabor médio, básico do hambúrguer, que faz parte da dieta básica do estadunidense.

    Então, por tudo isso, a busca das nossas convergências, que são muito mais intensas do que os nossos antagonismos, momentâneos ou não, a busca dos pontos em comum tem que ser feita com muita determinação, paciência. E eu não posso deixar de dizer que o Dr. Geraldo Alckmin – estou me referindo ao médico – tem a aptidão para este exercício com paciência e determinação, e representa, no caso, o Executivo. Mas nós do Legislativo também fazemos parte do Brasil, não vamos nos omitir. O Presidente Senador Nelsinho Trad deu essa demonstração fática hoje, e, na eventualidade de se criar uma comissão representativa do Senado, eu me vejo na obrigação não apenas de me colocar à disposição, em nome de Santa Catarina, mas me vejo na obrigação de enaltecer essa iniciativa também.

    Vamos gastar paciência, vamos gastar luz e iluminação, porque nós estamos do lado certo. Nós temos razão. Há razões que prevalecem a qualquer espécie de paixões para que esse tarifaço, no mínimo, tenha postergado o início da sua vigência – no mínimo –, e, se possível, que sejam superadas as causas ou impressões que o determinaram.

    Era esse o pronunciamento que eu queria fazer, renovando aqui o meu cumprimento ao querido amigo Senador Nelsinho Trad.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2025 - Página 16