Discurso durante a 94ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Denúncia contra o Governo Lula pela contratação, segundo S. Exa., sem licitação, de escritório advocatício argentino para tratar da extradição de brasileiros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Críticas ao Ministro do STF Flávio Dino por decisão que supostamente protege o Ministro Alexandre de Moraes das sanções oriundas da Lei Magnitsky. Alerta para riscos ao sistema financeiro e para uma “ditadura do Judiciário”.

Anúncio de apresentação de candidatura à Presidência da CPMI do INSS.

Manifestação de solidariedade ao pastor evangélico Silas Malafaia por sua inclusão em inquérito judicial em curso no STF.

Cobrança de votação, por parte do Senado Federal, do pedido de impeachment do Ministro do STF Alexandre de Moraes.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Direitos e Garantias, Direitos Humanos e Minorias, Relações Internacionais:
  • Denúncia contra o Governo Lula pela contratação, segundo S. Exa., sem licitação, de escritório advocatício argentino para tratar da extradição de brasileiros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Atuação do Judiciário, Sistema Financeiro Nacional:
  • Críticas ao Ministro do STF Flávio Dino por decisão que supostamente protege o Ministro Alexandre de Moraes das sanções oriundas da Lei Magnitsky. Alerta para riscos ao sistema financeiro e para uma “ditadura do Judiciário”.
Atuação do Senado Federal, Fiscalização e Controle:
  • Anúncio de apresentação de candidatura à Presidência da CPMI do INSS.
Atuação do Judiciário, Religião:
  • Manifestação de solidariedade ao pastor evangélico Silas Malafaia por sua inclusão em inquérito judicial em curso no STF.
Atuação do Senado Federal, Constituição:
  • Cobrança de votação, por parte do Senado Federal, do pedido de impeachment do Ministro do STF Alexandre de Moraes.
Aparteantes
Plínio Valério.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2025 - Página 42
Assuntos
Jurídico > Direitos e Garantias
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Economia e Desenvolvimento > Sistema Financeiro Nacional
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Organização do Estado > Fiscalização e Controle
Outros > Religião
Outros > Constituição
Indexação
  • COMENTARIO, VIAGEM, ORADOR, BUENOS AIRES, ARGENTINA, COMPANHIA, DEPUTADO FEDERAL, MARCEL VAN HATTEM, VISITA, BRASILEIROS, PRISÃO, FORAGIDO, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, CONTRATAÇÃO DIRETA, ESCRITORIO, ADVOCACIA, ATUAÇÃO, PROCESSO JUDICIAL, EXTRADIÇÃO.
  • CRITICA, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), FLAVIO DINO, DECISÃO JUDICIAL, PROTEÇÃO, ALEXANDRE DE MORAES, LEI FEDERAL, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), SANÇÃO, VIOLAÇÃO, DIREITOS HUMANOS, COMPARAÇÃO, BRASIL, VENEZUELA, RESTRIÇÃO, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, PREOCUPAÇÃO, SISTEMA BANCARIO NACIONAL, ISOLAMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, DITADURA, JUDICIARIO, APROXIMAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, AUTORITARISMO, CHINA, RUSSIA, IRÃ.
  • ANUNCIO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO (CPMI), FRAUDE, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS).
  • MANIFESTAÇÃO, APOIO, PASTOR, IGREJA EVANGELICA, SILAS MALAFAIA, INCLUSÃO, INQUERITO JUDICIAL, PERSEGUIÇÃO, NATUREZA POLITICA.
  • DEFESA, VOTAÇÃO, SENADO, PEDIDO, IMPEACHMENT, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ALEXANDRE DE MORAES.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar.) – Paz e bem, meu querido irmão, Senador Confúcio Moura, Senador Plínio, Senador Paim, Senador Humberto Costa, funcionários desta Casa, assessores e também, principalmente, as brasileiras e os brasileiros que estão nos assistindo agora, ouvindo-nos pelo trabalho da TV Senado.

    Sr. Presidente, eu acabei de chegar, nessa madrugada – saí 3h da manhã, cheguei aqui 6h30, virado, não tem como dormir nesse horário –, vindo da Argentina, de Buenos Aires, depois de uma visita que eu e o Deputado Marcel Van Hattem fizemos ontem, naquele país, aos presos políticos, que estão detidos – uma mulher e quatro homens – nas penitenciárias, e outras centenas de brasileiros que, pelos relatos que a gente tem, estão nas ruas, no frio danado que está lá agora, sem falar a língua, desesperados e, eu digo aqui para você, com medo de serem presos como ratos.

    São brasileiros, irmãos e irmãs nossos, porque nós estamos vendo uma caçada internacional do Governo brasileiro, que se diz um governo que busca a pacificação, a reconstrução do país, e que contratou, Senador Plínio, como diz esta manchete de agora: "Governo [Lula] contrata escritório argentino para cuidar da extradição de brasileiros foragidos". Sem licitação, está pagando R$5,5 milhões, quase US$1 milhão, com advogados daquele país, para se vingar dos brasileiros que lá estão.

    É como se a gente estivesse nadando em dinheiro aqui já, que estivesse o país resolvido de tudo, todos os problemas, e esta é a prioridade do Governo Lula: buscar os brasileiros que já estão passando por todo tipo de provação naquele país.

    Conversamos com autoridades argentinas, o Brasil tem tratados internacionais, e não vamos descansar até que a justiça seja feita para todos, dentro do que é legal, dentro dos acordos que se tem.

    Eu quero dizer também, Sr. Presidente, que ontem o Ministro Flávio Dino deu uma decisão sobre decisões internacionais aplicadas no Brasil – eu estava conversando há pouco tempo com o Senador Plínio –, em uma jogada que me parece toda combinada, articulada, numa "venezuelização" do Brasil.

    Aliás, nós estamos pior do que a Venezuela na questão de direitos humanos, porque a gente pode visitar os presos políticos só na Argentina, autorizado pelo Governo argentino, mas a gente não pode visitar os milhares de presos políticos do Brasil aqui no Brasil, porque o Ministro Alexandre de Moraes não deixa.

    E olhe que interessante, Senador: a Venezuela, com o ditador Maduro, por incrível que pareça, consegue pelo menos conversar com a oposição, para a oposição visitar os presos políticos lá. Olhe a que ponto o Brasil chegou!

    E essa decisão do Dino ontem me parece algo proposital, para proteger um que foi sancionado internacionalmente pelos Estados Unidos, com vasta documentação, que é o Alexandre de Moraes.

    São seiscentas e poucas pessoas no mundo que receberam a Lei Magnitsky – apenas o Alexandre de Moraes, no Brasil. E, nos Estados Unidos, isso não é da cabeça de um Presidente não. Passa por várias Comissões temáticas para se dar uma sanção daquela. É o estudo feito por muita gente capacitada, entendida no assunto, que analisa provas. E o Alexandre de Moraes foi considerado violador contumaz de direitos humanos.

    Aí o Dino, o Ministro Flávio Dino, que é comunista assumido – olhem só a que ponto nós chegamos! –, vai lá e dá uma decisão, ontem, que vai proteger o Ministro Alexandre de Moraes – essa é a interpretação de todo mundo.

    Quando o STF quer, ele pega uma lei lá de trás, pega uma ADPF para fazer.

    Agora, a Lei Magnitsky não é a lei americana que está sendo aplicada no Brasil não. Isso é para proteger, lá nos Estados Unidos, as leis deles. O Ministro Dino esqueceu-se disso. Então, ele está colocando o Brasil à beira de um abismo jamais visto, o que pode ter consequências terríveis para os brasileiros, a partir do momento em que o sistema financeiro do país está numa encruzilhada: ou ele pode ser responsabilizado penalmente pelo STF, se não cumprir, ou os bancos brasileiros vão ter que ir embora do Brasil, porque, senão, o Brasil vai ser alijado, o sistema financeiro do Brasil vai ser alijado do sistema mundial financeiro.

    Essas são consequências catastróficas para a nossa nação.

    Estão empurrando o Brasil – parece-me um projeto até de poder – para uma ditadura que já está consolidada, do Judiciário, mas parece que querem esse alinhamento também no Governo Federal. Tanto é, que o Brasil flerta o tempo todo com Irã, com Hamas, com Venezuela, com China, com Rússia, esculhamba os Estados Unidos, fala mal da moeda e usa o Lula como ponta de lança.

    Você vê que a Índia, você vê que a Rússia, você vê que a China, com a história do Brics: "Mas vocês tão junto com o Lula, falando mal". "Não, mas a gente está fazendo um acordo aqui com os Estados Unidos, a gente está negociando, e o Lula não quer".

    E o Lula falando mal do dólar.

    Senador Confúcio, estão empurrando o Brasil – parece que é projeto de poder – para as mãos da ditadura!

    Senador Plínio, concedo um aparte a V. Exa.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - AM. Para apartear.) – Obrigado, Senador Girão, pela sua lucidez da leitura do momento. É que, nesta precipitação, nesta coisa maluca que estamos passando, a leitura nem sempre é clara, e a sua leitura é perfeita: quanto pior, melhor.

    Eu conversei com o Ministro Dino, antes da sabatina, no meu gabinete, e, aqui, quando ele estava nesta tribuna, e eu também. Ele é inteligente, ele é esperto; ele não é burro. E ele sabe que essa lei dos Estados Unidos está sendo aplicada nos Estados Unidos. Portanto, o que ele decidiu, ontem, é só para emparedar os bancos, emparedar os nossos bancos.

    Portanto, a sua leitura é clara, é perfeita e traz luz para quem está nos assistindo.

    Essa turma aí é do "quanto pior, melhor".

    E eu vendo aqui o seu semblante e comentava.

    Eu fui, segundo o Coordenador lá da Papuda, a penitenciária, o primeiro político a visitar os presos. Eu fui visitar os amazonenses. E eu entendo. Eu voltei de lá com febre e com dor no corpo de tanta injustiça que a gente presencia.

    E eu quero, na realidade, Girão, participar desse seu discurso, elogiar a sua lucidez, a sua leitura e o seu ânimo físico mesmo para isso.

    Quando você diz "só vamos desistir quando a gente conseguir", eu também estou junto, porque a liberdade, a Justiça, só são boas quando são para todos. Quando elas são para alguns, não é Justiça nem é liberdade.

    Se eu tenho liberdade, mas o meu irmão não tem, não é liberdade. E é em nome dela que a gente está aqui para lutar.

    Parabéns pelo seu discurso, pela lucidez.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Obrigado, Senador Plínio Valério.

    O senhor sempre esteve lado a lado dessas causas, e o Brasil vive um momento dramático.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Quando você pega, Senador Confúcio, um...

    Eu dei uma entrevista para um grande veículo da América Latina, que achava que no Brasil tinha democracia, porque a informação é bloqueada, aí eu disse: "Vem cá, tenta entrevistar o Senador Marcos do Val lá no Brasil. Está aqui o telefone dele". "Mas por quê? Não pode entrevistar um Senador no Brasil?". Eu disse: "Pode não, está proibido. Ele não pode usar rede social". "O quê!?". "Não, ele não pode. Ele não pode dar entrevista." "O quê!?". "Tenta entrevistar o Filipe Martins, que foi o ex-assessor internacional do Governo anterior". "O ex-assessor internacional não pode dar entrevista?". "Não pode dar entrevista".

    Rapaz, aí os caras ficam assim, ó: de boca aberta.

    Essa é a verdade do Brasil. Ainda tem gente que fala que aqui é democrático...

    Sr. Presidente, para encerrar. Se o senhor me der mais um minuto, eu me comprometo a encerrar.

    Amanhã tem a eleição da CPMI do INSS, do roubo escandaloso, que pode deixar...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... petrolão e mensalão fichinhas. Amanhã, às 11h da manhã.

    Eu sou titular da CPMI e vou colocar meu nome à disposição para ser Presidente. "Ah, mas já tem um acordo, Girão. Para! Já está tudo definido".

    Que história é essa? Acordão à porta fechada? Eu já vi esse filme aqui uma vez, na CPI da Pandemia, na CPI do 8 de Janeiro. Não vou me render.

    O meu nome amanhã está à disposição do Colegiado, para ser Presidente, e a gente fazer um trabalho de forma imparcial. Com isto eu me comprometo: ser imparcial, mas não para sabotar, boicotar investigações, como a gente viu num passado bem recente.

    Eu quero manifestar, por último, a minha solidariedade ao Pastor Silas Malafaia. Ele foi incluído agora no inquérito, aos 47 minutos do segundo tempo. Ele, que já organizou...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... várias marchas pelo Brasil, crescentes.

    E aí fica a pergunta: por quê? Por que a última, a do dia 3 de agosto, foi um megassucesso? E aí vêm a liberdade religiosa e a liberdade de pensamento.

    Ou é por que ele é um defensor da vida desde a concepção, é contra as drogas, sempre se posicionou contra bingo, contra cassino, contra jogatina, e o sistema, o regime está querendo cuspi-lo?

    O que está por trás disso tudo? Estão pensando que ele é candidato a alguma coisa e, como fazem com muitos aqui, joga no inquérito para intimidar, para, na hora certa, puxar o tapete e não deixar o cara chegar ao poder? Porque é uma ditadura clássica que a gente vive, no Brasil, do Judiciário.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Para encerrar, eu quero dizer, Sr. Presidente, que a coisa grave que aconteceu ontem ninguém está se dando conta.

    Eu volto ao que falou o Senador Plínio Valério: para salvar um homem, um violador contumaz global de direitos humanos, a Corte Suprema está ensaiando destruir o Brasil, que já está em frangalhos por causa deles, por causa da insegurança jurídica criada pelos ativistas políticos que são Ministros do STF.

    O caos institucional em que a gente vive no Brasil só esta Casa – e está na hora, já passou da hora – pode resolver.

    E está no colo do Presidente Davi Alcolumbre a solução do Brasil, que são 41 Senadores que já disseram: "Queremos o impeachment de Alexandre de Moraes!".

    Coloque para votação e salve o Brasil, Presidente Davi! A população espera uma posição corajosa do senhor.

    Deus abençoe a nossa nação!

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2025 - Página 42