Discurso durante a 94ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação contrária à criação de áreas de preservação ambiental que supostamente inviabilizam os projetos de infraestrutura necessários para o desenvolvimento da Região Amazônica, com destaque para o caso da obra de dragagem do Pedral do Lourenço, no Estado do Pará (PA).

Cobrança ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos de regularização dos processos de transposição dos servidores do antigo território federal do Amapá para o quadro funcional da União.

Autor
Lucas Barreto (PSD - Partido Social Democrático/AP)
Nome completo: Luiz Cantuária Barreto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Infraestrutura, Meio Ambiente, Relações Internacionais, Transporte Hidroviário:
  • Manifestação contrária à criação de áreas de preservação ambiental que supostamente inviabilizam os projetos de infraestrutura necessários para o desenvolvimento da Região Amazônica, com destaque para o caso da obra de dragagem do Pedral do Lourenço, no Estado do Pará (PA).
Administração Pública, Servidores Públicos:
  • Cobrança ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos de regularização dos processos de transposição dos servidores do antigo território federal do Amapá para o quadro funcional da União.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2025 - Página 74
Assuntos
Infraestrutura
Meio Ambiente
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Infraestrutura > Viação e Transportes > Transporte Hidroviário
Administração Pública
Administração Pública > Agentes Públicos > Servidores Públicos
Indexação
  • DENUNCIA, CRIAÇÃO, AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, DIFICULDADE, PROJETO, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO AMAZONICA, DESTAQUE, OBRAS, DRAGAGEM, FORMAÇÃO, ROCHA, RIO TOCANTINS, ESTADO DO PARA (PA), ESCOAMENTO, NAVEGABILIDADE, HIDROVIA, COMENTARIO, SABOTAGEM, LOBBY, AMBITO INTERNACIONAL, CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA DO CLIMA (COP).
  • COBRANÇA, MINISTERIO DA GESTÃO E DA INOVAÇÃO EM SERVIÇOS PUBLICOS (MGI), REGULARIZAÇÃO, PROCESSO, TRANSPOSIÇÃO, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, TERRITORIO FEDERAL DO AMAPA, QUADRO EFETIVO, UNIÃO FEDERAL.

    O SR. LUCAS BARRETO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AP. Para discursar.) – Sr. Presidente, a luta pelo desenvolvimento da Região Norte, principalmente da nossa Região Amazônica, sempre foi árdua e muitas vezes travada em solidão.

    Enquanto enfrentamos a falta de infraestrutura, pobreza e abandono estatal nos rincões mais distantes, surgem especialistas que jamais pisaram na lama de um ramal, mas se sentem autorizados a ditar o futuro da Amazônia com base em mapas, relatórios e análises remotas de imagens de satélites.

    Foi assim no Amapá quando, sob o pretexto de preservação, se tentaram criar novas áreas de proteção ambiental, com o claro objetivo de dificultar a exploração de petróleo na Margem Equatorial.

    E agora se repete, Senador Zequinha Marinho, no Pará, onde o Ibama ameaça inviabilizar uma obra vital à dragagem do Pedral do Lourenço, no Sudeste do Pará, entre Marabá e Tucuruí. Um trecho de 35km do rio Tocantins é essencial para ampliar sua navegabilidade e permitir o escoamento até de 60 milhões de toneladas de grãos num breve tempo. Uma obra com impacto direto na economia e na dignidade de quem vive naquela região.

    A tentativa de criação de uma nova área de preservação ambiental, justamente nesse trecho do rio, não é técnica, Senador Zequinha, é sabotagem. É o velho truque de disfarçar decisões políticas com linguagem ambiental, às vésperas da COP 30, tentando transformar a Amazônia em um santuário intocado, útil apenas para relatórios e turistas.

    O Governador Helder Barbalho foi firme em sua crítica, e tem razão o Senador Zequinha Marinho, que tem sido um grande e incansável defensor desta hidrovia do Tocantins, do desenvolvimento, mas, principalmente, de seu povo decidir seu próprio destino.

    O caminho, Sr. Presidente, sem hesitações nem ambiguidades, terá que ter a nossa luta contra as tentativas de travamento do desenvolvimento amazônico, que exigem coragem e solidariedade, a união dos estados da Amazônia Legal, em especial Amapá e Pará. É o caminho mais eficaz para resistirmos à imposição de uma escravidão ambiental disfarçada de virtude, que nos condena ao atraso em nome de interesses que jamais representaram o nosso povo.

    Por isso, declaro minha solidariedade ao Senador Zequinha, ao Senador Beto Faro e ao Governador Helder Barbalho e reafirmo: a Amazônia quer e tem direito de crescer, e nós não seremos guardiões da floresta alheia enquanto morremos à míngua. É hora de romper esse ciclo de dependência. É agora ou nunca, Sr. Presidente.

    E também hoje quero falar de transposição. Os fatos são inaceitáveis. Primeiro, o caso dos servidores da Emdesur. Com a decisão favorável do TCU, em julho do ano passado, a promessa era clara: inclusão em folha de todos os interessados até setembro de 2024. O resultado hoje: setembro de 2025 se aproxima e, dos 700 processos, menos de cem foram publicados. Já se passou um ano do prazo prometido. Isso não é apenas atraso burocrático, é um descaso desumano com quem dedicou sua vida ao serviço público.

    Segundo: o Grupo 992. Esses servidores, Sr. Presidente, enfrentaram dois anos de exclusão sistemática e mesmo com a decisão judicial de 2021 e a determinação do TCU em 2022, desde 2023 seus processos simplesmente desapareceram das publicações de atas e portarias do Ministério da Gestão e Inovação, é como se eles não existissem mais para o Governo.

    A situação geral é um retrocesso. As atas que antes saíam semanalmente com 200, 300 processos, hoje apenas são duas por mês...

(Soa a campainha.)

    O SR. LUCAS BARRETO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AP) – ... com menos de 60 processos cada.

    Finalizando, Sr. Presidente, aumentaram a propaganda, mas paralisaram os julgamentos. E a Portaria 1.315, de 2 de março de 2023? Aquela que já cobrei nesta tribuna pelo menos dez vezes. Ainda restam 13 nomes aguardando republicação. E eu pergunto: isso é perseguição? É algo pessoal contra esses servidores? Só pode ser!

    Ministra Esther, o fatiamento dos processos criou uma falsa sensação de progresso, e a verdade é que, sem essa estratégia de dividir para parecer que se avança, a transposição dos três estados já estaria concluída.

    Sr. Presidente, não estamos falando de números, estamos falando de pessoas, de pais e mães, de família que contam com esse direito para garantir o seu sustento.

(Soa a campainha.)

    O SR. LUCAS BARRETO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AP) – É um desrespeito com o Congresso Nacional, que legislou sobre o tema. É uma afronta ao Judiciário, que já decidiu a favor dos servidores. E, acima de tudo, é uma crueldade com o povo do Amapá.

    Por isso, cobro aqui uma ação imediata do Ministério da Gestão. Chega de prazos não cumpridos. Os grupos da Emdesur, o 992 e aqueles da Portaria 1.315, de 2003, não podem mais esperar.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2025 - Página 74