Pronunciamento de Jorge Seif em 30/09/2025
Discurso durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Alerta aos pais quanto aos riscos da superexposição de jovens nas redes sociais e a busca por validação, com consequências na saúde mental e física na vida adulta.
- Autor
- Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
- Nome completo: Jorge Seif Júnior
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Crianças e Adolescentes,
Educação,
Saúde,
Telefonia e Internet:
- Alerta aos pais quanto aos riscos da superexposição de jovens nas redes sociais e a busca por validação, com consequências na saúde mental e física na vida adulta.
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/10/2025 - Página 53
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
- Política Social > Educação
- Política Social > Saúde
- Infraestrutura > Comunicações > Telefonia e Internet
- Indexação
-
- PREOCUPAÇÃO, EXPOSIÇÃO, JOVEM, MIDIA SOCIAL, BUSCA, VALIDAÇÃO, RISCOS, SAUDE MENTAL, DEFESA, MORAL, COMENTARIO, AUMENTO, CONSUMO, ALCOOL, MULHER.
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, servidores da Casa, visitantes, é um prazer imenso estar aqui com vocês hoje.
Hoje eu quero falar de algo como pai de um casal de filhos – o mais velho tem 22 anos; a mais nova, 13 anos –, assim como imagino que as senhoras e os senhores aqui presentes também, se não tiverem filhos, têm sobrinhos talvez e familiares jovens.
Senadora Damares, o que está acontecendo hoje é o seguinte: a superexposição em redes sociais e uma promiscuidade na nossa juventude. Essa promiscuidade antigamente atingia mais os homens, mais os meninos, que sempre tiveram comportamentos mais exagerados; mas eu tenho visto alguns psicólogos falando, tenho acompanhado esse tema, esse trabalho, e infelizmente isso também tem arrastado jovens meninas – e isso tem um custo muito alto ao longo do tempo. Os pais convoco aqui – porque normalmente quem ouve a Rádio Senado e a TV Senado são pessoas mais velhas – para que exortem, ou seja, aconselhem seus filhos e filhas na questão de redes sociais e na questão de santidade.
O que é santidade, a senhora sabe? Santidade é se separar, é não se misturar, é não se conformar com, muitas vezes, imagens, projetos e estereótipos que acabam se criando na sociedade. Então, eu estava vendo por exemplo um psicólogo ontem, num vídeo do YouTube, comentando, Senadora Damares, que o número de mulheres no Brasil que têm usado abusivamente bebidas alcoólicas tem crescido exponencialmente, ultrapassando inclusive – se não ultrapassou, está para ultrapassar – o dos homens. Isso vem de várias coisas: de projeção social, de pressão social, de cobrança, de vida corrida, muitas coisas que, em troca de uma vida talvez libertária ou de liberdade, têm cobrado um preço muito alto na parte emocional. E as nossas meninas também estão sujeitas a isso.
Eu entendo, Senadora Damares, Senadora Zenaide, que a exposição de intimidade e o uso irrefletido, especialmente, de redes sociais têm trazido consequências que muitas vezes são ignoradas, mas uma forma construtiva de abordar isso com os filhos é focar no autocuidado. Nós pais precisamos falar abertamente sobre isso com os nossos filhos, do respeito próprio e da responsabilidade de escolhas próprias.
Como pais e mães, avós ou tios, vale orientar jovens sobre alguns pontos. Preservação de autoimagem, da própria imagem: explicar que tudo o que se publica online pode ser visto por muita gente e permanece na internet por muito tempo – na verdade, sabemos que isso não desaparece. E reputação é um bem muito valioso e merece ser cuidado, zelado e preservado.
Escolhas relacionais conscientes, Senadora Damares; falar da importância de relações afetivas, baseadas em respeito mútuo, empatia e clareza de intenções; incentivar os nossos jovens que pensem nas consequências emocionais de se envolverem rapidamente com muitas pessoas – isso destrói sentimentos, isso esfria coração, isso traz frustrações; segurança e privacidade também, como proteger dados e intimidade das redes, usando perfis privados, quando necessário, e sendo muito seletivo ao compartilhar fotos e informações – nós já vimos casos no Brasil inclusive de suicídio, devido à superexposição na internet, e nossos filhos podem estar expostos a isso, dependendo do conteúdo ou brincadeiras online a que nossos filhos podem estar expostos; e liberdade também com responsabilidade – a verdadeira liberdade está em saber dizer não ao que pode ser prejudicial; encorajar nossos filhos a viver de acordo com valores ou objetivos pessoais, sem se deixar por pressões externas; e um diálogo franco e aberto entre pais e filhos para impor regras, para conversar, para mostrar com o próprio comportamento como cultivar a dignidade e a autoconfiança – escute dúvidas e inseguranças sem julgamentos, mas com orientação.
Nossos jovens, muitas vezes, Senadora Damares, têm sido criados por pessoas, porque nós estamos trabalhando, pais e mães trabalhando, e entregamos nossos filhos a desconhecidos para serem criados e educados, um papel que Deus deu a nós. Essa responsabilidade cabe a nós: educar. E não podemos fugir dessa responsabilidade de, pelo menos, compartilhar com nossos filhos os nossos valores, de orientá-los de como o mundo funciona e o que pode ser prejudicial à sua vida.
E essa hiperexposição e busca de validação em redes sociais está mudando a forma como muitos jovens se relacionam. Pesquisas já mostram que o uso intenso de redes sociais e busca de imagens perfeitas aumentam a insatisfação corporal, levam a hábitos alimentares restritivos, à baixa autoestima, sobretudo na adolescência, levando até à depressão. A exibição constante do corpo, a sexualização precoce, expõe os jovens a julgamentos, rótulos e comparações, além de aumentar riscos de doenças sexualmente transmissíveis e até gravidez indesejada.
Estudos de 2023 a 2025 mostram que pessoas com muitos parceiros sexuais podem ter maior probabilidade de depressão, sentimentos de culpa, arrependimento, especialmente se o sexo não for consentido ou seguro. Além disso, uma vida de excessos pode levar ao isolamento social, baixar a sensibilidade emocional e dificultar construir relacionamentos duradouros.
E também vou mencionar aqui, acredite vocês ou não em Bíblia Sagrada, que precisamos... Por exemplo, a Bíblia nos orienta – a maioria do Brasil é católica, evangélica e espírita – a evitar más companhias. O Salmo 1 descreve o justo como alguém que não se guia pelo conselho dos outros e não imita a conduta de pecadores e zombadores. Isso é papel do pai e mãe: olhar com quem seus filhos estão andando. Os filhos muitas vezes não têm filtro e são forçados por grupo de escola, grupo social, grupo da academia ou seja lá o que for.
Viver em santidade parece démodé, fora de moda, mas proteger o seu corpo, abster-se de imoralidade sexual, fugir dessa aparência do mal, de superexposição e também, Segunda a Timóteo, que fala de fugir dos desejos da juventude... Nós sabemos a explosão de hormônios que acontece com a nossa juventude, a que todos os nossos filhos e parentes estão expostos, mas a boa orientação dos pais e mães para proteger seus filhos disso... Porque tem consequências depois.
Por último, riscos à saúde mental e física. A Medical News Today compilou estudos recentes e constatou que, embora o sexo consensual e seguro possa ter efeitos positivos, ter muitos parceiros...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... está associado à probabilidade de depressão, transtornos mentais, especialmente nas mulheres. Pesquisadores sugerem que fatores de risco, como DSTs, uso de substâncias e pressões sociais, podem explicar esse estado emocional das mulheres hoje; tem o peso do julgamento social, tem a insensibilidade afetiva.
Então, senhores pais, construam um diálogo de confiança com seus filhos. Em vez de controlar e brigar, converse, explique que cada escolha traz consequências – respeito próprio começa com autoconsciência; fortaleça a identidade do seu filho, ajude os jovens a encontrar valor nas suas habilidades, no caráter e na fé, e não na aprovação alheia do seu corpo, por exemplo.
Alfabetização digital, ensine sobre privacidade... (Falha no áudio.)
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Concluo, Presidente.
Alfabetização digital: ensine sobre privacidade, permanência de conteúdos online e consequências de superexposição; relacionamentos com propósitos: incentive relacionamentos baseados em amizade, respeito e reciprocidade; expresse que amar não é usar nem descartar pessoas e que o prazer sem compromisso não substitui o amor e a intimidade; e, por último, busque apoio espiritual e psicológico: ore com seus filhos, leia as Escrituras, participe de comunidades que promovam valores saudáveis. E, se houver sinais de depressão, ansiedade ou arrependimento após experiências relacionais, procure ajuda profissional – estudos mostram que culpa e isolamento agravam a depressão.
Sr. Presidente, a conclusão é a seguinte: a juventude é um tempo...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... precioso para construir identidade e caráter. A Bíblia Sagrada aconselha a escolher boas companhias, a fugir da imoralidade sexual, a buscar se proteger, se santificar. Embora a cultura moderna valorize a experimentação, a pesquisa mostra que a exposição excessiva a múltiplos parceiros pode trazer consequências emocionais e sociais duradouras e irreversíveis.
Pais e filhos podem trilhar um caminho de equilíbrio, desfrutar da liberdade com responsabilidade, cultivar o corpo e a alma com respeito e confiar que a verdadeira felicidade não está na aprovação alheia, mas na integridade diante de Deus e na paz consigo mesmo e com seus pais.
Muito obrigado, Sr. Presidente.