Discurso proferido da Presidência durante a 138ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar o Outubro Rosa - Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Mama.

Considerações sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Destaque sobre o histórico do movimento. Defesa do fortalecimento de políticas públicas e aplicação de recursos orçamentários voltados à saúde da mulher.

Autor
Leila Barros (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Mulheres, Saúde Pública:
  • Sessão especial destinada a celebrar o Outubro Rosa - Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Mama.
Atuação do Senado Federal, Data Comemorativa, Mulheres, Saúde Pública:
  • Considerações sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Destaque sobre o histórico do movimento. Defesa do fortalecimento de políticas públicas e aplicação de recursos orçamentários voltados à saúde da mulher.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2025 - Página 8
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, Campanha Outubro Rosa, CONSCIENTIZAÇÃO, CANCER, MULHER.
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, PREVENÇÃO, DIAGNOSTICO, TAXA, REMISSÃO, COMENTARIO, DESIGUALDADE SOCIAL, ACESSO, TRATAMENTO, EXPOSIÇÃO, ATUAÇÃO, SENADO, Comissão de Assuntos Sociais (CAS), COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER, COMPETENCIA LEGISLATIVA, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, PROMOÇÃO, SAUDE, MULHER, REGISTRO HISTORICO, MOVIMENTO SOCIAL, Campanha Outubro Rosa, DEPOIMENTO PESSOAL, MORTE, MÃE, ORADOR.

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) – Sras. Senadoras, Srs. Senadores, autoridades presentes, representantes da sociedade civil, profissionais da saúde, mulheres guerreiras que nos inspiram e todos que nos acompanham nesta tarde, é com imensa satisfação e profundo senso de responsabilidade que dou início a esta sessão especial do Senado Federal, que tive a honra de propor e que foi aprovada por unanimidade na Casa, em celebração ao Outubro Rosa, o mês da conscientização sobre o câncer de mama.

    Este é um momento que transcende as fronteiras do Parlamento. O Outubro Rosa é mais do que uma campanha: é um chamado à vida, à solidariedade e à consciência coletiva É um mês em que o Brasil e o mundo se vestem de rosa para lembrar que a informação salva vidas.

    O Outubro Rosa nasceu há mais de três décadas, no início dos anos 90, quando, em Nova York, foi realizada a primeira Corrida pela Cura, um evento criado para sensibilizar a sociedade sobre o câncer de mama. Pouco tempo depois, em 1991, a Fundação Susan Komen for the Cure distribuiu pela primeira vez a fita cor-de-rosa, que se tornaria um símbolo universal de esperança, de empatia e de luta pela vida. A cor rosa foi escolhida para representar o cuidado, o acolhimento, a feminilidade e, sobretudo, a saúde. No Brasil, o movimento chegou em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa por um grupo de mulheres inspiradas por essa corrente mundial. O gesto se multiplicou rapidamente, e, em 2010, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) passou a coordenar oficialmente a campanha nacional, promovendo ações técnicas, educativas e de mobilização em todo o território. Desde então, outubro se transformou em um mês de mobilização nacional em que os governos, as instituições e os cidadãos se unem em uma só voz pela saúde e pela vida das mulheres brasileiras.

    O câncer de mama é, infelizmente, o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil e no mundo. De acordo com o Inca, a estimativa para 2025 é de 74 mil novos casos no nosso país, um número que impõe urgência à nossa ação, ao nosso olhar e à nossa política pública. Em escala global, um em cada três diagnósticos de câncer em mulher é de mama.

    Mas há também um dado que deve nos inspirar a esperança: quando o diagnóstico é feito precocemente, as chances de cura ultrapassam os 95%. Isso mostra que o caminho da vitória é o caminho da prevenção, da informação e do acesso aos exames e ao tratamento de qualidade.

    Dados recentes divulgados pelo Inca no relatório Controle do câncer de mama no Brasil: dados e números 2025 revelam não apenas o panorama da doença, mas também as desigualdades que persistem. O Boletim Epidemiológico sobre mortalidade por câncer feminino, lançado pelo instituto, mostra que há diferenças importantes quando analisamos os índices por raça, por cor e por etnia. E essas desigualdades refletem, mais uma vez, as barreiras de acesso que ainda atingem as mulheres mais vulneráveis.

    Por isso, o Outubro Rosa precisa ser também um movimento de justiça social e de equidade em saúde. Não basta iluminar monumentos, é preciso garantir que todas as mulheres, em todas as regiões do Brasil, possam fazer seus exames preventivos, receber o diagnóstico no tempo certo e ter acesso ao tratamento humanizado e digno.

    Esta Casa, o Senado Federal, tem papel essencial nesta caminhada. Por meio da Comissão de Assuntos Sociais, da Comissão de Defesa da Mulher e de tantas outras iniciativas parlamentares, temos buscado fortalecer as políticas públicas de prevenção, diagnóstico precoce, rastreamento e tratamento do câncer de mama. Precisamos continuar trabalhando pela expansão do acesso à mamografia, pelo fortalecimento da atenção primária em saúde e pela valorização das equipes que estão na ponta – médicas, enfermeiras, agentes comunitários, psicólogas –, que acolhem, orientam e acompanham cada mulher nessa jornada.

    Mas também cabe à sociedade o papel de romper os tabus, incentivar o autocuidado e acolher com empatia aquelas que estão em tratamento, porque o Outubro Rosa é, antes de tudo, um movimento de amor. Quando olhamos para cada mulher que enfrentou o câncer de mama e venceu, vemos nelas a face da coragem. São histórias de mães, filhas, profissionais, donas de casa, mulheres de todas as idades e origens que provaram que o diagnóstico não é o fim, mas o início de uma nova caminhada. Essas histórias nos lembram que o câncer de mama tem cura e que a detecção precoce é a chave da vitória; nos lembram também que a luta contra o câncer é uma luta por um investimento em pesquisa, por acesso a medicamentos inovadores e por mais políticas públicas sensíveis e humanas.

    Neste mês em que o Senado se ilumina de rosa, que cada luz acesa seja um lembrete de que a vida é o nosso bem mais precioso. Que cada campanha, cada palestra, cada ação de conscientização desperte em nós o compromisso de multiplicar essa mensagem. Que o Outubro Rosa siga inspirando políticas eficazes e salvando vidas. E que o exemplo de tantas mulheres continue nos ensinando o verdadeiro significado da palavra resiliência.

    Reafirmo aqui o compromisso deste Parlamento, da Bancada Feminina do Senado e o meu compromisso pessoal de seguir lutando para que nenhuma mulher brasileira perca a vida por falta de diagnóstico ou de tratamento adequado. Que este mês seja de reflexão, mas também de esperança e de ação, porque cuidar da saúde das mulheres é cuidar do futuro do Brasil.

    Muito obrigada. (Palmas.)

    Quero agradecer a presença de todos. Nós temos aqui vários coletivos maravilhosos que fazem esse tratamento, que estão ali na ponta, os profissionais que estão aqui conosco nessa mesa e que também realizam essa linda corrente.

    A gente fala muito de Outubro Rosa, mas, para nós, que somos políticos, e principalmente para vocês que estão na ponta nesse dia a dia, é muito gratificante estarmos hoje celebrando esse Outubro Rosa, mas, acima de tudo, ouvindo aqueles que estão na ponta para que nós, enquanto Parlamento, possamos, mais ainda, ter ação, ação efetiva na ponta, seja em orçamento, seja... – eu acho que particularmente mais em orçamento – em legislações mais eficazes. Nós estamos aqui para ouvi-las e ouvi-los.

    Obrigada a todas vocês e a todos que estão aqui conosco nesta tarde. (Palmas.)

    Obrigada.

    Inclusive a minha mastologista está aqui. (Risos.) Eu fiz questão, porque todos vocês sabem do meu histórico: a minha mãe hoje é falecida e foi vítima de um câncer de mama. Foi o primeiro caso na minha família, e não tenho o menor problema em dizer isso. E faço anualmente, aliás, de seis em seis meses... Eu sumi agora, né, Angélica? A vida está muito louca aqui!

    Mas eu sou um exemplo claro de que a gente realmente tem que estar o tempo todo monitorando, se cuidando. E o Estado brasileiro tem que ter esse compromisso; este Parlamento tem que ter esse compromisso com todas nós.

    Neste momento, eu concedo a palavra à Sra. Ilana Trombka, que é a nossa Diretora-Geral do Senado Federal, por cinco minutos.

    Seja bem-vinda, Ilana, que é uma grande parceira nesse movimento do nosso Outubro Rosa.

    Boa tarde.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2025 - Página 8