Pronunciamento de Flávio Bolsonaro em 07/10/2025
Discurso durante a 135ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada à memória das vítimas dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel na Faixa de Gaza. Crítica à postura do Governo Federal em relação ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com ênfase na omissão diante de atos terroristas e no alinhamento com regimes autoritários. Defesa do Estado de Israel e solidariedade ao povo judeu.
- Autor
- Flávio Bolsonaro (PL - Partido Liberal/RJ)
- Nome completo: Flávio Nantes Bolsonaro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Assuntos Internacionais,
Governo Federal,
Homenagem:
- Sessão Especial destinada à memória das vítimas dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel na Faixa de Gaza. Crítica à postura do Governo Federal em relação ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com ênfase na omissão diante de atos terroristas e no alinhamento com regimes autoritários. Defesa do Estado de Israel e solidariedade ao povo judeu.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/10/2025 - Página 17
- Assuntos
- Outros > Assuntos Internacionais
- Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, MEMORIA, VITIMA, ATAQUE, TERRORISTA, TERRORISMO, HAMAS, POPULAÇÃO, CIVIL, ISRAEL, FAIXA DE GAZA, DEBATE, INFLUENCIA, ANTISSEMITISMO, CRITICA, POLITICA EXTERNA, DIPLOMACIA, BRASIL, GOVERNO FEDERAL, APOIO, DITADURA, IRÃ.
O SR. FLÁVIO BOLSONARO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ. Para discursar.) – Bom dia a todos.
Sr. Presidente, obrigado por atender o pedido de quebrar aqui a sequência dos oradores, é porque eu vou presidir a Comissão de Segurança Pública agora, às 11h da manhã. Parabéns pela iniciativa desta sessão solene, que muito nos honra e tenta compensar um pouquinho a vergonha, Dr. Claudio Lottenberg, que todos nós sentimos – e acho que posso falar em nome dos judeus brasileiros também – com a postura do atual Governo em relação a essa guerra que está acontecendo.
Saúdo, na pessoa do Dr. Claudio Lottenberg, as pessoas aqui presentes nesta mesa de honra. Saúdo a todos os convidados, na pessoa da minha amiga, a Deputada Bia Kicis.
E a palavra aqui hoje é de reconhecimento ao povo judeu, de reconhecimento ao Estado de Israel.
Eu digo que todo brasileiro, em algum momento da vida, deveria passar algumas horas dentro do Museu do Holocausto, em Jerusalém, para ter a real dimensão de a que ponto de maldade pode chegar um ser humano. As memórias do Holocausto, que estão naquele museu, que estão no museu também no Rio de Janeiro, inaugurado pelo então Prefeito Marcelo Crivella, nos fazem ter a convicção de o que nós estamos vendo hoje, diante dos nossos olhos, é a maior covardia que o povo judeu já sofreu após o Holocausto.
E eu fico vendo aqui, no Brasil, como a lavagem cerebral dos nossos estudantes, em especial nas universidades, consegue promover um batalhão de pessoas que parecem acéfalas ao ter a coragem, ou melhor, a covardia de defender ou de justificar o que o Hamas fez com os judeus há dois anos, no 7 de outubro. E quem já esteve em Jerusalém, como eu já tive a honra de estar, de sentir a emoção, a história viva, a Bíblia a céu aberto, de visitar o Congresso de Israel, o Knesset, e mesmo lá haver Parlamentares que são contra o Estado de Israel... É um povo e um Estado que não apenas falam de tolerância, dão um exemplo e praticam a tolerância, um Governo de Israel que, em vários momentos da história, é quem fornece água para palestinos, comida para refugiados, pessoas que são vítimas desses grupos terroristas – é verdade –, mas nada explica, nada justifica esses atos terroristas do Hamas no último 7 de outubro.
Que ser humano pode ainda ficar ao lado dos terroristas do Hamas após assistir a um vídeo desse e tantos outros que existem na internet, ou de acessarem esse QR code com imagens do que esses terroristas fizeram com outros seres humanos? Decapitaram pessoas idosas, estupraram mulheres, queimaram bebês, transmitem ao mundo imagens de judeus cavando a própria cova em situação física deplorável, em pele e osso, quase sem músculo de tanto sofrer. E, ainda assim, nós conseguimos assistir pessoas dizendo que quem prega o ódio é o Estado de Israel. São as famosas narrativas que estão prevalecendo sobre os fatos, como acontece aqui no Brasil também. Um Governo com integrantes que classificam o que aconteceu no 8 de janeiro como atos terroristas. Não foram poucos que classificaram dessa forma; terrorismo é isso que o atual Governo relativiza.
Então, é, sim, Dr. Claudio Lottenberg, uma vergonha ver o Brasil com o atual Governo se posicionar dessa forma. É inadmissível que isso esteja acontecendo. Se fosse o Presidente Bolsonaro, tenho a certeza de que essa vergonha o senhor não passaria e nem a comunidade judaica aqui em nosso país, porque sempre reconheceu – inclusive, fomos o primeiro país a reconhecer – o Estado de Israel em 1948, na Assembleia Geral da ONU. E a memória que temos presente desses laços entre Brasil e Israel foram os bombeiros e as tropas de resgate que Israel enviou aqui para o Brasil para nos ajudar a resgatar as vítimas lá de Brumadinho, em 2019, em Minas Gerais, e tantos outros exemplos em que Israel empresta a nós na parte de tecnologia, na parte de conhecimento.
E não é justo se posicionar dessa forma como o atual Governo se posiciona, mandando seu Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, para a posse do ditador no Irã, uma foto lamentável ao lado de diversos terroristas, vários que já vieram inclusive a morrer, porque foram alcançados pelas forças do bem que são as forças de Israel.
Eu falo aqui com toda a convicção, nenhuma intenção de fazer média com ninguém; quero apenas falar aquilo em que a gente acredita e aquilo que a gente pratica, porque nós aqui no Brasil da direita também somos vítimas dessas narrativas, como se nós tivéssemos o discurso do ódio, como se nós quiséssemos o mal de alguém, como se nós não respeitássemos os direitos humanos, quando é o contrário! Podem reparar na história: as vítimas quase sempre são de direita, e os algozes, de esquerda. Foi assim na facada com Bolsonaro, foi assim com a tentativa de assassinar o Trump, foi assim agora com o Charlie Kirk, está sendo assim com Israel. Então, aqui, todo o meu sentimento, a minha eterna gratidão ao que o povo de Israel sempre fez pelo mundo.
Ali é a democracia do Oriente Médio, é a nossa referência, é o nosso exemplo e é o Estado que nós reconhecemos! Vamos sempre respeitá-lo e defender que ele exista, porque Israel é tão tolerante que chega ao ponto de aceitar fazer um acordo de paz, mesmo com a presença, nas bordas das suas fronteiras, de pessoas que abertamente declaram que só vão parar quando destruírem o Estado de Israel. Mesmo assim, aceitam sentar para dialogar e tentar chegar a um acordo, porque ninguém quer guerra.
E, para concluir, Presidente, a máxima que fica é a que já é muito conhecida: se o Hamas baixar as armas, acaba a guerra; se Israel baixar as armas, acaba o Estado de Israel.
Toda a minha solidariedade ao povo judaico e todo o meu reconhecimento ao Estado de Israel!