Discurso durante a 135ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada à memória das vítimas dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel na Faixa de Gaza. Denúncia da omissão de países ocidentais e repúdio ao antissemitismo global. Defesa do direito de autodefesa de Israel e apelo para que o Brasil reconheça o Hamas como organização terrorista. Repúdio à postura do Governo Federal e à neutralidade diante do terrorismo.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada à memória das vítimas dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel na Faixa de Gaza. Denúncia da omissão de países ocidentais e repúdio ao antissemitismo global. Defesa do direito de autodefesa de Israel e apelo para que o Brasil reconheça o Hamas como organização terrorista. Repúdio à postura do Governo Federal e à neutralidade diante do terrorismo.
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/2025 - Página 22
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, MEMORIA, VITIMA, ATAQUE, TERRORISTA, TERRORISMO, HAMAS, POPULAÇÃO, CIVIL, ISRAEL, FAIXA DE GAZA, DEBATE, INFLUENCIA, ANTISSEMITISMO, DENUNCIA, OMISSÃO, NEUTRALIDADE, GOVERNO FEDERAL, BRASIL, POLITICA EXTERNA.

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Senhoras e senhores, muito bom dia.

    Sr. Presidente Sergio Moro, parabéns pela proposição desta sessão em memória ao 7 de outubro, data trágica para o mundo, para a democracia, para Israel e para todos os cidadãos do mundo.

    Representantes, amigos da comunidade judaica do Brasil, especialmente Claudio Lottenberg – que considero um amigo, nos falamos com frequência –, senhoras e senhores, representantes da Embaixada de Israel também, sejam bem-vindos a esta Casa.

    Assumo esta tribuna num momento de reflexão, não só para prestar homenagem às vítimas, mas, sobretudo, para fazer um julgamento moral do que aconteceu naquele 7 de outubro de 2023. O tema desta sessão é claro: alusão às vítimas dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel na Faixa de Gaza. Não se trata de um conflito territorial ambíguo, trata-se de um ato puro, covarde e simples de terrorismo. E o que vimos naquele sábado negro não foi enfrentamento militar, antes fosse. Foi um massacre frio e calculado de civis desarmados.

    O Hamas, que se apresenta como um movimento de resistência, revelou sua essência: organização terrorista, ideologia fanática, cujo objetivo final e simples é a aniquilação de um povo. Conforme o meu antecessor aqui comentou, leiam lá o estatuto de criação do Hamas e vejam: a completa destruição do Estado de Israel.

    Infelizmente, eu preciso também usar esta tribuna como uma forma de protesto à ONU, à França e à Inglaterra, que ainda apoiam essa ideia absurda de criação de um Estado palestino. Eu não falo isso contra os palestinos, porque tenho origem árabe, mas porque nós sabemos dos interesses por trás disso. E nós sabemos, como também meu antecessor falou, que from the river to the sea, Palestine will be free significa a aniquilação completa, a destruição, mais um holocausto contra o Estado de Israel, e contra isso nós não podemos nos calar, simples assim.

    Não vou nem, de novo, relembrar o que aconteceu com crianças, idosos, com mulheres – não vou relembrar. Eu acho que o QR code está aí. A vocês que estão nos assistindo na TV Senado, no YouTube, é importante que assistam, para realmente destruir qualquer narrativa globalista ou "wokista" do que hoje o Estado de Israel sofre em escala global, que é o antissemitismo puro, o ódio puro.

    Quem se recusa a nomear o Hamas como o que ele é, um grupo terrorista, está sendo cúmplice moral dessa atrocidade, Senado Sergio Moro. Não há equivalência moral entre Israel, uma democracia – aliás, a única daquela região – que avisa seus inimigos antes de atacar, e o Hamas, que usa hospitais e escolas para lançar foguetes. E ponto final.

    O ódio que move o Hamas é o antissemitismo mais antigo e virulento apenas travestido de linguagem política moderna. E o ódio milenar ao povo judeu ressurge agora nas redes sociais, nas universidades e, vergonhosamente, em algumas capitais ocidentais que eu acabei de mencionar.

    E aqui o que chama a atenção, Sr. Presidente, é a omissão e covardia de grande parte do Ocidente. Onde estavam as vozes da indignação das grandes instituições internacionais enquanto o Hamas planejava e executava esse pogrom?

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Por que o mundo não parou para chorar pelos bebês israelenses, como fazem em outras tréguas? Por hipocrisia. Nós sabemos que o amor dele tem lado, e o ódio também.

    Há uma hipocrisia, Senador Sergio Moro, doentia em curso. Critica-se duramente a reação de Israel, que exerceu seu direito fundamental à autodefesa.

    Parabéns a Israel!

    E sobre essa trégua que estão propondo, aprendi algo com os americanos: não se negocia com terroristas, e o Hamas é uma organização criminosa e terrorista. Não pode parar, não. Tem que aniquilar o Hamas completamente. Nós sabemos os objetivos dele. Leiam a carta de criação do Hamas! Qual o objetivo deles? Como é que se negocia acordo de paz depois do que aconteceu em 8 de outubro? É inaceitável!

    E, aqui, ao Governo de Israel, a Benjamin Netanyahu, todo o meu apoio. Vão para cima! Eliminem terroristas, eliminem esses malditos, que cismam e...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... diariamente perseguem o povo de Israel e perseguem a democracia.

    Para finalizar – Sr. Presidente, peço perdão –, nossa postura no Senado Federal precisa ser clara e ideológica. Não estamos aqui para fazer contorcionismos diplomáticos, estamos para defender a verdade e a justiça, reconhecendo o terror. O Brasil deve classificar, de forma inequívoca: 1) que o Hamas é uma organização terrorista; 2) apoio ao Estado de Israel – devemos reiterar o apoio irrestrito ao direito de Israel de garantir a segurança de seus cidadãos, o que implica o desmantelamento total da estrutura militar e política do Hamas –; 3) luta contra o ódio – devemos combater em nosso território qualquer manifestação de antissemitismo ou apologia ao terrorismo.

    Por fim, lamentamos a postura do Governo Lula, que retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto – isso diz muito a cada um de nós –; bem como, sobre a existência de uma carta, divulgada em 2021 e assinada por Deputados do PL, se posicionando contra o termo "terrorista" para o grupo Hamas.

    Sras. e Srs. Senadores, não podemos nos esconder atrás da neutralidade. A neutralidade diante do genocídio em potencial é a escolha do opressor. Honrar as vítimas de 7 de outubro é ter coragem de ser intransigente contra o mal, é dizer, em alto e bom som, dentro deste Parlamento: o terrorismo não vencerá, Israel não está sozinho e a civilização não se curvará a esse grupo terrorista.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/2025 - Página 22