Pronunciamento de Zequinha Marinho em 29/10/2025
Discurso durante a 155ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Entusiasmo com a conclusão dos estudos que viabilizam o leilão do último trecho da Ferrovia Norte-Sul. Exposição sobre a importância desse projeto como marco histórico para o desenvolvimento do Pará e da Região Norte, gerando maior integração nacional.
- Autor
- Zequinha Marinho (PODEMOS - Podemos/PA)
- Nome completo: José da Cruz Marinho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Desenvolvimento Regional,
Infraestrutura,
Meio Ambiente,
Transporte Terrestre:
- Entusiasmo com a conclusão dos estudos que viabilizam o leilão do último trecho da Ferrovia Norte-Sul. Exposição sobre a importância desse projeto como marco histórico para o desenvolvimento do Pará e da Região Norte, gerando maior integração nacional.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/10/2025 - Página 36
- Assuntos
- Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
- Infraestrutura
- Meio Ambiente
- Infraestrutura > Viação e Transportes > Transporte Terrestre
- Indexação
-
- COMENTARIO, CONCLUSÃO, ESTUDO TECNICO, MEIO AMBIENTE, LEILÃO, TRECHO, FERROVIA NORTE-SUL, AÇAILANDIA (MA), BARCARENA (PA), ESCOAMENTO, GRÃO, MINERIO, CELULOSE, COMBUSTIVEL, REGISTRO, CRIAÇÃO, EMPREGO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, AUMENTO, COMPETITIVIDADE, DEFESA, CONSTRUÇÃO, PORTO, CARGA, CURUÇA (PA), OBSTACULO, RESERVA EXTRATIVISTA, PROPOSTA, DESAFETAÇÃO, AREA.
O SR. ZEQUINHA MARINHO (Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - PA. Para discursar.) – Muito obrigado, Presidente.
Sras. Senadoras, Srs. Senadores, amigos que nos acompanham pela TV Senado e pela Rádio Senado, hoje subo à tribuna desta Casa mais uma vez, com muito entusiasmo, renovando a convicção de que estamos diante de uma oportunidade histórica para o Brasil, especialmente para o meu querido Estado do Pará e para toda a Região Norte.
O Governo Federal acaba de concluir os estudos ambientais e técnicos que viabilizam o leilão do último trecho da Ferrovia Norte-Sul, ligando a cidade de Açailândia, no Maranhão, à cidade de Barcarena, no Estado do Pará.
A previsão é de que esse leilão ocorra já no ano que vem, em 2026, e represente um divisor de águas na logística nacional. Esse novo traçado, com 535km de extensão, não é apenas uma obra de infraestrutura, é uma rota de independência, uma alternativa estratégica à atual dependência da Estrada de Ferro Carajás, hoje sob o controle da Mineração Vale.
Com essa nova ferrovia abrimos caminho para o escoamento de grãos, celulose, combustíveis e minérios rumo ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena, no Estado do Pará, sem aqui os gargalos e limitações que hoje travam o crescimento da nossa produção.
O estudo aponta que essa nova rota poderá movimentar R$8,5 bilhões por ano em riquezas naquela região, beneficiando produtores, indústrias, governos locais e, acima de tudo, a população. Serão milhares de empregos diretos e indiretos, novas oportunidades para os municípios cortados pela ferrovia e um impulso decisivo para o desenvolvimento regional.
Ao longo de seus 535km, o novo trecho da ferrovia passará por dois municípios maranhenses – Açailândia e Itinga – e por dez municípios do nosso querido Estado do Pará – Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas, Ipixuna do Pará, Tomé-Açu, Tailândia, Acará, Moju, Abaetetuba e, finalmente, Barcarena.
O traçado escolhido respeita o meio ambiente e as comunidades locais, não atravessa diretamente terras indígenas nem unidades de conservação e foi redesenhado para minimizar desapropriações e impactos fundiários. É uma solução moderna, eficiente e, acima de tudo, responsável.
A Ferrovia Norte-Sul é a espinha dorsal da integração logística do Brasil. Com esse novo trecho completamos um corredor ferroviário que liga o Norte ao Sudeste do Brasil, conectando centros produtores e portos estratégicos, redesenhando o mapa da competitividade nacional.
A Ferrovia Norte-Sul, idealizada ainda na década de 80, começa a cumprir sua missão de integrar o território nacional por trilhos de alta competitividade. Ao conectar o Norte ao Sudeste, ela redesenha rotas, desafoga rodovias e fortalece a competitividade do Brasil no cenário global.
O Brasil precisa dessa obra, ou de obras como essa, que estão no papel, mas precisam sair do papel para se transformar em motores do desenvolvimento. O trecho Açailândia-Barcarena é uma dessas obras, é um passo firme rumo ao futuro mais integrado, mais eficiente e mais justo para todos os brasileiros.
Seguiremos aqui vigilantes e atuantes para que esse projeto avance com celeridade, responsabilidade e transparência. O Pará, o Maranhão e todo o Brasil agradecem.
Sr. Presidente, a gente chama sempre essa ferrovia de Norte-Sul, mas, na verdade, ao longo dos anos ela é Nordeste-Sul, porque quando ela está chegando ao Pará, para entrar na Região Norte, lá em Açailândia ela vira à direita e vai para São Luís do Maranhão, ficando esse trecho aí de 535km em aberto.
Mas, graças a Deus – antes tarde do que nunca, dizia meu velho pai –, chegou a hora. As informações técnicas, o licenciamento ambiental, essa coisa toda já viabiliza a possibilidade real de um leilão no ano que vem. Aí, sim, vamos poder chamar a ferrovia de Norte-Sul; Norte-Sul, porque ela vai integrar exatamente o Norte ao Sudeste do Brasil e o Sudeste rumo ao Sul.
Nós temos também naquela região um dos locais mais apropriados para um grande porto de carga geral, no Município de Curuçá. Nós temos ali umas ilhas, a Ilha da Romana, e a região dentro do mar, chamada Espadarte, onde nós temos o melhor calado de toda a Região Norte. Lamentavelmente, isso hoje está com dificuldades em função de, no passado, terem criado lá uma reserva extrativista, uma resex. Mas a gente não vê, digamos assim, possibilidade real de ali termos um grande porto de carga geral, porque, com certeza, é possível se desafetar o pedaço por onde nós vamos passar com a ferrovia, como também a área retroportuária, enfim, todo o espaço que se precisa para a construção disso.
Os caranguejos que estão por lá e outros crustáceos, com certeza, depois da obra, depois da construção de tudo aquilo, voltarão ao seu habitat natural, porque ela não vai alterar isso definitivamente.
Portanto, eu vejo aqui, neste momento, um momento que a gente pode festejar, pode aqui agradecer a Deus, porque eu, como militante da política do Estado do Pará, sonhava todos os dias com essa possibilidade. A gente precisa baratear a logística. Você já pensou a gente lá no Pará comer arroz do Rio Grande do Sul? Arroz Tio João, Tio Jorge, um negócio assim. Pegam um caminhão no Rio Grande do Sul, enchem de arroz de 2kg, de 1kg, de 5kg, para irem vender em Belém, para irem vender em Marajó. Veja o custo desse transporte para uma matéria-prima que é essencial na mesa do brasileiro, não é verdade?
Então, a gente precisa dar um jeito nisso. Estava passando da hora. Essa ferrovia foi pensada na década de 80 ainda, nós estamos finalizando na década de 20, e a gente precisa ver isso saindo do papel. Daí o meu entusiasmo e a minha alegria, neste momento, de manifestar aqui desta tribuna, essa notícia que eu acho fundamental para o Brasil, mais especialmente para a Região Norte e para nós paraenses.
Muito obrigado.