Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente, primeiramente, quero agradecer ao senhor por ter nos concedido a palavra.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu venho hoje a esta tribuna, fazendo coro ao Senador Plínio Valério, para denunciar uma das maiores farsas do nosso tempo, a hipocrisia ambiental que se instalou na conferência climática internacional e que agora chega à COP 30, em Belém do Pará.

    Enquanto, Sr. Presidente, o mundo celebra discursos vazios, o Brasil se ajoelha mais uma vez diante da agenda ideológica imposta por potências estrangeiras e sustentada internamente por Lula, Janja e Marina Silva, a musa das ONGs. Esses mesmos que transformam o agro brasileiro, o setor que mais gera emprego, renda e alimento para o mundo, no vilão preferido das ONGs e dos governos europeus.

    O produtor rural brasileiro, Sr. Presidente, preserva o meio ambiente com dinheiro do próprio bolso. Enquanto na França e outros países europeus, o governo paga subsídios ao agricultor para deixar 4% da terra intocada, aqui, no Brasil, o produtor é obrigado, por lei, a preservar 20%, 35% e até 80% da sua propriedade, dependendo do bioma. A média nacional é que 49% das áreas rurais são de vegetação nativa, preservada sem que o produtor receba um único centavo de preservação e de compensação – e ainda paga imposto sobre toda a área, inclusive a parte que não pode explorar, ou seja, a preservação ambiental no Brasil é privada, obrigatória e não remunerada. E em lugar de reconhecimento do governo, o produtor recebe perseguição, culpa e desprezo.

    Na Europa, o Presidente Emmanuel Macron posa de guardião da floresta, ataca o agronegócio brasileiro e chega ao cúmulo de dizer que comprar soja do Brasil é financiar o desmatamento da Amazônia. Mas o Sr. Presidente Emmanuel Macron é um mentiroso e isso é uma fake news, porque a soja ocupa apenas 0,7% da Amazônia Legal, segundo os dados oficiais. Enquanto o Brasil preserva dois terços de seu território, a França mantém apenas 20% de cobertura de sua floresta original.

    O Sr. Emmanuel Macron é um hipócrita e mesmo assim quer nos dar lição de ecologia e tirar foto abraçadinho com Luiz Inácio Lula da Silva! Macron financia seus agricultores com recursos públicos, enquanto Lula penaliza os nossos com impostos, burocracia, humilhação internacional e perseguição. É a velha história, o mundo rico poluiu por séculos, cresceu com carvão e petróleo, e agora quer impor ao Brasil um freio de mão econômico em nome da salvação do planeta.

    Para completar, o show da desinformação ganhou palco na própria floresta: a cantora Anitta, que deve ser especialista em alguma matéria de ecologia, transformada em porta-voz ecológica da COP 30, declarou que os gases da vaca são um dos maiores inimigos do planeta; mas a ciência, e não Martin, mostra outra coisa. O metano emitido pelo gado se decompõe em cerca de dez anos, retornando ao ciclo natural do carbono. Nosso rebanho é parte do equilíbrio, não da destruição. E, segundo a Fundação Getulio Vargas – esses, sim, especialistas! –, 70% das fazendas brasileiras já operam com baixa emissão de carbono e 30% capturam mais carbono que emitem.

    Mesmo diante desses dados, Sr. Presidente, o Governo Lula apresenta à ONU o chamado Plano Clima, que quer reduzir em 50% as emissões do agro até 2035, enquanto outros setores, inclusive os industriais, podem aumentar as suas emissões. Enquanto a China, responsável por um terço da população mundial, promete reduzir apenas 10% das suas emissões, o Brasil quer cortar 67% de suas emissões, sacrificando o produtor, o alimento e o emprego rural, e mais o motor financeiro desta nação, que é o agronegócio.

    Isso não é política ambiental, Sr. Presidente. É autossabotagem nacional, é subserviência travestida de virtude, é o Brasil pedindo desculpa por ser o país mais verde do planeta.

    Concluo. O que está em jogo na COP 30 não é clima, é poder. Querem controlar nossa terra, nossa produção e, principalmente, nossa soberania. E o Governo petista, em vez de defender o Brasil, prefere tirar selfies com o Macron e posar de bonzinho para a ONU, subserviente, capacho de ONGs e de países que só destroem, à custa de países que preservam como o Brasil.

    Sr. Presidente, eu me recuso a aceitar que um país que preserva 66% de seu território, que alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que possui o Código Florestal mais rigoroso do planeta seja tratado como vilão. Vilão é quem destruiu florestas, vive de hipocrisia e agora quer ditar regras aqui no Brasil.

    Defender o agro, Sr. Presidente, é defender a independência nacional, é defender quem trabalha, quem produz, quem alimenta, quem sustenta este país. E nesta tribuna, com todo orgulho, eu digo: o agro é o verdadeiro guardião do meio ambiente brasileiro.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/11/2025 - Página 80