Discurso no Senado Federal

INICIO DAS INVESTIGAÇÕES, PELA POLICIA FEDERAL, DAS FRAUDES CONTRA O INAMPS E O SUS.

Autor
Pedro Teixeira (PP - Partido Progressista/DF)
Nome completo: Pedro Henrique Teixeira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • INICIO DAS INVESTIGAÇÕES, PELA POLICIA FEDERAL, DAS FRAUDES CONTRA O INAMPS E O SUS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 12/01/1995 - Página 631
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, INICIO, INVESTIGAÇÃO, POLICIA FEDERAL, FRAUDE, INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTENCIA MEDICA DE PREVIDENCIA SOCIAL (INAMPS), SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS), FUNDAMENTAÇÃO, APURAÇÃO, CORRUPÇÃO, AREA, SAUDE, PAIS, EXECUÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • SOLICITAÇÃO, ANEXAÇÃO, PRONUNCIAMENTO, ORADOR, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), RELAÇÃO, FRAUDE, INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTENCIA MEDICA DE PREVIDENCIA SOCIAL (INAMPS), SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS).

O SR. PEDRO TEIXEIRA (PP-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Polícia Federal inicia amanhã uma das mais importantes investigações para apurar fraudes, no valor de 1,6 bilhão de dólares, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, o INAMPS, e do Sistema Único de Saúde, o SUS, com a instauração de inquérito que está sendo presidido pelo Delegado Onézimo Souza.

Será a maior investigação da história da Polícia Federal depois do inquérito sobre as atividades de Paulo César Farias, o PC, no Governo Collor.

O inquérito-mãe, sediado em Brasília, coordenará todos os demais procedimentos policiais que estão sendo instaurados em quase todos os Estados do País.

Essa ação, Sr. Presidente, vem demonstrar o quanto é importante a atuação do Congresso Nacional, em suas comissões.

No apagar das luzes, o Governo Itamar Franco afirmou ter feito uma coleta de informações, que enviou para a Procuradoria-Geral da República. Esta, por não ter podido reunir os elementos, não chegou a apurar nenhuma irregularidade mais definida. Mas o Governo deu a devida atenção ao fato, pois queria ficar na História como um governo preocupado com a corrupção. E teria mandado para a Procuradoria os elementos necessários. Tive a cautela de consultar a Procuradoria-Geral da República e apurei que para lá não foi encaminhado nada mais do que uma cópia do relatório, entregue ao Sr. Procurador-Geral da República numa solenidade de festa, no Palácio do Planalto, na despedida do Presidente.

Entretanto, a Câmara dos Deputados, numa Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo relator é o Deputado Jackson Pereira, do PSDB do Ceará, fez uma apuração mais profunda e trouxe à baila os nomes de centenas de pessoas e instituições acusadas de fraudes, além dos nomes de três Deputados federais eleitos e quatro ex-Secretários de Saúde.

Na próxima semana, o Deputado Jackson Pereira, que é o Relator da matéria, juntamente com o Delegado Onézimo Souza, promete fazer um relato dos fatos ao Ministro da Saúde, Adib Jatene, de quem se esperam providências mais profundas para sanear o futuro e punir o passado das enfermidades financeiras que vivem sangrando os cofres públicos, na sua área de atuação. Aliás, o Ministro da Saúde, como medida preliminar, suspendeu o pagamento do SUS a todos os hospitais envolvidos em irregularidades.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em vez de dissertar sobre a matéria, prefiro anexar, para que façam parte integrante do meu discurso, o pronunciamento de ontem do ínclito Deputado Jackson Pereira e mais o noticiário do Correio Braziliense de domingo, 8 de janeiro, onde se dissecam profundamente todas essas fraudes e mazelas.

Gostaria apenas de citar um trecho da citada reportagem do jornal - e isto já foi objeto de pronunciamento nosso no Congresso Nacional, aqui no Senado Federal especialmente, no qual eu demonstrava que o problema da saúde brasileira era um câncer que precisava ter fim. É o seguinte, segundo nota da imprensa:

      Em Goiás, uma instituição privada, a Organização dos Voluntários de Goiás (OVG), serviu de fachada para administrar todos os recursos enviados pelo Ministério da Saúde para aplicar no Estado. A entidade chegou ao cúmulo de manter 87 contas bancárias no banco estadual.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o relatório do ilustre Deputado do PSDB do Ceará, juntamente com as provas e o pronunciamento que S. Exª teria feito na Câmara dos Deputados, na tarde de ontem, são uma demonstração viva e eloqüente de que estamos diante de um fato que precisa ser apurado, pois é mais escandaloso do que a CPI do Sr. PC Farias. O noticiário diz que, dos 42 Deputados eleitos pelo Maranhão, 17 usaram recursos do SUS. Isto é muito sério.

Enquanto estivemos discutindo aqui o uso de recursos públicos de valores ínfimos que sacudiram este País, estamos diante de fatos que parecem vão ficar esquecidos se o Congresso Nacional não tomar as devidas providências.

Peço, então, que constem do meu pronunciamento o noticiário do Correio Braziliense e os demais documentos citados, fazendo votos para que o Ministro da Saúde mergulhe profundamente na apuração de tais desmandos, que estão sangrando os cofres públicos do País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 12/01/1995 - Página 631