Discurso no Senado Federal

CRITICAS AO GOVERNO DO PT EM BRASILIA, PELO IMOBILISMO COM QUE VEM TRATANDO A QUESTÃO DO DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESEMPREGO. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).:
  • CRITICAS AO GOVERNO DO PT EM BRASILIA, PELO IMOBILISMO COM QUE VEM TRATANDO A QUESTÃO DO DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL.
Publicação
Publicação no DSF de 10/02/1996 - Página 1651
Assunto
Outros > DESEMPREGO. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).
Indexação
  • GRAVIDADE, AUMENTO, INDICE, DESEMPREGO, DISTRITO FEDERAL (DF), ESPECIFICAÇÃO, CONSTRUÇÃO CIVIL, MOTIVO, JUROS, SETOR PRIVADO, INTERRUPÇÃO, OBRA PUBLICA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), AUSENCIA, PLANO, INDUSTRIALIZAÇÃO, PROJETO, RETOMADA, CONSTRUÇÃO CIVIL.

O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. o Distrito Federal tem conseguido bater o recorde nacional do desemprego. O índice de desemprego na Capital Federal chega à assombrosa cifra de 15,6 %.

Dentre os segmentos produtivos atingidos pela crise, o setor da construção civil tem sido o mais sacrificado.

Segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Distrito Federal, somam 22 mil o número de desempregados no setor em Brasília.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores:

Os trabalhadores da construção civil, de um modo geral, sempre enfrentaram o drama da alta rotatividade, mas o número de demissões nunca chegou a assustar, porque a oferta de emprego no setor também sempre foi crescente.

O que acontece hoje em dia é que não existe oferta de empregos. As construtoras estão paradas, reduziram-se drasticamente o volume das construções em Brasília.

Alegam os empresários da construção civil que os juros altos tornaram proibitivos os novos empreendimentos.

O setor público, por sua vez, que tradicionalmente sempre garantiu o maior número de empregos na construção civil, encontra-se completamente paralisado.

A paralização das obras do metrô e de outras obras públicas importantes representou um duro golpe para os trabalhadores da construção civil.

E não é só isso, Sr. Presidente. A crise espalha seus efeitos para setores paralelos, como as lojas de material de construção que, não conseguindo vender seus produtos, vêem-se obrigadas a também demitir funcionários.

O pior é que, no caso dos trabalhadores da construção civil, a possibilidade de migrar para outras profissões é praticamente nenhuma, porque a falta de qualificação é muito grande.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores:

A questão do desemprego no Distrito Federal é grave, muito grave !

Mais grave, ainda, é o imobilismo do governo local em relação ao problema.

O governo do PT assumiu consciente de que o desemprego era uma questão emergencial em Brasília, que ameaçava explodir a qualquer momento.

Passado um ano de administração petista, não se avançou nada no que diz respeito a providências concretas para reduzir o desemprego na Capital Federal.

Não pretendo entrar no mérito dessa situação bizarra provocada pela reforma do secretariado do Governo do Distrito Federal. Todo mundo tem visto pelos jornais o festival de baixarias, de denúncias e de inabilidade política em que se transformou uma simples operação de troca de auxiliares do governador.

Quero, no entanto, cobrar do Governo do Distrito Federal providências realmente concretas de combate ao desemprego em Brasília.

O PT deve ao Distrito Federal um plano exeqüível de industrialização, capaz de atrair indústrias e empreendimentos para dar emprego à população.

O PT precisa encontrar um meio de induzir o reaquecimento da construção civil, de reiniciar as obras do metrô e de impedir que as construtoras, que as incorporadoras, que as lojas de material de construção fechem as portas, agravando ainda mais a crise do desemprego.

O PT, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, precisa acabar com essa briga de facções políticas dentro do próprio partido. Isso é coisa de amadores !

O PT precisa trabalhar, dizer a que veio. A paciência do povo tem limites.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/02/1996 - Página 1651