Discurso no Senado Federal

ENCONTRO NACIONAL DA INDUSTRIA COM A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA, REALIZADO HOJE EM BRASILIA.

Autor
Fernando Bezerra (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Fernando Luiz Gonçalves Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • ENCONTRO NACIONAL DA INDUSTRIA COM A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA, REALIZADO HOJE EM BRASILIA.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/1996 - Página 8584
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, ENCONTRO, AMBITO NACIONAL, CLASSE EMPRESARIAL, INDUSTRIAL, OBJETIVO, ENTREGA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DOCUMENTO, ELABORAÇÃO, FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), APRESENTAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, SETOR, PRODUÇÃO INDUSTRIAL, DEFESA, APROVAÇÃO, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, REFORMA ADMINISTRATIVA, MELHORIA, ATUAÇÃO, CAPACIDADE, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, BRASIL, MERCADO INTERNACIONAL.

O SR. FERNANDO BEZERRA (PMDB-RN. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de comunicar a esta Casa que hoje se realizou o Encontro Nacional da Indústria com o comparecimento expressivo de mais de 2.500 industriais de todos os setores e de todos os recantos do País.

Os empresários elaboraram um documento, que foi iniciado nas suas bases, por meio da Federação das Indústrias e das associações setoriais, e o entregaram, ao final do encontro, ao Presidente da República. No mencionado documento, expressaram as suas preocupações, que transcendem as das fábricas e ainda manifestaram o desejo objetivo de dizer à sociedade brasileira que querem dar uma contribuição ao desenvolvimento nacional.

Expressaram também as suas inquietações com o andamento das reformas constitucionais que tramitam no Congresso Nacional, com o custo Brasil, com o andamento das privatizações, com a necessidade urgente das regulamentações e com as regulamentações dos monopólios que foram votados pelo Congresso Nacional.

Como membro do Congresso Nacional, gostaria de dizer que em nenhum instante pretenderam os empresários industriais criticar esta Casa, que é a grande base de sustentação da democracia. Entretanto, não podemos deixar de expressar nossas preocupações uma vez que o setor privado tem pago quase que exclusivamente o ônus dos ajustes que se processam na economia.

Li, no Jornal do Senado, pronunciamento proferido ontem pelo Senador Bernardo Cabral, que repele críticas ao Legislativo. Nenhuma crítica ao Legislativo partiu da Confederação Nacional da Indústria. Temos a mais absoluta convicção de que seria uma situação incômoda para mim, que integro esta Casa e tenho orgulho de pertencer a ela, tecer quaisquer críticas ao Legislativo.

Entretanto, não podemos deixar de expressar ao Congresso Nacional que os empresários industriais do Brasil perdem, a cada momento em que o tempo avança, suas condições de competir no mercado externo, pela ausência de uma reforma tributária que venha desonerar as exportações. Talvez o Brasil seja o único país do mundo que exporta impostos. Compreendemos a necessidade de manter uma âncora cambial, com o dólar defasado, como condição fundamental da manutenção do Plano Real, que defendemos.

Também defendemos a reforma administrativa e a previdenciária, na medida em que contribuam para o ajuste fiscal, pois o setor privado, mais uma vez, paga pelas pressões que são exercidas pelo Poder Público no mercado financeiro, fazendo com que as taxas de juros nos impossibilitem de competir no mercado externo.

A Srª. Júnia Marise - V. Exª permite-me um aparte, nobre Senador Fernando Bezerra?

O SR. PRESIDENTE (Júlio Campos) - Não é permitido aparte em comunicação inadiável.

S. Exª. dispunha apenas de 5 minutos, e agora só lhe restam dois.

O SR. FERNANDO BEZERRA - Vou encerrar antes de dois minutos, Sr. Presidente.

Essas foram as preocupações expressas pelos empresários. Oportunamente exporei de forma mais consubstanciada, em pronunciamento que pretendo fazer, as idéias dos industriais brasileiros, que são no sentido de ajudar na construção do País. Obviamente a indústria tem críticas a fazer, mas também tem contribuições a dar.

Em relação ao Congresso, posso assegurar, há o mais absoluto respeito. Compreendemos que há ritos, passos, Regimentos e não queremos atropelá-los.

Entretanto, queremos manifestar a esta Casa as nossas preocupações com o andamento de reformas e de projetos de lei que são fundamentais para que possamos competir no mercado externo e, como conseqüência disso, manter os empregos e gerar mais emprego e renda, que são fundamentais para o equilíbrio social de nosso País.

Eram essas as informações que eu queria trazer a esta Casa, dizendo, mais uma vez, que os industriais brasileiros apenas querem, de forma muito clara, dar uma contribuição à construção do país que todos sonhamos.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/1996 - Página 8584