Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR E EX-DEPUTADO MINEIRO MARIO PALMERIO.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR E EX-DEPUTADO MINEIRO MARIO PALMERIO.
Publicação
Publicação no DSF de 27/09/1996 - Página 16408
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARIO PALMERIO, EX-DEPUTADO, ESCRITOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faleceu anteontem, em Uberaba, aos 80 anos de idade, o escritor Mário Palmério, acometido de complicações pulmonares.

Membro da Academia Brasileira de Letras, Mário Palmério deixa vasta obra literária e uma enorme contribuição à causa da educação em nosso País.

Fundador e ex-Reitor da Universidade de Uberaba, o Autor de o Chapadão do Bugre dedicou os últimos anos de sua vida a essa escola de nível superior que criou no Triângulo Mineiro.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dentre os modernos escritores brasileiros, Mário Palmério se destaca como romancista de temas regionais. Sua obra retrata com rara fidelidade aspectos da vida interiorana brasileira, especialmente dos pequenos lugarejos das Gerais.

No romance Vila dos Confins, editado em 1956, quando Palmério ganha projeção nacional, a questão eleitoral brasileira, com todas as suas mazelas e deformações, é retratada de forma magistral e com extrema riqueza de detalhes, ressaltando a realidade dos nossos costumes.

Na Academia Brasileira de Letras, Mário Palmério ocupava, desde 1968, a cadeira que pertenceu a outro extraordinário homem de letras, que foi Guimarães Rosa.

O escritor Mário Palmério deixa viúva e dois filhos, um dos quais, Marcelo Palmério, deverá ser o continuador de seu trabalho no campo da educação, assumindo, em definitivo, a reitoria da Universidade de Uberaba.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero destacar nesta homenagem a Mário Palmério um aspecto pouco conhecido de sua vida repleta de realizações.

Ressalto, Srªs e Srs. Senadores, o fato de o grande escritor ter sido, até o dia de sua morte, um histórico integrante das fileiras do meu Partido, o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro.

Petebista histórico, Mário Palmério honrou como poucos os quadros do mais antigo Partido político brasileiro. Na condição de Líder do PTB nesta Casa, não poderia deixar de destacar sua atuação partidária, sempre pautada pelo equilíbrio, pela defesa intransigente dos princípios democráticos e pelo espírito conciliador, que era sua marca registrada.

O PTB está de luto pela morte de Mário Palmério. Perdemos um grande companheiro e reverenciamos, pela voz deste seu Líder, a memória desse brasileiro sem igual.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a cidade de Monte Carmelo, nas abençoadas terras das Gerais, que Palmério amou e exaltou em sua monumental obra literária, perde um de seus filhos mais ilustres.

As Minas Gerais de tantos heróis perde um pouco de sua alegria com o desaparecimento desse grande e admirado homem de letras.

O Brasil chora e reverencia esse seu filho de tão raros talentos. Todos nós, brasileiros de todos os rincões, unimo-nos em prece e reconhecimento pelo muito que fez, pelo muito que se dedicou, pelo muito que amou Mário Palmério. Este Brasil que ele tanto defendeu e tão bem difundiu em sua magnífica obra rende-lhe hoje suas mais comovidas homenagens.

Viva para sempre, Mário Palmério. Sua obra, seu trabalho em favor da educação em nosso País nos enche de orgulho.

Muito obrigado, Mário Palmério.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/09/1996 - Página 16408