Discurso no Senado Federal

IMPORTANCIA DE O RIO DE JANEIRO SEDIAR AS OLIMPIADAS DE 2004. HOMENAGEM AO REVERENDO MANOEL FERREIRA, QUE PASSOU A INTEGRAR A ACADEMIA EVANGELICA DE LETRAS DO BRASIL.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE. HOMENAGEM.:
  • IMPORTANCIA DE O RIO DE JANEIRO SEDIAR AS OLIMPIADAS DE 2004. HOMENAGEM AO REVERENDO MANOEL FERREIRA, QUE PASSOU A INTEGRAR A ACADEMIA EVANGELICA DE LETRAS DO BRASIL.
Aparteantes
Valmir Campelo.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/1997 - Página 5054
Assunto
Outros > ESPORTE. HOMENAGEM.
Indexação
  • DEFESA, CANDIDATURA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SEDE, OLIMPIADAS, MOTIVO, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, ECONOMIA, CULTURA, POLITICA, ESPORTE.
  • HOMENAGEM, MANOEL FERREIRA, PASTOR, POSSE, INSTITUIÇÃO CULTURAL, IGREJA EVANGELICA.

A SRª BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, hoje, trouxe dois assuntos a esta tribuna e gostaria de merecer a atenção de V. Exªs.

O primeiro é para dizer da importância de o Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2004. É muito grande, e a população da cidade percebeu esse seu significado. No último domingo, um milhão de pessoas foram para a praia de Copacabana e fizeram o que se chamou um "pedido aos céus". Apesar de reconhecer a capacidade das outras cidades concorrentes, o Rio é único entre todas elas, pois, além de ter um povo mobilizado e a maior parte das instituições e organismos privados e públicos envolvidos, possui uma característica especial.

O Rio possui áreas próximas para a realização de praticamente todas as competições, com exceção da canoagem, que se realizaria no Município de Três Rios. Possui mobilização e entusiasmo sem comparação no mundo. A beleza natural seria mais um componente no cenário das competições, e isso se pôde observar na gigantesca mobilização popular em Copacabana. Ninguém viu no Rio de Janeiro, e, por que não dizer, também no País, uma mobilização tão grandiosa em prol de um evento esportivo.

Envolvendo setores distintos da sociedade, como dirigentes esportivos e atletas, trabalhadores e empresários e até Governo e Oposição, entre tantos outros, numa unidade de esforços em torno da bandeira da Rio 2004. E isso tem uma razão de ser: as Olimpíadas não são somente um acontecimento esportivo. Onde quer que aconteçam, sempre deixam um saldo positivo e de longo alcance social, assim como nas áreas econômica, cultural, política e, obviamente, esportiva.

São esses saldos, que podemos chamar também de dividendos, que o evento poderá proporcionar ao País, trazendo esperança e progresso para uma cidade que enfrenta graves problemas sociais. Acredito que, tendo em vista a importância do Rio para o mundo, esta decisão interessa também a muitos outros cidadãos de outros países.

Além disso, a contribuição que se dará à nossa juventude será inestimável. Estimulando-a a participar de práticas esportivas e socializantes, as Olimpíadas serão um importante instrumento para afastar os jovens do mundo do crime, dos vícios e da marginalidade.

Ou seja, percebe-se uma preocupação e interesse em realizar as Olimpíadas no Rio de Janeiro como forma de alterar de maneira significativa o papel do País nas relações internacionais. Também visa acelerar o processo de crescimento econômico, como todos os seus previsíveis desdobramentos (inclusive na área esportiva), objetivando uma mudança substancial da qualidade de vida do povo brasileiro.

O Sr. Valmir Campelo - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Valmir Campelo - Fico-lhe muito grato. Parabenizo V. Exª por trazer mais uma vez o assunto ao plenário. Já tive o prazer de aparteá-la em outra oportunidade, porque acho que a luta do Rio de Janeiro não é só dos cariocas, mas de todo o Brasil, de nosso povo. A responsabilidade é toda nossa. É muito importante, realmente, que as Olimpíadas 2004 aconteçam no nosso País, é importante para a cultura do nosso povo, é importante para o esporte de um modo em geral, é importante para nossa gente. E nada mais justo que se realizem no Rio de Janeiro, terra de V. Exª, por tudo o que o Rio representa de Brasil, representa na beleza de suas praias, na floresta e na alegria de seu povo. E muito mais, Srª Senadora, é também de se dizer que, além da beleza, o Rio tem, na sua representante, que é V. Exª, a beleza da raça brasileira de que tanto nos orgulhamos. Parabéns a V. Exª.

A SRª BENEDITA DA SILVA - Obrigada pelo aparte, Senador Valmir Campelo.

Creio que, a médio prazo, as Olimpíadas 2004, no Rio de Janeiro, contribuirão efetivamente, ainda que não em definitivo, para o desenvolvimento do País, como bem colocou V. Exª. Não é apenas para os cariocas, mas também para o País, com a melhoria da situação de muitos trabalhadores. Promoverão a geração de empregos, fortalecerão empresas, fomentarão importantes divisas e trarão inevitável respaldo junto à opinião pública internacional para eventos e investimentos de peso.

Nesse dia 7 de março, na Suíça, as onze cidades concorrentes apresentarão seus argumentos finais - Roma, Atenas, Buenos Aires, Estocolmo, Cidade do Cabo, Lille, Istambul, San Juan, Sevilha, São Petersburgo e o Rio de Janeiro. O Comitê Olímpico Internacional, então, escolherá as quatro ou cinco finalistas para, em 5 de setembro, ser anunciada, finalmente, a Cidade das Olimpíadas de 2004. O nosso querido Rio de Janeiro, tenho certeza, estará entre as finalistas, pois não existem apenas razões estéticas, políticas ou econômicas para esta decisão: existe uma verdade: o Rio de Janeiro não é apenas a porta de entrada do Brasil, mas, sim, da América Latina, continente considerado por especialistas do mundo inteiro como o continente do século XXI.

A mobilização popular, dos Parlamentares, dos empresários, dos atletas trabalhadores, enfim, de todos os que acreditam nessa possibilidade, deve prosseguir na soma de esforços neste importante momento para a vida do País: o Brasil unido em torno da Rio 2004.

Já posso imaginar a motivação, a esperança e determinação dos atletas brasileiros, que irão competir em casa, com o apoio da nossa torcida, a nossa emoção vibrando forte em verde e amarelo. Queremos as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2004 no Rio de Janeiro, Brasil.

E quero, desde já, desejar sucesso à nossa equipe que está representada pelo nosso Embaixador Ronaldo Cézar Coelho; pelo Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Conde; por João Havelange; por Edison Arantes do Nascimento, o nosso Ministro Pelé. Fui testemunha também, quando juntos estávamos em Atlanta, do esforço de Marcello Alencar, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, de empresários, como já disse, e de políticos, unidos, convidados que fomos. Também hoje estamos lá com a nossa equipe. Desejo a todos êxito na tarefa do convencimento.

Quero crer que teremos uma grande oportunidade de trazer a esta tribuna o que as Olimpíadas de 2004 farão do Rio de Janeiro. Farão mudanças que beneficiarão não apenas o Rio de Janeiro, mas também a Baixada e outros setores, porque entendemos que, qualquer que seja a medida que será tomada, e nós temos muitas medidas, ela irá contribuir com a população do Rio de Janeiro: a despoluição, a questão do Campus Universitário da UFRJ, onde será montado um hospital de grande porte para atender não apenas às Olimpíadas, embora lá já funcione como hospital, mas também as comunidades circunvizinhas, que poderão usufruir de todos os melhoramentos que ali serão feitos.

Portanto, é importantíssimo para nós. Temos que fazer essa corrente positiva, de alma, de coração, deixando todo e qualquer interesse político de lado, olhando apenas para o benefício que as Olimpíadas de 2004 trarão para a nossa grande cidade, sofrida, do Rio de Janeiro, seja sob o aspecto econômico, porque teremos grandes investimentos - a cidade estará preparada para esses investimentos -, seja no campo social, pois relevantes serviços ali serão prestados à comunidade.

Já estou concluindo, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Melo) - V. Exª ainda dispõe de nove minutos.

A SRª BENEDITA DA SILVA - Desculpe, Sr. Presidente, mas, ao ver V. Exª manuseando o microfone e olhando-me tão profundamente, pensei que estivesse terminando o meu tempo.

Além dessas considerações com relação às Olimpíadas de 2004, aproveito esta oportunidade para fazer uma homenagem a um dos grandes nomes cristãos evangélicos neste País, que passou a integrar, a partir de ontem, a cadeira de número três da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Trata-se do Reverendo Dr. Manoel Ferreira, líder da Convenção Nacional de Ministros das Assembléias de Deus de Madureira, Rio de Janeiro.

A Academia Evangélica de Letras do Brasil - AELB, com sede no Rio de Janeiro, foi fundada em 23 de outubro de 1962, pelo Reverendo Bolivar Bandeira, tendo hoje na presidência o Dr. Amaury de Souza Jardim. A Academia, com 40 cadeiras, foi fundada para cultivar a cultura das letras, da teologia, da filosofia, das ciências, das letras e das artes pelos cristãos evangélicos no País, bem como promover a difusão dos princípios do Evangelho de Jesus Cristo no seio da sociedade brasileira, por intermédio dos meios de comunicação social.

Manoel Ferreira nasceu em 1932, em Arapiraca, Estado de Alagoas, vivendo a sua infância no interior do Estado de São Paulo, onde realizou posteriormente os seus estudos primários e secundários, servindo às Forças Armadas em Lins, em 195l.

Nascido de família humilde, conseguiu com muito esforço graduar-se em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo; em Sociologia, pela Faculdade Toledo Pizza, de Bauru; Eletrônica, no Instituto Edson de São Paulo; e Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ele recebeu o título de Doutor em Teologia pelo Bible College, em Batton Rouge, Estados Unidos.

Casado, o reverendo Manoel Ferreira converteu-se ao Evangelho em 1956, sendo ordenado Ministro do Evangelho em 1960, pelo conhecido líder evangélico Paulo Leivas Macalão. Pastoreou diversas igrejas em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro. Um ponto que marcou a sua vida foi ter sido aprovado para juiz em São Paulo, mas resolver dispensar a sua nomeação para dedicar-se inteiramente ao serviço cristão.

Foi presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, a maior organização cristã-evangélica da América Latina. É presidente da Conferência Pentecostal Sul-Americana e presidente da Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil. Por ocasião da ECO 92, foi o presidente da Comissão de Mobilização Nacional do evento "Celebrando Deus com o Planeta Terra", que reuniu mais de um milhão de fiéis no centro do Rio de Janeiro. Além disso, é presidente do Conselho Nacional de Pastores do Brasil.

O Reverendo Manoel Ferreira tem sido conferencista oficial em diversos seminários, congressos, escolas teológicas e convenções em todo o Brasil e em vários países, como Estados Unidos, México, Canadá, Costa Rica; diversos países da Europa, como Holanda, Alemanha e outros; e da América Latina, como Argentina, Chile e Colômbia.

O seu ingresso na Academia Evangélica de Letras do Brasil se deve aos inúmeros artigos publicados em periódicos da imprensa cristã-evangélica e da grande imprensa no Brasil. É comentarista consagrado de revistas de cunho cristão-doutrinário, estudadas dominicalmente pelos fiéis de suas igrejas, somando-se mais de oito milhões em todo o País.

No seu principal livro O Espírito Santo, ele comenta sobre a terceira pessoa da Trindade Divina, mostrando a sua forma de atuação em meio aos homens para ajudá-los não somente na compreensão de muitos fatos, mas como amigo e companheiro, atuando na parte espiritual e sentimental. Nessa obra, ele revela o Espírito Santo como amigo do homem e aquele que o impulsiona, pela fé no Deus Verdadeiro, a vencer os problemas do dia-a-dia e a conquistar novos espaços em todos os setores, sejam espirituais, sociais, econômicos ou políticos. Destaca, ainda, a ação divina eficaz na humanidade, minorando a dor e o sofrimento de cada um e protegendo os passos daqueles que querem a direção do verdadeiro Deus em suas vidas.

O trabalho espiritual presidido por ele tem marcado sua importante presença nas Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas de vários Estados do nosso País.

Pelos relevantes serviços prestados tanto no Brasil quanto no exterior, recebeu homenagens e condecorações, tais como: Títulos de Cidadão Honorário, conferidos pelas Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais do Estado do Rio de Janeiro, São Paulo, do Estado de Goiás, Paraná e Minas Gerais. Eu ficaria aqui a tarde inteira a falar sobre os títulos que esse homem tem.

Mas o que eu gostaria de destacar, concluindo minha homenagem, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é que o rebanho liderado pelo Reverendo Manoel Ferreira hoje no Brasil é superior a oito milhões de fiéis; mais de 15 mil ministros evangélicos; e mais de 20 mil templos em todo o País, incluindo igrejas, escolas e faculdades de Teologia, editora, emissoras de rádio e programas e obras sociais. São inúmeras pessoas idosas, na terceira idade, beneficiadas através de casas de assistência ao idoso; bem como centros de recuperação para jovens viciados em drogas; além de creches e orfanatos.

São milhares de pessoas que têm sido transformadas pela pregação do Evangelho transformador de Cristo, através desse organismo liderado por Manoel Ferreira em todo o País.

Em minha avaliação, creio que homens desse porte contribuem sensivelmente tanto para o fortalecimento da família brasileira, bem como para a grandeza e o crescimento de nosso País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/1997 - Página 5054