O SR. WELLINGTON ROBERTO (PMDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, quero neste instante, solidarizar-me com a família Magalhães, pela irreparável perda do Deputado Luiz Eduardo Magalhães, político jovem, com ascensão política meteórica, homem íntegro, pacificador, leal e amigo que durante sua convivência com todos nós, deixou-nos exemplos que certamente deverão ser seguidos.

          Quero, com a ajuda de Deus, neste instante histórico da minha vida, trazer à esta casa, onde convergem todas as luzes do civismo, com demonstrações incessantes de desenvolvimento democrático, a força de minha juventude, como símbolo de fé e esperança, procurando me associar ao conhecimento e experiência das senhoras e dos senhores, para juntos, palmilharmos os caminhos que nos levarão, objetivamente, à realização dos sonhos e anseios do povo brasileiro.

          Serei humilde neste aprendizado.

          Porém, saberei conduzir-me com altivez nas decisões implícitas às que deverei tomar, por força, não só da minha responsabilidade, mas, principalmente, pelo clamo da Nação, para, ao final, deixar incólume a dignidade nacional.

          O enaltecimento da minha conduta, nesta casa, será o ponto de partida para que reconheçam, a grandeza de minha responsabilidade em substituir um homem da envergadura, moral e cívica, do saudoso senador Humberto Lucena.

          Inteligência fulgurante, lealdade aos seus princípios filosóficos, precursor dos ideais democráticos do nosso País. Um pacificador por excelência, sem no entanto deixar de observar em seus sonhos de homem público, o dever de irrestrita solidariedade ao seu partido. Seguir-se-ia um rosário de qualidades, entretanto será o suficiente para sintetizar tudo, dizer a todos aqui presentes: Foi presidente desta Casa por dois mandatos.

          No início do meu pronunciamento, fiz alusões às responsabilidades que pesam sobre meus ombros, e agora, com ênfase, ratifico-as, sobretudo quando procurarei traduzir para esta casa o sentimento do sofrido povo de minha terra.

          E quando nos vem a mente, o grito de necessidade destes sofredores, vítimas da seca, da fome, do desemprego, defende-se como uma das soluções básicas a aprovação e execução do projeto de transposição da águas do rio São Francisco.

          Não restrinjo minha preocupação apenas aos problemas regionais, tenho consciência do dever de ampliá-la aos problemas nacionais, pois o sofrimento do povo brasileiro é genérico. Seria um néscio se não reconhecesse os males e as ocorrências que nos afligem de norte a sul, leste e/a oeste.

          País eminentemente doente, onde grassam: malária, doença de Chagas, esquistossomose, lepra, cólera, tuberculose, dengue e outras patologias de notório e geral conhecimento, em percentuais elevadíssimos, culminando com um índice de mortalidade infantil assustador.

          Com qual tristeza Sr. Presidente, senhoras e senhores senadores, poderíamos traçar um perfil de nossa educação, quando enormes filas de pais e mães de família se agrupam, em busca de um espaço, para que seus filhos amanhã, não sejam ignorantes, podendo levar este país a um caos total.

          Segue-se: desemprego, exploração de mão-de-obra infantil, reforma agrária; este último com mais abrangência, por meio do movimento dos sem terra.

          Friso e chamo a atenção para este movimento, que nos soa como um brado de clamor, implorando, pedindo, e as vezes, forçando, para o apressamento em se atender suas necessidades de sobrevida.

          Hoje um batalhão, mas, amanhã poderá constituir-se em exército, podendo ferir nossas instituições democráticas.

          E agora, senhor Presidente, senhoras e senhores senadores, como sanar essas dificuldades que nos afligem?

          Sendo um neófito nesta casa, aventuro-me a prever que uma decisão política com consciência nacional será a solução.

          Proponho-me firmemente a lutar por estes princípios, atendendo as reivindicações de nossa gente, lembrando que sou um Senador nordestino com visão nacionalista.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB-PB) - Permite-me V. Exª um aparte, Senador Wellington Roberto?

O SR. WELLINGTON ROBERTO (PMDB-PB) - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB-PB) - Gostaria de saudar V. Exª dizendo que não podia esperar-se de um Senador que ocupa o lugar do nosso saudoso Humberto Lucena uma outra posição ou declaração senão esta que acaba de proferir. Solidário a V. Exª, lutaremos por um Brasil cada vez melhor e socialmente mais justo. Juntos, com a Bancada da Paraíba, composta também pelo eminente Senador Ronaldo Cunha Lima, haveremos de auxiliar esta Casa com a nossa parcela de contribuição, na luta por esses ideais que V. Exª acaba de proferir.

O SR. WELLINGTON ROBERTO (PMDB-PB)- Agradeço ao nobre Senador Ney Suassuna pelas suas homenagens. Sensibiliza-me também vê-lo solidário com essa causa.

Muito obrigado.