Discurso no Senado Federal

RATIFICANDO SEU APOIO AO GOVERNADOR MINEIRO, ITAMAR FRANCO, POR OCASIÃO DA DECRETAÇÃO DE MORATORIA.

Autor
José Eduardo Dutra (PT - Partido dos Trabalhadores/SE)
Nome completo: José Eduardo de Barros Dutra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • RATIFICANDO SEU APOIO AO GOVERNADOR MINEIRO, ITAMAR FRANCO, POR OCASIÃO DA DECRETAÇÃO DE MORATORIA.
Publicação
Publicação no DSF de 15/01/1999 - Página 1506
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • REPARAÇÃO, DECLARAÇÃO, AUTORIA, EDISON LOBÃO, SENADOR, IMPUTAÇÃO, ORADOR, CRITICA, ITAMAR FRANCO, GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REFERENCIA, DECRETAÇÃO, MORATORIA, PAGAMENTO, DIVIDA MOBILIARIA, ESTADOS, UNIÃO FEDERAL.

O SR. JOSÉ EDUARDO DUTRA (Bloco/PT-SE. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho adotado uma norma pessoal de conduta: todas as vezes em que vou fazer um pronunciamento referindo-me a pronunciamento anteriormente feito por outro Senador, tenho a preocupação de avisá-lo.  

Ontem, inclusive, tive um debate de alto nível com o Senador Edison Lobão sobre esse mesmo tema que foi objeto agora de debate entre os Senadores Eduardo Suplicy, Francelino Pereira e Hugo Napoleão. Mas, ao chegar ao gabinete, fui informado de que o Senador Edison Lobão havia feito um pronunciamento antes da Ordem do Dia e fui buscar as notas taquigráficas para conhecer o teor. O Senador Edison Lobão criticou pronunciamentos de Senadores de Oposição até com questões com que não concordo, mas não tenho nada a reparar quanto a isso. Mas S. Exª pinçou um trecho final de um pronunciamento que eu havia feito na sexta-feira. E quem não ouviu meu pronunciamento ficou com a impressão totalmente errada do que eu havia dito. O Senador Edison Lobão disse que eu havia chamado o Presidente Itamar Franco de desatinado. S. Exª diz: "Ele é um louco, um demente, um sandeu. Não acredito, e não desejo acreditar, e sei que não é o ex-Presidente Itamar Franco um louco". E mais adiante: "Mas a Oposição que lhe presta solidariedade chama-o de louco, de desatinado".  

Ora, quem assistiu ao meu pronunciamento na sexta-feira observou que fiz uma defesa do Presidente Itamar Franco. Disse inclusive que não era a pessoa mais categorizada, com maior credibilidade, talvez até com a obrigação de fazê-lo. Acho que há outros Senadores nesta Casa com maior competência e obrigação de fazer esse tipo de defesa. E, no final, eu disse que não concordava, de forma alguma, com a maneira como a decisão de Minas Gerais estava sendo passada para a opinião pública, por pessoas do Governo e por setores da Imprensa, no sentido de classificá-la como mais um desatino do ex-Presidente Itamar Franco. Eu disse que aquilo não fazia justiça à história do ex-Presidente, do ex-Governador e não fazia justiça, inclusive, à verdade dos fatos, porque - fiz questão de registrar - matérias da Folha de S. Paulo mostravam que os títulos da dívida brasileira já haviam caído antes da moratória. Finalizei meu pronunciamento dizendo que, se o ex-Presidente Itamar Franco cometeu algum desatino na sua vida pública foi o de ter nomeado Fernando Henrique Cardoso para ser o Ministro da Fazenda.  

O Senador Edison Lobão pinçou essa parte e tentou passar a imagem de que eu teria chamado o ex-Presidente Itamar Franco de desatinado ou de louco, o que não corresponde à verdade.  

Era essa a reparação que queria fazer.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/01/1999 - Página 1506