Discurso no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR GILVAM BORGES, SOBRE A ENTREVISTA DO SR. HELIO JAGUARIBE NA REVISTA VEJA.

Autor
Sebastião Bala Rocha (PDT - Partido Democrático Trabalhista/AP)
Nome completo: Sebastião Ferreira da Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. IMPRENSA.:
  • CONSIDERAÇÕES AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR GILVAM BORGES, SOBRE A ENTREVISTA DO SR. HELIO JAGUARIBE NA REVISTA VEJA.
Publicação
Publicação no DSF de 30/01/1999 - Página 2569
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. IMPRENSA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, FILIAÇÃO, JEFFERSON PERES, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT).
  • REPUDIO, ENTREVISTA, HELIO JAGUARIBE, SOCIOLOGO, CIENTISTA POLITICO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), AGRESSÃO, POVO, REGIÃO AMAZONICA, DESRESPEITO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

O SR. SEBASTIÃO ROCHA (Bloco/PDT-AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero congratular-me com o Senador Jefferson Péres em meu nome pessoal e em nome do meu Partido, PDT, portanto, em nome da Executiva Nacional e da Liderança do Partido nesta Casa, agradecendo o voto de confiança do Senador Jefferson Péres e da Senadora Emilia Fernandes, que me reconduziram à condição de Líder do PDT nesta Casa. Aproveito a oportunidade para saudar o ingresso do Senador no PDT, que representa um importante reforço no nosso Partido nesta Casa. A presença de S. Exª irá engrandecer e enriquecer todos os debates e trabalhos do nosso Partido.  

O segundo ponto que gostaria de abordar é o mesmo tema que o Senador Gilvam Borges acabou de tratar em seu importante pronunciamento. Gostaria de fazer um discurso contundente, refutando essa entrevista do cientista político Hélio Jaguaribe, mas, em função do horário, Sr. Presidente, até agradecendo a benevolência de V. Exª, já que o tempo da sessão está ultrapassado, associo-me ao discurso do Senador, acrescentando pequenas coisas que julgo importante neste momento. Procurarei ser breve e conciso.  

O Sr. Jaguaribe, ao defender essa tese, pratica um ato de eugenia federativa, ou seja, a tese de que devem prevalecer no País apenas os Estados mais fortes e que os Estados pobres, os mais fracos, devem ser eliminados da Federação e até a representatividade dos mesmos deva ser enfraquecida. Atenta o cientista político contra a Constituição Federal, pois, além dos artigos mencionados pelo Senador Gilvam Borges, a Constituição determina que, para os desiguais, o tratamento também deve ser desigual. Querer equiparar, do ponto de vista eqüitativo, do ponto de vista da representatividade, Amapá e Roraima a São Paulo é um "besteirol" falado por um cientista de tão grande renome em nosso País. Ele cometeu esse deslize, que deve ser combatido por nós, da Amazônia, não que tenhamos qualquer preconceito - o preconceito é dele - de nos igualarmos aos nossos povos indígenas, aos nossos irmãos índios, até porque temos sangue índio em nossas veias. Quando cheguei ao Senado, disse que para cá estava vindo um caboclo da Amazônia e que eu queria ser tratado dessa forma. Mas esse preconceito exacerbado que atinge os povos da Amazônia deve ser contestado, combatido e refutado. É por isso que era meu desejo fazer um discurso mais contundente, mais prolongado, mas, em função do tempo, Sr. Presidente, aqui encerro pedindo que o Sr. Hélio Jaguaribe reveja seus conceitos, respeite o povo da Amazônia, e as lideranças políticas do Norte deste País. Que ele visite a Amazônia e conheça o Amapá, Roraima, a gente boa e generosa desta terra e as belezas e riquezas que existem tanto nas florestas, nos rios, como também no subsolo de nossa querida Amazônia.  

Muito obrigado, Sr. Presidente, mais uma vez, por sua benevolência.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/01/1999 - Página 2569