Discurso no Senado Federal

REPUDIO AS DENUNCIAS VEICULADAS PELA IMPRENSA SOBRE O ENVOLVIMENTO DE LIDERES DO PMDB GOIANO NO DESVIO DE VERBAS DA CAIXA ECONOMICA DO ESTADO DE GOIAS.(COMO LIDER)

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE GOIAS (GO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • REPUDIO AS DENUNCIAS VEICULADAS PELA IMPRENSA SOBRE O ENVOLVIMENTO DE LIDERES DO PMDB GOIANO NO DESVIO DE VERBAS DA CAIXA ECONOMICA DO ESTADO DE GOIAS.(COMO LIDER)
Aparteantes
Carlos Bezerra, Edison Lobão, Jader Barbalho, Marluce Pinto.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/1999 - Página 5192
Assunto
Outros > ESTADO DE GOIAS (GO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DENUNCIA, DESVIO, DINHEIRO, CAIXA ECONOMICA ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, ARBITRARIEDADE, PRISÃO, OTONIEL MACHADO, SUPLENTE, SENADOR.
  • DENUNCIA, PERSEGUIÇÃO, POLITICA, ESTADO DE GOIAS (GO), OPOSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).
  • ESCLARECIMENTOS, DESCONHECIMENTO, ORADOR, IRREGULARIDADE, OPERAÇÃO, CAIXA ECONOMICA ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), PAGAMENTO, EX SERVIDOR, CRITICA, MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL, INVESTIGAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, SENADOR.
  • DENUNCIA, EXISTENCIA, INTERESSE PARTICULAR, PROCURADOR, MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, INIMIGO, IRIS REZENDE, SENADOR, FALTA, IMPARCIALIDADE, ASSUNTO, JUSTIÇA.
  • PROTESTO, ACUSAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE GOIAS (GO), ENRIQUECIMENTO ILICITO, ORADOR.
  • DEFESA, GESTÃO, ORADOR, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), REGISTRO, EXISTENCIA, PROCESSO, MINISTERIO PUBLICO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, GOVERNADOR.
  • DENUNCIA, NEPOTISMO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), PREFEITURA MUNICIPAL, CAPITAL DE ESTADO.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, alguns fatos ocorridos em Goiás, nos últimos dias, amplamente divulgados pela Imprensa Nacional devem ter causado perplexidade a todos desta Casa, como também em mim provocou esse mesmo sentimento.

  As denúncias de desvio de dinheiro da extinta Caixa Econômica do Estado de Goiás - Caixego e a arbitrária prisão do suplente de Senador Otoniel Machado são dois acontecimentos que ilustram...

  O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Um momento! Advirto aos funcionários que se retirem e não perturbem os trabalhos da Casa. Será constada a advertência de ambos nas suas folhas de serviço. Perdoe-me, Sr. Senador, e prossiga V. Exª.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

  Como eu dizia, as denúncias e a arbitrária prisão do Suplente de Senador Otoniel Machado são dois acontecimentos que lustram o estado de guerra, de terrorismo e de perseguição política que se instalou em Goiás, desde o último dia 1º de janeiro. São fatos graves que exigem um posicionamento firme do PMDB. Tenho a certeza de que, neste momento, todos os Srs. Senadores e a opinião pública brasileira esperam por um pronunciamento. Como eu disse, desde a primeira vez que assomei a tribuna, não sou homem de meias palavras; minhas intenções e atitudes sempre foram e são transparentes. Abomino a mentira, a injustiça e a dissimulação, fatos hoje corriqueiros no Estado de Goiás. Coragem para enfrentar desafios não me falta, por isso que resolvi ocupar, hoje, a tribuna, para fazer alguns esclarecimentos importantes à Nação brasileira, esclarecimentos do que tem sido noticiado e, principalmente, sobre o que tem sido falado na imprensa.

  Começo por prestar explicações sobre o caso Caixego, que tem sido tratado pela imprensa nacional.

  Confesso que tomei conhecimento desses fatos, através da imprensa, há cerca de dois meses. Não tive nenhuma participação direta ou indireta no processo de negociação de pagamento de direitos trabalhistas dos ex-servidores daquela instituição; muito menos no suposto desvio de dinheiro denunciado pelo Ministério Público Federal. Ao contrário do que tem sido divulgado por alguns jornais e revistas, o caso não aconteceu durante a minha gestão no Governo. Como todos sabem, renunciei ao cargo de Governador em abril do ano passado para disputar as eleições para o Senado. O acerto com ex-servidores da Caixego aconteceu no final do ano, em outubro, quando aliás já estava eleito Senador com 200 mil votos a mais do que o Governador eleito, embora estivesse disputando com cinco e ele apenas com um.

  A comprovação do meu total desconhecimento e da minha não-participação no episódio ficou claramente evidenciada no relatório final do inquérito feito pela Polícia Federal, que investigou exaustivamente esse caso durante os trinta dias. O meu nome sequer foi citado durante todo o processo de investigação, como também não foi citado o nome do ilustre e brilhante Senador Iris Rezende Machado.

  Mas em função de um grampo telefônico, de legalidade duvidoso, onde o Sr. Otoniel Machado fala na hipótese - veja bem - de pedir para que eu conversasse com um dos advogados indiciados, que ele julgava ser meu parente.

  O Ministério Público Federal, em função disso, de ter aventado essa possibilidade em Goiás, já a cargo do Governador daquele Estado, manda abrir uma investigação contra mim e o Senador aqui no Senado e no Supremo Tribunal Federal.

  Observem bem, preocupado com uma situação que envolvia pessoas amigas, o Senador Otoniel apenas aventou a possibilidade de me procurar, para ver a possibilidade de interceder na solução de um problema que - repito - envolvia pessoas do seu círculo de amizades.

  Isso foi suficiente, Sr. Presidente e Srs. Senadores, para que o Chefe do Ministério Público em Goiás, Dr. Hélio Telho, pedisse uma investigação sobre um possível envolvimento meu e do Senador Íris Rezende.

  Em primeiro lugar, afirmo categoricamente que se o Senador Otoniel pensou em me procurar, apenas pensou e não o fez. Em nenhum momento ele me procurou, por telefone ou pessoalmente, para falar deste assunto, muito menos para que eu conversasse com o advogado e com a sua esposa, a quem a imprensa insiste em dizer ser minha sobrinha. E mesmo que ele tivesse feito isso, a minha resposta seria negativa. De forma alguma eu iria imiscuir-me a favor ou contra quem quer que seja num assunto que diz respeito única e exclusivamente à Justiça.

  A propósito, a pessoa em questão não é minha sobrinha, é minha parente sim em terceiro ou quarto grau, para minha alegria e satisfação. E embora eu a queira muito bem, como a seu marido, nunca mantive qualquer tipo de convivência com essas pessoas, principalmente convivência política. Sempre tive uma vida limpa e transparente. Em minha vida pública, em todas as funções que assumi, de vereador estadual, Deputado Federal, Vice-Governador e agora como Senador, sempre procurei trabalhar com austeridade e com rigor.

  O meu sigilo bancário, Sr. Presidente, Srs. Senadores, é quebrado desde que fui candidato ao governo de Goiás. Permaneceu quebrado durante todo o meu governo e continua. Não tenho sigilo bancário - e isso foi por iniciativa minha - até os dias de hoje. Portanto, nada tenho a temer, nada tenho a esconder. Apóio e sempre apoiarei qualquer apuração sobre malversação de recursos públicos. Mesmo com a falta de indícios que me envolva, se o Supremo Tribunal Federal entender ser necessário abrir investigação sobre a minha participação no episódio, não colocarei nenhum obstáculo, ao contrário, estarei pronto a colaborar no que for necessário.

  Da mesma forma, Sr. Presidente, Srs. Senadores, se o Senado Federal também achar necessário criar uma Comissão para acompanhar ou investigar paralelamente o caso não serei eu um entrave e nem causará a mim nenhum constrangimento essa ação. Tenho o maior interesse em que esse caso seja apurado a fundo e esclarecido à sociedade brasileira. Até vou mais longe, Sr. Presidente: peço mesmo ao Senado que entre neste caso. Abro mão da minha imunidade parlamentar, licencio-me, se for o caso, deste Senado, para que se apurem e se elucidem esses fatos lá, em Goiás, e perante o Brasil.

  O que não posso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é apoiar prejulgamentos e ações arbitrárias como o que se viu quando da prisão do Sr. Otoniel Machado na última sexta-feira. É importante o Senado saber como e por que ele foi preso.

  Primeiro, ele foi preso, Sr. Presidente, porque um Juiz Federal em Goiás grampeou os telefones do advogado do Sr. Otoniel Machado, no exercício da sua profissão. Portanto, o Juiz Federal cometeu um crime, pois ele não pode grampear telefone de advogado no exercício da sua profissão. Segundo, Sr. Presidente, Otoniel Machado é um médico, pai de filhas médicas - todas as filhas são médicas e de grande reputação em Goiânia -, todos os seus genros são médicos também de grande reputação nessa cidade, dono de um dos melhores hospitais em Goiás, um homem que já prestou grandes serviços ao Estado e à Nação.

  Sabem V. Exªs como ele foi preso? Um delegado da Polícia Federal, de forma ardilosa, juntamente com o Juiz Federal em Goiânia, pediu que ele comparecesse ao apartamento do seu genro, um médico, para lá ser ouvido. Chegando ao apartamento de seu genro, Dr. Áureo, o Delegado deu-lhe voz de prisão e já o foi levando sem ouvi-lo, Sr. Presidente, Srs. Senadores. Nunca soube que alguém pudesse ser preso - principalmente um suplente de Senador, um médico com os melhores antecedentes - de forma tão arbitrária pela Polícia Federal, sem ser ouvido e sem ser citado numa investigação criminal. Não podemos, portanto, apoiar atos dessa natureza.

  Ele sempre demonstrou disposição de colaborar com a Justiça no processo de investigação e tinha, e tem, o direito constitucional de responder ao processo em liberdade. Tanto é verdade que a Justiça Federal de Brasília corretamente concedeu-lhe habeas corpus na última terça-feira. Como todo cidadão, o Sr. Otoniel Machado tem também direito de defesa, que não lhe foi dado até hoje. Isso mesmo. Pasmem, Srs. Congressistas: o Senador chegou a ser preso sem sequer ter-lhe sido dado o direito de defesa. O Ministério Público Federal em nenhum momento o convocou para ouvir o seu depoimento.

  Abro aqui um parêntese para me reportar a uma denúncia feita anteontem pelo Senador Mauro Miranda: o Procurador do Ministério Público Federal que cuida do caso em Goiás, Dr. Hélio Telho, é um antigo desafeto do Senador Iris Rezende. Quando Iris era prefeito de Goiânia, para viabilizar uma obra de ampliação da principal avenida que corta a cidade, a prefeitura teve que desapropriar várias residências, entre elas a do pai do Procurador Hélio Telho. A partir daí, ele travou com o então prefeito Iris uma intensa batalha judicial, que descambou para ameaças pessoais e uma inimizade nutrida publicamente por sua família até os dias de hoje.

  Sr. Presidente, Srs. Senadores, o discurso do Procurador Dr. Hélio Telho, em Goiás, por ocasião da diplomação dos eleitos, no pleito do ano passado, é uma peça política que nem o principal opositor de Iris Rezende na política seria capaz de construir. São fatos públicos em Goiás, que deixam claro, na pior das hipóteses, a parcialidade do procurador ao conduzir esse caso.

  Vou passar ao Sr. Presidente e aos Srs. Senadores a cópia do discurso desse procurador federal, no dia da nossa diplomação, o que fez com que os nossos deputados federais saíssem do recinto. Foi aí que se iniciou essa perseguição política. A parcialidade ficou clara na condução do caso. Antes sequer de ouvir o Senador, ele já foi julgado, condenado e execrado publicamente, em meu Estado, perante a opinião pública. E, pior que isso, foi preso como se de fato tivesse sido condenado. Esse tipo de ação temos que repudiar, em nome da lei, da ordem e da democracia. Não podemos permitir que ações claramente motivadas por diferenças políticas e pessoais se sobreponham ao direito, à democracia e à própria Constituição Federal.

  Volto a me reportar ao tema inicial de meu discurso: a atitude do Dr. Hélio Telho Filho não é uma ação isolada. O que estamos assistindo hoje em Goiás é a uma ação raivosa e hipócrita de um governo movido pelo ódio, que tenta de todas as formas e com todas as armas manchar a imagem política do PMDB. A prisão do Senador Otoniel não passou de uma tentativa de se criar um fato negativo para prejudicar não apenas a sua imagem, mas a de seu irmão, Senador Iris Rezende, líder político que tanto fez por Goiás e pelo Brasil.

  Sr. Presidente, são ações imundas, levianas, desonestas do Governador que se instalou lá em Goiás. Num outro flanco, tentaram também incriminar o meu ex-Secretário de Comunicação, jornalista sério, humilde, pobre, correto. Um delegado de lá ficou 30 dias execrando esse moço publicamente, alegando que ele tinha assinado não sei quantas mil ordens de pagamento em duplicidade. Pois agora o delegado vem a público e diz que achou uma ordem em duplicidade que não tem a assinatura do meu secretário; mas já destruíram a imagem do moço em Goiás, porque a imprensa nacional, inclusive, disse que houve o desvio de R$1 milhão, durante o meu governo, na Secretaria de Comunicação Social. E eu constantemente pedindo ao Tribunal de Contas para ajudar nessas investigações, porque, Sr. Presidente, Srs. Senadores, o meu discurso de posse está lá. Está gravado e está na mente de todos os goianos: pedi ao Tribunal de Contas do Estado que fosse rigoroso com o meu governo, que investigasse todas as denúncias, que fiscalizasse o meu governo. Aparelhei o Ministério Público, está lá, Sr. Presidente, colocando computadores onde eles me pediam, para que eles ajudassem a fiscalizar o meu governo. Porque eu queria, como fiz, um governo sério, honesto, onde ninguém encontrasse nenhum ato que o desabonasse.

  Eles partiram contra o meu Secretário de Comunicação Social. Esse delegado da polícia servil, e não da Polícia Civil, hoje, lá em Goiás - da polícia servil mesmo! -, está fazendo verdadeiros absurdos. E outra coisa: não ouviram o secretário, Sr. Presidente! Não ouviram, embora ele quisesse ser ouvido, embora ele pedisse a quebra do seu sigilo bancário, embora ele não tivesse negado as assinaturas nas ordens de pagamento. E o delegado mandou fazer exame grafotécnico, mesmo ele dizendo que não precisava, porque as assinaturas eram dele. Mas o delegado mandou fazer o exame, para ficar fazendo estardalhaço. E não havia nada, e não há nada. Para se ver o que está acontecendo, hoje, em Goiás.

  Parece absurdo - vou dizer para os Senhores e, se eu estiver falando uma inverdade, podem me condenar e me censurar -, mas esse Governador, em dois meses, foi três vezes à minha cidade natal, Jataí, para fazer fofoca, para dizer que eu tinha comprado uma fazenda de 5 mil alqueires em Mato Grosso, para dizer que eu tinha roubado isso ou aquilo.

  Eu disse para o Governador que eu passava uma procuração para o MST ir lá e tomar conta dessa fazenda. Digo mais, Sr. Governador: quem encontrar um tijolo - não uma fazenda - a mais do que eu tinha quando entrei no Governo é dono, dou uma procuração para quem encontrar. Desafio o Ministério Público, a Justiça, a imprensa, qualquer brasileiro, a encontrar um só tijolo na minha vida, além do que eu já tinha quando Governador, o que é muito pouco para um homem que tem 22 anos de vida pública.

  Ele foi lá para lançar mão desses argumentos. Um indivíduo que não tem postura, nunca foi e nunca vai ser estadista, que veste colete à prova de bala, mistura-se com a polícia e vai dar blitz na rua - ele fez isso. É esse o Governador do meu Estado: está espalhando ódio à vindita, um homem que não tem a menor postura de estadista, execrando pessoas publicamente, sem julgamento, sem ouvi-las. Isso é que é pior, Srs. Senadores.

  Procurem, no inquérito, se existe a palavra do ex-Senador Otoniel Machado e do meu Secretário de Comunicação Social, Gean Carvalho. Não, mas já foram condenados, já foram execrados, as famílias já sofreram o que V. Exªs não podem imaginar. Nem na pior época da ditadura isso aconteceu. Governei Goiás com amor, com solidariedade, com trabalho, com honestidade. Trabalhei num Estado em que havia paz o tempo inteiro, que atendeu o pobre, o humilde, o faminto, o deserdado da sorte, o aidético, o canceroso; o mais desprotegido da sociedade foi assistido por meu Governo. Quem quiser, pode verificar. E, agora, enfrentar todo tipo de calúnia mentirosa e irresponsável pelo Governo do PSDB é demais!

  Ouçam isso, Sr. Presidente, Srs. Senadores, e estão aqui dois Deputados Federais do meu Partido, de Goiás: o Governador ameaçou prender dois Deputados Federais de Goiás. Um deles, a esposa do queridíssimo e saudoso Senador Onofre Quinan, sob a alegação de que ela devia R$70 milhões em impostos ao Estado. Uma pessoa honesta, a quem quero bem. Teve dificuldades em sua empresa e ainda as tem. Pois bem, o Governador atacou, falou que iria prendê-la. Sabe o que fizeram? S. Exª conversou com a Deputada, filiou-a ao PSDB, chamou banda de música, soltou foguetório no Palácio e, de uma hora para outra, de demoníaca passou a santa.

  Fez acusações ao meu Governo com relação à Celg, presidida por sete anos pelo Deputado Federal José Francisco das Neves, o Juquinha. Disse que havia corrupção na Celg e que iria prender os culpados, mas sabem o que o Governador fez? Filiou o Deputado Federal ao PSDB, levou-o para o Palácio, levou banda de música, soltou foguetório e, de repente, também, de demônio passou a santo.

  Olhem o quanto é hipócrita esse Governador! Isto é atitude de Governador: falar em prender dois Deputados Federais e, depois, filiá-los ao seu Partido? Isso é ser estadista?

  E o episódio da Assembléia, onde o PMDB tinha 27 Deputados Estaduais e o Governador fez o que quis e foi denunciado pela Rádio K do Brasil, em Goiânia, por compra de votos? Isso não sou eu quem estou dizendo, porque não quero cometer o crime que S. Exª está cometendo, de acusar sem provar. A rádio, sim, desafiou o Governador e afirmou que houve compra de votos. Isso deve ser verdade, pois S. Exª não deixou que os Deputados aprovassem a CPI da compra de votos em Goiás, e elegeu o Presidente da CPI.

  O Governador está fazendo os maiores desatinos em Goiás e, com a maior hipocrisia, vem condenar os demais.

  Mas eu falava na fazenda que S. Exª diz que comprei em Mato Grosso. Pasmem, Srs. Senadores: a família dele é quem comprou e agora está querendo vender para o INCRA por um preço maior! Não é acusação, Sr. Presidente. Esse fato faz parte de um processo no Ministério Público, parado desde que o Governador assumiu o Governo.

  O Prefeito de Itapaci - não sou eu também que afirmo, o processo está no Ministério Público - deixou de construir uma escola naquele Município, com dinheiro do Ministério da Educação, porque o atual Governador, quando era Deputado Federal, exigiu que o Prefeito lhe passasse 20% ou 30% dos recursos em dinheiro. O Prefeito fala por onde passou, a pasta que estava com o Deputado - hoje Governador -, o hotel em que ele estava e o que ele fez do dinheiro. O Ministério Público colocou uma pedra e esse processo não anda mais em Goiás.

  De forma que o que está acontecendo em Goiás é uma hipocrisia sem limites. Os homens desonestos que se instalaram no poder em Goiás querem mostrar que o PMDB é que é desonesto e que eles são honestos.

  Cinco ex-Governadores, que estavam e estão com eles, possuem uma pensão milionária de R$18 mil cada um por mês. O Sr. Otávio Laje, Leonino Caiado, milionários ex-Governadores, criaram uma pensão de R$18mil, valor do salário do Presidente do Tribunal, incluídas as gratificações.

  Sofri pedido de intervenção em Goiás porque não paguei e não pagaria nunca essa pensão imunda, conseguida na calada da noite pelo ex-Governador Otávio Laje. Por isso, todos são revoltados conosco para massacrar Íris, Maguito, custe o que custar. Agora, quero deixar bem claro aqui...

  O Sr. Edison Lobão (PFL-MA) - Permite-me V. Exª um aparte?

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Ouço V. Exª com muito prazer.

  O Sr. Edison Lobão (PFL-MA) - Não desejo tomar o tempo de V. Exª, mas não posso, contudo, deixar de interferir neste momento para dizer que o depoimento que V. Exª faz no plenário do Senado da República é uma manifestação na qual podemos acreditar. V. Exª transmite, com emoção, a sua verdade. E acredito nela. Conheço V. Exª há pouco tempo, Senador Maguito Vilela, mas sei que sua história no Estado de Goiás é a do bom governante, do estadista, do homem correto que procurou exercer a sua função de Governador de Estado, visando atender aos mais legítimos e melhores interesses da sociedade. Quanto ao Senador Iris Rezende, tenho a dizer que é uma pessoa conhecida nossa, encantadora, adorável e que está sofrendo intimamente. Sei disso porque tenho estado em contato com S. Exª e sei o quanto tem sofrido por conta dessa perseguição inominável de que está sendo vítima tanto ele quanto o seu irmão, o Senador Otoniel Machado, e toda a sua família. Receba V. Exª, assim como o Senador Iris Rezende, a minha mais completa solidariedade.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Muito obrigado, nobre Senador Edison Lobão.

  Gostaria ainda de dizer, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, porque é importante - antes, porém, gostaria de declarar que, se for comprovada alguma mentira minha, renuncio ao meu mandato de Senador -, que o primeiro ato desse Governador foi reunir toda a imprensa goiana, através de uma cadeia de rádio e televisão, para dizer que não iria cumprir certos compromissos, porque o Governador Maguito Vilela havia endividado Goiás, dobrando sua dívida, o que não é verdade.

  Sr. Presidente, a dívida do Estado de Goiás dobrou realmente, mas eu não o endividei em nenhum centavo, pelo contrário, paguei R$1 bilhão de dívidas. O Sr. Marconi Perilo, Governador do Estado, foi à televisão dizer que eu utilizei mal esses recursos e é, por isso, que a dívida do Estado dobrou. Vejam só a maldade de um Governador! Vejam só a hipocrisia de um Governador! Gostaria que S. Exª me desmentisse dessas afirmações que estou fazendo.

  O Sr. Jader Barbalho (PMDB-PA) - Permite-me V. Exª um aparte, nobre Senador Maguito Vilela?

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Com muito prazer, ouço o aparte do meu Líder, Senador Jader Barbalho.

  O Sr. Jader Barbalho (PMDB-PA) - Senador Maguito Vilela, quero emprestar a minha solidariedade a V. Exª, que já foi julgado pelo povo goiano nas últimas eleições. V. Exª, em seu mandato, foi considerado o Governador com o melhor índice de aprovação no Brasil. Cumprimento-o também porque, apesar da justa indignação de que está possuído - é natural, V. Exª sofre um dano de imagem, bem como o nosso ilustre e querido Colega Iris Rezende -, mantém-se equilibrado. V. Exª, apesar da indignação, não se recusa a ser submetido a qualquer apuração. V. Exª, como os homens de bem deste País, recusa-se a ser condenado por antecipação. E, aliás, há exemplos recentes. O ex-Ministro da Saúde, Alceni Guerra, hoje, Prefeito da cidade de Pato Branco, foi julgado por antecipação no episódio das bicicletas e guarda-chuvas. Execrado publicamente, execrado noite e dia para, ao final, depois de marginalizado e afastado da vida pública, os Tribunais e o Tribunal de Contas da União darem a S. Exª. quitação. S. Exª agora retorna à vida pública como prefeito de sua cidade. O ex- Ministro Ibrahim Abi-Ackel, hoje Deputado Federal, foi execrado também e condenado publicamente. Retornou ao Congresso Nacional, mas purgou uma condenação por antecipação. V. Exª age com serenidade. Que se apure! Que se dê oportunidade às pessoas de simplesmente terem a chance de depor! Que se faça um julgamento com base na lei, mas que não se condene a priori! É o que está acontecendo no caso de Goiás. Tive acesso ao despacho do juiz que decretou a prisão preventiva. Fiquei horrorizado! Sr. Presidente, está escrito lá que um dos motivos da prisão do Dr. Otoniel Machado é a obstrução da Justiça. E sabe o que o juiz alega? Que o Dr. Otoniel Machado conseguiu que um Presidente de um Tribunal Superior no Brasil subtraísse documentos essenciais da Procuradoria Federal em Goiás. Mas que ele, juiz - está escrito entre parênteses -, não declinaria o nome nem o Tribunal para não comprometer a imagem do Poder Judiciário. Veja a irresponsabilidade! Depois disso, não sei se foi o Dr. Celso de Mello, Presidente do Supremo Tribunal Federal, quem surrupiou do Ministério Público, em Goiânia, o que ele alega para decretar. Não sei se foi o Dr. Antônio de Pádua Ribeiro, Presidente do Superior Tribunal de Justiça, que subtraiu e surrupiou os documentos. V. Exª. tem razão na indignação. O PMDB não deseja, em absoluto, obstruir a apuração de nenhuma denúncia. Que se faça a apuração! O que o PMDB não pode permitir é que a Justiça seja partidarizada em seu Estado ou em qualquer parte deste País e que antes que haja a apuração devida as pessoas sejam condenadas, execradas. Cumprimento V. Exª. pelo equilíbrio. Inclusive, sei que a genitora de V. Exª. teve um acidente vascular cerebral. Posso imaginar todas as conseqüências, todos os danos irreparáveis, mas o seu partido nesta Casa, pela minha voz - e sei que é esse o sentimento dos demais companheiros, como foi há pouco do Líder do PFL - comunga com V. Exª. nessa indignação. Que seja feita a apuração, mas que não se condene; e, acima de tudo, seja proclamada a irresponsabilidade. Creio que o Poder Judiciário, que vem sendo questionado, tinha a obrigação, assim também os presidentes dos tribunais superiores deste País, de interpelar esse juiz irresponsável que ao decretar a prisão de uma pessoa do seu Estado mancha definitivamente, definitivamente não - equivoco-me - tenta manchar pela sua irresponsabilidade o conceito dos presidentes dos tribunais superiores no Brasil.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Sr. Presidente, agradeço muito o aparte do Líder Jader Barbalho, que está acompanhando atentamente esse desenrolar. E, realmente, tem razão. Todos os Presidentes estão sob suspeição depois do que escreveu o Procurador Federal em Goiás.

  O Sr. Jader Barbalho (PMDB-PA) - E o juiz.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Exato!

  O Sr. Carlos Bezerra (PMDB-MT) - Permite-me V. Exª um aparte?

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Pois não, com muito prazer, ouço o Senador Carlos Bezerra.

  O Sr. Carlos Bezerra (PMDB-MT) - Senador Maguito Vilela, em primeiro lugar, quero dizer que nosso partido o PMDB se orgulha do grande trabalho que V. Exª fez em Goiás como Governador. Governou com o programa do partido, com a ótica do partido. Fez um trabalho social imenso que deu a V. Exª o maior índice de popularidade de todos os governadores do Brasil. Nós somos vizinhos, acompanhei de perto esse trabalho. E quero estar solidário com V. Exª e com o ex-Governador nosso colega Senador Iris Rezende. Goiás deve muito ao Iris Rezende. O Estado de Goiás, considero eu, que sou vizinho, tem duas histórias: antes de Iris Rezende e depois de Iris Rezende, que rompeu e derrubou uma oligarquia que se locupletou daquele Estado por muitos e muitos anos. Derrubou e derrotou essa oligarquia e fez mudanças essenciais para o futuro de Goiás. Hoje é um Estado moderno; é um dos líderes na produção do hortifrutigranjeiro, na produção de leite e na agro-indústria; tem um dos maiores índices de saneamento nas cidades e nos povoados. É um Estado totalmente eletrificado; há eletrificação rural e rodovias pavimentadas em todos os cantos de Goiás. Considero Goiás um Estado pronto, com a visão de futuro de Iris Rezende e de toda a equipe do nosso partido que vêm governando, durante tantos anos, com resultados fantásticos não só para Goiás mas também para toda a nossa Região Centro-Oeste. Vejo isso com tristeza. Em Mato Grosso, Senador, ocorre o mesmo: o Governador ganhou a eleição e se esqueceu de governar o Estado. A missão de S. Exª, agora, é destruir o PMDB e nos perseguir. Ele e os seus asseclas fazem isso 24 horas por dia. Mas, nobre Senador Maguito Vilela, meu pai, que era um nordestino, semi-analfabeto, mas muito inteligente, e repentista, me dizia quando eu era menino: “Meu filho, ninguém destrói ninguém. Você pode se destruir se você errar ou se você falhar. Se você cometer um erro você se destrói, mas, se você estiver correto, ninguém vai destruí-lo.” Portanto, estou tranqüilo e acho que V. Exª pode ficar tranqüilo. Podem fazer a investigação que quiserem, em que quiserem: tenho certeza que tanto V. Exª quanto o nobre Senador Iris Rezende e o Dr. Otoniel Machado, que foi nosso colega, estarão imunes a qualquer punição porque são inocentes. Deixo aqui a solidariedade do PMDB do Mato Grosso, dos companheiros de Mato Grosso a V. Exª e ao Senador Iris Resende. Estamos acompanhando os fatos, queremos que seja feita a Justiça e que esses embusteiros sejam definitivamente desmascarados. Muito obrigado.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Agradeço muito a colaboração, a intervenção e o testemunho de V. Exª.

  Sr. Presidente, gostaria de concluir dizendo que o dinheiro usado na operação “Compra de votos na Assembléia Legislativa de Goiás”, denunciada pela Rádio K do Brasil, teria passado pela conta de uma empresa de telefonia de um secretário do atual Governador, como também teriam passado pela mesma conta, segundo a mesma denúncia, feita pelo jornalista Jorge Cajuru, milhões de reais usados irregularmente em sua milionária campanha ao Governo de Goiás.

  Não vou aqui fazer denúncias levianas, infundadas, mas quero anunciar a V. Exª, ao Senado e ao Brasil que rapidamente o povo brasileiro vai saber de onde saíram os milhões e milhões de reais que foram para a campanha do Sr. Marconi Perillo. Quem levou esse dinheiro? Qual foi a empresa que intermediou esse dinheiro?: Não vou antecipar nada levianamente, mas estou chegando lá, Sr. Presidente, Srs. Senadores, e a máscara dele haverá de cair perante toda a sociedade brasileira. E para que não venham dizer que estou aqui levantando denúncias falsas ou levianas, como as que eles tentam perpetrar, eu quero fazer um desafio público ao Governador de Goiás, Marconi Perillo: já tenho o meu sigilo bancário aberto, abro mão da minha imunidade parlamentar, licencio-me do Senado se ele provar um milímetro de corrupção na minha vida, na vida dos meus pais e dos meus irmãos ou dos meus familiares; renuncio, no dia seguinte, à minha cadeira de Senador; e se ele não provar, Sr. Presidente, ou se ficar provada qualquer desonestidade dele ou qualquer coisa, que ele faça o mesmo, que ele tenha a dignidade de dizer ao povo goiano que ele mentiu e que por isso renuncia ao Governo de Goiás.

  Está feito o desafio ao Sr. Governador de Goiás, que tem, hoje, a Polícia nas mãos, que tem a Justiça ao seu lado na Cidade de Goiânia, no Estado de Goiás; ele tem todos os mecanismos para investigar a minha vida dos pés à cabeça, do dedão do pé à raiz dos cabelos, e se ele encontrar - não no Governo, mas durante os 22 anos da minha atuação política - um tijolo fruto de corrupção, renuncio ao meu mandato de Senador. Vou ver se ele tem a dignidade de fazer o mesmo lá em Goiás, hoje. Se ele não estiver mentindo ao povo, que endividei o Estado, que dobrei a dívida do Estado; se ele não estiver mentindo sobre as acusações levianas que tem feito, vou ver se ele tem coragem de fazer o mesmo. Ele e o Sr. Nion Albernaz, do PSDB, Prefeito de Goiânia, não vão perder por esperar. Faço esse mesmo desafio ao Prefeito de Goiânia, professor de escola pública há alguns anos, que, depois de 3 mandatos à frente da Prefeitura de Goiânia, detém, hoje, uma das maiores fortunas do Estado.

  Não sou eu que estou dizendo. No Ministério Público de Goiás também há a tentativa de quebrar o sigilo bancário do laranja João Abadio, do Prefeito de Goiânia, que tenta por obstáculos na ação da Justiça. Se se quebrar o sigilo bancário desse Sr. Abadio, vai-se comprovar onde o Prefeito de Goiânia tem feito lavagem do seu dinheiro. De forma que faço esse mesmo desafio ao Prefeito, que também vive conversando, levianamente, em Goiânia. Se encontrar qualquer coisa em minha vida, - e se for provado, agora mesmo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

  A Justiça paralisou uma licitação que ele estava fazendo, de uma empresa no Ceará, empresa com responsável técnico falso, empresa de reputação duvidosa, que iria dar um prejuízo de mais de R$50 milhões aos cofres públicos de Goiânia, com a instalação de lombadas eletrônicas e outros instrumentos mais.

  De forma, que para finalizar, Sr. Presidente, gostaria...

  A Srª Marluce Pinto (PMDB-RR) - V. Exª me concede um aparte?

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Com muito prazer.

  O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Peço à nobre Senadora que seja breve, levando em conta que o tempo da sessão já está esgotado.

  A Srª Marluce Pinto (PMDB-RR) - Serei bastante breve, Sr. Presidente. Nobre Senador Maguito Vilela, lamento não haver acompanhado todo o seu pronunciamento. Não pude fazê-lo porque estava participando de votação na Comissão. Conheço a vida pública de V. Exª e do Senador Iris Rezende e tenho certeza de que jamais envergonhariam o País, o povo de Goiânia e muito menos o nosso Partido. Nós nos orgulhamos de V. Exªs não só porque são homens trabalhadores que engrandeceram o Estado de Goiás, como também porque a conduta ilibada de V. Exªs é reconhecida por todos. Nós políticos temos muita segurança do que fazemos, mas infelizmente existem pessoas inescrupulosas que querem manchar nosso nome e envergonhar nossa família. Nesses casos, o que mais me preocupa são os filhos dos políticos caluniados. Acompanhei de perto o sofrimento da família do ex-Ministro Alceni Guerra. As crianças não tinham condições de freqüentar o colégio aqui, porque os colegas, na sua infantilidade, ficavam falando do pai delas. A família mandou-as para seu Estado de origem, mas lá aconteceu a mesma coisa. Quero dizer a V. Exª, Senador Maguito, que jamais vamos nos envergonhar de qualquer notícia que saia com referência a Iris Rezende e Maguito Vilela. Contem com nosso apoio sempre.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Muito obrigado pela intervenção de V. Exª.

  O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Senador Maguito Vilela, pode estar certo de que dezenas de Parlamentares gostariam de apartear V. Exª, certamente para apoiá-lo, mas, como o tempo da sessão já esgotou, peço a V. Exª que conclua seu pronunciamento e aos demais Senadores que deixem os apartes para outra oportunidade.

  O SR. MAGUITO VILELA (PMDB-GO) - Sim, Sr. Presidente. 

  Para finalizar, quero dizer que o atual Governador foi eleito sob a alegação de que em Goiás havia uma “familiocracia”.

  Hoje, Sr. Presidente, Srs. Senadores, é que existe, sim, uma verdadeira “familiocracia” em Goiás. Os Albernazes foram colocados no Governo, os “Perillos” foram colocados na Prefeitura. Isto não é denúncia leviana também não. Peguem o Diário Oficial de Goiás e vejam se todos os parentes não estão empregados no Governo de Goiás, na Assembléia Legislativa e na Prefeitura de Goiânia.

  Sr. Presidente, mais uma vez manifesto a minha disposição de colaborar com o rápido esclarecimento dos fatos que envolvem o PMDB goiano, mas exijo transparência e isenção nas investigações.

  Não podemos permitir que pessoas de bem, num momento de inteira liberdade democrática, possam ser vítimas de arbitrariedades só vistas em tempos bastante longínquos.

  Reitero a minha disposição de realizar nesta Casa um trabalho ético e honesto, que possa honrar e dignificar o povo goiano e o povo brasileiro, como fiz em toda a minha vida política.

  Quero, Senadora, fazer um comentário, porque acho, Sr. Presidente, Srs. Senadores, muito sério o que V. Exª mostrou. Os pais e os filhos sofrem terrivelmente. Quando o indivíduo tem culpa, paciência! Mas colocar pais e filhos para sofrerem terrivelmente sem culpa é uma irresponsabilidade sem tamanho, sem limites.

  Fiz um desafio aqui com relação a mim próprio. O meu pai tem 95 anos, é aposentado, recebe um salário mínimo na zona rural e a sua vida pode ser investigada também, durante os noventa e cinco anos.

  Era o que eu tinha a dizer.

  Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/1999 - Página 5192