Discurso no Senado Federal

ENCONTRO DOS PRODUTORES DE ALGODÃO, REALIZADO EM BRASILIA, PARA DISCUTIR A SITUAÇÃO DO SETOR. (COMO LIDER)

Autor
Jonas Pinheiro (PFL - Partido da Frente Liberal/MT)
Nome completo: Jonas Pinheiro da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • ENCONTRO DOS PRODUTORES DE ALGODÃO, REALIZADO EM BRASILIA, PARA DISCUTIR A SITUAÇÃO DO SETOR. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 09/04/1999 - Página 7677
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, REALIZAÇÃO, ENCONTRO, PRODUTOR, ALGODÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), DISCUSSÃO, PROBLEMA, FINANCIAMENTO AGRICOLA, IMPORTAÇÃO, CUSTO DE PRODUÇÃO, PRODUTO AGRICOLA, NECESSIDADE, PROTEÇÃO, PRODUTO NACIONAL.

O SR. JONAS PINHEIRO (PFL-MT. Como Líder.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna, neste momento, com a permissão do meu Partido, o PFL, para dar ciência ao Senado, ao Congresso Nacional e ao País, com grande preocupação, do encontro dos produtores de algodão, que está sendo realizado, durante três dias, aqui em Brasília. Nele estão reunidos mais de 60% dos produtores de algodão do país. Em 1992, a extensão da cultura do algodão, no Brasil, era de 1.940 hectares. Posteriormente, essa cultura baixou para 500 mil hectares. Hoje, para esta safra, são 743 mil hectares plantados, com tecnologia adequada e com uma produção prevista de 450 mil toneladas de algodão em pluma. Mesmo assim, o Brasil precisará importar, para atender ao seu parque industrial, mais 350 mil toneladas de algodão em pluma.  

A preocupação do setor é exatamente esta: se o Brasil não tiver um cuidado todo especial com essa importação, poderemos ter novamente uma derrocada no plantio do algodão em nosso País, como aconteceu a partir daquela data de1992.  

Outro assunto muito discutido, Sr. Presidente e Srs. Senadores, refere-se ao financiamento agrícola para a cultura do algodão. O financiamento para o plantio do algodão foi feito pelas empresas específicas do ramo. O algodão no Brasil tem um preço que não podemos dizer tratar-se de um preço mínimo ou de um preço oficial e, sim, de um preço único: R$24,50 a arroba.  

Antes da queda da nossa moeda em relação ao dólar, o custo de produção da arroba de algodão era de R$19,00. Hoje, após a queda do Real, o custo dessa mesma arroba é de R$30,00. Como é possível ter um custo de produção de R$ 30,00 a arroba - no caso, a lavoura de algodão - e vendê-la a R$24,50? Daí, a preocupação dos produtores de algodão de que decorre se importem aquelas 350 mil toneladas de algodão em pluma sem que se proteja o algodão nacional.  

Falo isso diante do Senador José Alencar, um dos maiores representantes da indústria de algodão do nosso País. E essa preocupação se refere também ao fato de o Governo não estabelecer condições para que os produtores possam suprir o déficit que estão tendo com o plantio do algodão. Pode-se dizer que o algodão já está plantado. Sim, está plantado, mas não está pago. O custo de produção foi financiado para pagamento na safra e em dólar.  

Portanto, registro aqui a minha preocupação e isso também é o motivo da realização desse encontro em Brasília para discutir o problema. Espero que dele resulte uma solução para que a cotonicultura no País não venha a perecer como já aconteceu nesta década.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/04/1999 - Página 7677