Discurso no Congresso Nacional

HOMENAGEM A MEMORIA DO DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES, PELO TRANSCURSO DE UM ANO DE SEU FALECIMENTO.

Autor
Arlindo Porto (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MG)
Nome completo: Arlindo Porto Neto
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A MEMORIA DO DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES, PELO TRANSCURSO DE UM ANO DE SEU FALECIMENTO.
Publicação
Publicação no DCN de 29/04/1999 - Página 4243
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, LUIS EDUARDO MAGALHÃES, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DA BAHIA (BA), EX PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS.

O SR. ARLINDO PORTO (PTB-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente do Congresso, Senador Antonio Carlos Magalhães, Sr. Vice-Presidente da República, Dr. Marco Maciel, Sr. Presidente da Câmara, Deputado Michel Temer, srs. membros do corpo diplomático, Srs. Ministros, familiares do saudoso Luís Eduardo Magalhães, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores:

A grandeza do vulto político e humano de Luís Eduardo Magalhães impõe, neste momento, a expressão de nosso testemunho pessoal, a manifestação do Partido Trabalhista Brasileiro e a demonstração do Estado de Minas Gerais, que represento no Senado da República, do respeito e da admiração a um dos mais brilhantes homens públicos do Brasil, ímpar entre os de sua geração.

Não se trata de uma imposição protocolar, mas do preito sincero àquele que se destacou entre os seus pares no mais lídimo exercício da política, em seu maior e melhor sentido. Com absoluto senso de responsabilidade e de realidade, praticou a “arte do possível”, em busca da utopia, da realização dos sonhos de um povo de conquista da justiça e do bem-estar em sociedade, objetivos inatingíveis sem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento constante da democracia.

Na persecução desses objetivos, sempre houve-se com honradez, elegância e eficácia, conciliando com denodo o interesse implícito do político em busca do poder e o atendimento aos interesses da sociedade, por intermédio de sua multifacetada representação política.

Pouco se pode acrescentar sobre a figura de Luís Eduardo depois de tão brilhantes depoimentos já hoje registrados nesta sessão, impregnada da dolorida lembrança de sua ausência, do reconhecimento ao seu papel e mesmo à certeza sobre o futuro que o esperava, não lhe tivesse o destino ceifado tão precocemente a vida.

Já há um ano órfã da presença de Luís Eduardo, a vida política brasileira está mais pobre. Certamente, no entanto, foi fertilizada pelo seu exemplo de persistente e humilde conciliador, de hábil articulador, de criativo inventor de soluções e descobridor de caminhos que contribuíram para a evolução e o aperfeiçoamento de nossas instituições democráticas ainda frágeis e deficientes, mas, sem dúvida, com promissores horizontes, desde que, a cada dia mais e mais, prospere o exemplo de vida daquele que foi um dos mais ilustres entre os grandes nomes que a Bahia doou à vida pública brasileira.

A partida de Luís Eduardo Magalhães pesa, mais do que sobre todos nós, no coração do pai, nosso ilustre e brilhante Presidente Antonio Carlos Magalhães. A seus familiares e a ele os nossos cumprimentos. Que S. Exª seja o depositário de nossas homenagens, insuficiente compensação não só pela perda, mas pelo fato de que, agora, tem sobre os ombros muitas das obrigações, compromissos e sonhos do filho querido.

Homenagens merecidamente se espalham por todo o Brasil, onde Luís Eduardo Magalhães já empresta seu nome a inúmeros logradouros e obras públicas. Mas não haverá nenhuma homenagem maior que aquela a ser desempenhada pelos seus pares, por tantos quantos se julguem no desempenho da vocação política, da representação da vontade popular e da tarefa de buscar a felicidade e o bem-estar do nosso povo.

Essa homenagem maior tem sido e há de ser a frutificação de seu exemplo, o espelhar-se nas palavras, nos princípios e no exercício da política com a tenacidade e objetividade de Luís Eduardo; na lembrança de seu estilo que tão bem unia a firmeza de propósitos e objetivos à flexibilidade e habilidade na sua consecução.

Para finalizar a manifestação que faço, Sr. Presidente, pouco poderia acrescentar ao que já foi dito nesta homenagem a Luís Eduardo Magalhães. Portanto, associo-me e reitero tudo quanto já foi expresso em tantos e tão brilhantes testemunhos e avaliações aqui exarados, concluindo, porém, com o destaque a uma das qualidades que nós, mineiros, mais prezamos no exercício da política: a lealdade - lealdade que Luís Eduardo Magalhães não restringia somente aos correligionários, mas com a qual também os adversários podiam contar. Um adversário que não cultivou nem admitia o ódio, mas vivia e pregava o entendimento, a conciliação, a busca de objetivos comuns que favorecessem a sociedade e o Brasil. É esta a imagem e o exemplo que nos deixa Luís Eduardo Magalhães e que nos cabe perpetuar como arquétipo, como modelo.

Muito obrigado. (Palmas)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 29/04/1999 - Página 4243