Pronunciamento de João Alberto Souza em 08/09/1999
Discurso no Senado Federal
TRANSCURSO DOS 387 ANOS DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUIZ, NO ESTADO DO MARANHÃO.
- Autor
- João Alberto Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
- Nome completo: João Alberto de Souza
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- TRANSCURSO DOS 387 ANOS DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUIZ, NO ESTADO DO MARANHÃO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/09/1999 - Página 23479
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO MARANHÃO (MA), REITERAÇÃO, COMPROMISSO, ORADOR, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO, AMBITO ESTADUAL.
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, nesta data de 8 de setembro, a cidade de São Luís comemora 387 anos de existência.
Não posso esconder minha alegria, nem calar enquanto o povo ludovicense festeja com entusiasmo o aniversário de sua cidade. São 387 anos de história, feita pela gente que chegou às terras habitadas pelos índios Tupinambás, dando início, juntamente com estes, a uma caminhada diferente, marcada, como toda caminhada humana, por glórias e sofrimentos.
Em 8 de setembro de 1612, os franceses Daniel de La Touche e François de Rasily estabeleceram-se na hoje ilha de São Luís, que os índios denominavam Upaon-açu. Imediatamente, em homenagem a Luís XVII, então rei da França, deram início à construção do forte São Luís, sobre cujos alicerces hoje se ergue o Palácio dos Leões, de estilo neoclássico, construído em 1926 e que abrigou a sede do Governo do Estado por várias décadas.
Falei de glórias. Foi de glória e vitórias o período em que os franceses lá puderam plantar a semente de sua cultura. Foi glória para os portugueses a expulsão dos franceses em 1615, e dos holandeses em 1644. Foi e continua sendo de glória a assunção pelos maranhenses da tarefa, ainda inacabada, de construir uma grande capital para um grande povo, o povo do Estado do Maranhão.
Foi de glória a construção de monumentos como a Igreja da Sé, em 1713, do teatro Arthur de Azevedo, em 1817, a conservação do sobrado colonial de Aluízio de Azevedo.
Falei também de sofrimento, cruel outrora, particularmente o perpetrado contra os índios e os negros escravizados, sofrimento energicamente reprovado pelo grande Padre Antônio Vieira em registros dolorosos como este: "Que teologia há ou pode haver que justifique a desumanidade e sevícia dos exorbitantes castigos com que os escravos são maltratados? Maltratados, disse, mas é muito curta esta palavra para a significação do que encerra ou encobre. Tiranizados devera dizer, ou martirizados, porque ferem os miseráveis, pingados, lacrados, retalhados, salmourados; e outros excessos maiores, que calo, mais merecem o nome de martírio que de castigo".
Com essa citação, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero render minha homenagem, sentida, de profunda reverência, àquelas pessoas cujas dores constituíram e constituem a argamassa indelével que mantém sólida e desenvolve a civilização plantada em São Luís e no Estado do Maranhão. A autenticidade da alegria de hoje funda-se no conhecimento e no respeito pela história passada, feita por aqueles que nos precederam. É uma alegria responsável porque projeta para o futuro, sem desconhecer as mazelas do passado, porque caminha para horizontes novos, para um cidade em que todos tenham direitos e deveres iguais, porque tudo obra de todos, porque todos têm consciência do que pode e deve ser feito.
Graças à aprendizagem adquirida de sua história, ao trabalho dos maranhenses de ontem e dos maranhenses de hoje, São Luís é outra. Parafraseando meu amigo e escritor Ivan Sarney, São Luís caracteriza-se por uma "dimensão evocativa, no conteúdo das lembranças, das recordações", atualizado pelo anúncio constante de obras do Município e obras do Estado, em beneficio de sua população.
São Luís padece hoje dos mesmos problemas que sacrificam as grandes metrópoles. Porém, caminha sob o comando da Governadora Roseana Sarney que possui o carisma de olhar e entender os anseios da população. O Governo do Estado não tem medido esforços para proporcionar à comunidade local o bem-estar no campo da infra-estrutura econômica e social, da saúde, da educação, da habitação, do trabalho e do lazer.
Por minha vez, como representante do Estado do Maranhão no Senado Federal, não pouparei esforços para bem servir aos meus conterrâneos, dos que moram na capital ou nas cidades menores e dos que habitam os ermos ainda solitários do interior. Este o presente que quero oferecer à capital do meu Estado: a promessa de realizar um trabalho diuturno, colaborando na solução do que é problema e regozijando-me com o povo pelas belezas já feitas e servem e dão alegria a toda a população.
Era o que desejava dizer.
Muito obrigado.