O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a cultura brasileira foi recentemente enriquecida com o lançamento de mais um livro de Mauro Salles, esse grande e inquieto comunicador , preciso na construção de textos e também poeta.  

É do poeta que hoje quero falar para saudar sua nova criação literária, que envolve o amor, a fé, a vida e a dúvida.  

Falamos de Recomeço, um lançamento que não nos surpreende, mas confirma a sensibilidade de um burilista que sempre soube economizar palavras, usando apenas o essencial.  

Mauro Salles, como sabemos, além de outras qualidades, como a de publicitário vitorioso, sabe transmitir com precisão e lógica a força dos sentimentos.  

E sentimentos, percebe-se na leitura do seu novo livro, é o que não falta em Recomeço, que reúne 85 poemas em cinco blocos de extrema beleza.  

Ele mesmo, o poeta, sempre proclamou detestar "a poesia que esconde sentimentos." E ali, eles expressam o lado profundamente humano desse escritor e publicitário que também ostenta, ao longo de sua vida, outras passagens vitoriosas.  

Na área política, por exemplo, sua trajetória correta sempre soube valorizar a herança de seu pai, o Senador Apolônio Salles, de quem todos nos lembramos.  

Nesse campo, Salles desempenhou as funções de Secretário do Conselho de Ministros do Gabinete Tancredo Neves, coordenando, mais tarde, a campanha presidencial do ilustre mineiro.  

Como escritor e, particularmente, como poeta, o autor justifica a precisão sempre presente em seus textos, ao lembrar que sua trajetória de publicitário o ensinou a montar as frases com precisão.  

Paralelamente a essa precisão, os versos de Mauro Sallles transformam suas mensagens sobretudo em peças abertas e reveladoras de emoção, ao falar de coisas simples da vida.  

Ao seguir um estilo profundamente humano, a poesia de Mauro Salles é otimista e tem o dom de lançar o leitor a uma confiança no futuro.  

Essa confiança está espelhada em seus versos, em que ele diz que "o olhar para a frente é luminoso e o tempo uma estrada aberta, que deixa em nós a certeza de estarmos apenas começando."  

Sobre a Fé, que descreve com humildade, englobando o tempo no mesmo segmento em que fala sobre a Dúvida, Mauro Salles ensina que "o silêncio não leva a Deus, nem a noite nos transporta para o alto. "  

São palavras que expõem a face mais humana do poeta, para quem " só os fracos aceitam que tudo acabou, que é tarde demais."  

Ao contrário, como adverte, " o tempo é, agora, de dar vida ao sonho renovado, como em Hiroshima, onde flores enfeitam o pouso da bomba."  

É, assim, com alegria que faço o registro do aparecimento de mais esta obra, cuja leitura certamente haverá de despertar sempre a esperança num amanhã melhor.  

São palavras que trazem a assinatura de Mauro Salles, a quem cumprimento neste instante.  

Muito obrigado.